40 anos de Vacina Sabin no Brasil - História da Poliomielite - Fiocruz
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Anais do Seminário <strong>40</strong> <strong>a<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Vacina</strong> <strong>Sabin</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong><br />
Se vocês pu<strong>de</strong>ssem comentar. Essa terceira questão é para o Akira, quarta já, é a<br />
seguinte, <strong>de</strong> manhã, eu coloquei para o Eduardo, e ele disse que eu tinha que colocar<br />
para você. Que é a seguinte: quando começamos a ver essa questão dos efeitos adversos,<br />
e somos leigos <strong>no</strong> conhecimento técnico <strong>da</strong> vacina, aí fica a questão, será que<br />
como política <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento tec<strong>no</strong>lógico, você sabe muito bem que não acompanha<br />
pari passu o conhecimento científico, seria válido pensar em uma reserva<br />
estratégica <strong>de</strong> vacina do tipo tal, ou não? Você acha que se po<strong>de</strong> pensar a questão do<br />
ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> uma política?<br />
Akira Homma<br />
Eu gostaria <strong>de</strong> tentar respon<strong>de</strong>r a primeira pergunta também, porque é uma pergunta<br />
que tem a ver, por exemplo, com a vacinação contra a febre amarela. Po<strong>de</strong>ríamos<br />
dizer que a mãe leva a criança, e a criança não diz: “eu não quero tomar”, ela<br />
chora, mas está ali <strong>no</strong> colo, leva a vacina aplica<strong>da</strong>, gota ou coisa assim, e não tem o<br />
que reclamar. É fácil <strong>de</strong> aplicar em crianças, e realmente acho que <strong>de</strong> qualquer forma,<br />
a confiança do programa <strong>de</strong> vacinação e a política <strong>de</strong> vacinação adota<strong>da</strong> <strong>no</strong> país,<br />
tem sido muito séria, é uma política contínua, com base técnica e científica muito<br />
bem basea<strong>da</strong> e que tem recebido cooperação, colaboração, participação e parceria<br />
<strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> científica. A Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> Pediatria tem sido um aliado<br />
fantástico nesse processo, sem essas parcerias eu acho também que não conseguiria<br />
levar para frente essa política. Mas para o adolescente e o adulto, tem que se buscar<br />
outra estratégia para se conseguir o mesmo resultado nesse grupo populacional.<br />
Acho que isso ficou muito claro na reunião que tivemos na semana passa<strong>da</strong>, em<br />
Maceió, em que o grupo mais importante <strong>de</strong> 19 a 49 <strong>a<strong>no</strong>s</strong>, que está na área endêmica,<br />
não se consegue vacinar, se consegue vacinar crianças. Mas esse grupo que vai à<br />
mata e sabe que está exposto à febre amarela, não se consegue vacinar. E tem mais,<br />
nós tivemos fazendo um estudo <strong>de</strong> dois lotes imensos, em 84 e agora em 2001. Nesse<br />
estudo <strong>de</strong> voluntários, vimos todo um protocolo <strong>de</strong> voluntários, protocolo aprovado<br />
pelo comitê <strong>de</strong> ética e tudo mais. Só aquele que se disse voluntário, “eu quero me<br />
vacinar”, assinando to<strong>da</strong> a folha <strong>de</strong> consentimento assim, que foi imunizado. Para<br />
conseguir mil e oitenta e tantos sol<strong>da</strong>dos, para a primeira e segun<strong>da</strong> coleta, tivemos<br />
que percorrer 21 uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s do exército, 21 uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, teve uni<strong>da</strong><strong>de</strong> que só forneceu,<br />
quatro, cinco sol<strong>da</strong>dos. Ninguém queria se vacinar, aquelas uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s em que o coman<strong>da</strong>nte<br />
chegou lá na frente e disse: “eu quero me vacinar”, aí conseguimos 50,<br />
mas nunca mais do que isso. Ao contrário <strong>da</strong>quela época, em 83, em que eu fui ao<br />
Comando Geral do Exército e o general or<strong>de</strong><strong>no</strong>u que participassem, porque era importante,<br />
eu convenci <strong>de</strong> que era importante, com a febre amarela <strong>no</strong> país e nós chegávamos<br />
<strong>no</strong> quartel, era o coman<strong>da</strong>nte e a fila. Teve sol<strong>da</strong>do que ao receber a injeção<br />
<strong>de</strong>smaiava, <strong>de</strong>smaiava! O adulto tem uma cultura geral, on<strong>de</strong> tem aversão, eu não<br />
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