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Formação de Professores: a parceria escola ... - Unirevista

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<strong>Formação</strong> <strong>de</strong> <strong>Professores</strong>: a <strong>parceria</strong> <strong>escola</strong>-universida<strong>de</strong> e os estágios <strong>de</strong> ensino.<br />

Dimair <strong>de</strong> Souza França<br />

com as ativida<strong>de</strong>s que se <strong>de</strong>senvolvem para além da sala <strong>de</strong> aula, no contato com a direção e coor<strong>de</strong>nação<br />

pedagógica, na comunicação com os pais, na interação com os alunos <strong>de</strong> uma maneira geral. Ou seja, o<br />

aluno estagiário precisa viver a <strong>escola</strong> em toda a sua amplitu<strong>de</strong>, agora não mais como aluno, mas, sim,<br />

direcionando seu olhar como futuro professor para que possa compreen<strong>de</strong>r e situar-se nesse contexto<br />

educativo <strong>de</strong> forma a <strong>de</strong>monstrar competência profissional e compromisso ético para com a sua futura<br />

profissão.<br />

É certo, contudo, que essa é uma tarefa árdua. Tarefa essa que não po<strong>de</strong> ser pretensiosa a ponto <strong>de</strong><br />

acreditar-se acabada ao final <strong>de</strong> quatro anos. Por isso, é preciso que sejam reconhecidas as necessida<strong>de</strong>s<br />

formativas do futuro professor. É preciso, também, que o processo formativo torne-se capaz <strong>de</strong> cumprir seu<br />

papel <strong>de</strong> inseri-lo na carreira profissional e <strong>de</strong> gerar uma aprendizagem sobre o ser professor que dê conta,<br />

ao menos inicialmente, das diferentes dimensões do fazer docente.<br />

Mas, antes <strong>de</strong> tudo, é preciso tornar claro os novos papéis que se atribuem ao professor da <strong>escola</strong> básica no<br />

encaminhamento <strong>de</strong>ssa ativida<strong>de</strong> no interior da <strong>escola</strong>. A própria indicação <strong>de</strong> “professor tutor” feita pelo<br />

Parecer CNE/CP nº 09 (Brasil, 2001) remete para uma questão central nessa discussão que é a utilização<br />

<strong>de</strong>sse conceito em nossa realida<strong>de</strong>. Essa é uma expressão bastante utilizada na literatura internacional<br />

sobre os estágios <strong>de</strong> ensino e atribui aos professores uma função que parece estar bastante evi<strong>de</strong>nte para<br />

esses profissionais, o que não é o caso em nossa realida<strong>de</strong>.<br />

Conforme assinala Terrazzan (2003, p. 70), é preciso conceituar <strong>de</strong> forma clara e consensual os novos<br />

papéis que se atribuem ao professor da <strong>escola</strong> básica, entre eles o <strong>de</strong> atuar na unida<strong>de</strong> <strong>escola</strong>r como um<br />

“tutor local” dos estagiários em formação inicial, que serão seus futuros pares. Concordando com este autor,<br />

a idéia <strong>de</strong>fendida aqui é a <strong>de</strong> que a <strong>escola</strong> é um importante espaço on<strong>de</strong> os futuros professores po<strong>de</strong>m se<br />

aproximar <strong>de</strong> seu objeto <strong>de</strong> trabalho que é o ensino. Igualmente, os professores que recebem esses<br />

estagiários têm uma tarefa específica que é contribuir com o processo formativo a que se submetem esses<br />

alunos quando <strong>de</strong> sua imersão na <strong>escola</strong> para conhecer o processo <strong>de</strong> ensino e <strong>de</strong> aprendizagem que aí<br />

ocorre.<br />

Antes, é preciso evi<strong>de</strong>nciar a relação que os professores em exercício estabelecem com a ação <strong>de</strong> orientação<br />

dos estágios. Que papel os professores se atribuem nessa situação? Quais os limites <strong>de</strong>ssa responsabilização?<br />

E, principalmente, é preciso estabelecer regras claras para que os professores possam efetivamente <strong>de</strong>dicar<br />

parte <strong>de</strong> seu tempo <strong>de</strong> trabalho à orientação e acompanhamento das tarefas docentes dos futuros<br />

professores no espaço <strong>escola</strong>r sem que, com isso, sejam prejudicadas as horas <strong>de</strong> efetivo trabalho junto aos<br />

alunos da educação básica.<br />

Entretanto, transferir à <strong>escola</strong> maior responsabilida<strong>de</strong> na formação <strong>de</strong> professores sem que as relações entre<br />

as <strong>escola</strong>s e a universida<strong>de</strong> sejam <strong>de</strong> fato estabelecidas, sem dar atenção às questões que afetam<br />

diretamente a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa formação como, por exemplo, a disponibilida<strong>de</strong> do professor em exercício<br />

para aten<strong>de</strong>r os futuros professores, a preparação <strong>de</strong>sses profissionais para <strong>de</strong>sempenhar mais uma tarefa,<br />

o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> “tutoria” a ser constituído, entre outros, configuram uma dificulda<strong>de</strong> a mais a ser enfrentada<br />

nesse processo formativo.<br />

Por isso, é importante reafirmar que a <strong>escola</strong> e os professores <strong>de</strong> educação básica têm uma tarefa<br />

importante e necessária, embora nem sempre seja compreendida assim. Ou seja, os professores que aí<br />

trabalham <strong>de</strong>sempenham um papel formativo importante, juntamente com a instituição formadora, embora<br />

a complexida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa tarefa não tenha sido analisada até agora. O que se preten<strong>de</strong>, portanto, é trazer à<br />

discussão essa questão que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> há muito tempo tem sido silenciada, mas que nunca <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> existir ou<br />

<strong>de</strong> se efetivar a <strong>de</strong>speito <strong>de</strong> todas as mazelas e limitações que a mesma sofre em sua execução.<br />

UNIrevista - Vol. 1, n° 2: (abril 2006)<br />

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