Número 6 (jul-dez/06) - Dialogarts - Uerj

mesma simbologia. Como exemplos clássicos e de maior pertinência
para o tema estudado, colocamos dois animais sob o nosso foco: a
Raposa e o Gato. A seguir, lê-se o aparecimento das personagens na
história, no capítulo XII:
Ma non aveva fatto mezzo chilometro, che
incontrò per la strada una Volpe zoppa da un
piede e un Gatto cieco da tutt’e due gli occhi,
che se ne andavano là là, aiutandosi fra di loro,
da buoni compagni di sventura. La Volpe che
era zoppa, camminava appoggiandosi al Gatto:
e il Gatto, che era cieco, si lasciava guidare dalla
Volpe (COLLODI, 1883: 36).
A Raposa é um animal muito conhecido nas fábulas, e, no tre-
cho observado, constata-se que vem acompanhada pelo Gato, animal
já presente nas fábulas atribuídas a Esopo. Ambos animais têm apelo
negativo na história de Pinóquio e conotam enganação e astúcia.
Tentam mostrar-se bons e prestativos, para enganar Pinóquio e fazê-
lo cair em uma cilada, ficando, assim, com todo o seu dinheiro. Para
convencê-lo, instigam a ambição da marionete, prometendo levá-la
em uma terra em que seu dinheiro seria multiplicado.
Em Esopo, encontraremos várias fábulas com raposas, na maio-
ria das vezes, como símbolo da enganação e da astúcia. Um exemplo
dessa simbologia pode ser verificada na fábula “O galo e a raposa”
(ESOPO, 1994: 22). Conta-se que raposa tenta convencer o galo a
descer de uma árvore dizendo que estavam em um tempo de paz,
devido à proclamação da paz e harmonia universal entre os bichos.
Na verdade, querendo devorar o galo, usa de astúcia para convencê-
lo, em vez de atacá-lo, como ocorre na história de Pinóquio.
A figura do gato também é encontrado nas fábulas de Esopo e
constantemente como símbolo da maldade. No Dicionário de Símbo-
Caderno Seminal Digital, Ano 12, Nº 6, V 6 (jul/Dez 2006) – ISSN 1806-9142
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