Portuguese - Publications
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IDM-010 Ilha de Moçambique, 45 dias entre 01/04/06 e 02/11/06<br />
Descrição do site e opiniões.<br />
A nossa equipa conhece este naufrágio desde 18 de Julho de 2002, altura em<br />
que pescadores locais e colaboradores nos mostraram a sua localização. Mas foi<br />
só em Março de 2006, quando notámos uma crescente actividade dos<br />
pescadores, pilhando o naufrágio numa base bastante regular, que se tomou a<br />
decisão de escavar, recuperar e, por conseguinte, proteger o seu conteúdo. Foi<br />
com preocupação que observámos garrafas cerâmicas de gin e garrafas de<br />
vidro para vinho, de óbvia origem marítima, a serem vendidas aos turistas na<br />
ilha, em grandes quantidades, e quando confirmámos que esses artefactos<br />
estavam a ser removidos do site do naufráfio mencionado, não houve outro<br />
remédio senão organizar uma operação de “arqueología de salvamento”.<br />
Ainda que os destroços do naufrágio não fossem de grande importância<br />
arqueológica devido à data preliminarmente atribuída através da pesquisa<br />
(meados do século XIX), durante a recuperação dos artefactos foram<br />
adoptados todos os procedimentos arqueológicos.<br />
O site localiza-se a aproximadamente 500m da praia do Forte de São Sebastião,<br />
a uma profundidade de 9 a 12m, dependendo da maré, num fundo plano e<br />
arenoso. Os aspectos mais relevantes relacionados com este site são duas<br />
caixas de aço (muito provavelmente tanques de água do barco), que estavam<br />
meio expostas na superfície de sedimentos, e uma grande dispersão de carvão.<br />
Quando procedemos â primeira pesquisa e avaliação, tudo o resto que estava<br />
exposto no fundo do mar já tinha sido removido.<br />
Durante as primeiras tentativas foi descoberto que ainda existia um número<br />
razoável de artefactos enterrados nos primeiros 0.3m de sedimento, bem como<br />
que tinha sobrevivido parte da madeira do casco, em frágeis condições, e<br />
pedaços com revestimento de cobre. Depois de termos aproximadamente<br />
delimitado o campo de destroços do site, duas linhas de referência foram<br />
montadas: uma colocada norte-sul e a outra leste-oeste, com o centro do eixo<br />
coordenador naquilo que nos pareceu ser o centro do campo de destroços.<br />
A escavação começou no sector sudoeste do centro até uma profundidade de<br />
mais de 1m, onde se atingiu o fundo do casco. A esse nível, abrimos uma<br />
frente de escavação e continuámos a movimentação em direcção sul.<br />
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