cadeia produtiva da borracha natural - Iapar

Para superar essa crise haveria necessidade de ser plantada
imediatamente 1.250.000 hectares de 1999 a 2002 para serem acrescidos
aos 9.743.200 ha existentes (IRSG -1997). Mesmo que se plante
hoje, vai haver falta de borracha natural nos próximos 10 a 15 anos,
que dependerá de preços do petróleo, oferta de matéria prima e de
outros fatores, pois desde 1994, tem havido uma grande procura pela
madeira da seringueira o que tem provocado uma forte perda na área
plantada de 3 a 5% da superfície (200.000 a 300.000 ha/ano).
A despeito de os preços atuais da borracha natural serem desencorajadores,
o suprimento dessa crescente demanda projeta um cenário
bastante promissor para o Brasil, como sendo um dos únicos países
dispondo de áreas ecologicamente favoráveis à expansão do
cultivo, sem riscos de enfermidades para a cultura e sem problemas
políticos sérios como os que ocorrem nos países africanos e asiáticos.
Ao analisar mais acuradamente o contexto histórico do setor,
identificam-se alguns esforços tímidos ao longo de todos esses anos,
visando dar suporte à borracha natural brasileira, em respostas a
conjunturas específicas e passageiras associadas a pressões de demandas
refletindo interesses politico-econômicos regionais momentâneos
ou de parte de segmentos setorizados.
Esforços através de preços diferenciados que atingiram até mais
de três vezes os preços internacionais e de elevados subsídios para implantar
uma área superior a 200 mil hectares na região norte do país
(PROBOR I, II e III) que, segundo a SUDHEVEA, já extinta, garantiria a
auto-suficiência do país a partir dos anos 80, não se concretizaram
devido a inúmeros problemas conjunturais, embora tenham sido investidos
cerca de U$l,00 bilhão no período de 1972 a 1989, que somados
aos investimentos privados, supera os R$ 2 bilhões.
A participação da produção de borracha natural no Brasil em
relação ao consumo tem mostrado ao longo dos anos uma tendência
nitidamente decrescente. De uma participação de 67,98% em 1970 decresceu
para 35,10% em 1996, mesmo a despeito de um crescimento
de produção de 24,9 mil toneladas para 52,892 (50% da área plantada),
que não foi capaz de acompanhar o aumento do consumo de
aproximadamente 140 mil toneladas (Tabela 9). .
O incremento de 22% em 1997, sobre o volume da produção de
1996, cerca de 64.500 toneladas conduz a uma taxa média de crescimento
anual de 15% nos últimos três anos, esperando-se a duplicação
da oferta em cinco anos, que é ainda insuficiente para atender à demanda.
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