1068-1078 - Universidade de Coimbra
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Consumo para industrias e cosinhas<br />
488.ooo m3<br />
Fugas 98.000 1113<br />
Sistema <strong>de</strong> fornos — Setin e Martin —<br />
Pagenstaker<br />
Aquecimento dos fornos (coke) 673 ton.<br />
^ 08,7 %)J c<br />
Capacida<strong>de</strong> dos gazometros 5.ooo mB<br />
Comprimento da canalisação 38 k.<br />
Diâmetro da can. principal 25o m /m<br />
Candieiros públicos — Auer 2751 g<br />
> » diversos 12) '<br />
Procedência do carvão — Altenwald,<br />
Ruhr, etc.<br />
Carvão distilado por anno 3.587 t.<br />
Preço da ton. <strong>de</strong> carvão na F. 6.200 rs.<br />
Despezas com o carvão 22 contos <strong>de</strong> rs.<br />
Preço do m8 do gaz publico 5o réis<br />
» » » » » part. 40/50 rs.<br />
Preço da venda do coke (1.000 k.)<br />
5.8oo rs.<br />
Preço da venda do alcatrão (1.000 k.)<br />
6.000 rs.<br />
Preço da venda do amoniaco (1.000 k.)<br />
190 000 rs.<br />
Venda total do gaz 41 contos <strong>de</strong> rs.<br />
» » » coke 8.600.000 rs.<br />
> » » alcatrão 1.100 000 rs.<br />
» » » amoniaco 1.700.000 rs.<br />
Continua<br />
Charles Leplerre.<br />
CONVITES<br />
Distribuiram-se profusamente hontem<br />
os convites seguintes do Centro<br />
Republicano Académico.<br />
' 1<br />
Á Aca<strong>de</strong>mia e ao Povo<br />
<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />
Convida-se a Aca<strong>de</strong>mia e o Povo <strong>de</strong><br />
<strong>Coimbra</strong> a assistir á inauguração do<br />
Centro Republicano Académico que se<br />
realisará, Domingo, 28, em comicio publico,<br />
no Teatro Principe Real, pelas 2<br />
horas da tar<strong>de</strong>, e no qual usarão da palavra<br />
os srs. dr. Bernardino Machado,<br />
dr. Manuel d'Arriaga, dr. Brito Camacho.<br />
Padua Correia, dr, Antonio José<br />
d'Almeida, França Borges, drs. Teixeira<br />
<strong>de</strong> Carvalho, Afonso Costa, Augusto Barreto,<br />
Nunes da Ponte, Malva do Vale e<br />
os estudantes Carlos Amaro e Carlos<br />
Olavo.<br />
O Grupo Republicano Académico,<br />
Aos republicanos <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />
Chegando hoje, nos comboios das 6 e<br />
meia e 8 e meia da tar<strong>de</strong>, os oradores<br />
rçpubliconos do Porto e Lisboa que vêm<br />
assistir á inauguração do Centro Repu<br />
blieano Académico, são convidados todos<br />
os republicanos <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> a assistir na<br />
Estação Nova á sua chegada.<br />
O Grupo Académico Republicano<br />
SOCORROS i'S MÃES E A'S CREANÇAS<br />
Reuniram hontem os estudantes do<br />
quarto anno medico, que se empenham<br />
em <strong>de</strong>ixar nesta cida<strong>de</strong>, em embrião,<br />
senão com todo o <strong>de</strong>senvolvimento já,<br />
uma obra <strong>de</strong> socorros ás mães e ás<br />
creanças.<br />
E' assunto que apaixona hoje o<br />
mundo medico, e a que o sr. dr. Daniel<br />
<strong>de</strong> Matos tem dado toda a <strong>de</strong>voção carinhosa<br />
da sua lúcida inteligência e do<br />
seu gran<strong>de</strong> coração.<br />
Deve ser grato ao mestre ver o afan<br />
com que os discípulos andam empenha<br />
dos em obra que lhe é tão cara.<br />
Que 6 com verda<strong>de</strong>iro entusiasmo<br />
que os quartanistas <strong>de</strong> medicina andam<br />
ha mezes já, tratando escondidamente<br />
o assunto, como quem quer preparar<br />
uma gran<strong>de</strong> e grata surpreza...<br />
Para angariar fundos os quartanistas<br />
preparam um espectáculo e uma<br />
kermesse que, pelo cuidado com que<br />
está sendo organisada, <strong>de</strong>ve ter pleno<br />
sucesso e ser uma das mais brilhantes<br />
festas das gerações académicas dos ul<br />
timos tempos.<br />
Folgamos com o filantrópico empreendimento,<br />
bem digno <strong>de</strong> todos os<br />
aplausos e simpatias.<br />
Do que se fôr <strong>de</strong>liberando informaremos<br />
<strong>de</strong>talhadamente os nossos leitores.<br />
Foi solicitada do ministério das<br />
obras publicas a limpeza da vala nova<br />
no campo <strong>de</strong> Vila Nova d'Anços e a<br />
continuação das obras no lanço da es<br />
trada da Portela a Mangual<strong>de</strong>, compreendida<br />
entre Mira e Raiva, no disjrito<br />
<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>.<br />
NOTAS E IMPRESSÕES<br />
"jEIesístenciia,, — Domingo, SS <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1OO0<br />
PARia<br />
Na MOfglW Ha dias, o Coutinho saiu<br />
entusiasmado com as conferencias<br />
praticas <strong>de</strong> medicina legal,<br />
s com o seu entusiasmo resolveu-nos a<br />
mim e ao Barros Castro, a irmos á Secretaria<br />
da Faculda<strong>de</strong> pedir o bilhete<br />
especial, que é preciso, para assistir<br />
àquelas conferencias, a que <strong>de</strong> facto fomos.<br />
A' volta d'uma meza <strong>de</strong> autopsia,<br />
num pequeno anthfiteatro, acatovela<br />
vam-se algumas <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> médicos e<br />
estudantes. A' hota marcada, entrou<br />
um criado sobraçando um cadaver e<br />
atraz d'ele, o professor Descout, pie<br />
tórico bem humorado, com um certo<br />
ar <strong>de</strong> magarefe.<br />
Risonho e sanguineo, fitou a assembleia<br />
atravez dá sua luneta <strong>de</strong> miope,<br />
e gentilmente poz o cadaver á dispo<br />
sição <strong>de</strong> qualquer dos assistentes que<br />
quizesse procedar á autopsia. Depois<br />
<strong>de</strong> algumas hesitações avançou um cavalheiro<br />
louro, que não sei se era medico<br />
ou estudante, e que Descout faz<br />
trabalhar sobsua direcção, interroganj<br />
do, emendando, ensinando e guiando.<br />
No fim da autopsia, Descout pediu<br />
a opinião dos assistentes. De aqui e<br />
<strong>de</strong> ali, á vonta<strong>de</strong>, livremente saiam os<br />
os pareceres. Descout respondia, con<br />
testava, argumentava. E por fim, tendo<br />
assim preza a atenção do publico, faz<br />
a sua lição. O caso <strong>de</strong> mais a mais era<br />
interessantíssimo: mulher morta por<br />
submersão, e em que a autopsia não<br />
revelou nenhum sinal por on<strong>de</strong> se po<br />
<strong>de</strong>sse <strong>de</strong>scobrir a causa da morte.<br />
Kirmisson —Cirurgia Infantil Kirmisson<br />
tem má fama<br />
entre os rapazes. Professor distintíssimo<br />
mas... terror.<br />
Não foi sem certa <strong>de</strong>sconfiança que<br />
comecei a frequentar o seu serviço.<br />
Diziam-me que era ríspido, que maltratava<br />
os alunos, etc., etc. Nada d'isso,<br />
ou antes, pouco d'isso.<br />
Desfaz se em mimos ás creanças,<br />
interroga os alunos risonhamente, mas<br />
zangando-ae também facilmente quando<br />
a creança se não acalma com os seus<br />
mimos, ou quando o aluno respon<strong>de</strong><br />
com um disparate á sua pergunta,<br />
Irritabilida<strong>de</strong> fácil, passageira e...<br />
racional.<br />
A'parte as lições e as sessões <strong>de</strong><br />
operotoria, é sobretudo interessente a<br />
consulta <strong>de</strong> orthopedia, ás quintas fei<br />
ras. Em cada um d'esses dias vê se<br />
muita coisa (3o, 35 casos <strong>de</strong> media), e<br />
apren<strong>de</strong>-se muito sem trabalho.<br />
Maygrier — Clinica <strong>de</strong> partos A Mater<br />
« é g*}lé*<br />
animadora adaptação <strong>de</strong> um velho edifício.<br />
Maygrier um parteiro <strong>de</strong> mão e<br />
paciência. O anfiteatro Potain, on<strong>de</strong><br />
faz as suas lições, é um poço escuro e<br />
sepulcral. As suas lições, preleçÕes<br />
simples e... pachorrentas.<br />
As consultas das creanças <strong>de</strong> mama<br />
são muito interessantes. Sciencia e...<br />
coração. No dia em que lá estive, ao<br />
mesmo tempo que Maygrier dava pa<br />
temalmente conselhos, Madame May<br />
grier distribuía pelas creancinhas brinquedos<br />
e peças <strong>de</strong> vestuário.<br />
Biblioteca da Faculda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Hedicina<br />
Salas compri<br />
das, muita gente<br />
á volta das mezas,<br />
silencio. Se alguém fala mais alto,<br />
ou se não entra em pontas <strong>de</strong> pés, pa<br />
teadas e protestos.<br />
Ao entrada tem-se que mostrar o<br />
cartão <strong>de</strong> matricula. Dão nos <strong>de</strong>pois<br />
um impresso em que se pe<strong>de</strong> o livro<br />
(não se pô<strong>de</strong> pedir mais <strong>de</strong> que um <strong>de</strong><br />
cada vez), e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> recebe-lo vae-se<br />
para uma sala <strong>de</strong> leitura muita gran<strong>de</strong>,<br />
on<strong>de</strong> só ha bancos e mezas.<br />
Dl ato <strong>de</strong> conclusões magnas Lentes em<br />
pontifical:<br />
pas <strong>de</strong> capelo, mas em compensação<br />
um manto vermelho com arminhos<br />
(manto preto para os agrejés), e na ca<br />
beça um barrete <strong>de</strong> magistrado. O<br />
doutorando vae mascarado <strong>de</strong>... be<br />
<strong>de</strong>i, pouco mais ou menos (a vestia é<br />
alugada e só se enverga naquele dú)<br />
Em regra pouco publico. A discussão<br />
da tése é uma pura cerimonia Os ar-<br />
guentes conversam em voz baixa com<br />
o doutorando; quasi uma simples troe<br />
<strong>de</strong> cumprimentos. Cada um ao terminar<br />
a confissão diz: merci. E proferido<br />
que seja o ultimo merci, o doutorandr<br />
levanta-se e sae doutor.<br />
Como se vê a questão cerimonial<br />
está aqui pelas — horas da morte<br />
Colégio <strong>de</strong> França<br />
O professor O pro-<br />
fessor<br />
Cto,n<br />
Charrin<br />
que trabalha no Colégio <strong>de</strong> França,<br />
é um homem muito mo<strong>de</strong>sto, que me<br />
lembro muito a mim e ao Barros Cas<br />
tro, o professor Sousa Pinto.<br />
Lição especialíssima e profunda so<br />
bre áçâo dos soros. Revelação <strong>de</strong> ex<br />
periencias e observações ainda inéditas.<br />
Os reis no Boulevard Nada como Paris<br />
para a... <strong>de</strong>mo<br />
cratisação. Até os reis se <strong>de</strong>mocrati<br />
sam.<br />
Passeiam pelos boulevards, olham<br />
para as boulevardices, divertem-se...<br />
e reinam.<br />
Até per<strong>de</strong>m os dons e o numero.<br />
Chamam-se Cardoso, Eduarda e Leopold,<br />
ou Cléopold, como por cá também<br />
se diz.<br />
e Cluny Um bom muzeu <strong>de</strong> ar<br />
cheologia; coisas muito<br />
curiosas e <strong>de</strong> valor.<br />
O meu guia, um portuguez <strong>de</strong> lei,<br />
não quiz, porém, saber das belezas arqueológicas;<br />
o cinto <strong>de</strong> castida<strong>de</strong> é que<br />
foi o nosso principal fito.<br />
Sempre a atráção do abismo!<br />
A COSlnha franceza O francez faz arte<br />
e moda em tudo.<br />
E assim como tem a habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
com artifícios <strong>de</strong> toilette, tornar uma<br />
mulher <strong>de</strong> feia em bonita, vestem é<br />
transformam um mau pedaço <strong>de</strong> carne<br />
num prato <strong>de</strong>licioso á vista e ao pala<br />
dar.<br />
E' uma especie <strong>de</strong> alimentação...<br />
teórica, e transcen<strong>de</strong>nte.<br />
A muzica chssica não é para todos.<br />
Pois bem a cosinha franceza não é<br />
para nós.<br />
Em matéria <strong>de</strong> cosinha, estou coiro<br />
muita gente em matéria <strong>de</strong> musica:<br />
entre Wagner e a Maria Cachucha, vou<br />
pela Maria Cachucha.<br />
Dma revista no Palais Royai Engraçadíssima<br />
a revista<br />
que vi no teatro do Palais Royai. Lá<br />
apareceu em scena o nosso rei. Sabem<br />
como chamam? Le roi <strong>de</strong>coratif. Os<br />
parisienses foram injustos. Não viram<br />
em el rei mais do que a figura.<br />
O professor Pinard Quando entrei pela<br />
primeira vez no amfiteatro<br />
on^e este ilustre professor faz<br />
as suas lições, e quando o vi e ouvi,<br />
logo me lembrei do nosso mestre, Daniel<br />
<strong>de</strong> Mattos. E' á impressão que têem<br />
tido alguns dos discípulos do professor<br />
<strong>de</strong> Goimbra. Gran<strong>de</strong> semelhança em<br />
tudo. Até fala com coração.<br />
Sistemas <strong>de</strong> aquecimento Um dos probie-<br />
baratO<br />
mas difíceis da<br />
vida do pobre,<br />
em Paris, durante o inverno, é o do<br />
aquecimento. A chauffage é cara. Aqui,<br />
porém, ha soluções pera tudo. Tem-se<br />
frio ? Compra se um bilhete no Métro,<br />
e vae-se gosar um morno conforto <strong>de</strong><br />
toupeira. Não se tem i5 cêntimos?<br />
Vae-se... assistir ás aulas <strong>de</strong> mediei<br />
na 111<br />
E' <strong>de</strong> facto vuigar encontrar nas<br />
bancadas dos anfiteatros das lições,<br />
pobres mal trajados, velhos na maior<br />
parte, dormindo, regaladamente, protegidos<br />
do rigor do frio, pelo ar quente<br />
que sáe das bôcas do aquecimento, e<br />
docemente embalados pela toada das<br />
preleçÕes.<br />
A Maternida<strong>de</strong> do Hotel- a Maternida<strong>de</strong><br />
Dieu é o seu chefe d °P o t e l f í£ é<br />
Champetier <strong>de</strong> Ribes<br />
cifra da morbilida<strong>de</strong> e.mortalida<strong>de</strong> não<br />
não é superior á das outras maternida<br />
da<strong>de</strong>. A razão do paradoxo está, como<br />
me disse o dr. Champtier <strong>de</strong> Ribes, m<br />
excellencia e <strong>de</strong>dicação do seu pessoti<br />
— Tudo aqui trabalha com cuidado<br />
e amor, dizia-me aquele ilustre parteiro.<br />
A minha parteira em chefe está aqui<br />
ha vinte e tantos annos; e a provi<strong>de</strong>n<br />
ciai <strong>de</strong>dicação <strong>de</strong>sta gente, a quem tenho<br />
confiado a minha maternida<strong>de</strong>, vem<br />
da maneira porque a trato. Ha uns pou<br />
eos <strong>de</strong> annos que tenho o cuidado <strong>de</strong><br />
nunca me esquecer, <strong>de</strong> distribuir ao<br />
meu pessoal, quotidianamente, e quando<br />
chego, os meus cumprimentos <strong>de</strong><br />
bons dias. Nunca <strong>de</strong>ixo per<strong>de</strong>r a ocasião<br />
<strong>de</strong> lovmr um bom serviço.<br />
Boa receita, não é verda<strong>de</strong> ?<br />
Champetier ce Ribes é um bom velho,<br />
muito pratico. Conversando com<br />
ele; dizendo-lhe * opinião, c vendo o<br />
trabalhar, vê se bem que é o inventor<br />
dos celebres ba'ões. Sabe andar <strong>de</strong>pressa<br />
.. • <strong>de</strong>vagar.<br />
O professor Budln Muito diferente <strong>de</strong> Pinard.<br />
Pouco expansivo<br />
e até sombrio. Dc resto, distinctissimo<br />
professor e parteiro.<br />
Detalhe curioso, e até certo ponto significativo:<br />
Pinard enquanto fala bebe<br />
café e Budin copos <strong>de</strong> leite.<br />
Por vezes os rapazes, quando vêem<br />
entrar o frasco <strong>de</strong> Schultz com o leite<br />
para Budin, gritam com graça:<br />
— La tetine! La tatine!<br />
Salon <strong>de</strong> rastomobile Muita machina,<br />
muita luz, e mui<br />
ta gente. Espectáculo magnifico.<br />
Assim <strong>de</strong>vem ser os sonhos do dr.<br />
Tavares.<br />
C. F.<br />
Centro Republicano Académico<br />
Reuniram na sexta feira ás 6 e meia<br />
horas da tar<strong>de</strong> na sé<strong>de</strong> do Centro Eleitoral<br />
Republicano Dr. José Falcão, os<br />
estudantes republicanos.<br />
A reunião foi extraordinariamente<br />
concorrida e <strong>de</strong>correu sempre na maxima<br />
animação e entusiasmo.<br />
Deliberaram distribuir convites ao<br />
povo <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> para a recéção dos<br />
oradores republicanos que vêem falar<br />
ao comicio.<br />
Foi também resolvido por unanimida<strong>de</strong><br />
que os estudantes republicanos<br />
realisassem comícios pelas diversas<br />
terras da província.<br />
Outras <strong>de</strong>liberações houve sobre a<br />
organisação da sessão solene <strong>de</strong> hoje.<br />
Tavares Proença<br />
O ilustre académico, a cuja mo<strong>de</strong>s<br />
tia, trabalho e inteligência a Resistencia<br />
se tem por mais <strong>de</strong> uma vez referido,<br />
está publicando na casa França Amado<br />
uma pequena memoria sobre as pedras<br />
gravadas <strong>de</strong> Castelo Branco, que no<br />
ultimo congresso <strong>de</strong> arqueologia fizeram<br />
objecto <strong>de</strong> uma comunicação interes<br />
sante.<br />
A memoria <strong>de</strong> agora, <strong>de</strong>terminada<br />
por uma discussão pen<strong>de</strong>nte, será seguida<br />
<strong>de</strong> outra largamente documentada.<br />
Celebrou-se hontem, pelas 11 horas<br />
da manhã, na egreja <strong>de</strong> S. João <strong>de</strong><br />
Almedina, uma missa em acção <strong>de</strong><br />
graças pelo feliz restabelecimento do<br />
sr. bispo con<strong>de</strong>.<br />
Reuniram no Instituto as comissões<br />
escolares <strong>de</strong> beneficencia, <strong>de</strong>liberando<br />
trabalhar isoladamente por freguezias<br />
para a acquisição <strong>de</strong> donativos que facilitem<br />
e tornem profícua a sua missão.<br />
Far-se-á, provavelmente no edifício<br />
da camara, uma exposição publica dos<br />
trabalhos escolares.<br />
Pensa-se também em realisar um<br />
gran<strong>de</strong> festival, cujo producto reverta<br />
em beneficio dos estudantes póbres<br />
das escólas primarias.<br />
Reuniu na quarta feira passada a<br />
Associação dos Oficiaes <strong>de</strong> barbeiros e<br />
cabeleireiros, para proce<strong>de</strong>rem á eleição<br />
dos corpos gerentes durante o anno<br />
<strong>de</strong> 1906, sendo eleitos:<br />
cAssembleia geral—Presi<strong>de</strong>nte, An<br />
thero José Vaz Teixeira; vice-presi<strong>de</strong>nte,<br />
José Mota; i.° secretario, Bazilio<br />
Augusto Diniz; 2. 0 secretario, Domin<br />
gos Oliveira Mélo e Silva.<br />
direcção—Presi<strong>de</strong>nte, Joaquim Lo<br />
pes Biptisia; vice-presi<strong>de</strong>nte, Manuel<br />
Almeida Júnior; i.° secretario, Viriato<br />
Velariano Teixeira; 2. 0 secretario, Al<br />
bano Augusto da Silva; thesoureiro,<br />
Augusto Cesar Raposo; vogaes, Alfredo<br />
Martins e Albano dos Santos.<br />
E X P E D I E N T E<br />
Prevenimos os nossos presados<br />
assignantes. <strong>de</strong> fóra <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>,<br />
<strong>de</strong> que já foram enviados para as<br />
diversas estações os recibos das<br />
suas assignaiuras. referentes ao<br />
semestre que finda em 15 <strong>de</strong> fevereiro<br />
proximo.<br />
Esperamos que todos se dignem<br />
mandar resgatal-os logo que sejam<br />
avisados evitando assiia a<br />
<strong>de</strong>voiueão dos recibos e as <strong>de</strong>spesas<br />
que taes <strong>de</strong>voluções acarretam.<br />
Á ROA DOS MEUS PECADOS<br />
Alguém quiz ver no nosso ultimo<br />
artigo sobre a rua da Sofia, pérfidas<br />
alusões e ruins intentos, apesar <strong>de</strong> termos<br />
tido o cui lado <strong>de</strong> não fazermos<br />
referencias senão a pessoas a quem estamos<br />
ligados por laços, bem conhecidos,<br />
<strong>de</strong> respeitosa estima e amiza<strong>de</strong>.<br />
Oh! Não!<br />
Nós temos a mesma opinião que os<br />
signatarios do oficio á camara.<br />
Mas protestámos em tempo competente,<br />
á data da <strong>de</strong>terminação camararia.<br />
E, como os nossos leitores esqueceram<br />
a nossa prosa, con<strong>de</strong>mnamo-los a<br />
lê la outra vez.<br />
Escrevemos nós em 8 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong><br />
1905:<br />
A câmara resolveu na sua ultima sessão,<br />
crismar a rua da Sofia em rua Dr.<br />
Dias da Silva, substituindo assim o nome<br />
alterado da Santa pelo nome ruti'<br />
iante do antigo presi<strong>de</strong>nte do município.<br />
Parecia-nos mais coerente, salvo melhor<br />
opinião, dar o nome do sr. dr. Dias<br />
da Silva a alguma das novas ruas abertas<br />
durante a sua gerencia.<br />
A i<strong>de</strong>ia foi sem duvida escolher a melhor<br />
rua para honrar o sr. dr. Dias da<br />
Silva, e não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser curioso verificar<br />
que a melhor rua <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> data<br />
do seoulo XVI1...<br />
Como vêem somos da mesma opinião,<br />
o que não perfilhamos é o argumento<br />
historico. Esse não, ex. mo, srs.,<br />
porque, com o <strong>de</strong>vido respeito, é tolo.<br />
As Novida<strong>de</strong>s publicam a seguinte<br />
carta:<br />
Sr. Redactor<br />
N'uoia correspondência <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />
para um jornal <strong>de</strong> Lisboa, acabo <strong>de</strong> ler<br />
a noticia d« que á camara municipal<br />
d'aquella cida<strong>de</strong> resolveu dar á rua da<br />
Suphia o nome do Dr. Dias da Silva. Isto<br />
não pô<strong>de</strong> ser, sr. redactor, não pô<strong>de</strong><br />
continuar sem um gran<strong>de</strong> protesto. Que<br />
se dê ás ruas novas, obra contemporânea<br />
d'esses gran<strong>de</strong>s benemeritos que reciproca<br />
e alternadamente se consi<strong>de</strong>ram<br />
com direito á lapi<strong>de</strong> <strong>de</strong> esquina, os seus<br />
nomes, dos seus amigos e admiradores,<br />
está bem ; mas que se <strong>de</strong>spedace a tradicçâo<br />
<strong>de</strong> cada terra, porque da tradicção<br />
e até documentes da sua historia são por<br />
vezes os nomes antigos das suas ruas,<br />
não se [jó<strong>de</strong> permittir.<br />
Ha pouco era a rua da Esperança,<br />
que lindo nome 1 que mudou para a rua<br />
do Conselheiro João Jacintho, que santo<br />
homem 1 mas estragaram o norue da rua<br />
e até a do santo com aquelle conselheiro<br />
tão pouco do seu feitio simples e lhano.<br />
Mas agóra é peior. E' a rua da Sophia<br />
cujo nome tem uma razão <strong>de</strong> ser histórica.<br />
que um bom monumento attesta, que<br />
vae passar para a rua do Dr. Dias da<br />
Silva, e ámanhã será o arco <strong>de</strong> Almedina<br />
para arco do Dr. Marnoco, quando por<br />
sua vez este <strong>de</strong>ixar a presi<strong>de</strong>ncia da camara,<br />
e Santo Antonio dos Olivaes que<br />
passará para Bairro Conselheiro Antonio<br />
<strong>de</strong> Padua e o largo do Castello para<br />
Commendador Ferraz e o arco <strong>de</strong> Traçãc<br />
e Sub-ripas e as couraças e tanto numa<br />
lindo para aquillo que muito bem lhes<br />
lembrar. E assim os senhores lentes á<br />
frente da vereação municipal <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>,<br />
não so contentando com <strong>de</strong>molir e<br />
estragar monumentos, terão também em<br />
curto praéo substituído os nomes cheios<br />
<strong>de</strong> historia ou <strong>de</strong> poesia d'essa linda terra,<br />
toda ella <strong>de</strong> historia e poesia feita,<br />
na maiuria peloa seus nomes muito respeitáveis,<br />
mas muito pouco interessantes,<br />
precedidos dos respectivos titulos, com<br />
que s. ex." tenham sido accaciamente<br />
agraciados. Façam isso á vonta<strong>de</strong> nos<br />
bairros novos, que em tempo terão seu<br />
interesse historico, mas <strong>de</strong>ixem em paz<br />
a velha <strong>Coimbra</strong>, tão linda e tão interessante.<br />
Senhor redactor, tenha paciência, não<br />
me chame maçador e faça algum alarido<br />
na gazeta contra eemelbante barbarida<strong>de</strong>.<br />
De v. etc.<br />
Um seu admirador e antigo estud nte<br />
Os jornaes <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> transcreveram,<br />
mostrando asrim que nunca leram<br />
a lapi<strong>de</strong> que assigna'a a antiga rua da<br />
Esperança, em que o nome está insculpido<br />
Rua do dr, João Jacintho e nty