Número 6 (jul-dez/06) - Dialogarts - Uerj

na Antiguidade, o homem vivia muito perto dos animais, seja no
trato doméstico, seja na caça.
As cenas simbolizadas pelos animais representam situações hu-
manas, que, muitas vezes, não podiam ser mostradas diretamente.
Assim, por exemplo, na simbologia, o leão poderia representar a
majestade, a raposa a velhacaria, o lobo a brutalidade, a formiga a
previdência. Os animais poderiam servir também como disfarces
para atingir pessoas que detinham o poder e a maneira como o utili-
zavam.
Além dos seres irracionais, percebe-se, em minoria, nas fábulas
esópicas, objetos, deuses mitológicos e pessoas.
O segundo período da Fábula tem início com Caio Julio Fedro
(Macedônia, 15 a.C.-Roma c.50). Apesar de sua existência também
ser contestada, fábulas atribuídas a ele foram datadas no século I a.C.
As suas Fábulas foram divulgadas no tempo de Tibério e Calígula,
consideradas por muitos adaptações de Esopo, em versão metrifica-
da, e com ênfase no aspecto moral das histórias de animais.
Ao fabulista latino é atribuído o mérito de ter fixado a forma li-
terária da Fábula, reivindicando para ele um lugar na poesia.
As histórias escritas por Fedro são em geral, sátiras amargas,
contra pessoas e costumes de seu tempo. Em seu primeiro livro afir-
ma que a função da fábula é fazer rir, divertir e mostrar aos homens a
necessidade de prudência. Declara-se também um seguidor de Esopo,
inovando no sentido de escrever, com maior freqüência do que seu
“mestre”, fábulas com personagens humanos.
Caderno Seminal Digital, Ano 12, Nº 6, V 6 (jul/Dez 2006) – ISSN 1806-9142
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