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teatro, educação e transformação social na grécia antiga

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Universidade Estadual de Maringá<br />

08 e 09 de Junho de 2009<br />

de condução da ordem <strong>social</strong>: “... O arconte admitia nos concursos quem bem lhe<br />

parecesse, sem deixar, contudo, de se aconselhar com os entendidos no assunto, uma<br />

vez que o próprio magistrado tinha interesse pessoal no sucesso de festa...”<br />

(BRANDÃO, 1992, p. 95).<br />

Desta forma pode verificar que, devido ao patrocínio subsidiado para a produção e<br />

dispensado a organização das apresentações, e também pela necessidade de submissão<br />

ao crivo do magistrado <strong>na</strong> análise e aprovação – ou não – das peças a serem ence<strong>na</strong>das,<br />

as apresentações trágicas acabavam por se tor<strong>na</strong>rem submissas a um controle rígido,<br />

tanto religioso quanto político, por parte dos legisladores da pólis e dos setores<br />

domi<strong>na</strong>ntes desta sociedade.<br />

O controle “estatal” fez-se necessário nesse momento, pois a tragédia grega atingira no<br />

período clássico patamares tão elevados que colocaram as apresentações no centro da<br />

vida pública desse povo:<br />

O Estado fomentava estes concursos por meio de prêmios e<br />

representações, para os orientar <strong>na</strong> sua carreira e simultaneamente<br />

estimular. Independentemente da permanência da tradição profissio<strong>na</strong>l<br />

em qualquer arte e principalmente <strong>na</strong> grega, era inevitável que esta<br />

comparação viva, ano após ano, criasse para aquela nova forma de arte<br />

um “controle” espiritual e <strong>social</strong> permanente (JAEGER, 1979, p. 293).<br />

Com toda a interferência dos setores administrativos da pólis, a tragédia passou a expor<br />

uma função política, pois era constantemente usada pelos legisladores das cidades-<br />

Estado, como Clístenes (510-508 a.C.) e Péricles (443-429 a.C.) – entre outros –, como<br />

instrumento de propaganda “estatal”.<br />

Nesta perspectiva, Werner Jaeger afirma que a tragédia grega carregava em si “uma<br />

força educativa” (1979, p. 293) que os líderes da pólis, no século V a.C. acabaram<br />

adotando para ajudar <strong>na</strong> organização das cidades que estavam se estruturando e para a<br />

manutenção do sistema democrático que vigorara como forma de administração <strong>na</strong><br />

maioria das cidades-Estado grega, principalmente <strong>na</strong> cidade de Ate<strong>na</strong>s.<br />

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