Análise dos dilemas e desafios na trajetória da organização sindical ...

Em Sergipe o processo de criação do sindicato, em 1985, ocorre no momento em
que a ANAS encabeça a discussão acerca da nova estrutura sindical a partir da extinção
dos sindicatos por categoria. As divergências políticas e ideológicas ligada aos grupos
políticos do PC do B e do PT presentes no movimento sindical acentuam no processo de
formação das chapas para concorrer às eleições do sindicato. O grupo político sob a
influência do PT perde as eleições e forma um grupo de oposição a diretoria do sindicato,
conhecido como GASS (Grupo Alternativo de Serviço Social ), o qual estabelece uma
articulação orgânica com a CUT e com a ANAS. Enquanto que a diretoria do sindicato,
sob a influência do PC do B faz oposição a ANAS, defendendo a perspectiva dos
sindicatos corporativos, ligados a CGT( Central Geral dos Trabalhadores). Na segunda
gestão do sindicato assume o grupo ligado ao GASS com o propósito de fazer as
discussões sobre a questão da unicidade sindical e encaminhar o processo de extinção
do sindicato.
Conforme o depoimento que segue, esse aspecto é reforçado: “a proposta do grupo
que assumiu o sindicato era a extinção do mesmo, ou melhor, fazer a extinção e transição,
encaminhar os profissionais para os grandes sindicatos, ao qual estavam ligados (..) então era
encaminhar os assistentes sociais, fazer essa discussão com os assistentes sociais dentro do seu
local de trabalho, esclarecendo que para o grupo, essa proposta do assistente social se perceber
enquanto mais um trabalhador e não reforçar a coisa do corporativismo do profissional liberal. A
chapa tinha clareza que fazer a transição, encaminhar as discussões que permitissem aos
profissionais de perceberem que as discussões políticas, salariais, das condições de trabalho que
tinha que ser travada dentro do sindicato de trabalho deles e não um sindicato a parte e essa
coisa a gente fez discussões em várias entidades”( sujeito de pesquisa 6).
Depois de um longo processo de luta e discussão sobre a questão salarial, a
organização sindical dos assistentes sociais inspirada pela construção da nova estrutura
sindical, aprovada em 1986, decide pela extinção dos sindicatos corporativos e propõe
que a avaliação da discussão salarial deve ser incorporada às lutas dos trabalhadores
contra a exploração e condições de trabalho nos sindicatos por ramo de produção. Tal
fato provoca redefinições na organização da luta dos assistentes sociais. Conforme ilustra
o depoimento: “depois foi analisado que foi equivocada a questão de se trabalhar o piso
salarial. A gente avançou tanto que chegou a conclusão que o piso salarial era um
retrocesso. Só que naquele momento ele, a pesquisa serviu para articular a categoria”
(sujeito de pesquisa 3).
Com a extinção do sindicato de Sergipe, em 1992, esperava-se que o
direcionamento político assumido pela categoria fosse fortalecer os CRESS, enquanto
6