Em pauta Manuel Cavalcanti, VP de Criação da Ampla. Publicidade com brasilidade “Cinema não é a arte dos estudiosos e sim dos iletrados”. A frase é do cineasta alemão Werner Herzog e resume, de forma brilhante, o que nós podemos observar também na propaganda: criatividade é algo que dificilmente se ensina a alguém. O sujeito que almeja ser um criativo publicitário e limita-se a estudar modelos pré-concebidos de propaganda vai ficar repetindo fórmulas, como quem decora equações matemáticas. E não como quem chega à solução por um raciocínio lógico. A autenticidade das ideias está baseada em suas próprias referências e experiências de vida, e não em modelos prontos e importados. O brasileiro, por exemplo, só foi reconhecido como um dos povos mais criativos do mundo depois que parou de copiar outras culturas e passou a valorizar a sua própria identidade. Assim foi com a música, com o cinema, com a literatura, com a moda e com a gastronomia. E assim é também com a nossa propaganda. 16 > > junho 2012 Confiança em propaganda Sônia Lopes slopesalgomais@gmail.com Pesquisa da Nielsen com entrevistados com acesso à Internet em 56 países demonstra que, apesar destes declarem que confiam em comerciais de TV (47% ), anúncios em revistas (47%) e em jornais ( 46%) , a confiança caiu 24% e 25%, respectivamente entre 2009 e 2001. E destaca que mesmo assim, a maior parte dos investimentos publicitários por clientes e agencias é alocado às mídias tradicionais ou pagas como TV. Sobre o que o consumidor assiste e compra, aponta que 90% confiam em mídias conquistadas, tais como boca-a-boca ou recomendações de amigos e familiares. E que as críticas de consumidores postadas na internet são a segunda fonte mais confiável para informações e mensagens de marcas por 70% dos entrevistados. Fim do impresso não é o fim da imprensa Cláudio Marinho que integra a Porto Marinho Ltda., empresa de consultoria em cenários e estratégias, localizada no Porto Digital, analisa a questão que ronda a cabeça de muitos: A presença avassaladora das mídias digitais (letras e imagens “impressas” por bits e bytes em telas de computador, celular, tablet, televisor etc.) vai acabar com a “velha mídia” (jornais, rádio, televisão como nós conhecemos)? O que vai acontecer com a imprensa? “A impressão da notícia em papel vai acabar, sim. O papel (trocadilho infame...) da imprensa, não. Calma que eu me explico Em apenas 2 anos, já existem 60 milhões de tablets nos EUA. Mais da metade dos americanos já usam smartphones e preferem, cada vez mais, ler tudo neles (e nos tablets). Principalmente notícias, e-books, recadinhos no Facebook, mensagens, tweets. Mais do isso: postando, escrevendo. Permanentemente conectados. Ah, mas isso é lá no States. Sim, cara-pálida: o Brasil já tem 68 milhões de usuários de internet com acesso banda larga. Desses, 52 milhões via banda larga móvel (!). Cresceu 140% em um ano. É por isso que as operadoras entraram em colapso (mas tem conserto). Menos leitores com a internet? Que nada. Pesquisa nos EUA: o povo lê hoje mais livros (per capita) do que lia nos anos 50, 60 – antes da internet. Amigos jornalistas, editores: vocês nunca foram tão necessários como agora. Quem vai cuidar de separar o joio do trigo, de dar profundidade, de correr atrás do que é relevante nesse mundo vertiginoso das novas mídias digitais? Vocês! Por uma nova “imprensa” digerati! A Coluna Em Pauta trata do amplo universo da Comunicação. Colaborações: slopesalgomais@gmail.com • 081- 9976 -0342.
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