29.04.2013 Views

Igreja Solidária e Transformadora

Igreja Solidária e Transformadora

Igreja Solidária e Transformadora

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

AIdS HOjE: cONdENAÇÃO OU<br />

ENcONTRO cOM A vIdA?<br />

Atravessamos um período de signifi-<br />

cativas reflexões acerca da sobrevivência<br />

humana. Uma delas, a questão da Aids, se<br />

apresenta como desafio que não pode ser<br />

escamoteado. Como afirma Mann (1985:8):<br />

“Nosso desafio hoje – pessoal e coletivo – não<br />

deve ser subestimado. Temos nós confiança<br />

em nosso conhecimento, em nossa experiência,<br />

em nossas descobertas? Temos nós<br />

necessária coragem, força e imaginação? A<br />

epidemia – nossa especial responsabilidade<br />

– não vai esperar. Encontramo-nos, de modo<br />

inesperado e aterrador, em uma grande encruzilhada<br />

da história mundial”. Em 25 anos<br />

de epidemia já são 42 milhões de casos de<br />

Aids no mundo. Estima-se que, anualmente,<br />

5 milhões de pessoas contraem o HIV . No<br />

Brasil, segundo o Ministério da Saúde, cerca<br />

de 115 mil crianças foram infectadas. Na faixa<br />

etária entre 15 e 49 anos, já são 620 mil<br />

brasileiros infectados pelo HIV. A Aids tem<br />

sido a segunda causa de óbito entre homens<br />

jovens, e a quarta causa entre mulheres. No<br />

Brasil, ocorrem 8 mil óbitos por ano, matando,<br />

em média, 30 pessoas por dia. No en-<br />

tanto, a contradição entre a noção de risco<br />

individual e uma nova compreensão de vulnerabilidade<br />

social ainda é um desafio que<br />

antecede as estratégias capazes de conter o<br />

avanço da epidemia.<br />

Historicamente, o conceito de “grupo de<br />

risco” difundiu-se amplamente através da<br />

mídia. No início da década de 80, com o<br />

surgimento da epidemia, as estratégias de<br />

prevenção produziriam preconceito e individualismo,<br />

estigmatização e segregação, entre<br />

outros “pecados sociais”. Naquela época,<br />

para as <strong>Igreja</strong>s, Aids era (e ainda é, em alguns<br />

contextos) vista como o preço do pecado<br />

ou até a peste do Apocalipse.<br />

Em meados da década de 80, o quadro<br />

pandêmico da Aids já não podia ser negado.<br />

A epidemia já não respeitava limites geográficos,<br />

etnia, orientação sexual, religião, cultura<br />

etc. Surgem, nesse período, as estratégias<br />

de redução de risco com base no conceito<br />

de “comportamento de risco”. O novo conceito,<br />

de certa forma, minimizou o estigma<br />

7

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!