morro da garça – se.23-za-iv - Biblioteca Vitória Pedersoli - UFMG

“Sempre à esquerda, o Morro da Garça – pirâmide rasa.
Corcova de camelo, às vezes. Às vezes uma tartaruga. Escuro.” Guimarães Rosa
As anotações feitas por Guimarães Rosa em 1952, após 10 dias montado em sua mula
acompanhando uma comitiva de vaqueiros, imortalizaram o sítio geológico do Morro da
Garça. “Vamos pelos altos. À esquerda o Morro da Garça. Belo!”. O trajeto, da fazenda Sirga
(município de Três Marias) até a fazenda São Francisco, em Araçuaí deixou em evidência o
morro que, por séculos guiou viajantes quando atravessavam o sertão mineiro. Corpo de
Baile, coletânea de sete novelas publicada em 1956, revela em O Recado do Morro, os
encantos do Morro da Garça, “belo como uma palavra”, como dizia Guimarães Rosa.
A narrativa descreve uma viagem de ida e volta pelo sertão, partindo de uma região
central de Minas, em direção ao norte, até o Rio São Francisco. A tropa inclui um naturalista
estrangeiro, um religioso e um letrado - ilustrações dos desbravadores do Brasil. À frente
deles, os guias, dois homens do interior mineiro, conhecedores da região e do sertão. O morro
da Garça encontra-se no município homônimo, localizado no centro geodésico de Minas
Gerais. Constitui uma feição geomorfológica circular ressaltada na planura do cerrado.
Fig. : A obra de Guimarães Rosa nas regiões circunvizinhas ao município de Morro da Garça
Fonte: www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-4014200600...(Bezerra, M. C.; Heidemann, D.,
2006).