morro da garça – se.23-za-iv - Biblioteca Vitória Pedersoli - UFMG

3 GEOLOGIA REGIONAL
A área mapeada localiza-se no Supergrupo São Francisco, mais especificamente no Grupo
Bambuí, é composta por rochas pelíticas e arenosas de nenhum a baixo grau metamórfico, que
são associadas à ambiente marinho a litorâneo. Datações realizadas no Grupo Bambuí, através
do método Pb-Pb, na formação Sete Lagoas, sugerem uma deposição a 686 ± 69 Ma,
conforme Babinski et al. (1999), coincidente com o Evento Brasiliano, todavia a maioria das
rochas carbonáticas assentadas na região possuem datações inferiores a 550 Ma (D’Agrella-
Filho et al. 2000; Trindade et al. 2004).
3.1 Trabalhos Anteriores
No início do século XIX, Barão Von Eschwege (1816) efetuou o primeiro registro histórico,
referente às rochas compactas de calcário aflorantes no Vale do Rio São Francisco e arenitos
horizontais a sub-horizontais da região de Pirapora. Derby (1880) utilizou o termo “Série São
Francisco” para essas seqüências sedimentares, sendo Rimann (1917) o primeiro a empregar o
termo Bambuí à Série composta por xistos argilosos e argilas xistosas superpostos a xistos
cristalinos da Série Minas na região da Serra da Mata da Corda, a oeste do Rio São Francisco.
Freyberg (1932) propôs a primeira divisão da Série Bambuí em dois grupos: Camadas Gerais
(horizontal/sub-horizontal) com xistos argilosos, xistos quartzíticos, quartzitos em placas,
ocorrência de quartzitos maciços ou em bancos espessos e calcários; e Camadas Indaiá
(dobrada) com rochas argilo-arenosas, os xistos da “Série Bambuí” com lentes de calcário.
A primeira divisão litoestratigráfica para “Série Bambuí” atribui-se a Costa & Branco (1961)
e foi realizada através de seção estratigráfica, levantada ao longo da BR-040, definindo as
formações Carrancas, Sete Lagoas e Rio Paraopeba. Essa última subdividida pelos membros
(da base para o topo) Serra de Santa Helena, Lagoa do Jacaré, Três Marias e Serra da
Saudade.
Oliveira (1967), Braun (1968), Barbosa et al (1969), Schöol (1972; 1973), Dardenne (1978;
1978a), Projeto RADAMBRASIL (1982), Grossi Sad & Quade (1985), dentre outros,
também deram sua contribuição à litoestatigrafia (Tabela 1).
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