Número 6 (jul-dez/06) - Dialogarts - Uerj

nocchio diríamos imediatamente que não. Apesar do caráter morali-
zante da mesma, e a presença constante de animais, há uma preocu-
pação com o prolongamento da narrativa. A fábula, segundo muitos
dos estudiosos citados, é definida essencialmente pela sua brevidade,
diferentemente da narrativa de Collodi.
Recordamos Marie-Louise, na citação de Simonsen, sobre a di-
ferença fundamental entre Conto e Fábula. O Conto, segundo a estu-
diosa apresenta um apelo ao prolongamento da narrativa, à cadeia,
enquanto a Fábula privilegia o caso, tem uma função pedagógica
evidente (SIMONSEN, 1987: 12-13).
Em Le avventure di Pinocchio, encontramos essas duas verten-
tes, tanto a preocupação com o desenvolvimento da narrativa, típica
do Conto, quanto à função pedagógica, típica da Fábula. Nessas in-
serções verificamos a interculturaliedade obra no que diz respeito a
forma que se apresenta, amalgamando na sua estrutura características
de formas diversas de narrativa.
Além dos estudos feitos sobre influências na composição da o-
bra de Collodi das características típicas dos Contos e das Fábulas,
constatamos influências de caráter mítico, e, quanto a isso, discorre-
remos nas próximas linhas.
A definição de mito de José Antônio Perez Rioja, estudada no
item Mitos talvez seja a que mais permeie as nossas reflexões sobre
Le avventure di Pinocchio: “...El mito literario suele ser un personaje
o heróe prototípico e simbólico, que perdura através del tiempo por
su elevada significación humana, nacional o universal”.
Tendo em vista o caráter essencialmente oral do Mito, e as ca-
racterísticas já tecidas sobre Le avventure di Pinocchio, não poderí-
Caderno Seminal Digital, Ano 12, Nº 6, V 6 (jul/Dez 2006) – ISSN 1806-9142
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