Leitura Complementar_Introdução à Química Orgânica.pdf
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As forças de London atuam apenas quando as moléculas se encontram<br />
muito próximas. Uma análise da equação revela que essas forças<br />
diminuem muito com a distância entre as moléculas (inversamente proporcional<br />
a r 6 ) e.que aumentam rapidamente com a polarizabilidade a.<br />
A polarizabilidade, por sua vez, aumenta com o volume molar. Isso ocorre<br />
porque, quanto maior a molécula, mais elétrons haverá e, consequentemente,<br />
menor será a influência dos núcleos sobre eles, tornando a nuvem<br />
eletrônica mais polarizável. Uma vez que o número de elétrons aumenta<br />
com o crescimento da massa molar, geralmente as forças de London aumentam<br />
com o crescimento desta; todavia, a massa não é diretamente a<br />
origem de interações fortes.<br />
Como as forças de London surgem da atração entre dipolos elétricos<br />
instantâneos de moléculas vizinhas, elas atuam entre quaisquer tipos de moléculas,<br />
mesmo nos casos em que ocorre interação dipolo-dipolo.<br />
Deve-se notar que uma molécula polar pode também atrair uma molécula<br />
apelar; por meio da interação dipolo-dipolo induzido.<br />
A intensidade das forças de London depende também das formas das<br />
moléculas. Considere, por exemplo, os alcanos isoméricos de fórmula C,H I2<br />
representados a seguir. Todos os três compostos possuem a mesma massa<br />
molecular e, consequentemente, o mesmo número de elétrons; no entanto,<br />
a temperatura de ebulição varia de 36°C a 9,5 "C,<br />
Pentano<br />
T =36°C<br />
e<br />
H C-CH-CH -CH<br />
3 I 2 3<br />
CH 3<br />
2-metilbutano<br />
T = 28°C<br />
e<br />
Capítulo 1 Estrutura e propriedades de moléculas orgânicas 19<br />
CH 3<br />
I<br />
H C-C-CH<br />
3 I 3<br />
CH 3<br />
2,2-dimetilpropano<br />
Te= 9,5°C<br />
A explicação para esse fato está na intensidade das forças intermoleculares,<br />
Em todos os três casos, como a natureza da força intermolecular<br />
é a mesma, ou seja, forças de London, a diminuição da temperatura de<br />
ebulição se deve <strong>à</strong> diminuição da intensidade dessas forças. Isso acontece<br />
porque, na medida em que o composto fica mais ramificado, ele se torna<br />
mais esférico, e, consequentemente, a área de contato entre as moléculas<br />
diminui, resultando em um decréscimo na intensidade das interações intermoleculares.<br />
Isso pode ser claramente observado na Figura 1.11, na qual a<br />
redução na área de contato entre as moléculas fica evidente, <strong>à</strong> medida que<br />
O composto se torna mais ramificado.<br />
Ligação de hidrogênio<br />
Do início do século XX até o final da década de 1930, apareceram<br />
~ na literatura muitas descrições de interações entre átomos de hidrogênio e<br />
átomos muito eletronegativos, que não se encontravam ligados por meio de<br />
ligação covalente. Em 1920, Latimer e Rodebush, estudando a estrutura e<br />
as propriedades da água sob o ponto de vista da teoria de valência de Lewis,<br />
propuseram em um artigo que o par de elétrons não ligantes de uma molécula<br />
de água devia ser capaz de exercer força suficiente sobre um átomo<br />
de hidrogênio de outra molécula de água, de modo que essas moléculas se<br />
encontrassem unidas umas <strong>à</strong>s outras. Segundo esses pesquisadores, "tal explicação<br />
corresponde a dizer que um núcleo de hidrogênio, mantido entre<br />
dois octetos, constitui uma ligação fraca"."<br />
LATIMER, W. M.; RODEBUSH, W. H. (1920).<br />
2,2-dimetilpropano Pentano<br />
Figura 1.11 Modelos das estruturas<br />
do 2,2-dimetilpropano e do pentano,<br />
em que as esferas cinzas representam<br />
os átomos de hidrogênio e as azuis, os<br />
de carbono. Os raios das esferas são<br />
proporcionais aos raios atômicos.