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Confira a revista eletrônica - Vitória Apart Hospital

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ESTUDO CIENTÍFICO<br />

Local | O Vitoria <strong>Apart</strong> <strong>Hospital</strong> é um hospital<br />

privado com 223 leitos, sendo 23 de<br />

UTI geral. Além desta UTI, possui outros<br />

46 leitos de UTI, divididos entre cardiológica,<br />

neurológica, queimados, pediátrica<br />

e neonatal. Possui ala de internação de<br />

pacientes oncológicos que somam 35<br />

leitos. O movimento desta UTI geral é clínico<br />

cirúrgico, com 653 saídas no ano de<br />

2009.<br />

Micrologia | As amostras de swabs retais<br />

da vigilância ativa instituídas na UTI<br />

foram semeadas em meios de cultura<br />

específicos, e a identificação do gênero<br />

Enterococcus se deu pela hidrólise bile-<br />

-esculina e tolerância a Nacl 6.5% e para<br />

espécie foram utilizadas provas adicionais<br />

com carboidratos e aminoácidos. O<br />

teste de suscetibilidade à vancomicina é<br />

feito por meio do MIC (Etest) e disco difusão<br />

em Agar Mueller-Hinton (MH), e a interpretação<br />

segue as normas ClSI, 2009.<br />

Principais medidas:<br />

• Maio de 2007 – Vigilância ativa para<br />

VRE com coleta de swab dos pacientes<br />

que preenchiam os seguintes critérios: internação<br />

maior que sete dias, uso prévio<br />

de vancomicina e presença de procedimento<br />

invasivo; ainda os pacientes com<br />

mais de dois meses de internação eram<br />

triados com swab retal mensalmente.<br />

• Abril de 2008 – Precaução de contato<br />

e coleta de swab de vigilância de todos os<br />

pacientes contactantes. Corte de pacientes<br />

colonizados e designação de funcionários<br />

específicos para atendê-los.<br />

• Julho de 2008 – Treinamentos.<br />

• Agosto de 2008 – Vigilância de processos<br />

de higienização das mãos e adesão<br />

à precaução de contato na UTI. Ampliação<br />

dos critérios de risco para coleta<br />

de cultura de vigilância: além dos citados<br />

anteriormente, foram incluídos na triagem<br />

pacientes com história de cirurgia toracoabdominal,<br />

pacientes onco-hematológicos,<br />

pacientes em diálise e pacientes provenientes<br />

de outro hospital.<br />

• Fevereiro de 2009 – Coleta de cultura<br />

de vigilância em todos os pacientes com<br />

internação superior a 24 horas e a cada<br />

sete dias de permanência. Precaução de<br />

contato para todos os pacientes da UTI.<br />

• Março de 2009 – Instituição de supervisão<br />

de limpeza terminal nos quartos de<br />

pacientes colonizados por VRE.<br />

• Junho de 2009 – Realização de tipagem<br />

molecular de dez das cepas isoladas<br />

no período: a tipagem foi realizada com<br />

dez das 41 cepas da época. Apesar do<br />

número não ter permitido a caracterização<br />

completa do surto, sugeria que: havia<br />

aparentemente duas cepas (ou três) em<br />

circulação no hospital. Isso é comum nas<br />

descrições de surtos em literatura. Aponta<br />

que, além da transmissão horizontal (contaminação<br />

de outros pacientes por meio<br />

de mãos dos profissionais ou materiais<br />

a partir de um caso), há a predisposição<br />

e risco inerente ao paciente com certas<br />

condições – fatores de risco já descritos<br />

acima – de desenvolver o VRE a partir de<br />

sua própria flora.<br />

A importância do ambiente da CPC na<br />

transmissão cruzada se mostrou claramente<br />

através da observação que a ilha<br />

4 aparecia repetidamente como o vínculo<br />

mais frequente entre os casos. Dentre as<br />

cepas tipadas, os pacientes em diálise<br />

apresentavam a mesma cepa, sugerindo<br />

a participação deste procedimento na<br />

corrente de transmissão ou apenas confirmando<br />

a epidemiologia dos fatores de<br />

risco.<br />

• Outubro de 2009 – Revisão de processos<br />

de higienização do quarto, estabelecendo<br />

parâmetros obrigatórios e tempo<br />

mínimo de limpeza.<br />

• Novembro de 2009 – Feedback (histórico<br />

– o que aprendemos com isso?) e<br />

treinamento de toda a equipe de técnicos<br />

de enfermagem.<br />

• Março de 2010 – Modificação dos critérios<br />

de coleta e instituição de precaução<br />

de contato no CPC Geral e Asas.<br />

Discussão | Habitualmente a<br />

colonização precede à infecção. Isso é<br />

verdadeiro para o VRE. (2) Dos pacientes<br />

colonizados por VRE, entre 4% a 30%<br />

podem evoluir com infecção por esse<br />

agente. (4) Em análises multivariadas, o<br />

fator de risco mais comum associado ao<br />

desenvolvimento de infecção por VRE é<br />

a gravidade da doença de base. (2) Dentre<br />

os casos classificados como infecção<br />

neste estudo, de quatro pacientes em<br />

49, todos apresentavam condições<br />

clínicas graves incluindo insuficiência<br />

renal, doença linfoproliferativa e diabetes<br />

descompensada, tinham tempo de<br />

internação prolongado (média de 42,4<br />

dias) e uso prévio de vários esquemas<br />

antimicrobianos.<br />

A transmissão cruzada parece ser o meio<br />

primário de disseminação do VRE dentro<br />

do ambiente da UTI, sendo responsável<br />

por até 85% da colonização adquirida.<br />

(3) A complexidade do controle do VRE<br />

se mostra nas ações combinadas necessárias<br />

para o seu controle e na necessidade<br />

de intervenção em hábitos de difícil<br />

mudança como a adesão à precaução de<br />

contato e higienização das mãos, o que a<br />

torna bastante difícil, como afirma também<br />

Weinstein. (2) A história de não se controlar<br />

VRE no ambiente hospitalar mostrou que a<br />

disseminação progride com a ausência ou<br />

raros casos de colonização e/ou infecção<br />

por VRE para surto monoclonal e, finalmente,<br />

para endemicidade policlonal. (2)<br />

Apesar de não termos tipado todas as<br />

cepas, a amostra avaliada sugere que estávamos<br />

fazendo a transição da fase de<br />

surto monoclonal para fase de endemia<br />

policlonal.<br />

Dentre as consequências percebidas<br />

frente a uma situação de surto ou<br />

endemia por VRE, percebemos elevado<br />

impacto da colonização e infecção por<br />

VRE tanto individualmente como para a<br />

instituição. Há dificuldade para paciente<br />

e familiares entenderem a diferença<br />

entre colonização e infecção, gerando<br />

aumento da percepção de risco para<br />

sua saúde, e, também, uma contribuição<br />

negativa para a imagem do hospital, com<br />

uma percepção de risco aumentado pela<br />

sociedade médica e clientes, como já<br />

referido por outros autores. (11) . A literatura<br />

aponta a vigilância passiva, ou seja, se<br />

pautar nos resultados de cultura clínica<br />

20 VITÓRIA APART PROGRESS

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