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Estruturas orgânicas

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APÊNDICE <strong>Estruturas</strong> <strong>orgânicas</strong><br />

Representamos as moléculas <strong>orgânicas</strong> da natureza como as estruturas da Figura 2.2. Este apêndice apresenta uma breve<br />

revisão dos princípios da estrutura molecular dos compostos orgânicos, para auxiliar o leitor a interpretar os diagramas estruturais<br />

encontrados neste livro.<br />

Hidrocarbonetos; alcanos<br />

Os hidrocarbonetos são compostos orgânicos que contêm somente carbono e hidrogênio. O carbono possui quatro elétrons<br />

de valência (os elétrons de valência estão na parte externa da camada de eletrônica e estão disponíveis para o compartilhamento<br />

com outros átomos), que podem ser compartilhados com até quatro outros átomos. Esses elétrons compartilhados<br />

constituem as ligações químicas. Eles são a ‘cola’ que mantém a molécula unida. O hidrocarboneto mais simples é o CH , meta-<br />

4<br />

no, o principal componente do gás natural.<br />

O carbono também pode compartilhar elétrons com outros átomos de carbono. Se substituirmos um dos átomos de H no<br />

metano por um átomo de C e adicionarmos mais três átomos de H, o resultado é o etano, C H , cuja estrutura pode ser represen-<br />

2 6<br />

tada traçando-se linhas entre os átomos que compartilham elétrons:<br />

H<br />

H C<br />

H<br />

A substituição de um átomo de H no etano com outro átomo de C e mais três átomos de H produz o propano, C 3 H 8 :<br />

H<br />

H C<br />

H<br />

H<br />

C<br />

H<br />

Os próximos membros dessa série de moléculas são butano, C 4 H 10 , pentano, C 5 H 12 , hexano, C 6 H 14 e assim por diante. Cada<br />

vez que um átomo de C é adicionado, o mesmo acontece com dois átomos de H; a fórmula geral para essa série, denominada<br />

alcanos, é C n H 2n+2 .<br />

Cadeias ramifi cadas; isômeros<br />

Entretanto, quando chegamos ao butano, há duas formas de arranjarmos as ligações:<br />

H<br />

H C<br />

H<br />

H<br />

C<br />

H<br />

H<br />

C<br />

H<br />

H<br />

C<br />

H<br />

H<br />

C<br />

H<br />

H<br />

C<br />

H<br />

H<br />

H<br />

H<br />

H ou H C<br />

O quarto átomo de C pode ser adicionado ao fi nal da cadeia de três átomos de C ou no meio. As duas moléculas possuem<br />

a mesma fórmula química, mas, como o arranjo da ligação difere, elas apresentam diferentes propriedades físicas (por<br />

exemplo, diferentes pontos de fusão e ebulição) e químicas (diferente reatividade). São chamadas de isômeros. O primeiro<br />

isômero é denominado de n-butano (n- para ‘normal’; todos os alcanos de cadeia linear carregam esse prefi xo) e o segundo,<br />

de isobutano.<br />

H<br />

H<br />

H<br />

C<br />

C<br />

H<br />

H<br />

C<br />

H<br />

H<br />

H


À medida que o número de átomos de C aumenta, o número de isômeros possíveis cresce rapidamente. Para fazer a<br />

distinção entre esses isômeros, foi desenvolvido um esquema sistemático de nomenclatura. O nome se baseia na cadeia mais<br />

longa de átomos de C na molécula, e a posição da substituição de uma cadeia mais curta é numerada com origem no fi nal da<br />

cadeia mais longa. Por exemplo, o nome sistemático para o isobutano é 2-metilpropano, porque a cadeia mais longa possui<br />

três átomos de C, e o segundo átomo de C dessa cadeia carrega um grupo metila. O sufi xo –il indica um fragmento em que uma<br />

ligação a um átomo de H é substituída por uma ligação com o restante da molécula, ou seja:<br />

2<br />

Química ambiental<br />

H C H H C<br />

3 3<br />

metano metila<br />

É conveniente juntar os átomos de H com os átomos de C, aos quais eles estão ligados, tornando implícitas as ligações C—H.<br />

Outro exemplo de um hidrocarboneto de cadeia ramifi cada é o 2,2,4-trimetilpentano:<br />

CH CH 3<br />

3<br />

1 2 3 4 5<br />

CH CH CH 2<br />

3<br />

H 3 C C<br />

CH 3<br />

Essa molécula, também chamada de ‘iso-octano’, é um isômero de n-octano. As propriedades de combustão do iso-octano<br />

defi nem a ‘escala de octanagem’ da qualidade da gasolina.<br />

Os n-alcanos são moléculas de cadeia linear, e os seus isômeros são moléculas de cadeia ramificada. Os organismos produzem<br />

hidrocarbonetos de cadeia linear como os principais componentes de gorduras e lipídios. As gorduras são moléculas<br />

de armazenamento de energia, e os lipídios são os blocos de construção das membranas biológicas. Conseqüentemente, o<br />

petróleo contém uma proporção considerável de hidrocarbonetos de cadeia linear. Mas ele também contém muitos hidrocarbonetos<br />

de cadeia ramifi cada, porque as condições de altas pressão e temperatura dos depósitos geológicos induzem<br />

ao rearranjo das ligações C—C. Esse processo é deliberadamente contínuo nos reatores químicos das refi narias de petróleo,<br />

visto que os hidrocarbonetos com cadeias ramifi cadas possuem classifi cação de octanagem mais elevada do que os de cadeias<br />

lineares.<br />

Anéis<br />

No processo de ligar os átomos de C entre si, é possível formar anéis, além de cadeias. Podemos ter:<br />

CH 2<br />

H C CH 2 2<br />

ciclopropano<br />

H 2 C CH 2<br />

H 2 C CH 2<br />

ciclobutano<br />

CH 2<br />

H 2 C CH 2<br />

H 2 C CH 2<br />

ciclopentano<br />

e assim por diante.<br />

Os anéis também podem ser unidos para formar as moléculas policíclicas. Um exemplo disso é o marcador molecular<br />

biológico, bacterio-hopanotetrol (veja a Figura 2.2), que possui quatro anéis de seis membros e um anel de cinco membros,<br />

além de uma cadeia de sete carbonos. Essa molécula complexa é produzida pelas bactérias, mas os animais também produzem<br />

moléculas policíclicas, tal como o colesterol (C H O):<br />

27 46<br />

HO<br />

18<br />

H 3 C<br />

21<br />

20 22<br />

2<br />

11 12<br />

17 23<br />

19 13<br />

H C<br />

16<br />

3 9 14<br />

24<br />

1<br />

10 8 15 25<br />

H H<br />

26<br />

3<br />

4<br />

5<br />

6<br />

7<br />

27<br />

Os números indicam as posições dos 27 carbonos; nem todas as ligações C—H são mostradas: os carbonos 3, 6, 8, 9, 14, 17,<br />

20 e 25 são, cada qual, ligados a um único hidrogênio; os carbonos 1, 2, 4, 7, 11, 12, 15, 16, 22, 23 e 24 são ligados a dois hidrogênios;<br />

os carbonos 18, 19, 21, 26 e 27 são ligados a três hidrogênios; os carbonos 5, 10 e 13 não possuem ligação C—H.


Resolução de problema A.1 Isômeros de pentano<br />

Quantos isômeros de pentano existem? Desenhe e nomeie-os.<br />

Um isômero é obviamente o n-pentano de cadeia linear:<br />

CH3 CH2 CH2 CH2 CH3 Outro isômero é obtido inserindo-se um grupo metila no meio de uma cadeia de quatro átomos de C:<br />

H 3 C CH<br />

CH 3<br />

Esse é o 2-metilbutano (note que não importa qual dos dois átomos de C no meio está ligado aos grupos metila, porque se obtém a<br />

mesma molécula girando-se a estrutura). Finalmente, os dois grupos metila podem estar ligados ao C do meio de uma cadeia de três C:<br />

CH 3<br />

C<br />

CH 2<br />

CH 3<br />

CH 3<br />

Esse é o 2,2-dimetilpropano. Outro nome, igualmente descritivo, seria tetrametilmetano, o qual identifi ca que essa molécula pode se<br />

derivar do CH 4 substituindo-se todos os quatro átomos de H por grupos metila.<br />

Não há outra maneira de combinar as moléculas com a fórmula C 5 H 12 . O pentano possui três isômeros.<br />

Hidrocarbonetos insaturados<br />

O carbono pode compartilhar dois ou três de seus quatro elétrons de valência por vez, formando ligações duplas ou triplas<br />

(simbolizadas por linhas duplas ou triplas, ═ e ≡). O hidrocarboneto mais simples com uma ligação dupla é o eteno (comumente<br />

chamado de etileno), CH ═CH , e o mais simples com uma ligação tripla é o etino (chamado de acetileno), CH≡CH. Os átomos<br />

2 2<br />

de H nesses alcenos e alcinos mais simples podem ser substituídos por átomos de C para formar moléculas mais complexas. Por<br />

exemplo, substituir um átomo de H em etileno e acetileno por um grupo metila produz o propeno (geralmente chamado de<br />

propileno), CH ═CHCH , e propino, CH≡CCH , respectivamente. Se há duas ou mais ligações duplas ou triplas, temos um poli-eno<br />

2 3 3<br />

ou poli-ino.<br />

As moléculas com ligações C═C ou C≡C são considerados insaturados, porque os átomos de C não possuem o complemento<br />

integral dos quatro possíveis parceiros de ligação. Estamos todos familiarizados com os óleos de cozinha insaturados e<br />

poliinsaturados, porque podem contribuir menos do que os óleos saturados para as doenças cardíacas. Os óleos insaturados<br />

contêm moléculas de gordura com uma ligação dupla em suas cadeias de hidrocarboneto, e os óleos poliinsaturados possuem<br />

duas ou mais ligações duplas em uma cadeia.<br />

Forma molecular<br />

As moléculas insaturadas diferem das moléculas saturadas na forma, porque os ângulos da ligação diferem. Os pares de<br />

elétrons na camada de valência tentam se manter o mais distante possível um do outro. Desse modo, se um átomo de C possui<br />

quatro parceiros de ligação, as ligações se estendem para os quatro cantos de um tetraedro (ângulos de ligação de 109,5º). Mas,<br />

se há uma ligação dupla, os dois pares de elétron na ligação são forçados a ocupar a mesma região no espaço e juntos permanecem<br />

o mais distante possível dos outros dois pares de elétrons nas ligações simples. As três ligações, uma dupla e duas simples,<br />

apontam para os cantos de um triângulo eqüilátero (ângulos de ligação de aproximadamente 120º). O resultado é que a unidade<br />

com dois carbonos, com suas ligações simples associadas, é planar. Portanto, o etileno pode ser representado como:<br />

CH 3<br />

H H<br />

C C<br />

H H<br />

CH 3<br />

Apêndice – <strong>Estruturas</strong> <strong>orgânicas</strong><br />

3


Analogamente, os elétrons em uma ligação tripla fi cam o mais distante possível do par nas ligações simples restantes,<br />

produzindo um ângulo de ligação de 180º. Uma ligação tripla é colinear com as ligações simples associadas; o acetileno pode<br />

ser representado como:<br />

4<br />

Química ambiental<br />

H—C≡C—H<br />

Outro importante aspecto geométrico é a facilidade de rotação em torno de uma ligação. A rotação é fácil em torno das<br />

ligações simples; as partes da molécula conectadas por uma ligação única podem adotar várias orientações intercambiáveis.<br />

Contudo, a rotação em torno de uma ligação dupla é difícil; isso só ocorre sob temperaturas muito elevadas. Conseqüentemente,<br />

há duas orientações separadas para as partes da molécula conectadas por uma ligação dupla, tais como:<br />

CH 3<br />

H C 3<br />

C C<br />

H H<br />

cis-2-buteno<br />

ou<br />

H C H<br />

3<br />

C C<br />

H<br />

trans-2-buteno<br />

Essas duas orientações são chamadas de cis e trans (grupos metila do mesmo lado ou em lados opostos da ligação dupla).<br />

Como a ligação dupla não gira, trata-se de isômeros geométricos, que possuem propriedades físicas e químicas diferentes porque<br />

suas formas são diferentes.<br />

Representações da estrutura do carbono<br />

Para reduzir a desordem nos diagramas estruturais orgânicos, pode-se simplesmente representar a estrutura do carbono<br />

como uma série de linhas interconectadas. Por exemplo, o n-octano e o iso-octano podem se representados como:<br />

n-octano<br />

e<br />

iso-octano<br />

Os átomos de H e C estão implícitos nessas representações. Subentende-se que as linhas conectam os átomos de C, que<br />

possuem tantas ligações C—H quantas forem necessárias para completar seu complemento de quatro ligações. A dobra entre<br />

as linhas representa o fato de que os átomos saturados de C possuem ângulos de ligação tetraédricos.<br />

Quando a estrutura de carbono contém ligações duplas ou triplas, isso é indicado por linhas duplas ou triplas traçadas no<br />

ponto apropriado.<br />

cis-2-buteno 2-butino<br />

Note que as linhas são colineares para o 2-butino, por causa dos ângulos de ligação de 180º. Às vezes, a representação da<br />

estrutura é utilizada com parte dos átomos de H mantidos para fi ns de clareza, assim como na estrutura de colesterol.<br />

Resolução de Problema A.2 <strong>Estruturas</strong> de nome<br />

Denomine os seguintes compostos com base nas representações das estruturas:<br />

cis-3-hexeno 2-metil-trans-3-penteno<br />

CH 3<br />

Note que essas duas moléculas têm o mesmo número de átomos C e H; elas são isômeros.<br />

Cicloexeno 1,3-cicloexadieno<br />

As ligações são sempre cis em uma estrutura anelar, por isso essa designação é dispensável.


Compostos aromáticos<br />

Quando o anel com seis membros possui três ligações duplas, um tipo diferente de molécula, o benzeno, é formado. As<br />

ligações duplas podem ser representadas de duas formas alternativas, porém equivalentes:<br />

benzeno<br />

Normalmente, as ligações duplas são mais curtas do que as ligações simples, mas no benzeno todas as seis ligações de<br />

carbono-carbono apresentam o mesmo comprimento. Os elétrons acabam adotando ambas as combinações de ligações ao<br />

mesmo tempo, um fenômeno denominado ressonância (e indicado pela seta de duas pontas acima desenhada). Em geral,<br />

representamos essa situação inscrevendo um círculo no anel.<br />

Em virtude da ressonância, a molécula de benzeno é mais estável e menos reativa do que se poderia esperar de uma molécula<br />

com três ligações duplas.<br />

Os átomos de hidrogênio no benzeno podem ser substituídos por átomos de carbono, fazendo surgir uma grande classe<br />

de moléculas chamada (por razões históricas) de moléculas aromáticas. Por exemplo, o metilbenzeno, também chamado de<br />

tolueno, é um solvente comum:<br />

H 3 C<br />

tolueno<br />

A molécula de lignina na Figura 2.4 é uma molécula aromática muito complexa.<br />

Quando dois ou mais átomos de H no benzeno são substituídos, a possibilidade de isômeros aumenta novamente. Por<br />

exemplo, há três isômeros de xileno, a molécula obtida pela substituição de dois grupos metila no benzeno:<br />

o- m-p-<br />

Eles são designados como orto-, meta- e para-, abreviados como o-, m- e p- (os nomes sistemáticos, contudo, são 1,2-, 1,3- e<br />

1,4-dimetilbenzeno).<br />

Quando uma molécula de benzeno se liga a uma molécula orgânica maior, ela é chamada de grupo fenila. Por exemplo, o<br />

inseticida DDT é o diclorodifeniltricloroetano.<br />

Assim como no caso dos anéis saturados nos alcanos policíclicos, é possível unir os anéis de benzeno para formar os hidrocarbonetos<br />

aromáticos policíclicos [PAH], por exemplo:<br />

naftaleno antraceno<br />

Esses PAHs constituem subprodutos de combustão incompleta. São motivos de preocupação como potentes carcinógenos.<br />

O PAH mais comum é a grafi te, cuja estrutura é uma lâmina contínua de anéis de benzeno (veja a Figura 2.4).<br />

Heteroátomos; grupos funcionais<br />

Os compostos orgânicos se baseiam no carbono e no hidrogênio, mas geralmente contêm átomos de outros elementos,<br />

coletivamente conhecidos como heteroátomos. Os elementos mais comumente encontrados são halogêneos, oxigênio, nitrogênio,<br />

enxofre e fósforo. Freqüentemente, esses heteroátomos são locais de reatividade química, e os grupos químicos que os<br />

Apêndice – <strong>Estruturas</strong> <strong>orgânicas</strong><br />

5


contêm são chamados de grupos funcionais (veja a Tabela A.1). As ligações duplas e triplas também constituem grupos funcionais;<br />

seus elétrons são ligados mais frouxamente do que os das ligações simples, tornando-os mais reativos.<br />

Os átomos de halogêneo formam somente uma ligação e podem, em princípio, ser substituídos por qualquer dos átomos<br />

de H em um hidrocarboneto. O símbolo geral para os organo-halogenados é RX, onde X representa F, Cl, Br ou I; e R representa o<br />

restante da molécula orgânica. Os organo-halogenados são geralmente menos reativos do que o hidrocarboneto original. Essa<br />

é uma das razões de os pesticidas à base de organoclorados, tal como o DDT, representarem uma preocupação ambiental. Em<br />

razão de sua baixa reatividade, duram muito e podem se acumular nos tecidos do organismo animal, até mesmo do humano.<br />

Os átomos de oxigênio formam duas ligações covalentes, como ocorre na H O. Se um átomo de O forma uma ligação com<br />

2<br />

um átomo de C, bem como com um átomo de H, obtemos um álcool, simbolizado por ROH. Os álcoois são nomeados acrescentando-se<br />

–ol ao fi nal do nome da molécula orgânica. O álcool ingerível é o álcool etílico, ou etanol, CH —CH —OH. A molécula<br />

3 2<br />

complexa na Figura 2.2 é designada como bacterio-hopanotetrol por causa dos quatro grupos de álcool que contém.<br />

6<br />

TABELA A.1 Grupos funcionais orgânicos selecionados.<br />

Nome da classe Grupo funcional Estrutura geral de classe*<br />

Alcano Nenhum R — H<br />

Alceno<br />

R R<br />

C C<br />

R R<br />

Alcino C C R R<br />

Haleto X (X = F, Cl, Br, I) R X<br />

Álcool<br />

Éter<br />

Aldeído<br />

Cetona<br />

Amina<br />

Imina<br />

Química ambiental<br />

C O H R OH<br />

C O C<br />

O<br />

C<br />

O<br />

C<br />

H<br />

C N<br />

C N<br />

R<br />

R<br />

R<br />

R<br />

O<br />

O<br />

R<br />

R H<br />

O<br />

R R<br />

Nitrilo C N R N<br />

Ácido carboxílico<br />

Éster<br />

Amida<br />

*Em algumas classes, R, R’ e R” podem ser H.<br />

O<br />

C<br />

O H<br />

R<br />

N<br />

N<br />

O<br />

R<br />

R<br />

R<br />

OH<br />

O O<br />

R R<br />

C O C<br />

O<br />

O<br />

C<br />

N<br />

R<br />

O<br />

N<br />

R<br />

R


Se o átomo de O é ligado a dois átomos de C, temos um éter, ROR’. Fazemos a distinção entre R e R’ porque os dois fragmentos<br />

orgânicos que estão conectados ao átomo de O não precisam ser iguais. Um exemplo é:<br />

O CH3 H3C C CH3 CH3 metil-terc-butil éter<br />

abreviado como MTBE (o -terc representa terciário e o terc-butil é uma forma de designar um grupo de quatro carbonos, em<br />

que todas as ligações que partem do átomo conector de C seguem para outros átomos de C). Atualmente, o MTBE é utilizado<br />

como aditivo da gasolina com o propósito de reduzir a poluição, mas ganhou notoriedade por causa da contaminação de lençóis<br />

freáticos por vazamentos de gasolina. Note que a estrutura de lignina (veja a Figura 2.4) possui muitos grupos de álcool<br />

e éter.<br />

O átomo de O também pode formar uma ligação dupla com um átomo de C, e o grupo resultante C═O é chamado de carbonila.<br />

Os compostos de carbonila se distinguem pelo que está ligado ao átomo de C. As cetonas possuem dois outros átomos<br />

de C, e os aldeídos possuem um átomo de C e um átomo de H. Os exemplos comuns são:<br />

O<br />

C<br />

H C CH 3 3<br />

acetona<br />

Outros grupos funcionais são os ácidos carboxílicos e os ésteres:<br />

e<br />

O<br />

C<br />

H C H<br />

3<br />

acetaldeído<br />

O O<br />

R C R C<br />

OH OR<br />

ácido orgânico éster<br />

A química do grupo carbonila é consideravelmente alterada quando se tem um grupo OH ou OR ligado ao átomo de C. Os<br />

poliésteres constituem uma importante classe de moléculas de polímero em que os hidrocarbonetos são ligados repetindo-se<br />

os grupos éster em longas cadeias. São amplamente utilizados em tecidos e recipientes de plástico.<br />

Finalmente, dois átomos de oxigênio podem compartilhar uma ligação simples, enquanto cada um deles possui outra<br />

ligação simples com H ou com C. São os peróxidos, com a fórmula geral R—O—O—R’. Se um dos grupos R for o H, temos um<br />

hidroxiperóxido; o membro mais simples da família, H—O—O—H, é o peróxido de hidrogênio. A ligação O—O é fraca, e os peróxidos<br />

são uma classe reativa de moléculas. Eles desempenham um papel importante na química da poluição.<br />

Como o enxofre está no mesmo grupo da tabela periódica que o oxigênio, as mesmas regras de valência se aplicam e<br />

grupos funcionais similares são encontrados tanto no enxofre orgânico quanto nos compostos orgânicos de oxigênio. Entretanto,<br />

por ser um átomo maior, ele é capaz de ter mais do que oito elétrons em sua camada de valência quando se combina<br />

com elementos altamente necessitados de elétrons (eletronegativos), tais como oxigênio e fl úor. Os átomos de oxigênio podem<br />

prontamente se somar aos compostos orgânicos de enxofre, produzindo sulfonas, R SO, sulfóxidos, R SO ou ácidos sulfônicos,<br />

2 2 2<br />

RSO H. Embora muito menos abundantes do que o oxigênio nos tecidos biológicos, o enxofre é um componente signifi cativo<br />

3<br />

do carvão e do petróleo, além de ser um importante fator de contribuição para a poluição atmosférica, quando esses combustíveis<br />

fósseis são queimados.<br />

Os compostos com três ligações a um átomo de N são as aminas. Além da amônia, NH , incluem as aminas primárias, RNH ,<br />

3 2<br />

aminas secundárias, R,R’NH e aminas terciárias, R,R’,R”N. Os compostos com N de dupla ligação são as iminas, R,R’C NR” (os Rs<br />

também podem ser H), e os compostos com N de tripla ligação são os nitrilos, RC≡N.<br />

Uma classe importante de compostos é o das amidas, na qual um átomo de N é conectado ao átomo de C de um grupo<br />

carbonila:<br />

R C<br />

O<br />

Os polímeros de poliamida (por exemplo, náilon) são importantes como fi bras e plásticos, e as moléculas de proteína, que<br />

possuem aminoácidos ligados de uma ponta a outra por conexões de amida são as próprias poliamidas da natureza.<br />

N<br />

R<br />

R<br />

Apêndice – <strong>Estruturas</strong> <strong>orgânicas</strong><br />

7


8<br />

Química ambiental<br />

H N 2<br />

C<br />

CH<br />

O<br />

OH<br />

R<br />

O fósforo está no mesmo grupo que o nitrogênio na tabela periódica e os análogos de fósforo das aminas são as fosfi nas.<br />

Entretanto, o fósforo forma ligações muito mais fortes com o oxigênio do que com o carbono ou o hidrogênio. Na natureza, os<br />

átomos de P estão sempre cercados por átomos de O. A forma mais comum é o íon fosfato, PO⊌ – , que pode se condensar em<br />

íons fosfato, tal como o tripolifosfato, ao formar ligações P—O—P. Muitas moléculas biológicas importantes são os ésteres de<br />

fosfato, ROPO⊀ – ; os ácidos nucléicos são polímeros mantidos unidos por ligações de fosfodiéster, RO— PO 2 —OR’.

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