cadeia produtiva da borracha natural - Iapar

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de produção anual de 500 kg de borracha, chegaríamos a uma produção anual de 33.600 toneladas, valor muito acima da realidade de 1994, quando a participação do seringal nativo foi da ordem de apenas 5.367 toneladas (Tabela 10). Este fato se deve principalmente ao fechamento de várias usinas de beneficiamento primário de borracha, pressionando a um aumento considerável do êxodo rural, associado também à derrubada indiscriminada da floresta. Pelo observado, o potencial produtivo dos seringais silvestres acha-se significativamente subaproveitado, quando o extrativismo da borracha, em associação ao extrativismo de outros recursos naturais, além de acarretar expressivos efeitos sócio-econômicos, poderia proporcionar a salvaguarda da região de fronteira e do bioma amazônico, que teriam na figura do seringueiro o seu guardião natural e efetivo. 3.2. SISTEMA DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA TECNIFICADO SERINQAL DE CULTIVO Consiste basicamente na implantação em série de plantas com características vegetativas e produtivas mais homogêneas (clones), objetivando facilitar a exploração econômica da seringueira. Uma vez implantado, o seringal pode ser sangrado a partir do sexto ou sétimo ano, alcançando rendimento máximo de produção do quarto ano de sangria em diante, mantendo-se estável até o final do período de vida produtiva útil, entre o vigésimo quinto e trigésimo ano de sangria, dependendo do sistema e da frequência de sangria, quando é eliminado e produz madeira de qualidade para a fabricação de móveis (fuste) e energia (produção de lenha a partir dos ramos mais finos). Tanto no período imaturo quanto produtivo o seringal merece atenção de tratos culturais e fitossanitários (quando necessários) visando manter as árvores sempre com bom vigor e uniformidade compatíveis se refletindo em bons níveis de produtividade. Com isso, o aporte de insumos e defensivos necessários ao consumo no seringal de cultivo movimenta uma indústria e gera um apreciável contingente de mão-de-obra indireta à montante, o que não ocorre no extrativismo puro e simples. As relações de produção nos seringais de cultivo, principalmente aqueles fora da Amazônia Legal, são muito diferentes daquelas ocor- 30
entes nos seringais nativos, sejam dentro ou fora das reservas extrati- vistas. As propriedades apresentam áreas bem definidas e com certificados de propriedade legais onde os seringueiros constituem mão-deobra especializada, recebem treinamentos específicos direcionados a executarem sua tarefa de forma a obterem o máximo de rendimento e produtividade com qualidade. Há uma perfeita divisão do trabalho, envolvendo grupos de sangradores, coletores, fiscais de sangria, equipes de manutenção, rondas fitossanitárias, permitindo desse modo, alto grau de especialização e consequente aumento de produção. Nas grandes e médias plantações, são cumpridas as legislações trabalhista e previdenciária, os trabalhadores contam com carteira assinada, direito ao FGTS e residências localizadas em agrovilas, com toda a infra-estrutura para atender às necessidades básicas e de lazer das famílias. As chamadas fazendas-empresas como a MICHELIN, FIRESTONE, GOODYEAR, PIRELLI, BONAL e outras acreditam que oferecendo uma ampla gama de serviços e benefícios diretos e/ou indiretos, estão investindo no homem, seu melhor capital, como forma de incentivar maior rendimento no trabalho. A atividade no Brasil oferece em torno de 415.000 empregos diretos com tendência a aumentar anualmente, abrangendo um universo de mais de um milhão de pessoas incluindo os membros da família. Estimativa feita pela Sociedade Rural Brasileira, conjuntamente com dados obtidos do M.M.A. (1995), dão conta das áreas plantadas através o PROBOR e iniciativa privada, e economicamente viáveis com seringais no país, como sendo: Bahia, 23 mil ha, com 15 mil produtivos e 8 mil abandonados; Mato Grosso, em torno de 60 mil plantados com 18 mil abandonados; São Paulo com 42 mil ha plantados e com aproximadamente 20 mil em produção; Espírito Santo, 12 mil ha plantados; Minas Gerais, 4 mil ha; Pernambuco, 2 mil ha; Goiás e Maranhão, 1,5 mil ha e o Paraná, com aproximadamente 1,5 mil ha plantados e um pouco mais de 150 ha em produção (Tabela 12). 31
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