29.04.2013 Views

download - Fontoura Editora Ltda

download - Fontoura Editora Ltda

download - Fontoura Editora Ltda

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

esses alunos, ainda não esta clara para este sujeito. No que se refere aos diretores, cabe a eles tomar<br />

as providências de caráter administrativos correspondentes e essenciais para efetivar a construção do<br />

projeto de inclusão (ARANHA, 2000). Para Ross (1998), o diretor de escola inclusiva deve envolver-se<br />

na organização de reuniões pedagógicas, desenvolverem ações voltadas aos temas relativos à<br />

acessibilidade universal, às adaptações curriculares, bem como convocar profissionais externos para dar<br />

suporte aos docentes e as atividades programadas.<br />

Além disso, o administrador necessita ter uma liderança ativa, incentivar o desenvolvimento<br />

profissional docente e favorecer a relação entre escola e comunidade (SAGE, 1999; REIS, 2000). Ele<br />

não consegue sequer imaginar que é preciso experimentar, ter um contato mais próximo com o aluno,<br />

com a família, criar vínculo de amizade, ter carinho para conhecê-lo melhor, perceber suas necessidades<br />

e, a partir daí, fazer um perfil, ver o nível de conhecimento, a bagagem que ele trás consigo e de que<br />

maneira pode-se contribuir dar sequência e inseri-lo no contexto escolar. O (S2) disse, que a escola não<br />

tinha qualquer apoio pedagógico, pelo fato de não ter nenhum funcionário com formação em Educação<br />

Especial.<br />

O mesmo sujeito reconhece que esses alunos são inteligentes, enfrentaram dificuldades e estão<br />

prontos para aprender. Mas é preciso alguém com especialização para dar ao aluno um suporte<br />

necessário.<br />

Quando o (S2) refere-se a uma aluna surda diz: “... eu não sei falar a língua, então como é que<br />

eu vou me comunicar com essa menina, precisa de alguém, precisa de ajuda...” Quanto aos colegas de<br />

sala “... eles recebem os alunos especiais muito bem, que estão acostumados a aceitar os outros...”. Sua<br />

preocupação maior é “... o que devo fazer como lidar...”.<br />

Se existir um aluno com deficiência auditiva matriculado numa escola, esta deve contratar um<br />

intérprete e promover as adequações necessárias ás suas expensas. Estes custos devem ser<br />

computados nos custos gerais da instituição de ensino, pois ela está obrigada a oferecer a estrutura<br />

adequada a todos os seus alunos, esta estrutura deve contemplar as pessoas com necessidades<br />

especiais. Os professores precisam também ser orientados quanto ao modo de comunicação dos surdos<br />

para flexibilização de currículos e conteúdos.<br />

O (S2) ainda não tentou definir características, necessidades dessa aluna e parece esperar que<br />

as dificuldades se dissipem, sem fazer tentativas, pois não foi mencionada, em momento algum, uma<br />

possível mudança de atitude com relação ao atendimento ao aluno com deficiência.<br />

Percebemos também, que a escola não tem o hábito de realizar reuniões de pais, para discutir<br />

com eles as necessidades dos alunos melhorando atendimento, tornando essa aproximação mais<br />

enriquecedora.<br />

Assim, nenhum programa de integração/inclusão poderá esquecer o importante aspecto da<br />

educação dos pais, da família, integrando-os ao sistema escolar realizado a integração familiar, pode-se<br />

falar em integração/inclusão dessas pessoas “começa na família e se amplia nos programas de<br />

atendimento dentro e fora do ambiente escolar Canziani (2005)”.<br />

Ainda a autora relata que “para implementar a integração na escola devem ser incluídas as mais<br />

variadas modalidades de aprendizagem que esse ambiente possa oportunizar”. Isto, desde o ensino<br />

propriamente dito, até a convivência entre os alunos, seu relacionamento com os professores e demais<br />

pessoas que trabalham na escola; o contato com os familiares, os estímulos do ambiente físico. Enfim,<br />

tudo que caracteriza a escola como marco de ação, no contexto da educação Canziani (2005).<br />

Observou-se, ainda, que os sujeitos acreditam que seria melhor se houvesse, na escola, um<br />

espaço específico segregado que fosse mais adequado para garantir a esses alunos com deficiência o<br />

acesso ao conhecimento. O sujeito 3 (S3) (sexo feminino, nível superior) trabalha há 16 anos nesta<br />

escola tem aluno com deficiência mental na sala, acredita que ele chegou à escola através da mãe.<br />

Porém, na ocasião, a mãe não falou que ele era deficiente. “... não disse que ele era diferente, a gente<br />

nota que ele não é uma pessoa normal...” e complementa “... na minha disciplina eu não o forço a fazer<br />

nada, dou muita atenção a ele...”. Quando o (S3) fala sobre este aluno deixa transparecer a necessidade<br />

de tratá-lo diferentemente dos outros. É como se o aluno não suportasse ser contrariado em nenhum<br />

momento e que todas as suas vontades devessem ser atendidas, e que a professora tivesse de<br />

superprotegê-lo dos colegas ou de problemas que ocorressem em sala. Ao descrevê-lo, diz: “... tem um<br />

jeito que ele não tem limite, você olha assim e não diz que ele é uma pessoa normal, se aperrear ele, ele<br />

passa a mão na cabeça e sai na carreira e aí eu deixo sempre ele a vontade...”.<br />

Coleção Pesquisa em Educação Física - Vol.11, n.1, 2012 - ISSN: 1981-4313<br />

129

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!