Número 6 (jul-dez/06) - Dialogarts - Uerj

O termo Mito, atualmente, tem sido utilizado com outras acep-
ções, porém fundadas nessa acepção anterior. Nos dicionários, como
o popular Aurélio, na segunda definição encontramos “pessoa, fato,
ou coisa real valorizados pela imaginação popular, pela tradição”.
Assim, temos como exemplos, artistas, ídolos, figuras estereoti-
padas, que vão ao encontro ao que Umberto Eco disse sobre a imuta-
bilidade de determinados caracteres que os determinam. Um aspecto,
ou um fato determina esses objetos míticos para uma sociedade, que
os valoriza e os consagra no imaginário popular.
Um exemplo sobre o qual Eco estuda é o Superman, represen-
tando o mito da sociedade das massas, o herói do impossível. A his-
tória do Superman em curso é negada e vista como presente imóvel,
como afirma Eco (1999: 261). Discorre ainda sobre a identificação
dos leitores e telespectadores com o super-herói, que representa um
ideal mítico em uma sociedade em que as frustações, os complexos
de inferioridades são comuns. “O herói positivo deve encarnar, além
de todo limite pensável, as exigências de poder que o cidadão co-
mum nutre e não pode satisfazer” (1999: 246-247). Por esses moti-
vos, o herói é consagrado no imaginário popular e se tona mítico.
Há muitos estudiosos que dedicaram as suas vidas a essa temáti-
ca. Entretanto, não é o nosso objetivo discorrer profundamente sobre
os Mitos, mas sim entender de que maneira se forma o herói mítico
e/ou personagem mítico.
Ao analisarmos o livro Le avventure di Pinocchio, verificamos a
carga de mitificabilidade que amalgama a personagem principal, por
isso o estudo sobre o herói mítico. Além disso, constatamos na estru-
tura narrativa da obra de Collodi os diversos recursos das Fábulas e
dos Contos de que ele se utiliza para compor a obra.
Caderno Seminal Digital, Ano 12, Nº 6, V 6 (jul/Dez 2006) – ISSN 1806-9142
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