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teatro, educação e transformação social na grécia antiga

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Universidade Estadual de Maringá<br />

08 e 09 de Junho de 2009<br />

estava de acordo com as regras de conduta <strong>social</strong>. Isso fazia com que passasse da<br />

felicidade à dor, da paz à desarmonia, quebrando assim o equilíbrio mantido e/ou<br />

pretendido pelas leis e/ou convenções da comunidade da qual fazia parte como<br />

integrante ou como detentor do poder.<br />

Com isso o herói da tragédia acabava por ter que pagar um castigo por sua desventura<br />

ou por seu crime como forma de purificação. A pe<strong>na</strong> geralmente era o exílio como no<br />

caso de Édipo (<strong>na</strong> peça Édipo Rei), ou a morte como no caso de Ájax (<strong>na</strong> peça<br />

homônima).<br />

O que se pode verificar <strong>na</strong>s peças trágicas é que esse desequilíbrio causado não<br />

acontecia com a total ignorância do herói. A intenção da tragédia era que o efeito<br />

trágico fosse a representação da emancipação do herói, ou do homem da pólis, diante da<br />

crença num destino predetermi<strong>na</strong>do. Sua função era provocar um rompimento com a<br />

crença mítica do herói num destino imposto pelos deuses em favor da vontade do<br />

homem racio<strong>na</strong>l e detentor de suas decisões:<br />

Ao longo do conflito trágico participamos da luta do herói com um<br />

sentimento de admiração e, mais, de estreita fraternidade. Esta<br />

participação, esta alegria, só podem significar uma coisa – uma vez<br />

que somos homens: é que a luta do herói contém, até <strong>na</strong> mortetestemunho,<br />

a promessa de que a ação do herói contribui para nos<br />

libertar do Destino (BONNARD, 1980, p. 159).<br />

Essa característica de libertar o homem das amarras de um destino predetermi<strong>na</strong>do<br />

diferenciava a tragédia dos gêneros poéticos que a antecederam: a poesia épica e a<br />

poesia lírica. A tragédia do período Clássico não apresentava o herói ou o gover<strong>na</strong>nte<br />

como eram apresentados <strong>na</strong>s epopéias e <strong>na</strong>s poesias líricas.<br />

Esses gêneros poéticos anteriores a tragédia mostravam heróis que atribuíam as<br />

responsabilidades de seus atos ao destino predetermi<strong>na</strong>do pela deusa Moira, e por isso<br />

aceitavam suas pe<strong>na</strong>s de maneira submissa, mesmo porque acreditavam que qualquer<br />

interferência huma<strong>na</strong> no destino imposto pelos deuses poderia causar a desordem <strong>na</strong><br />

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