11.05.2013 Views

CIBELE CARVALHO AS HAGIOGRAFIAS FRANCISCANAS (século ...

CIBELE CARVALHO AS HAGIOGRAFIAS FRANCISCANAS (século ...

CIBELE CARVALHO AS HAGIOGRAFIAS FRANCISCANAS (século ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

I. 25<br />

outros, a pequena Igreja localizada em Rivotorto marca esse momento para os<br />

frades. “Não eram nada, mas tinham tudo”.<br />

A Ordem Franciscana após a morte de Francisco começou uma divisão<br />

interna entre os frades, ou seja, uma divisão de espiritualidade ou conceitos. O<br />

Ministro Geral na época Frei Elias de Cortona, pertencia a uma corrente que<br />

defendia a construção de conventos, o crescimento da Ordem através dos<br />

estudos superiores para os frades. E, com o ingresso de frades teólogos e<br />

filósofos na Ordem trouxe vários questionamentos entre os mais antigos<br />

irmãos. Esse novo rumo que a Ordem tomava não estaria causando o<br />

afastamento do que Francisco propunha. Assim, esta nova Ordem que<br />

começava a se formar dividiu-se entre os a favor da vida primitiva de Rivotorto<br />

(comunidade de leigos em torno da pobreza absoluta) e os a favor dos estudos<br />

e o crescimento da Ordem. As obras utilizadas nesta pesquisa são<br />

influenciadas pelas correntes franciscanas. Por exemplo, São Boaventura autor<br />

da Lengenda Maior era um conventual assumido e sua posição era bem clara a<br />

respeito desse ponto. Já Tomás de Celano defendia uma volta às origens<br />

franciscanas, o que também veremos claramente em sua obra Vita Prima.<br />

A partir destas colocações dividimos a tese em dois capítulos: primeiro a<br />

descrição das Fontes Franciscanas, uma breve biografia de Francisco (focando<br />

o surgimento da Ordem e a adoção da pobreza absoluta) e explanação sobre o<br />

gênero hagiográfico. Também definimos nesse capítulo as fontes escolhidas<br />

para análise, bem como sua construção, dados dos autores e o tempo de<br />

construção das hagiografias. No segundo faz-se a análise das hagiografias<br />

priorizando a reconstrução do conceito de pobreza para cada autor sempre<br />

realizando um paralelo com a pobreza vivida por Francisco e a pobreza<br />

pensada praticada pelos frades.<br />

Verificam-se as influências externas e internas sofridas pelos autores<br />

para comporem a obra. Realizamos uma análise das fontes franciscanas<br />

buscando a mudança do conceito de pobreza presente em cada uma delas.<br />

Bem como, confronto de outros conceitos presentes nas hagiografias e que<br />

reforçam a hipótese de que houve uma pobreza construída de acordo com os<br />

interesses dos grupos franciscanos que acabavam determinando os rumos da

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!