Plano Brasil 2022 - Secretaria de Assuntos Estratégicos
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A partir da hegemonia da filosofia e das políticas neoliberais, a qual se inicia com os<br />
governos <strong>de</strong> Ronald Reagan e <strong>de</strong> Margareth Thatcher, houve um <strong>de</strong>smonte do Estado do<br />
Bem-Estar, por meio da redução dos programas sociais, da adoção <strong>de</strong> políticas tributárias<br />
<strong>de</strong>claradamente favoráveis aos mais ricos, da <strong>de</strong>sregulamentação da ativida<strong>de</strong> das em-<br />
presas, <strong>de</strong> um esforço <strong>de</strong> liberalização do mercado <strong>de</strong> trabalho que teria <strong>de</strong> levar, neces-<br />
sariamente, a um agravamento das disparida<strong>de</strong>s sociais em termos <strong>de</strong> renda e <strong>de</strong> riqueza<br />
<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> cada país e entre os países.<br />
As políticas neoliberais na esfera internacional e nos países sub<strong>de</strong>senvolvidos, que<br />
levaram à ampliação da pobreza, tiveram suas consequências agravadas pela crise eco-<br />
nômica <strong>de</strong> 2008 que atingiu as exportações dos países sub<strong>de</strong>senvolvidos (e pobres), que<br />
sofreram o impacto da queda <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda por seus produtos nos países ricos e, portanto,<br />
tiveram redução <strong>de</strong> seu nível <strong>de</strong> emprego e <strong>de</strong> sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> importar para consumir<br />
e investir.<br />
A perspectiva para os próximos anos até <strong>2022</strong> é pouco auspiciosa. Os países <strong>de</strong>sen-<br />
volvidos têm <strong>de</strong>monstrado não estarem dispostos nem a reduzir suas políticas <strong>de</strong> proteção<br />
à agricultura, nem a aumentar suas políticas <strong>de</strong> ajuda ao <strong>de</strong>senvolvimento, nem a ampliar<br />
seus investimentos na África e em países <strong>de</strong> menor <strong>de</strong>senvolvimento relativo, nem a finan-<br />
ciar <strong>de</strong>spesas com mitigação e adaptação ambiental nesses países.<br />
O <strong>Brasil</strong> daqui até <strong>2022</strong> terá, <strong>de</strong> um lado, <strong>de</strong> ampliar e aprofundar suas políticas do-<br />
mésticas <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s, <strong>de</strong> toda or<strong>de</strong>m, <strong>de</strong> afirmação dos direitos humanos<br />
e <strong>de</strong> acesso aos bens públicos – educação, saú<strong>de</strong>, saneamento, habitação, informação e<br />
cultura – através, inclusive, da expansão do emprego e <strong>de</strong> sua proteção. Simultaneamente,<br />
<strong>de</strong>verá ampliar seus programas <strong>de</strong> cooperação social, em especial com os países vizinhos e<br />
da África, e contribuir do ponto <strong>de</strong> vista financeiro e técnico para o fortalecimento <strong>de</strong> sua<br />
infra-estrutura, condição indispensável para seu <strong>de</strong>senvolvimento e redução da pobreza.<br />
As crescentes diferenças <strong>de</strong> bem-estar entre as socieda<strong>de</strong>s, o insuficiente <strong>de</strong>senvolvi-<br />
mento econômico, a fraca geração <strong>de</strong> empregos na periferia sub<strong>de</strong>senvolvida e o cresci-<br />
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<strong>Brasil</strong> <strong>2022</strong>