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Atenção a Si e Psicoterapia Corporal: - UFRJ

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cubra”, diz Chalmers, e como “a mera descrição das funções está localizada em um dos lados do vão,<br />

os materiais para a ponte deverão ser encontrados em outro lugar.” 5 (CHALMERS, 1995)<br />

Como observa Chalmers (1995), “É amplamente aceito que a experiência surge de uma base<br />

física, mas não temos uma boa explicação do por quê e do como ela surge. Por quê deveriam, afinal,<br />

processamentos físicos dar origem a uma vida interior tão rica? Objetivamente não parece razoável<br />

que o devessem, e assim ainda o parece.” 6<br />

Chalmers (Op. cit.) propõe uma distinção entre os termos awareness (‘dar-se conta’) 7 e<br />

consciência (consciousness), reservando o primeiro para designar os fenômenos diretos da experiência 8 e<br />

o segundo para designar o sentido central da consciência fenomenal imediata ou ‘qualia’. A<br />

experiência consciente, ou simplesmente experiência, como prefere Chalmers, é que constitui o<br />

verdadeiro hard-problem, pois parece resistir às explicações enquanto “os problemas ‘fáceis’ da<br />

consciência são aqueles que parecem ser diretamente acessíveis aos métodos-padrão da ciência<br />

cognitiva, através dos quais um fenômeno pode ser explicado em termos de seus mecanismos neurais<br />

ou computacionais.” 9<br />

5 No original: “…we need an explanatory bridge to cross it. A mere account of the functions stays on one side of the gap, so the materials for<br />

the bridge must be found elsewhere.” Tradução do autor.<br />

6 No original: “It is widely agreed that experience arises from a physical basis, but we have no good explanation of why and how it so arises.<br />

Why should physical processing give rise to a rich inner life at all? It seems objectively unreasonable that it should, and yet it does.” Tradução<br />

do autor.<br />

7 O termo awareness é de difícil tradução para a língua portuguesa; a tomada de consciência de algo ou o fato de se ter<br />

ciência de alguma coisa o sentido que mais se aproxima do sentido utilizado por Chalmers e outros autores. Para melhor<br />

clareza de estilo e maior comodidade do leitor, traduzo aqui o termo awareness por ‘dar-se conta’, mantendo acoplado o<br />

termo inglês entre parênteses ao longo do texto.<br />

8 Segundo Chalmers, os fenômenos diretos da experiência consistem nos atos de ‘dar-se conta’ dentro do quadro mais<br />

amplo da consciência como, por exemplo, a capacidade de reportar verbalmente um estado mental ou a sua acessibilidade<br />

interna, a capacidade de responder a alguma informação com base no conhecimento dela ou do ato de prestar atenção a<br />

ela ou, ainda o fato de poder integrá-la e fazer uso dela no controle sofisticado do comportamento. O termo awareness<br />

pode ainda ser utilizado simplesmente no sentido de designar o estado de vigília em oposição ao estado de sono.<br />

9 No original: “ 9 The easy problems of consciousness are those that seem directly susceptible to the standard methods of cognitive science,<br />

whereby a phenomenon is explained in terms of computational or neural mechanisms. The hard problems are those that seem to resist those<br />

methods.” Tradução do autor.<br />

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