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Revista Feicon.pdf - 123Achei

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mercado empresarial<br />

afi rmarão que o SR4 é apenas uma maneira extravagante<br />

de substituir funcionários humanos. “Existem<br />

humanoides, desculpe, seres humanos, que fazem<br />

esse tipo de tarefa em grandes escritórios? Sem<br />

dúvida”, admite Bosworth. “Isso tem por objetivo<br />

eliminá-los inteiramente? Na realidade, não. Mas (os<br />

robôs) economizam, efetivamente, alguma mão de<br />

obra, em determinadas circunstâncias? Sim.”<br />

Personal robô<br />

Para empresas mais ricas, há o PR2, um “personal<br />

robô”, desenvolvido pela Willow Garage, um<br />

grupo de pesquisas em robótica de Menlo Park,<br />

Califórnia, fundada por Scott Hassan, um dos<br />

arquitetos originais do mecanismo de buscas do<br />

Google. O PR2 chegou ofi cialmente ao mercado em<br />

setembro, por US$ 400 mil, e a Samsung tornou-se<br />

um de seus primeiros clientes. Ao contrário de robôs<br />

Raciocínios usados na gestão de empresas<br />

já podem ser decompostos em<br />

fórmulas fáceis de reproduzir<br />

mais baratos para escritórios, o PR2 - com 1,5 metro<br />

de altura, dois braços e capaz de deslocar-se sobre<br />

rodas - pode solucionar problemas simples, abrir<br />

portas sem ser orientado para isso e conectar-se<br />

a uma tomada quando sua bateria estiver fraca. E<br />

como pode ser visto em vídeos de demonstração da<br />

Willow Garage, ele consegue apanhar uma cerveja<br />

na geladeira e joga sinuca muito bem. Em breve, as<br />

pessoas não vão precisar nem de amigos reais...<br />

No que diz respeito ao receio das pessoas quanto<br />

à chegada de robôs aos locais de trabalho, Tim<br />

Smith, porta-voz da Willow Garage, assume uma<br />

perspectiva histórica. “As pessoas parecem sempre<br />

ter medo de novas tecnologias”, diz. “Desconfi o que<br />

muitos lamentaram quando Benjamin Franklin criou<br />

os correios e, de uma hora para outra, o governo<br />

passou a saber onde cada pessoa morava”. Goste-se<br />

ou não, a Willow Garage está apostando que depois<br />

que os robôs entrarem no mercado de trabalho, as<br />

empresas não vão ignorar a tecnologia. “Quando<br />

você incorpora um robô capaz de manipulação<br />

móvel, como o PR2, as coisas fi cam emocionantes<br />

de verdade”, diz Joshua Smith, um professor associado<br />

de ciência e engenharia na Universidade de<br />

Washington, em Seattle. “Um robô torna possível<br />

que programas de computador movam objetos e<br />

modifi quem o estado físico de um prédio.” Smith,<br />

da Willow Garage, diz: “Se os EUA querem participar<br />

desse mercado, agora não é o momento para<br />

restringir os robôs, com base em receios tolos e<br />

injustifi cados”.<br />

inovação<br />

segunda espécie inteligente<br />

Hyoun Park, analista do Aberdeen Group, companhia<br />

de Boston especializada em pesquisa de mercado<br />

na área de tecnologia, concorda não haver nada a temer<br />

dos robôs, a não ser o próprio medo. “O estado atual da<br />

robótica é menos apropriado a substituir funcionários<br />

em meio a uma recessão”, afi r- ma, “e mais adequado ao<br />

clichê de ‘fazer mais com me- nos’”. Nem todo mundo<br />

acredita que mão de obra basea- da em porcas e parafusos<br />

seja algo inteiramente benigno. O empresário Marshall<br />

Brain, diz que os robôs vão se tornar amplamente<br />

disponíveis em 2030 e poderão acabar absorvendo quase<br />

metade de todos os empregos<br />

nos Estados Unidos. “Estamos<br />

bastante ocupados criando a segunda<br />

espécie inteligente”, diz<br />

ele. Brain, que vendeu seu site<br />

HowStuffWorks para o Discovery<br />

Channel por US$ 250<br />

milhões em 2007, sugere que<br />

os robôs são uma ameaça aos<br />

trabalhadores em todos os níveis de uma empresa. Até mesmo<br />

raciocínios de nível sofi sticado - a qualidade que, dizem muitos<br />

gerentes, os distinguem de seus subordinados e da inteligência<br />

artifi cial - podem ser decompostos em fórmulas fáceis de reproduzir.<br />

“Gestão de organizações é uma área na qual um robô<br />

imparcial, capaz de distribuir tarefas e avaliar desempenhos de<br />

funcionários de uma forma perfeitamente racional, pode realizar<br />

um trabalho melhor que o de um ser humano”, diz ele.<br />

O robô para escritórios está se aproximando, a uma velocidade<br />

surpreendente, de competências de gestão de nível superior.<br />

Na universidade Georgia Tech, o engenheiro pesquisador Alan<br />

Wagner vem colaborando com o professor Ronald Arkin na quebra<br />

do código de inteligência de robôs. De acordo com Wagner,<br />

sua pesquisa tem como objetivo “construir robôs em condições<br />

de não apenas interagir com seres humanos, mas também de<br />

representar, raciocinar e desenvolver relações com outros”. Eles<br />

desenvolveram um algoritmo que, segundo afi rmam, permite<br />

aos robôs, assim fazem altos executivos, “examinar uma situação<br />

e determinar se [ela] exige iludir, fornecer informações falsas,<br />

em benefício próprio”. Basicamente, eles ensinaram os robôs a<br />

mentir. Essa capacidade para fi ngir pode ser ainda mais alarmante<br />

para os trabalhadores humanos, que poderiam um dia perder<br />

seus empregos para um bando de sósias do Wall-E. No entanto,<br />

Bosworth, da Smart Robots, insiste que a ascensão de robôs cada<br />

vez mais sofi sticados oferece um pouco de esperança a pessoas<br />

em posições mais baixas, em todos os lugares. “A tecnologia cria<br />

postos de trabalho, ela não destrói empregos”, diz ele. Bosworth<br />

cita a invenção da televisão, que criou um novo setor de consertos<br />

de televisores. Ele prevê que há uma fortuna a ser ganha<br />

com a manutenção preventiva de robôs. Essa não é a melhor<br />

das notícias para os que têm ambições de carreira superiores às<br />

de ser mecânico de robôs. Mas, em um mercado onde os robôs<br />

podem tomar os bons empregos, qualquer trabalho é trabalho,<br />

certo? Fonte: Bloomberg Businessweek (Tradução de Sergio Blum) ME<br />

Para os entusiastas, a adoção<br />

dos robês pode criar novos<br />

empregos, como os de<br />

mecânicos especializados<br />

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