Formação de Professores: a parceria escola ... - Unirevista
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<strong>Formação</strong> <strong>de</strong> <strong>Professores</strong>: a <strong>parceria</strong> <strong>escola</strong>-universida<strong>de</strong> e os estágios <strong>de</strong> ensino.<br />
Dimair <strong>de</strong> Souza França<br />
contribuir com a <strong>escola</strong> propondo o estudo permanente <strong>de</strong> questões ligadas ao ensino e à educação, sob<br />
orientação estreita dos professores da instituição formadora.<br />
Somente esse reconhecimento ao trabalho efetivado pelos professores tutores po<strong>de</strong>rá garantir que bons e<br />
experientes professores abram, <strong>de</strong> fato, as portas <strong>de</strong> suas salas <strong>de</strong> aula e queiram, antes mesmo <strong>de</strong> aceitar<br />
alunos em suas salas <strong>de</strong> aula, orientar e ensinar esses futuros profissionais, acompanhando-os em suas<br />
inserções pela docência, <strong>de</strong> forma que possam efetivamente constituir-se professores competentes e<br />
compromissados com a realida<strong>de</strong> das <strong>escola</strong>s <strong>de</strong> educação básica.<br />
Cabe, nesse momento, indicar a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aprofundamento <strong>de</strong>ssa temática mediante a abordagem <strong>de</strong><br />
questões que dizem respeito à atuação dos professores tutores: Como se dá a preparação formal <strong>de</strong>sses<br />
profissionais? Quem são? Qual a sua formação? Que conhecimentos dominam sobre o processo <strong>de</strong><br />
orientação dos estágios <strong>de</strong> ensino?<br />
E, ainda, é preciso reconhecer a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> envolvimento dos futuros professores com a efetivação dos<br />
estágios <strong>de</strong> ensino, pois sem esse envolvimento tais ativida<strong>de</strong>s servirão apenas para cumprir os rituais<br />
impostos pelo curso <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> professores, não guardando nenhuma relação com o processo <strong>de</strong><br />
apren<strong>de</strong>r a ensinar.<br />
Nesse caso, é preciso consi<strong>de</strong>rar a disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tempo dos alunos estagiários para o cumprimento das<br />
ativida<strong>de</strong>s relacionadas com o estágio, a disposição para realizar todas as solicitações pertinentes ao curso e,<br />
também, a manifestação <strong>de</strong> interesse por parte <strong>de</strong>sses futuros professores em realizar as ativida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong>signadas para esse fim.<br />
A possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> construção e/ou fortalecimento das <strong>parceria</strong>s entre <strong>escola</strong>s e universida<strong>de</strong> precisa ser<br />
colocada em primeiro plano quando a questão é a formação prática dos futuros professores, pois<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> todas as limitações e dificulda<strong>de</strong>s i<strong>de</strong>ntificadas na realização dos estágios <strong>de</strong> ensino,<br />
não se po<strong>de</strong> esquecer que os futuros professores continuam a<strong>de</strong>ntrando o espaço <strong>escola</strong>r para efetivar o<br />
cumprimento <strong>de</strong>sta prática, entrando em contato com os professores em exercício e com a sala <strong>de</strong> aula, sem<br />
que haja, efetivamente, a adoção <strong>de</strong> medidas que possam garantir a qualida<strong>de</strong> e a continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa<br />
prática, ficando expostos, muitas vezes, a um processo ina<strong>de</strong>quado e pouco estruturado <strong>de</strong> orientação e<br />
acompanhamento da aprendizagem profissional.<br />
Por outro lado, a aprendizagem docente propiciada pelos estágios <strong>de</strong> ensino no contexto da <strong>escola</strong> <strong>de</strong><br />
educação básica é uma temática recorrente. Isso porque os professores em exercício são portadores <strong>de</strong> um<br />
conhecimento sobre o fazer docente que expressa a síntese <strong>de</strong> um saber pedagógico (Azzi, 1999) e que<br />
possibilita a interpretação do trabalho docente, po<strong>de</strong>ndo servir <strong>de</strong> referência nas aprendizagens dos futuros<br />
professores. Nessa relação, há algo a ser aprendido/ensinado, indicando que o espaço dos estágios <strong>de</strong><br />
ensino po<strong>de</strong> se constituir em uma via <strong>de</strong> mão dupla na construção das <strong>parceria</strong>s <strong>escola</strong>-universida<strong>de</strong>.<br />
Referências<br />
ALMEIDA, J. S. 1994. Estágio Supervisionado em Prática <strong>de</strong> Ensino – relevância para a formação ou mera<br />
ativida<strong>de</strong> curricular? Revista ANDE, 20:39-42.<br />
AZZI, S. 1999. Trabalho Docente: autonomia didática e construção do saber pedagógico. In: S. G. PIMENTA,<br />
(org.), Saberes pedagógicos e ativida<strong>de</strong> docente. São Paulo, Cortez, p. 35-60.<br />
UNIrevista - Vol. 1, n° 2: (abril 2006)<br />
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