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Carlos Otaviano Brenner de Morais - Ministério Público - RS

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Geral reverter aquela <strong>de</strong>cisão, mas até hoje se mantém na Corregedoria, aí sim seguramente<br />

com base em critérios técnicos essa classificação. Depois acho que um outro <strong>de</strong>safio<br />

importante foi fazer com que a Corregedoria se caracterizasse mais pela promoção da<br />

orientação do que pela disciplina em si. Era preciso dar ênfase à orientação, mostrar que a<br />

Corregedoria não era punitiva, ela cumpria essa missão, ela tinha uma visão superior.<br />

Memorial: E como é que foi a sua experiência como presi<strong>de</strong>nte da Associação?<br />

Entrevistado: Olha, também é uma experiência que muito me orgulha, afinal <strong>de</strong> contas<br />

é uma entida<strong>de</strong> que, à época, completou 65 anos. É uma entida<strong>de</strong> que atinge assim essa ida<strong>de</strong><br />

porque tem bases sólidas e essa soli<strong>de</strong>z vem da forma como ela foi, ao longo <strong>de</strong>sse período,<br />

gerenciada, administrada, relacionada com os outros. Também porque a Associação foi na<br />

minha experiência administrativa o primeiro espaço <strong>de</strong> maior abertura, estamos falando <strong>de</strong><br />

1980, em que a figura do Procurador-Peral era bem mais distante do que hoje. E quando<br />

chegamos na Associação, o Dr. Paulo Olímpio era uma figura muito amável, querida e que nos<br />

fez nos sentirmos em casa. Quanto a administração da Associação em si, vejo como uma<br />

experiência importante, um grupo <strong>de</strong> colegas que até então não tinha tido uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

força na Associação fosse no âmbito da administração do <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> para compartilhar<br />

responsabilida<strong>de</strong>s pelo <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> e que a partir da nossa chegada, teve essa<br />

oportunida<strong>de</strong>. E <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então se tem movimentado <strong>de</strong>ntro da classe sob o ponto <strong>de</strong> vista<br />

político na busca <strong>de</strong> dar continuida<strong>de</strong> a esse trabalho <strong>de</strong> assunção <strong>de</strong> passagem <strong>de</strong><br />

responsabilida<strong>de</strong>. Também nesse período registro os nossos dois congressos. Um <strong>de</strong>les para<br />

tratar do tema da responsabilida<strong>de</strong> social no setor público que é um tema que reputo da maior<br />

relevância. Responsabilida<strong>de</strong> social significa uma responsabilida<strong>de</strong> além daquela que a lei nos<br />

obriga. Quando a pessoa indo está além daquilo que a lei alvitra, voluntariamente assume uma<br />

parcela <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> em <strong>de</strong>terminado trecho da sua realida<strong>de</strong>, propõe-se a transformála<br />

ou participa <strong>de</strong>sse processo <strong>de</strong> transformação em parceria, é isso que se vê no mundo<br />

empresarial. Essas mesmas idéias <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong> e parceria, eu penso <strong>de</strong>veriam ser levadas<br />

para o setor público. O <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> tem que ser solidário com a Susepe. Não é só<br />

apontar as falhas através da Promotoria <strong>de</strong> Execuções, por mais relevante que sejam <strong>de</strong> ser<br />

apontadas. Sob o ponto <strong>de</strong> vista do cidadão e da socieda<strong>de</strong> não se modifica essa realida<strong>de</strong> só<br />

apontando as falhas. Então quem sabe, em <strong>de</strong>terminadas situações, o <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> pela<br />

autorida<strong>de</strong> que <strong>de</strong>sfruta pu<strong>de</strong>sse trabalhar com <strong>de</strong>terminado segmento do setor público para<br />

juntos empreen<strong>de</strong>rem ações que <strong>de</strong> fato tivessem aptidão <strong>de</strong> transformar realida<strong>de</strong>s, ainda que<br />

essa se <strong>de</strong>sse projetadamente em três, cinco, sete, oito, <strong>de</strong>z anos, mas que<br />

substanciadamente se produzissem modificações. Então, um dos congressos foi para tratar<br />

<strong>de</strong>sse tema responsabilida<strong>de</strong> social no setor público que é parceria e outro congresso discutiu<br />

temas relevantes à classe. Pela primeira vez a Associação veio a mim, me <strong>de</strong>u toda a liberda<strong>de</strong><br />

no âmbito associativo para tornar objeto <strong>de</strong> um congresso o tema relativo à classe. Envolvia<br />

todas as questões que à época para os promotores e procuradores tinham importância.<br />

Questões como promotor querendo ser candidato a Procurador-geral, enfim, promotorias<br />

regionais, todos os temas <strong>de</strong> interesse, àquela época, da classe, foram objetos <strong>de</strong>sse<br />

congresso estadual.<br />

Memorial: O senhor consi<strong>de</strong>ra que <strong>de</strong>sempenhar ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Secretário <strong>de</strong> Estado<br />

compromete a isenção da atuação ministerial?<br />

Entrevistado: Não. Em política se sabe que tudo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da personalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> quem<br />

exerça a ativida<strong>de</strong>. Uma história do <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> que vocês como historiadores <strong>de</strong>vem<br />

saber é o quanto foi importante que <strong>de</strong>terminado colega exercendo a Secretaria <strong>de</strong> Turismo<br />

numa substituição feita pelo secretariado, talvez pelo chefe da Casa Civil, tendo contato direto<br />

com o governador e passasse a ele idéia <strong>de</strong> receber diretamente o Procurador-Geral. E assim<br />

nós temos na história do <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> referências concretas a importantes colaborações<br />

vindas <strong>de</strong>ssa participação <strong>de</strong> membros do <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> fora da instituição. Acredito, ao<br />

menos posso referir, estive oito meses na Secretaria <strong>de</strong> Segurança durante o governo Rigotto e<br />

agora há dois anos nesse governo. Os valores do <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> nós não <strong>de</strong>ixamos para<br />

trás, não é porque tenha vindo para o governo que tenha <strong>de</strong>ixado <strong>de</strong> ser <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong><br />

especialmente para quem sempre foi <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong>. Ao mesmo tempo o papel a ser aqui<br />

<strong>de</strong>sempenhado não é o papel do promotor <strong>de</strong> justiça, isso também tem que ser compreendido.<br />

Então quando um membro do <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> participa <strong>de</strong> um governo, ele participa <strong>de</strong> um<br />

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