Análise dos dilemas e desafios na trajetória da organização sindical ...

É importante destacar que o processo de formação da APAS/SE ocorreu no
momento que em nível nacional a organização sindical começa a discutir um novo
redirecionamento para o movimento sindical com a consolidação do novo sindicalismo.
Para Fonseca
o movimento político sindical dos assistentes sociais brasileiros, desde a
criação do CENEAS e, com maior ênfase, a partir da fundação da ANAS,
desenvolve-se numa perspectiva política de ruptura com a estrutura
sindical vigente, atrelada ao Estado, muito embora sua operacionalização
tenha se dado através de organismos corporativos”( Idem, p. 2).
Dentre as propostas e bandeiras de luta do movimento sindical dos assistentes
sociais, cabe frisar o processo de luta pela construção do Piso Salarial do Assistente
Social, o qual movimentou toda a categoria com o slogan: “queremos dez mínimo, somos
quarenta mil”. Na perspectiva de subsidiar a luta pelo Piso Salarial foi realizada uma
pesquisa em nível nacional sobre as condições de salário e trabalho do profissional. Para
tanto, cada entidade fez um levantamento sobre a realidade salarial do assistente social e
simultaneamente se travou uma discussão sobre a fixação dos critérios para a definição
do salário mínimo profissional de acordo com os índices do DIESSE (ABRAMIDES, Idem ,
p.124).
Em nível local , a ABAS e depois APAS constitui uma comissão para estudar a
situação salarial e as condições de trabalho em Sergipe, pesquisando em 26 instituições
do Estado de Sergipe, atingindo 50 % do universo. Conforme a verbalização de uma das
entrevistadas: “a pesquisa é importante, não pelo imediato que era o resultado da
pesquisa, mas de como fazer a articulação com a categoria, o piso salarial era uma coisa
que motivava as pessoas, queriam discutir seu piso. Acho que também era um momento
que se dava em nível nacional com outras categorias, todo mundo queria definir o seu
piso (...) a intenção não era trabalhar só o piso salarial, a pesquisa, mas exatamente fazer
com que a categoria se articulasse politicamente aí o eixo a questão salarial, a pesquisa
trabalhava vários outros itens, as condições de trabalho, o mercado de trabalho” (sujeito
de pesquisa 3). E em 1982 foi elaborado um projeto de lei sobre o Piso Salarial com base
na pesquisa e apresentado no IV CBAS. Tal projeto deu entrada no Congresso Nacional.
Durante o período de transição do projeto, na perspectiva de afirmação dos direitos são
promovidas várias manifestações em todo o país. Em nível local, a entidade fez
interseção junto a representantes parlamentares de Sergipe, envia telegramas e participa
com a ida de representantes à Brasília.
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