Análise dos dilemas e desafios na trajetória da organização sindical ...
Análise dos dilemas e desafios na trajetória da organização sindical ...
Análise dos dilemas e desafios na trajetória da organização sindical ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Trabalhadores) em 1983, os quais passam a <strong>da</strong>r um novo direcio<strong>na</strong>mento ao movimento<br />
<strong>sindical</strong>.<br />
Em 1977, <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lmente o processo de retoma<strong>da</strong> <strong>da</strong> <strong>organização</strong> política do<br />
Assistente Social ocorre em sintonia com esse processo de redemocratização <strong>da</strong><br />
socie<strong>da</strong>de civil e construção do novo <strong>sindical</strong>ismo, ou <strong>sindical</strong>ismo autêntico, que se<br />
colocava como “<strong>sindical</strong>ismo combativo, classista e de massa, que passa a fazer parte do<br />
cenário político brasileiro, contrapondo-se ao <strong>sindical</strong>ismo atrelado ao Estado e a<br />
estrutura <strong>sindical</strong> corporativa her<strong>da</strong><strong>da</strong> do período Getulista” (CARDOSO, 1995, p.211).<br />
Outro aspecto importante no processo de <strong>organização</strong> <strong>dos</strong> assistentes sociais foi à<br />
influência ideológica basea<strong>da</strong> no marxismo, que consegue hegemonia no seio <strong>da</strong><br />
categoria .<br />
Inicia-se uma nova fase, tanto para o Serviço Social enquanto profissão,<br />
como para o conjunto <strong>da</strong>s enti<strong>da</strong>des sindicais <strong>dos</strong> assistentes sociais.<br />
Nesta nova fase, prevalece o debate político no interior destas<br />
enti<strong>da</strong>des, que, se por um lado, possibilitou a aproximação <strong>dos</strong><br />
profissio<strong>na</strong>is à reali<strong>da</strong>de em que atuam, provocou, também, resistências<br />
por parte <strong>da</strong>queles que se mantinham ideologicamente liga<strong>dos</strong> aos<br />
valores cristãos, de paz e harmonia social ( FONSECA, 2001, p.1-2)<br />
Tomando como referência o movimento <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, a ABAS/SE começou a se<br />
reestruturar suas ações e discutir o processo de formação <strong>da</strong> <strong>organização</strong> <strong>sindical</strong>. Esse<br />
movimento ganha uma visibili<strong>da</strong>de no seio <strong>da</strong> categoria a partir <strong>da</strong> criação em nível<br />
<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l do CENEAS (Comissão Executiva Nacio<strong>na</strong>l de Enti<strong>da</strong>des de Assistentes<br />
Sociais), em 1979 e a criação do ANAS (Associação Nacio<strong>na</strong>l de Assistentes Sociais), em<br />
1983. Tais enti<strong>da</strong>des contribuíram de forma decisiva para que em nível local a ABAS<br />
travasse discussões no sentido de fazer o processo de transição para construção de uma<br />
enti<strong>da</strong>de pré-<strong>sindical</strong> e <strong>sindical</strong>. A APAS/SE é cria<strong>da</strong> no ano de 1981 como um estágio<br />
preparatório para a <strong>organização</strong> em sindicato, tendo em vista o receio <strong>da</strong> categoria quanto<br />
a criação do sindicato face a conjuntura política do país de transição do período militar<br />
para a democracia. Pode-se perceber essa questão <strong>na</strong> verbalização de um <strong>dos</strong><br />
entrevista<strong>dos</strong>: “falar em sindicato, falar em associação profissio<strong>na</strong>l, falar nisso era um<br />
terror, porque a gente estava no momento <strong>da</strong> ditadura e todo mundo, todo mundo não,<br />
uma boa parte sabia o que significava isso, associação e sindicato é comunista. E aí a<br />
gente tem que ter uma discussão com a categoria para mostrar a importância disso, e por<br />
outro lado, era favorecido pela conjuntura, pelas greve no ABC, então é um momento de<br />
transição, que é muito conturbado, <strong>da</strong>í a importância dele”( sujeito de pesquisa 4).<br />
4