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Dignidade da pessoa humana, como um dos objetivos fundamentais a promoção do bem de todos, sem<br />

preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação, após garantir<br />

o direito à igualdade, trata do direito de todos à educação, que deve visar ao pleno desenvolvimento da<br />

pessoa, seu preparo para a cidadania e sua qualificação para o trabalho. Além disso, elege como um<br />

dos princípios para o ensino, a igualdade de condições de acesso e permanência na escola,<br />

acrescentando que o dever do estado com a educação será efetivado mediante a garantia de acesso<br />

aos níveis mais elevados de ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada<br />

um.<br />

De tais princípios e garantias, ninguém pode ser excluído, portanto, qualquer que seja a escola,<br />

deve observá-los, sob pena de grave ofensa à Constituição Federal. Ramos e Fávero (2002).<br />

Em razão destas colocações, o Ministério Público Federal vem orientando a todas as pessoas<br />

com deficiência e seus responsáveis, que denunciem sempre que não conseguirem acesso a qualquer<br />

nível de ensino, principalmente o ensino infantil e o ensino fundamental, em escolas e salas comuns da<br />

rede regular.<br />

Neste caso a análise das entrevistas se referiu ao modo como o sistema regular de ensino<br />

recebeu o aluno com deficiência. Através dos dados coletados, foi possível compreender melhor uma<br />

série de fatores sobre inclusão que precisavam ser investigados, a fim de possibilitar um maior<br />

entendimento sobre suas complexidades, podendo, desta forma, chegar ao resultado de responder ao<br />

modelo de inclusão adotado por esta escola da rede regular de ensino. Esta coleta foi uma amostra que<br />

serviu como estudo piloto, para a realização de um projeto que será posteriormente desenvolvido com<br />

uma amostragem mais ampla, objetivando a confirmação desses resultados.<br />

A inserção do aluno com deficiência na rede regular de ensino tem sido motivo de grande aflição<br />

para os educadores. Muitos, não recebem com bons olhos tal proposta, apontando dificuldades como a<br />

precária formação para lidar com a inclusão, a falta de clareza quanto ao diagnóstico de alguns alunos, o<br />

trabalho com a construção de limites e questões relacionadas à avaliação desses alunos pelo sistema.<br />

Para que as pessoas com deficiência possam exercer esse direito em sua plenitude é<br />

indispensável, portanto, que a escola se adapte às mais diversas situações. A estas adaptações<br />

chamamos inclusão, ou seja, espera-se que os ambientes, inclusive os educacionais, estejam<br />

devidamente preparados para receber todas as pessoas.<br />

Ainda faltam políticas públicas adequadas para que exista apoio técnico e financeiro ás escolas<br />

para tanto, além de se investir na preparação de professores. Exemplo disto é a fala do sujeito 1 (S1)<br />

(masculino, licenciado em história) quando se refere a uma ex aluna que vem repetindo a mesma série<br />

há vários anos “...chamei a direção, chamei também a supervisão, sempre foi um problema mais não se<br />

tinha muito o que fazer, eu não sabia como trabalhar, eu acho que os outros colegas também não<br />

sabiam...” e continua dizendo “...e tudo o que se fazia era muito dificultoso, com muita dificuldade, eu sei<br />

que agora ela desistiu, foi transferida, eu vou até saber da diretora se ela foi transferida, mais me falaram<br />

que ela estava estudando na outra escola, não sei...”.<br />

Outra dificuldade apresentada foi a inexistência de profissionais com capacitação na área que<br />

segundo os entrevistados, é de grande importância para o atendimento ao aluno com deficiência. Na<br />

medida em que a escola implica um ensino adaptado às diferenças e às necessidades individuais, os<br />

educadores precisam estar habilitados para atuar de forma competente junto aos alunos inseridos. No<br />

entanto, autores como Goffredo (1992) e Manzini (1999) têm alertado para o fato de que a implantação<br />

da educação inclusiva tem encontrado limites e dificuldades, em virtude da falta de formação dos<br />

professores das classes regulares para atender aos alunos com deficiência, além de infraestrutura<br />

adequada e condições materiais para o trabalho pedagógico junto a esses alunos. O que se tem<br />

colocado em discussão, é a ausência de formação especializada dos educadores para trabalhar com<br />

essa clientela, e isso, certamente, se constitui em um sério problema na implantação de políticas desse<br />

tipo (SANT’ANA, 2005). O sujeito 2 (S2) (sexo feminino, administradora escolar) afirma que “...a gente<br />

sabe que essa criança tem alguma deficiência, só não sabemos qual e como a gente pode fazer pra<br />

ajudar, a escola até tenta...”. O (S2) diz que “a escola tem professores regulares (que não são do ensino<br />

especial)...” diz ainda que “... as dificuldades maiores encontra-se a aluna que cursa até a quarta série,<br />

mas que os professores julgam que ela não acompanha a quinta série, e aí, como fazer...”. Novamente,<br />

o (S2) destaca “... a maior das dificuldades para lidar com essa aluna é a gente não ter especialidade<br />

nesta área para trabalhar com eles...”. Percebe-se, portanto, que a maneira mais específica de lidar com<br />

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Pesquisa em Educação Física - Vol.11, n.1, 2012 - ISSN: 1981-4313

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