Análise dos dilemas e desafios na trajetória da organização sindical ...

padronizadas e da realização de seis entrevistas com profissionais e professores que
participaram do processo de organização política.
É importante considerar que antes da formação de sindicato, a organização dos
assistentes sociais passou por profundas transformações ocorridas na natureza jurídica
da entidade, que passou de um caráter mais cultural, com a criação das ABAS 2 , para
revestir de um conteúdo mais político, quando se transformou em APAS 3 e depois
Sindicato. É importante salientar que o debate sobre a formação sindical no seio da
categoria dá-se no contexto histórico de organização política sindical dos trabalhadores.
Recuperar o debate sobre a desativação e reativação dos sindicatos no contexto de
enfraquecimento da organização sindical tem polarizado o debate no seio da categoria.
Colocando em cena no debate contemporâneo a polarização sobre a reativação da
organização sindical dos assistentes sociais. Portanto, tal estudo torna-se relevante na
perspectiva de recuperar a trajetória política dos assistentes sociais e de situar o debate a
polêmica no seio da categoria sobre a retomada dos sindicatos num contexto de crise e
enfraquecimento do poder sindical.
II- Dilemas e desafios da organização política em sergipe
Historicamente, a trajetória da organização política do assistente social está
vinculada à dinâmica do movimento sindical brasileiro. É dentro desse contexto que são
construídas as bandeiras de lutas e as ações em prol da consolidação dos direitos dos
assistentes sociais enquanto classe trabalhadora. Em nível nacional, em 1948, cria-se a
Associação Brasileira de Assistentes Sociais (ABAS), e dez anos depois é implantada em
Sergipe. Nessa primeira fase da organização política percebe-se que a entidade sofre a
influência conservadora da igreja assumindo um caráter mais cultural. Nesse momento a
entidade não possui uma articulação com os movimentos sociais e sindicais, restringindo-
se a luta pela sedimentação do Serviço Social, enquanto profissão, a partir da
implementação das estratégias de ampliação do espaço profissional no estado.
A partir de 1964, com a deflagração do golpe, o governo passou a intervir em
milhares de sindicatos e impedir quaisquer tentativas de contestação da sociedade civil
através da intensificação da repressão policial e do desmonte da organização do
movimento operário. É dentro desse contexto que a organização dos assistentes sociais
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ABAS – Associação Brasileira de Assistentes Sociais foi criada em 1958 e desativada em 1968 no contexto da ditadura
militar
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APAS-SE- Associação Profissional dos Assistentes Sociais
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