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Atenção a Si e Psicoterapia Corporal: - UFRJ

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nosso Instituto para que, em caso de detenção, tal ato não ocorra em nossos recintos.” (BOEHM<br />

1934 apud NITZSCHKE, Op. cit. p. 30).<br />

Reich retorna então a Viena esperando encontrar apoio como psicanalista perseguido pelos<br />

nazistas e possivelmente ser reconduzido aos postos antigos, conforme Freud lhe havia prometido<br />

três anos antes. Mas, observa Nitzschke, “os tempos tinham mudado e, com eles, também os<br />

interesses de Freud”, explicitados em carta inédita a Eitingon em 17 de abril de 1933: “Agora, Freud<br />

exigia que ‘Reich que passou a agitar em Viena fosse excluído. É o meu desejo por razões<br />

cient.[íficas], não me oponho quando acontece por razões políticas, ele merece qualquer papel de<br />

mártir.’ ” (FREUD. 1933 apud NITZSCHKE. 2004, p. 30)<br />

Nitzschke destaca ainda o envolvimento de Anna Freud, que se dirige a Ernest Jones, então<br />

presidente da IPA, em 27 de abril de 1933 explicitando a conveniência de uma composição política:<br />

“Em sua breve estada aqui, R.[eich] teve o desplante de fazer discursos políticos<br />

com viés psicológico em reuniões comunistas. Qualquer um sabe o que isso pode<br />

significar, nos dias de hoje, para a associação analítica. (...) Meu pai (...) está ansioso<br />

para se livrar de Reich como filiado; ele se sente ofendido pelo fato de a análise ser<br />

forçada a servir à política, que não é o lugar dela” (FRIEDERICH 1990, apud<br />

NITZSCHKE. 2004, p. 30)<br />

Anna Freud operava junto a Jones, na instância superior da IPA, no sentido de fazer cumprir<br />

a exigência de seu pai que, assim, podia dissimular a real motivação de sua necessidade em livrar-se<br />

de Reich concentrando a sua ação direta sobre Harald Schultz-Hencke, um outro dissidente, porém<br />

de extração adleriana:<br />

“Em carta a Eitingon, de 21 de março de 1933, [Freud] mostrou-se mais<br />

preocupado com os ‘inimigos internos’ da psicanálise, notadamente os adlerianos e<br />

Wilhelm Reich. Assim, concentrou todos os seus ataques contra Harald Schultz-<br />

Hencke, julgado mais perigoso por suas posições adlerianas do que por seu<br />

engajamento pró-nazista.” (ROUDINESCO e PLON 1998, p. 12; colchete<br />

acrescido)<br />

25<br />

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