Edição 75 - Revista Algomais
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Gestão<br />
Mais<br />
Namoro no ambiente de trabalho<br />
Pesquisa realizada pelo Departamento<br />
de Psicologia Experimental<br />
da USP revelou que 37% dos<br />
namoros começam no ambiente de<br />
trabalho. Apesar de muito comuns,<br />
os relacionamentos afetivos entre<br />
profissionais ainda são tratados<br />
como tabu em algumas empresas.<br />
Há quem opte por proibir, temendo<br />
que o vínculo termine gerando privilégios<br />
ou comprometendo a produtividade<br />
do funcionário. Outras<br />
empresas permitem, estabelecendo<br />
regras para que o relacionamento<br />
não interfira na rotina do trabalho ou<br />
no processo decisório. E há aquelas<br />
que não se posicionam e deixam a<br />
questão indefinida.<br />
O resultado da pesquisa da USP<br />
não surpreende. Em um ambiente<br />
no qual as pessoas passam pelo menos<br />
um terço do seu dia, é natural<br />
que os relacionamentos de trabalho<br />
se tornem mais pessoais e, em alguns<br />
casos, evoluam para o namoro.<br />
Nos últimos anos, as empresas vêm<br />
lidando com esse tema de forma<br />
mais tolerante. Se há algum tempo<br />
era comum um dos profissionais ter<br />
que deixar o emprego após assumir<br />
publicamente a relação, hoje os gestores<br />
parecem aceitar melhor a idéia<br />
de que é possível manter um casal na<br />
equipe, sem que o relacionamento<br />
afetivo comprometa o desempenho.<br />
66 > > junho 2012<br />
Essa parece ser a melhor forma<br />
de tratar a questão. Em um país onde<br />
cerca de 95% das empresas têm origem<br />
familiar, ou seja, foram criadas e<br />
administradas por casais, pais, filhos e<br />
irmãos, é no mínimo incoerente proibir<br />
relacionamentos afetivos à exceção<br />
dos vínculos entre familiares. O que a<br />
empresa pode e deve fazer é estabelecer<br />
algumas regras para que esses vínculos<br />
não interfiram no trabalho. Cabe<br />
ao casal seguir esse código de conduta,<br />
evitando ao máximo misturar as esferas<br />
pessoal e profissional (ver box).<br />
Seja qual for a decisão, o importante<br />
é que cada empresa tenha<br />
um posicionamento claro quanto ao<br />
namoro no ambiente de trabalho. A<br />
indefinição sobre essa questão pode<br />
causar de fofocas e mal entendidos<br />
a conflitos mais sérios na gestão das<br />
equipes. Para evitar problemas, o<br />
melhor remédio é a transparência.<br />
Dicas<br />
1) Privilégios ou benefícios de qualquer natureza, resultantes do vínculo afetivo ou parentesco,<br />
devem ser radicalmente interditados.<br />
2) Quem mantém algum tipo de relacionamento pessoal com um colega deve estar sempre<br />
atento para evitar comportamentos indevidos e atitudes inadequadas no ambiente de trabalho.<br />
4) Apelidos carinhosos, demonstrações públicas de afeto, cenas de ciúme e cara feia para o<br />
parceiro durante o expediente também devem ser evitados.<br />
5) Deixar os problemas de casa invadirem a empresa ou deixar a vida familiar ser invadida<br />
pelos problemas do trabalho não faz bem nem à empresa nem ao relacionamento na família.<br />
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