CIBELE CARVALHO AS HAGIOGRAFIAS FRANCISCANAS (século ...

More documents

Recommendations

Info

I. 29 2. HAGIOGRAFIA, FONTES FRANCISCAN<strong>AS</strong> E FRANCISCO 2.1 Conceito de Hagiografia Hagiografia é um gênero literário utilizado para narrar a vida de pessoas que são consideradas santas pela Igreja ou que tenham uma relação com o sagrado (profetas, messias, mártires, etc.). Os filólogos, estudiosos não deixariam de dar uma definição adequada para a palavra. Procuramos uma definição geral dos pesquisadores para relatarmos a origem da palavra hagiografia. Silveira, no livro em que analisa a relação dos escritos hagiográficos franciscanos com a literatura, formula uma definição de hagiografia muito adequada para o presente estudo. Santo ou sagrado significa em grego “ágios”. Devido ao acento aspirado da letra a, como o h inicial do alemão, em português se escreve hagios. A vida de um santo é hagio-grafia, escrito sagrado ou sobre o sagrado ou santo. A Bíblia é por excelência uma história sagrada. Por isso, os autores de seus vários livros não se denominam historiadores, mas hagiógrafos. Assim se chamam também, na Antiguidade cristã e na Idade Média, os que escreveram a Vida de um santo. 22 Também pode ser definida pela literatura como: HAGIOGRAFIA – Do grego hagiografia, escritos relativos aos santos. Sinônimo de “hagiologia”, designa os textos destinados a relatar a vida dos santos. Comum desde a Idade Média nos países católicos ou que receberam influência da Igreja, a hagiografia ostentou caráter literário até o <strong>século</strong> XVIII, quando passou a incorporar as preocupações cientificizantes despertadas na ciência historiográfica do tempo. Com o Romantismo, as vidas dos santos inspiraram poetas e dramaturgos. [...] 23 22 SILVEIRA, Ildefonso. Retrato de Santa Clara de Assis na literatura hagiográfica. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995. p. 11. 23 MOISÉS, Massaud. Dicionário de termos literários. São Paulo: Cultriz, 2004. p. 37.
I. 30 Hagiografia é um gênero literário utilizado para narrar a vida de pessoas que alcançaram a santidade. Portanto, hagiografia na Idade Média, significa retratar a vida de homens ou mulheres, que ao longo de suas vidas praticaram atos ou ações, que determinaram sua condição de sagrado. “Hoje em dia, valorizamos as hagiografias pelo que contaram sem querer: tudo que referem sobre os costumes e a maneira de pensar do tempo é importante como vestígio histórico.” 24 Assim sendo, hagiografia na Baixa Idade Média “é uma literatura empenhada, predominante religiosa” 25 , que significa retratar a vida de homens ou mulheres, que ao longo de suas vidas praticaram ações, que os levaram ao sagrado. “Os escritores da Idade Média, como é natural, olharam São Francisco à luz da fé, da teologia, da História da Salvação, e não simplesmente à luz da história humana.” 26 Segundo Martino Conti, as hagiografias também podem adquirir outro aspecto. Sob o aspecto literário pode-se repetir das biografias franciscanas o que foi dito a propósito dos Escritos de São Francisco. Elas constituem um verdadeiro e próprio mosaico de citações, alusões e ressonâncias bíblicas, em parte textuais e em partes adaptadas. O fato já tinha sido evidenciado pelos editores de Quaracchi 27 , que tiveram o cuidado de transmitir em nota as numerosas citações ou palavras bíblicas de que é tecido o discurso sobre São Francisco, provenientes de contextos diversos. 28 O gênero hagiográfico é uma escrita baseada em rima ou versus, contendo elementos de laudação do individuo biografado. Sua característica 24 PEDROSO, José Carlos Corrêa. Fontes Franciscanas apresentação geral. Piracicaba: Centro Franciscano de Espiritualidade, 1998. p. 17. 25 SPINA, Segismundo. A Cultura Literária Medieval. São Paulo: Ateliê Editorial, 1997. p. 21. 26 SILVEIRA, Ildefonso. O passado interroga São Francisco. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000. p. 77. 27 O Colégio de compiladores de Quaracchi é especializado na transcrição dos manuscritos franciscanos para língua vulgar. A edição crítica das “Fontes Franciscani” foi realizada por eles, temos o texto na língua latina e a tradução para o italiano. Nesta mesma edição esta baseada a tradução portuguesa. 28 CONTI, Martino. Estudos e Pesquisas sobre o franciscanismo das origens. Petrópolis: Vozes, 2004. p. 171.
Page 1 and 2: CIBELE CARVALHO AS HAGIOGRAFIAS FRA
Page 3 and 4: Catalogação na publicação Sirle
Page 5 and 6: I. iv Dedico este trabalho aos meus
Page 7 and 8: EPÍGRAFE I. vi “A verdadeira pob
Page 9 and 10: I. viii 2.4.1. Vita Prima..........
Page 11 and 12: LISTA DE IMAGENS I. x FIGURA 1 - Bo
Page 13 and 14: ABSTRACT I. xii This present resear
Page 15 and 16: 1. INTRODUÇÃO O trabalho visa à
Page 17 and 18: • Francisco é relatado como atem
Page 19 and 20: I. 18 Até o século XVIII só conh
Page 21 and 22: I. 20 e que compõem as chamadas
Page 23 and 24: I. 22 tratarem da vida da mesma pes
Page 25 and 26: I. 24 A partir desta divisão biogr
Page 27 and 28: I. 26 Ordem. A influência sofrida
Page 29: I. 28 original em que foram escrito
Page 33 and 34: I. 32 diferenças de um para outro
Page 35 and 36: I. 34 garantir que a declaração d
Page 37 and 38: I. 36 Isso fica claro nas hagiograf
Page 39 and 40: I. 38 O organograma acima demonstra
Page 41 and 42: I. 40 que tomou como menciona Jacqu
Page 43 and 44: I. 42 para vender, foi depressa par
Page 45 and 46: I. 44 essa obediência. Já na 3ª
Page 47 and 48: I. 46 Agostinianos, etc. Também ma
Page 49 and 50: I. 48 sendo dois deles doutores ou
Page 51 and 52: I. 50 Lembrando o conceito abordado
Page 53 and 54: I. 52 a própria história da Ordem
Page 55 and 56: I. 54 Francisco passou a maior part
Page 57 and 58: I. 56 sua casa em Assis, muito doen
Page 59 and 60: I. 58 Optando por se vestir com um
Page 61 and 62: I. 60 A Igreja ostentava poder, só
Page 63 and 64: I. 62 O sermão inaugural feito pel
Page 65 and 66: I. 64 Um só consolo, no entanto, e
Page 67 and 68: I. 66 Ministros tinham em mira o ul
Page 69 and 70: I. 68 Regra que se perdeu, surgia
Page 71 and 72: I. 70 do Abade Cisterciense Joaquim
Page 73 and 74: I. 72 termo raramente utilizado por
Page 75 and 76: I. 74 Além das formas de pobreza i
Page 77 and 78: I. 76 Várias foram as justificativ
Page 79 and 80: I. 78 “Se queres ser perfeito, va
Page 81 and 82:
2.4 Os autores e seu tempo I. 80 Ca
Page 83 and 84:
I. 82 nova vida do “santo”. Nes
Page 85 and 86:
I. 84 A questão de conflito intern
Page 87 and 88:
I. 86 de Celano, e utilizando parte
Page 89 and 90:
I. 88 mitigação das orientações
Page 91 and 92:
Figura 1 - Boaventura se torna mest
Page 93 and 94:
I. 92 Dentro da historiografia fran
Page 95 and 96:
I. 94 homem que vem a este mundo, a
Page 97 and 98:
I. 96 uma obra que representasse o
Page 99 and 100:
I. 98 Somente à pobreza aceita liv
Page 101 and 102:
I. 100 As palavras caridade, humild
Page 103 and 104:
I. 102 não só Francisco, mas tamb
Page 105 and 106:
I. 104 "Seguidores da santíssima p
Page 107 and 108:
I. 106 vamos melhorar este lugar".
Page 109 and 110:
I. 108 devoção, como fazia sempre
Page 111 and 112:
I. 110 vida e aprender tudo que é
Page 113 and 114:
I. 112 Suspirando e gemendo muito,
Page 115 and 116:
I. 114 Para Celano, “Francisco vi
Page 117 and 118:
I. 116 afastavam os frades do ideal
Page 119 and 120:
I. 118 acentuada gagueira. Mas isso
Page 121 and 122:
I. 120 outros elementos não menos
Page 123 and 124:
I. 122 origens para a manutenção
Page 125 and 126:
I. 124 hagiografia é carregada de
Page 127 and 128:
I. 126 Os companheiros olharam para
Page 129 and 130:
I. 128 tempo ninguém deixava seus
Page 131 and 132:
3.3 Legenda Maior de Boaventura de
Page 133 and 134:
I. 132 "joaquimistas". Joaquim de F
Page 135 and 136:
I. 134 caminhada. Boaventura realme
Page 137 and 138:
I. 136 uma figura ímpar, um indiv
Page 139 and 140:
I. 138 deles, e que por isso foram
Page 141 and 142:
I. 140 que ainda se encontravam em
Page 143 and 144:
I. 142 és o único que dizes a ver
Page 145 and 146:
I. 144 Tudo na hagiografia de Boave
Page 147 and 148:
4. CONCLUSÃO I. 146 O trabalho de
Page 149 and 150:
I. 148 um Francisco extremamente li
Page 151 and 152:
I. 150 desejavam o poder (conventos
Page 153 and 154:
I. 152 1216 - Capítulo de Pentecos
Page 155 and 156:
I. 154 1266 - No capítulo geral de
Page 157 and 158:
I. 156 SILVEIRA, Ildefonso; REIS, O
Page 159 and 160:
I. 158 DIRETÓRIO DA REGRA DE SÃO
Page 161 and 162:
I. 160 LOYN, Henry R. (Org.). Dicio
Page 163 and 164:
I. 162 SPINA, S. A cultura literár
Page 165 and 166:
I. 164 Cap. 19 Cuidado pelos irmão
Page 167 and 168:
Anexo 2 - Estrutura Legenda dos Tr
Page 169 and 170:
Anexo 3 - Estrutura da Legenda Maio
show all

CIBELE CARVALHO AS HAGIOGRAFIAS FRANCISCANAS (século ...

Create successful ePaper yourself

Delete template?

Save as template?