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Construindo uma nova masculinidade: - Fazendo Gênero 10 - UFSC

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eles representam papéis, declamam claramente e fazem o drama tomar vida, este treinamento pode ser<br />

considerado como <strong>uma</strong> preparação para cumprir papéis de liderança na vida de adulto, nos quais definir<br />

a cena e demonstrar presença, postura e tom pode ser muito importante (COOKSON;<br />

PERSELL,2002:118).<br />

Enfim, percebe-se que dentro da educação entre "iguais" ocorre <strong>uma</strong> hierarquia escolar<br />

transferível, a educação de distinção faz com que desde cedo os educandos incorporem a habilidade de<br />

sua alto gestão no compartilhamento de experiências com seus colegas. Aqui é importante constatar<br />

que apesar da dita educação "homogênea", o aluno tem que dar o máximo de si para continuar fazendo<br />

parte do jogo, da comunidade escolar. Os ginasianos na construção do seu conhecimento são<br />

estimulados a se disciplinarem na busca pela sua “formação global”, este incitamento pode ser<br />

constatado quando das congratulações dos alunos modelos, aqueles que tiram as melhores notas são<br />

glorificados publicamente aos receberem medalhas, assinarem o Livro de Honra, e verem seus nomes<br />

publicados no periódico do Ginásio, assim como nos jornais da cidade. São estes as:<br />

Falanges de alunos modelos, que trazem convicção e serenidade, qualidades que,<br />

livrando do nível comum, elevam, forçosamente, o coração juvenil ás mais nobres<br />

aspirações na luta da vida. (PAGINA..., 1936:08)<br />

Desta forma, como no esporte, os discentes são instigados por sua vontade própria a alcançar méritos<br />

para que possa se efetivar e continuar fazendo parte do grupo entre os iguais; daqueles capazes de<br />

enfrentarem a seleção da educação de distinção e chegarem ao auge que o Ginásio Diocesano pode<br />

proporcionar – a formatura de Bacharel em Ciências e Letras.<br />

Por fim, é neste espaço social que são adquiridos o valor social do aluno, a partir de suas formas<br />

de ser e de se fazer. Aquele espaço está conjugado na busca educar mais que instruir, de formar o<br />

caráter, à vontade, a iniciativa mais que o saber, de valorizar <strong>uma</strong> ideologia do desempenho, do esforço<br />

e da competitividade (JAY,2002:128). Estas determinações sociais vão sendo legitimadas a partir de<br />

<strong>uma</strong> ilusão bem fundamentada tendo por base o sentimento de liberdade que acompanha esta<br />

“realização de si” – do aluno – no entanto, ela é produto de <strong>uma</strong> perfeita adequação entre as<br />

predisposições interiorizadas, o “habitus”, e determinadas condições da prática que pode ser controlada<br />

e que as pessoas realmente conseguem dominar (PINÇON;PINÇON-CHARLOT,2002:28). A<br />

instalação deste “habitus” só pode ser efetivada a partir da "homogeneidade" do grupo da qual está<br />

sendo aplicado, por isso se faz importante, separar as crianças de outros espaços sociais da qual as<br />

expectativas não são as mesmas. Lembrando que o Ginásio Diocesano não tem apenas objetivos<br />

estratégicos focalizados no acesso as posições profissionais dominantes, mas também, para a<br />

confirmação do status quo de suas famílias, para a construção de “capitais sociais” significativos para o<br />

porvir. Ainda sim, esta <strong>uma</strong> sociabilidade católica, que além do enquadramento da moral religiosa,<br />

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