28.04.2013 Views

Edição 21 - Revista Jurídica In Verbis

Edição 21 - Revista Jurídica In Verbis

Edição 21 - Revista Jurídica In Verbis

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

DINAMí NE DE OLIVEIRA / LUCIENE PINTO MARQUES DE ALMEIDA 1 SILVA<br />

É preciso ressaltar que a norma nao restringe a protecao do consumidor con<br />

tra cláusulas abusivas somente nos contratos de adesao, poís o consumidor tem o<br />

direito básico de protecao contra aquelas. Portanto, todos os contratos de consumo,<br />

sejam escritos ou verbais, de comum acordó ou de adesao, encontram-se protegidos.<br />

4.1 Modalidades de cláusulas abusivas<br />

A insercao de certas cláusulas consideradas abusivas é combatida pelo<br />

CDC, que as declara como nao escritas, sem, portanto, nenhum efeito vinculatório.<br />

Dentre as cláusulas abusivas identificadas pelo Código, serao abordados os tipos<br />

mais freqüentes nos contratos de adesao, sem minimizar a relevancia das demais.<br />

4.1.1 Cláusula de nao ¡ndenizar nos contratos de consumo<br />

Encontrada frequentemente no contrato de adesao, a cláusula de nao indenizar<br />

é o tipo mais comum de cláusula abusiva.<br />

O CDC considera abusiva toda e qualquer cláusula que contenha empeci-<br />

Iho ao dever de o fornecedor <strong>In</strong>denizar o consumidor por vicios de toda natureza<br />

presentes em produtos e servidos. Esse entendimento incluí as cláusulas que exonerem,<br />

impossibilitem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor diante de da<br />

nos advindos de vicios dos produtos. As cláusulas abusivas sao ilegítimas porque o<br />

produtor ou fornecedor nao pode eximir-se de sua responsabilidade, em havendo<br />

quaisquer vicios ou defeitos de qualidade.<br />

Saliente-se que a estipulacao de cláusulas penáis nao é vedada, mas deve<br />

ser feita de maneira a nao limitar ou exonerar o dever de indenizacao do fornece<br />

dor. Logo, a faculdade de o consumidor renunciar a uma possível indenizacao por<br />

vicios em produtos ou servicos por ele contratados é limitada, mas o fornecedor<br />

nao poderá ter mitigado o seu dever de indenizar, prevalecendo, portanto, a garan<br />

tía do consumidor em detrimento da responsabilidade do fomecedor.<br />

4.1.2 Cláusula de renuncia ou disposic.áo de direitos<br />

As cláusulas de renuncia ou disposicao de direitos pelos consumidores<br />

nao sao consideradas válidas, uma vez que as normas do sistema de protecao do<br />

consumidor sao de ordem pública e interesse social nao permitíndo, portanto, o<br />

desequilibrio contratual, além de se fazer necessário garantir ao consumidor o seu<br />

direito de defesa, sem restricto.<br />

4.1.3 Cláusula que estabeleca obrigacoes iniquas, abusivas, que coloque o consumi<br />

dor em desvantagem exagerada, ou seja ¡ncompatível com a boa-fé ou a equidade<br />

Como na modalidade contratual de adesao apenas o preponente determi<br />

na, previamente, o conteúdo das condicoes do contrato, abre-se espaco para que<br />

sejam estabelecidas cláusulas extremamente onerosas ao consumidor, resultando,<br />

poi5, numa situacao de desproporcionalidade das obrigacoes entre as partes.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!