Número 6 (jul-dez/06) - Dialogarts - Uerj

Constata-se, portanto, o grande diferencial do Mito e de outros
modelos de narrativa: o Mito se utiliza do maravilhoso como uma
crença de um determinado povo.
No livro O conto popular, Simonsen nos afirma que os Contos
são fictícios, enquanto os Mitos são tidos como reais à sociedade
pertencente. Verifica-se, então, a seguinte definição de mito, que se
relaciona diretamente com o que falamos até aqui:
O mito, ligado a um ritual, tem um conteúdo
cosmogônico ou religioso. Simboliza as crenças
de uma comunidade, e os acontecimentos fabulosos
que ele narra são tidos como verdadeiros.
(p.6, 1987)
A palavra cosmogonia remete à origem do mundo e de seus
componentes. Logo, o Mito, em geral, denota um “conteúdo cosmo-
gônico”, como foi referenciado acima, busca, assim, explicar a ori-
gem do universo, do Mundo, dos elementos naturais. Em verdade,
trata-se de uma tentativa das diversas culturas antigas explicarem os
fenômenos natuarais que não eram possíveis de se entender sem o
avanço da ciência. É a busca do maravilhoso para suprir a defasagem
de conteúdos científicos.
Uma definição relevante de Mito nos é dada por José Antonio
Perez Rioja, no Diccionario literario universal, 1977, prendendo a
nossa atenção quanto à relevância do herói mítico: “El mito literario
suele ser un personaje o heróe prototípico e simbólico, que perdura
através del tiempo por su elevada significación humana, nacional o
universal”.
O herói mítico, portanto, tem papel fundamental no mito e ele
só será assim considerado, se tiver uma significação relevante e uni-
Caderno Seminal Digital, Ano 12, Nº 6, V 6 (jul/Dez 2006) – ISSN 1806-9142
20