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Selos de chumbo.
Foram encontrados no total 46 selos de chumbo durante as escavações desta
temporada, a maioria deles acumulados dentro de uma concreção de ferro a
nível do primeiro dormente e a almogama de proa. Existem basicamente dois
formatos nestes selos de chumbo, sendo o primeiro constituído por dois discos
de chumbo ligados por uma tira de chumbo que permite apertar e fechar os
dois discos (Tipo A). O segundo formato é um cilindro plano de forma
octagonal com pequenos selos em ambas as faces planas (Tipo B), e ainda que
este tipo não pareça ser um “selo” como deve ser por não aparentar ter
nenhuma função em termos de selar, ele foi incluído no grupo devido ao
material de que é feito e da relação espacial com o grupo anterior.
Tipo A
Este grupo de selos de chumbo apresenta quarto pares diferentes de símbolos.
O mais comum é aquele que reproduz o símbolo português “Esfera Armilar”.
Esta imagem era o emblema pessoal do Rei D. Manuel I, mesmo antes de se
tornar Rei, quando ainda era Duque de Beja, e representa a epopeia
portuguesa de navegação. Este selo confirma provavelmente que o barco
transportava uma carga oficial da Índia para o Rei de Portugal. Curiosamente,
não foi possível reconhecer o símbolo no reverso de qualquer dos selos de
chumbo deste sub-grupo, ainda que fossem evidentes marcas de uma espécie
de cota de armas ou brasão
O selo de chumbo
com a forma da
“Esfera Armilar”
portuguesa
(Artefacto No.
15055). A
descoberta deste
artefacto reforça
fortemente a
hipótese do barco
ser português.
O segundo em ocorrência foi o grupo dos selos com a “Fleur de Lis” numa das
faces e um brasão não identificável na outra face. Os artefactos pertencentes a
este grupo eram os mais pequenos de tamanho entre todos os exemplares de
selos de chumbo existentes.
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