Confira a revista eletrônica - Vitória Apart Hospital
Confira a revista eletrônica - Vitória Apart Hospital
Confira a revista eletrônica - Vitória Apart Hospital
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
ARTIGO MÉDICO<br />
coolismo, trauma abdominal ou história<br />
prévia de pancreatite aguda ou crônica ou<br />
de doença do trato biliar.<br />
O diagnóstico, no entanto, é baseado<br />
em exames de imagem e exame histopatológico.<br />
Exames de Imagens | Os mais diversos<br />
métodos de imagem são utilizados no diagnóstico<br />
do câncer de pâncreas com a<br />
acurácia diagnóstica de: ultrassonografia<br />
abdominal (sensibilidade 70% e especificidade<br />
85%) ou ultrassonografia endoscópica<br />
(sensibilidade 95% e especificidade<br />
53%), tomografia computadorizada<br />
(sensibilidade 85% e especificidade 90%),<br />
angiografia (sensibilidade 75% e especificidade<br />
80%) e ressonância magnética<br />
com colangiopancreatorressonância (84%<br />
sensibilidade e 97% especificidade).<br />
Cirúrgico | A laparoscopia, procedimento<br />
adotado como rotina em diversos serviços,<br />
pode ser utilizado no estadiamento<br />
das lesões tumorais do pâncreas para<br />
identificar metástases hepática ou implantes<br />
peritoneais. A grande indicação é no<br />
câncer de corpo e cauda em que não está<br />
indicado cirurgia paliativa.<br />
A biópsia é importante para definição<br />
da histogênese e pode ser realizada por<br />
meio da Colangiografia Endoscópica<br />
Retrógrada (CPER), por punção aspirativa<br />
por agulha guiada por ultrassonografia<br />
ou tomografia computadorizada (80% a<br />
90% podem ser realizadas por agulha de<br />
Chiba), por ultrassonografia endoscópica<br />
e por laparotomia (quando não dispomos<br />
dos métodos citados).<br />
Outros Exames | Pacientes com lesões<br />
da cabeça do pâncreas frequentemente<br />
têm níveis elevados de fosfatase alcalina<br />
e bilirrubinas, sugestivos de icterícia<br />
obstrutiva. Outros exames de rotina<br />
geralmente estão normais. Os dois<br />
marcadores tumorais mais utilizados são o<br />
antígeno carcinoembrionário (CEA) e o CA<br />
19.9. Os dois apresentam-se geralmente<br />
elevados na doença avançada, mas<br />
Peça cirúrgica – antro gástrico, duodeno com primeiro segmento jejunal, colédoco e vesícula biliar e gânglios<br />
infelizmente estão em níveis normais<br />
na doença inicial. Além disso, esses<br />
marcadores estão elevados em outras<br />
patologias malignas e mesmo benignas.<br />
Estudos têm demonstrado o valor<br />
preditivo de malignidade, quando uma<br />
massa pancreática é avaliada, para o<br />
CA 19.9, que tem sensibilidade de 81%,<br />
especificidade de 89%, valor preditivo<br />
positivo de 94% e valor preditivo<br />
negativo de 89%. Apresenta também<br />
valor prognóstico, tendo relação com a<br />
ressecabilidade do tumor. Quando os<br />
valores séricos ajustados estão acima<br />
de 150 predizem a irressecabilidade em<br />
88% dos casos. Os níveis elevados de<br />
CA 19.9 que não reduzem após alguns<br />
ciclos de quimioterapia significam pior<br />
prognóstico.<br />
Tratamento Cirúrgico | A cirurgia<br />
constitui, no momento, o melhor<br />
tratamento para o câncer de pâncreas.<br />
A ressecção cirúrgica do tumor e dos<br />
tecidos circunvizinhos é a única terapia<br />
curativa para o câncer de pâncreas.<br />
As opções cirúrgicas para o<br />
câncer de pâncreas incluem a clássica<br />
duodenopancreatectomia (cirurgia de<br />
Whipple), a duodenopancreatectomia<br />
com preservação do piloro, a duodenopancreatectomia<br />
radical ou extendida,<br />
a duodenopancreatectomia total ou a<br />
pancreatectomia distal. O procedimento<br />
cirúrgico a ser utilizado depende da localização<br />
do tumor.<br />
Os tumores localizados na cabeça, processo<br />
uncinado e colo, que representam<br />
aproximadamente 70% dos tumores<br />
pancreáticos, são comumente ressecados<br />
com uma duodenopancreatectomia<br />
com ou sem preservação do piloro e<br />
duodeno proximal. Esses dois procedimentos<br />
têm níveis de morbidade e mortalidade<br />
similares.<br />
A preservação do piloro é tecnicamente<br />
fácil e rápida, mas pode estar asssociada<br />
a um retardo do esvaziamento gástrico.<br />
A via de acesso pode ser feita por<br />
uma incisão mediana xifo transumbilical,<br />
por uma incisão subcostal bilateral ou<br />
por uma incisão subcostal direita. Após<br />
inventário da cavidade, se não identificadas<br />
metástases, inicia-se o procedimento<br />
cirúrgico programado, a duodenopancreatectomia.<br />
A colecistectomia é usualmente realizada<br />
devido ao risco de colecistite<br />
pós-anastomose biliodigestiva. A reconstrução<br />
do trânsito intestinal pós-duodenopancreatectomia<br />
pode ser feita de<br />
várias formas. A mais comum inicia-se<br />
com a anastomose do ducto pancreático<br />
com o jejuno (pancreatojejunostomia<br />
terminolateral), depois com a anastomose<br />
do hepático com o jejuno (hepati-<br />
16 VITÓRIA APART PROGRESS