13.07.2015 Views

meteorologia da qualidade do ar no que tange as ... - UFRJ

meteorologia da qualidade do ar no que tange as ... - UFRJ

meteorologia da qualidade do ar no que tange as ... - UFRJ

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Figura 5.35: Evolução <strong>da</strong> v<strong>ar</strong>iação média horária <strong>da</strong>s concentrações <strong>do</strong> poluente 76ozônio (em µg/m 3 ) na Estação Nova Iguaçu, entre 2000 e 2005.Figura 5.36: Evolução <strong>da</strong> v<strong>ar</strong>iação média horária <strong>da</strong>s concentrações de monóxi<strong>do</strong> 77de nitrogênio (em µg/m 3 ) na Estação Nova Iguaçu, entre 2000 e 2005.Figura 5.37: Evolução <strong>da</strong> v<strong>ar</strong>iação média horária <strong>da</strong>s concentrações de dióxi<strong>do</strong> de 77nitrogênio (em µg/m 3 ) na Estação Nova Iguaçu, entre 2000 e 2005.Figura 5.38: Evolução <strong>da</strong> v<strong>ar</strong>iação média <strong>da</strong>s concentrações <strong>do</strong> poluente ozônio 79(em µg/m 3 ) e <strong>da</strong> razão NO 2 /NO na Estação Nova Iguaçu, de acor<strong>do</strong> com a hora<strong>do</strong> dia, entre 2000 e 2005.Figura 5.39: Evolução <strong>da</strong> v<strong>ar</strong>iação média horária <strong>da</strong>s concentrações de ozônio 80(em µg/m 3 ) na Estação Belford Roxo, em 2004 e 2005.Figura 5.40: Evolução <strong>da</strong> v<strong>ar</strong>iação média horária <strong>da</strong>s concentrações de dióxi<strong>do</strong> de 81nitrogênio (em µg/m 3 ) na Estação Belford Roxo, em 2004 e 2005.Figura 5.41: Evolução <strong>da</strong> v<strong>ar</strong>iação média <strong>da</strong>s concentrações <strong>do</strong> poluente ozônio 82(em µg/m 3 ) e de dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio na Estação Belford Roxo, de acor<strong>do</strong> com ahora <strong>do</strong> dia, em 2004 e 2005.Figura 6.1: Rosa <strong>do</strong>s Ventos (Estação Centro). 83Figura 6.2: Rosa <strong>do</strong>s Ventos de acor<strong>do</strong> com a hora <strong>do</strong> dia (Estação Centro) 84Figura 6.3: Rosa de Poluição p<strong>ar</strong>a o poluente ozônio (Estação Centro) 85Figura 6.4: Rosa de Poluição p<strong>ar</strong>a monóxi<strong>do</strong> de nitrogênio (Estação Centro) 86Figura 6.5: Rosa de Poluição p<strong>ar</strong>a dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio (Estação Centro) 87Figura 6.6: Avaliação <strong>da</strong>s possíveis fontes de emissão <strong>que</strong> contribuem com o 88lançamento <strong>do</strong>s óxi<strong>do</strong>s de nitrogênio e p<strong>ar</strong>a a formação <strong>do</strong> poluente ozônio(Estação Centro).Figura 6.7: Rosa <strong>do</strong>s Ventos (Estação Jac<strong>ar</strong>epaguá) 89Figura 6.8: Rosa <strong>do</strong>s Ventos de acor<strong>do</strong> com a hora <strong>do</strong> dia (Estação Jac<strong>ar</strong>epaguá) 90Figura 6.9: Rosa de Poluição p<strong>ar</strong>a o poluente ozônio (Estação Jac<strong>ar</strong>epaguá) 91Figura 6.10: Rosa de Poluição p<strong>ar</strong>a monóxi<strong>do</strong> de nitrogênio (Estação 92Jac<strong>ar</strong>epaguá)Figura 6.11: Rosa de Poluição p<strong>ar</strong>a dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio (Estação Jac<strong>ar</strong>epaguá) 93Figura 6.12: Avaliação <strong>da</strong>s possíveis fontes de emissão <strong>que</strong> contribuem com o 93lançamento <strong>do</strong>s óxi<strong>do</strong>s de nitrogênio e p<strong>ar</strong>a a formação <strong>do</strong> poluente ozônio(Estação Jac<strong>ar</strong>epaguá).Figura 6.13: Rosa <strong>do</strong>s Ventos (Estação Nova Iguaçu) 94Figura 6.14: Rosa <strong>do</strong>s Ventos de acor<strong>do</strong> com a hora <strong>do</strong> dia (Estação Nova 95Iguaçu)Figura 6.15: Rosa de Poluição p<strong>ar</strong>a o poluente ozônio (Estação Nova Iguaçu) 96Figura 6.16: Rosa de Poluição p<strong>ar</strong>a monóxi<strong>do</strong> de nitrogênio (Estação Nova 97Iguaçu)Figura 6.17: Rosa de Poluição p<strong>ar</strong>a dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio (Estação Nova Iguaçu) 98Figura 6.18: Avaliação <strong>da</strong>s possíveis fontes de emissão <strong>que</strong> contribuem com o 98lançamento <strong>do</strong>s óxi<strong>do</strong>s de nitrogênio e p<strong>ar</strong>a a formação <strong>do</strong> poluente ozônio(Estação Nova Iguaçu).Figura 6.19: Rosa <strong>do</strong>s Ventos (Estação Belford Roxo) 99x


Figura 6.20: Rosa <strong>do</strong>s Ventos de acor<strong>do</strong> com a hora <strong>do</strong> dia (Estação Belford 100Roxo)Figura 6.21: Rosa de Poluição p<strong>ar</strong>a o poluente ozônio (Estação Belford Roxo) 101Figura 6.22: Rosa de Poluição p<strong>ar</strong>a dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio (Estação Belford Roxo) 101Figura 6.23: Avaliação <strong>da</strong>s possíveis fontes de emissão <strong>que</strong> contribuem com o 102lançamento <strong>do</strong>s óxi<strong>do</strong>s de nitrogênio e p<strong>ar</strong>a a formação <strong>do</strong> poluente ozônio(Estação Belford Roxo).Figura 7.1: Matriz de correlação consideran<strong>do</strong> o banco de <strong>da</strong><strong>do</strong>s completo. 106Figura 7.2: Distribuição <strong>da</strong>s componentes principais n<strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveis <strong>do</strong> banco de<strong>da</strong><strong>do</strong>s.Figura 7.3: Distribuição <strong>da</strong>s componentes principais n<strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveis <strong>do</strong> banco de<strong>da</strong><strong>do</strong>s em detalhe. Onde: o vermelho representa a componente 1, o azul acomponente 2, o rosa a 3 e o verde o resíduo.Figura 7.4: Den<strong>do</strong>grama <strong>do</strong>s Componentes Principais n<strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveis <strong>do</strong> banco de<strong>da</strong><strong>do</strong>s completo.Figura 7.5: Matriz de Correlação consideran<strong>do</strong> apen<strong>as</strong> registros referentes aoperío<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> há incidência de radiação sol<strong>ar</strong>.Figura 7.6: Distribuição <strong>da</strong>s componentes principais n<strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveis <strong>do</strong> banco de<strong>da</strong><strong>do</strong>s consideran<strong>do</strong> apen<strong>as</strong> registros referentes ao perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> dia com incidênciade radiação sol<strong>ar</strong>.Figura 7.7: Distribuição <strong>da</strong>s componentes principais n<strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveis <strong>do</strong> banco de<strong>da</strong><strong>do</strong>s consideran<strong>do</strong> apen<strong>as</strong> registros referentes ao perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> dia com incidênciade radiação sol<strong>ar</strong>, em detalhe.Figura 7.8: Den<strong>do</strong>grama consideran<strong>do</strong> apen<strong>as</strong> registros referentes ao perío<strong>do</strong> <strong>do</strong>dia com incidência de radiação sol<strong>ar</strong>.Figura 7.9: Perfil médio diário <strong>da</strong> temperatura <strong>do</strong> <strong>ar</strong> e <strong>da</strong> Umi<strong>da</strong>de Relativa naEstação Belford Roxo.Figura 7.10: Perfil médio diário <strong>da</strong> radiação sol<strong>ar</strong> total e ultravioleta na EstaçãoBelford Roxo.Figura 7.11: Distribuição <strong>da</strong>s componentes principais n<strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveis <strong>do</strong> banco de<strong>da</strong><strong>do</strong>s consideran<strong>do</strong> apen<strong>as</strong> registros referentes ao perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> dia e def<strong>as</strong>agem<strong>da</strong> série de concentrações de NO 2 de 4 hor<strong>as</strong>.Figura 7.12: Distribuição <strong>da</strong>s componentes principais n<strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveis <strong>do</strong> banco de<strong>da</strong><strong>do</strong>s consideran<strong>do</strong> apen<strong>as</strong> registros referentes ao perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> dia e def<strong>as</strong>agem<strong>da</strong> série de concentrações de NO 2 de 4 hor<strong>as</strong>, em detalhe.Figura 7.13: Den<strong>do</strong>grama consideran<strong>do</strong> apen<strong>as</strong> registros referentes ao perío<strong>do</strong><strong>do</strong> dia e def<strong>as</strong>agem <strong>da</strong> série de concentrações de NO 2 de 4 hor<strong>as</strong> com incidênciade radiação sol<strong>ar</strong>.Figura 7.14: Distribuição <strong>da</strong>s componentes principais n<strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveis <strong>do</strong> banco de<strong>da</strong><strong>do</strong>s consideran<strong>do</strong> apen<strong>as</strong> registros referentes ao perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> dia e def<strong>as</strong>agem<strong>da</strong> série de radiação sol<strong>ar</strong> total e ultravioleta de 1 hora com incidência deradiação sol<strong>ar</strong>.Figura 7.15: Distribuição <strong>da</strong>s componentes principais n<strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveis <strong>do</strong> banco de<strong>da</strong><strong>do</strong>s consideran<strong>do</strong> apen<strong>as</strong> registros referentes ao perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> dia e def<strong>as</strong>agem<strong>da</strong> série de radiação sol<strong>ar</strong> total e ultravioleta de 1 hora com incidência deradiação sol<strong>ar</strong>, em detalhe.Figura 7.16: Den<strong>do</strong>grama consideran<strong>do</strong> apen<strong>as</strong> registros referentes ao perío<strong>do</strong><strong>do</strong> dia com def<strong>as</strong>agem <strong>da</strong>s séries de radiação sol<strong>ar</strong> total e ultravioleta em 1 hora.108109110113114115116117117119120121123124125xi


1. INTRODUÇÃOAtualmente, a poluição <strong>do</strong> <strong>ar</strong> constitui um problema ambiental em diversos lug<strong>ar</strong>es <strong>do</strong>mun<strong>do</strong>, <strong>no</strong>s quais a natureza e a extensão <strong>da</strong> degra<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong>,impulsiona<strong>da</strong> pelo desenvolvimento urba<strong>no</strong> e industrial, estão relaciona<strong>da</strong>s diretamentecom <strong>as</strong> c<strong>ar</strong>acterístic<strong>as</strong> topográfic<strong>as</strong>, <strong>da</strong> tipologia <strong>da</strong>s fontes de poluentes atmosféricos, <strong>da</strong>quanti<strong>da</strong>de de emissão <strong>que</strong> afeta a região e <strong>da</strong>s condições meteorológic<strong>as</strong>. Vale ressalt<strong>ar</strong><strong>que</strong>, apes<strong>ar</strong> <strong>da</strong> poluição <strong>do</strong> <strong>ar</strong> ser um fenôme<strong>no</strong> muito antigo, somente a p<strong>ar</strong>tir <strong>da</strong>segun<strong>da</strong> metade <strong>do</strong> século XX, estu<strong>do</strong>s a respeito deste problema p<strong>as</strong>s<strong>ar</strong>am a serrealiza<strong>do</strong>s.O monitoramento <strong>do</strong>s constituintes atmosféricos começou apen<strong>as</strong> pela curiosi<strong>da</strong>decientífica. Contu<strong>do</strong>, não demorou muito p<strong>ar</strong>a <strong>que</strong> fossem levanta<strong>da</strong>s <strong>que</strong>stões sobre <strong>as</strong>possíveis conseqüênci<strong>as</strong> <strong>do</strong> aumento <strong>da</strong> deterioração <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong> p<strong>ar</strong>a ahumani<strong>da</strong>de. A importância <strong>do</strong> monitoramento <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong> consiste, não só <strong>no</strong>acompanhamento sistemático <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong> na área monitora<strong>da</strong>, como também naconstituição de elementos básicos p<strong>ar</strong>a elaboração de diagnósticos <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong><strong>que</strong> possibilitam a proposição e instituição de ações governamentais <strong>no</strong> <strong>que</strong> se refere aocontrole <strong>da</strong>s emissões, objetivan<strong>do</strong> a proteção e a melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>população.Na ver<strong>da</strong>de, o crescimento desenfrea<strong>do</strong> <strong>do</strong>s grandes centros urba<strong>no</strong>s teve como um <strong>do</strong>sprincipais impactos a degra<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong> e, por conseguinte, o impacto n<strong>as</strong>aúde <strong>da</strong> população e <strong>no</strong> meio ambiente em geral. Dessa forma, com o aumento <strong>da</strong>semissões atmosféric<strong>as</strong>, principalmente, a p<strong>ar</strong>tir <strong>da</strong> <strong>que</strong>ima de combustíveis fósseis,agrava<strong>da</strong> pelo processo de urbanização, p<strong>as</strong>sou-se a <strong>as</strong>soci<strong>ar</strong> quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> àquali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong>.Na Região Metropolitana <strong>do</strong> Rio de Janeiro (RMRJ), o monitoramento <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong>teve início <strong>no</strong> final <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 60, com a Rede Manual de Monitoramento <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>çãoEstadual de Engenh<strong>ar</strong>ia <strong>do</strong> Meio Ambiente (FEEMA), <strong>que</strong> ain<strong>da</strong> está em operação erealiza medições de p<strong>ar</strong>tícul<strong>as</strong> totais em suspensão (PTS) a ca<strong>da</strong> seis di<strong>as</strong>. Porém, com ocrescimento e desenvolvimento desta região surgiu à necessi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> realização de ummonitoramento contínuo e mais abrangente <strong>no</strong> <strong>que</strong> <strong>tange</strong> a quantificação de uma maior1


gama de poluentes. Assim, a p<strong>ar</strong>tir <strong>do</strong> final <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 90, o Gover<strong>no</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Riode Janeiro, através FEEMA, adquiriu cinco estações automátic<strong>as</strong> de monitoramento <strong>da</strong>quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong>, bem como ampliou a rede de amostragem manual através <strong>do</strong>monitoramento <strong>da</strong>s p<strong>ar</strong>tícul<strong>as</strong> inaláveis (PI). Desde então, outros órgãos ambientaiscomo <strong>as</strong> Secret<strong>ar</strong>i<strong>as</strong> Municipais de Meio Ambiente <strong>do</strong> Município <strong>do</strong> Rio de Janeiro, ap<strong>ar</strong>tir <strong>do</strong> a<strong>no</strong> 2000, e <strong>do</strong> Município de Belford Roxo, <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2002, também adquirirame p<strong>as</strong>s<strong>ar</strong>am a oper<strong>ar</strong> estações de monitoramento <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong>. Nos últimos a<strong>no</strong>s, ainiciativa priva<strong>da</strong>, em cumprimento a exigênci<strong>as</strong> ambientais, também p<strong>as</strong>sou a realiz<strong>ar</strong> omonitoramento <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong> em regiões como os Municípios de Du<strong>que</strong> de Caxi<strong>as</strong>,Macaé e Volta Re<strong>do</strong>n<strong>da</strong>.Por meio dest<strong>as</strong>, p<strong>as</strong>s<strong>ar</strong>am a ser monitora<strong>da</strong>s continuamente na RMRJ <strong>as</strong> concentraçõesde diversos poluentes como os óxi<strong>do</strong>s de nitrogênio, monóxi<strong>do</strong> de c<strong>ar</strong>bo<strong>no</strong>, dióxi<strong>do</strong> deenxofre, p<strong>ar</strong>tícul<strong>as</strong> inaláveis, hidroc<strong>ar</strong>bonetos totais, hidroc<strong>ar</strong>bonetos não-meta<strong>no</strong>, meta<strong>no</strong>e o ozônio, objeto deste estu<strong>do</strong>.A formação deste poluente é resulta<strong>do</strong> de complex<strong>as</strong> reações <strong>que</strong> ocorrem na atmosfera.Em determina<strong>da</strong>s condições meteorológic<strong>as</strong>, principalmente, sob forte incidência deradiação ultravioleta, pode ocorrer a fotólise <strong>do</strong> NO 2 , voltan<strong>do</strong> a NO e liberan<strong>do</strong> oxigênioatômico <strong>no</strong> esta<strong>do</strong> excita<strong>do</strong> (O*), <strong>que</strong> pode reagir com o oxigênio molecul<strong>ar</strong> forman<strong>do</strong>então o ozônio. Mais detalhes a respeito <strong>do</strong>s processos físico-químicos envolvi<strong>do</strong>s naformação <strong>da</strong> molécula de ozônio estão apresenta<strong>do</strong>s <strong>no</strong> Capítulo 2. Uma síntese deresulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s em diversos estu<strong>do</strong>s <strong>que</strong> contempl<strong>ar</strong>am uma avaliação de registrosobti<strong>do</strong>s através <strong>do</strong> monitoramento <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong> também é discuti<strong>da</strong> neste capítulo.Pelo <strong>que</strong> se tem conhecimento, apen<strong>as</strong> os grandes centros urba<strong>no</strong>s <strong>no</strong> Br<strong>as</strong>il apresentamproblem<strong>as</strong> de altos índices de concentração de ozônio, e a Região Metropolitana <strong>do</strong> Riode Janeiro (RMRJ) não é uma exceção. O grande número de fontes emissor<strong>as</strong> e ocontínuo aumento dess<strong>as</strong>, seja com o crescimento industrial ou com o aumento <strong>da</strong> frotaveicul<strong>ar</strong>, alia<strong>do</strong> a alta incidência de radiação sol<strong>ar</strong> praticamente durante to<strong>do</strong> o a<strong>no</strong>, tornaa região propícia à formação deste poluente e, por isso, faz-se necessário um diagnósticodetalha<strong>do</strong> <strong>no</strong> <strong>que</strong> <strong>tange</strong> o comportamento <strong>do</strong> ozônio e de seus precursores, bem como <strong>ar</strong>elação deste com os p<strong>ar</strong>âmetros meteorológicos. Uma c<strong>ar</strong>acterização desta região,2


apresentan<strong>do</strong> uma avaliação <strong>da</strong> problemática <strong>da</strong> poluição <strong>do</strong> <strong>ar</strong> e <strong>da</strong> climatologia regional,será abor<strong>da</strong><strong>da</strong> <strong>no</strong> Capítulo 3.Dessa forma, o presente estu<strong>do</strong> objetiva promover o diagnóstico <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong>quan<strong>do</strong> <strong>do</strong> estabelecimento de relações entre <strong>as</strong> condições meteorológic<strong>as</strong> e <strong>as</strong>concentrações de ozônio e <strong>do</strong>s óxi<strong>do</strong>s de nitrogênio, um <strong>do</strong>s seus principais precursoresna Região Metropolitana <strong>do</strong> Rio de Janeiro (RMRJ). Além disso, também é objetivo deste<strong>da</strong>r emb<strong>as</strong>amento aos critérios de eventuais necessi<strong>da</strong>des de redimensionamento <strong>da</strong>rede de monitoramento existente. A meto<strong>do</strong>logia utiliza<strong>da</strong> por este estu<strong>do</strong> pode serobserva<strong>da</strong> em detalhe <strong>no</strong> Capítulo 4.A análise <strong>do</strong> comportamento médio anual, mensal, de acor<strong>do</strong> com o dia <strong>da</strong> semana e ahora <strong>do</strong> dia, <strong>da</strong>s concentrações de ozônio troposférico e <strong>do</strong>s óxi<strong>do</strong>s de nitrogênioregistra<strong>do</strong>s durante os últimos seis a<strong>no</strong>s na Região Metropolitana <strong>do</strong> Rio de Janeiro podeser observa<strong>da</strong> <strong>no</strong> Capítulo 5.A investigação de possíveis relações entre os níveis de concentração de ozônio com <strong>as</strong>condições meteorológic<strong>as</strong> locais também será o alvo deste estu<strong>do</strong>. Nesse senti<strong>do</strong>, foirealiza<strong>da</strong> uma avaliação <strong>da</strong> influência <strong>do</strong> transporte advectivo na formação <strong>do</strong> ozônio <strong>que</strong>pode ser vista <strong>no</strong> Capítulo 6. Ain<strong>da</strong> <strong>no</strong> <strong>que</strong> diz respeito à relação entre a <strong>meteorologia</strong> e aquali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong>, complementan<strong>do</strong> este estu<strong>do</strong>, a técnica de Data Mining também foiutiliza<strong>da</strong>. Os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s por meio desta são apresenta<strong>do</strong>s <strong>no</strong> Capítulo 7.As conclusões obti<strong>da</strong>s são apresenta<strong>da</strong>s <strong>no</strong> Capítulo 8. Também são abor<strong>da</strong><strong>da</strong>s por este,recomen<strong>da</strong>ções acerca <strong>do</strong> aperfeiçoamento <strong>do</strong>s pla<strong>no</strong>s <strong>do</strong> monitoramento <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de<strong>do</strong> <strong>ar</strong> consideran<strong>do</strong> su<strong>as</strong> reais necessi<strong>da</strong>des, representativi<strong>da</strong>de e otimização.3


2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICAO smog fotoquímico é um fenôme<strong>no</strong> c<strong>ar</strong>acteriza<strong>do</strong> pela presença de oxi<strong>da</strong>ntesfotoquímicos na atmosfera. Este tipo de evento pode ser observa<strong>do</strong> comumente emgrande centros urba<strong>no</strong>s como São Paulo, Santiago <strong>do</strong> Chile e Los Angeles.Dentre os poluentes fotoquímicos, o ozônio é de maior conhecimento <strong>do</strong> público, devi<strong>do</strong> aimportância <strong>do</strong> ozônio estratosférico e a crescente preocupação mundial a cerca <strong>da</strong>redução <strong>do</strong>s níveis de ozônio nesta cama<strong>da</strong>. Na troposfera é o aumento progressivo <strong>da</strong>sconcentrações de ozônio, principalmente, em grandes centros urba<strong>no</strong>s, o alvo depesquis<strong>as</strong> em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>. As conseqüênci<strong>as</strong> diret<strong>as</strong> <strong>da</strong> exposição <strong>da</strong> população aalt<strong>as</strong> concentrações deste poluente, próximo a superfície, são irritação <strong>no</strong>s olhos e n<strong>as</strong>vi<strong>as</strong> respiratóri<strong>as</strong>, entre outros <strong>da</strong><strong>no</strong>s à vi<strong>da</strong> em geral (CETESB, 2003).Os distritos <strong>que</strong> integram a costa su<strong>do</strong>este <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 1977,cheg<strong>ar</strong>am a registr<strong>ar</strong> 208 di<strong>as</strong> com ocorrência de violações ao padrão de quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong>estabeleci<strong>do</strong> pelo EPA p<strong>ar</strong>a o poluente ozônio (AQMD, 2005). Contu<strong>do</strong>, uma significativamelhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong> foi verifica<strong>da</strong> a p<strong>ar</strong>tir <strong>do</strong> estabelecimento de polític<strong>as</strong> públic<strong>as</strong>p<strong>ar</strong>a o controle de emissões. No a<strong>no</strong> de 2004, por exemplo, <strong>as</strong> ultrap<strong>as</strong>sagens ao padrãohorário foram identifica<strong>da</strong>s em apen<strong>as</strong> 28 di<strong>as</strong> <strong>do</strong> a<strong>no</strong>.A ci<strong>da</strong>de de Santiago <strong>do</strong> Chile apresenta diversos episódios de smog fotoquímicoc<strong>ar</strong>acteriza<strong>do</strong> por alt<strong>as</strong> concentrações de ozônio, <strong>que</strong> tem aumenta<strong>do</strong> de formaconsiderável n<strong>as</strong> últim<strong>as</strong> du<strong>as</strong> déca<strong>da</strong>s (JORQUERA et al., 2004; RUBIO et al., 2004).No Br<strong>as</strong>il, o primeiro registro de um evento deste tipo <strong>que</strong> se tem <strong>no</strong>tícia ocorreu em 1972na ci<strong>da</strong>de de São Paulo, provoca<strong>do</strong> principalmente por emissões atmosféric<strong>as</strong>proveniente de veículos automotores <strong>as</strong>socia<strong>da</strong>s a condições meteorológic<strong>as</strong> de inversãotérmica e ausência de ventos e de chuv<strong>as</strong>. Atualmente, o Esta<strong>do</strong> de São Paulo vemenfrentan<strong>do</strong> diversos problem<strong>as</strong> relaciona<strong>do</strong>s a alt<strong>as</strong> concentrações de ozônio <strong>que</strong>p<strong>as</strong>s<strong>ar</strong>am a ser detecta<strong>do</strong>s rotineiramente. De acor<strong>do</strong> com CETESB (2004), somente <strong>no</strong>a<strong>no</strong> de 2003, foram verifica<strong>da</strong>s ultrap<strong>as</strong>sagens ao padrão horário em 72 di<strong>as</strong> o <strong>que</strong>corresponde a aproxima<strong>da</strong>mente 20% <strong>do</strong>s di<strong>as</strong> <strong>do</strong> a<strong>no</strong>.4


No Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio de Janeiro, algum<strong>as</strong> regiões já apresentam problem<strong>as</strong> referentes aalt<strong>as</strong> concentrações de ozônio. Segun<strong>do</strong> CARVALHO e CAVALCANTI (2004), em apen<strong>as</strong>um a<strong>no</strong> de registros <strong>no</strong> Município de Macaé, referentes ao perío<strong>do</strong> entre abril de 2002 em<strong>ar</strong>ço de 2003, foram identifica<strong>do</strong>s 26 di<strong>as</strong> com violações <strong>do</strong>s limites estabeleci<strong>do</strong>s pelaResolução CONAMA 03/90. CARVALHO et al. (2004ª) revelou <strong>que</strong> em um mês demonitoramento <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong>, entre os di<strong>as</strong> 15 de m<strong>ar</strong>ço e 15 de abril, <strong>no</strong> Municípiode Belford Roxo, foram registra<strong>da</strong>s 6 ultrap<strong>as</strong>sagens ao padrão.2.1 FORMAÇÃO DO OZÔNIO TROPOSFÉRICODe acor<strong>do</strong> com a literatura (SEINFELD, 1986; BRONNIMANN E NEU, 1997; VECCHI eVALLI, 1999; PONT e FONTAN, 2001), o balanço global de ozônio, na troposfera,ilustra<strong>do</strong> na Figura 2.1, apresenta ganho através <strong>da</strong> produção química “in situ” e <strong>do</strong>transporte de ozônio estratosférico enquanto a per<strong>da</strong> se dá através <strong>do</strong> processo dedeposição seca na superfície <strong>da</strong> Terra e <strong>da</strong> destruição através de mecanismos de reaçãoquímica local.Figura 2.1: Balanço Global <strong>do</strong> Ozônio TroposféricoFonte: A<strong>da</strong>pta<strong>do</strong> a p<strong>ar</strong>tir de SEINFELD, 1986.5


A produção química <strong>do</strong> ozônio na troposfera ocorre a p<strong>ar</strong>tir de reações mediante a ação<strong>da</strong> luz sol<strong>ar</strong> e de oxi<strong>da</strong>ções fotoquímic<strong>as</strong>. Sen<strong>do</strong> o ozônio um poluente secundário, osinergismo com os demais poluentes representa um fator complica<strong>do</strong>r p<strong>ar</strong>a o problema,dificultan<strong>do</strong> a modelagem e previsão <strong>da</strong> formação deste.O ciclo fotoquímico <strong>que</strong> leva a formação <strong>do</strong> ozônio e outros poluentes fotoquímicos estáapresenta<strong>do</strong> na Figura 2.2. Em determina<strong>da</strong>s condições meteorológic<strong>as</strong>, principalmentesob forte incidência de raios ultraviolet<strong>as</strong>, pode ocorrer a fotólise <strong>do</strong> NO 2 , voltan<strong>do</strong> a NO eliberan<strong>do</strong> oxigênio atômico <strong>no</strong> esta<strong>do</strong> excita<strong>do</strong> (O*), <strong>que</strong> pode reagir com o oxigêniomolecul<strong>ar</strong> forman<strong>do</strong> então o ozônio. Por outro la<strong>do</strong>, esta reação pode ser reverti<strong>da</strong>, ap<strong>ar</strong>tir <strong>da</strong> <strong>que</strong>bra <strong>da</strong> molécula de ozônio, a p<strong>ar</strong>tir <strong>da</strong> ação <strong>da</strong> radiação sol<strong>ar</strong> comcomprimento de on<strong>da</strong> me<strong>no</strong>r <strong>que</strong> 310 nm, liberan<strong>do</strong> oxigênio atômico, <strong>que</strong> vai entãorealiz<strong>ar</strong> outr<strong>as</strong> reações fotoquímic<strong>as</strong> produzin<strong>do</strong> o radical OH - . Este radical pode form<strong>ar</strong><strong>no</strong>vamente ozônio e outr<strong>as</strong> substânci<strong>as</strong> ou mesmo ser um sumi<strong>do</strong>uro p<strong>ar</strong>a NO x ,produzin<strong>do</strong> compostos nitrogena<strong>do</strong>s (U.S. DEPARTMENT OF HEALTH, EDUCATION,AND WELFARE, 1970).Figura 2.2: Es<strong>que</strong>matização <strong>do</strong> Ciclo FotoquímicoFonte: A<strong>da</strong>pta<strong>da</strong> a p<strong>ar</strong>tir de “Air Quality Criteria for Photochemical Oxi<strong>da</strong>nts – U.S.Dep<strong>ar</strong>tment of Health, Education, and Welf<strong>ar</strong>e”, 1970.6


As reações apresenta<strong>da</strong>s a seguir mostram, de forma resumi<strong>da</strong>, <strong>as</strong> principais etap<strong>as</strong> <strong>que</strong>levam à formação <strong>do</strong> ozônio (SEINFELD, 1986; BRONNIMANN E NEU, 1997; CETESB,2002).NO 2 + hν → NO + O* (λ


O 3 +hv → O + O 22.4→ O( 1 D) + O 2O( 1 D) + H 2 O → 2OH 2.5 2.1CO + OH → CO 2 + HO 2 2.6HO 2 + NO → NO 2 + OH 2.7NO 2 + hν → NO + O 2.8O + O 2 + M → O 3 + M 2.9Sen<strong>do</strong> <strong>as</strong>sim, o resulta<strong>do</strong> final dest<strong>as</strong> reações pode ser escrito como:CO + 2O 2 + hν → CO 2 + O 3 2.10Os mecanismos cinéticos descritos anteriormente não incluem a formação <strong>do</strong> smogfotoquímico na presença <strong>do</strong>s Compostos Orgânicos Voláteis (COVs). Esse termo éaplica<strong>do</strong> na cl<strong>as</strong>sificação <strong>do</strong>s compostos orgânicos presentes na atmosfera na f<strong>as</strong>eg<strong>as</strong>osa (por exemplo, hidroc<strong>ar</strong>bonetos não-meta<strong>no</strong>, meta<strong>no</strong> e compostos oxigena<strong>do</strong>s),excluin<strong>do</strong> o monóxi<strong>do</strong> e o dióxi<strong>do</strong> de c<strong>ar</strong>bo<strong>no</strong>. Os COVs são emiti<strong>do</strong>s por fontesbiogênic<strong>as</strong> continentais e antropogênic<strong>as</strong>, sen<strong>do</strong> est<strong>as</strong> principalmente provenientes deveículos automotivos. O radical hidroxila é uma espécie chave p<strong>ar</strong>a o entendimento <strong>da</strong>química <strong>da</strong> formação <strong>do</strong> smog fotoquímico e, conseqüentemente, <strong>do</strong> poluente ozônio.Existe uma competição entre os COVs e o NO x pelo radical hidroxila. P<strong>ar</strong>a alt<strong>as</strong> razões deconcentração de COVs / NO x o radical hidroxila reagirá principalmente com o COVs, p<strong>ar</strong>abaix<strong>as</strong> razões a reação com o NO x pode ser pre<strong>do</strong>minante (SEINFELD, 1986). A reação<strong>do</strong>s Compostos Orgânicos Voláteis com o radical hidroxila promove a formação deradicais peroxialquila (RO . 2 ), acila (RCO . ) e peroxiacila ( RC(O)O . 2 ). Os radicais peroxireagem rapi<strong>da</strong>mente com o NO p<strong>ar</strong>a form<strong>ar</strong> NO 2 e outros radicais livres, <strong>que</strong> sãooxi<strong>da</strong><strong>do</strong>s a radicais hidroperoxila <strong>que</strong> podem reagir com NO p<strong>ar</strong>a regener<strong>ar</strong> radicaishidroxila e NO 2 . Assim, os radicais livres provenientes <strong>do</strong>s compostos orgânicos voláteis2.1 Geralmente, esta molécula de oxigênio <strong>no</strong> esta<strong>do</strong> excita<strong>do</strong> colide com o N 2 ou o O 2levan<strong>do</strong> a molécula a seu esta<strong>do</strong> <strong>no</strong>rmal (ground state). Vale lembr<strong>ar</strong> <strong>que</strong> existem outroscaminhos <strong>que</strong> também levam a formação <strong>da</strong> molécula <strong>do</strong> radical livre hidroxila. Segun<strong>do</strong>ARBILLA (2003), por apresent<strong>ar</strong> uma grande reativi<strong>da</strong>de, este radical é a espécie demaior importância na química <strong>da</strong> troposfera.8


(COVs), são responsáveis por uma grande p<strong>ar</strong>cela <strong>da</strong> oxi<strong>da</strong>ção <strong>do</strong> NO a NO 2conseguinte, pelo aumento <strong>da</strong> eficiência <strong>do</strong> processo de formação <strong>do</strong> ozônio.e, porDessa forma, uma redução n<strong>as</strong> emissões de NO x nem sempre resulta em um<strong>as</strong>ignificativa diminuição <strong>da</strong>s concentrações de ozônio (PONT e FONTAN, 2001), m<strong>as</strong> adiminuição <strong>da</strong>s emissões de COVs produz efetivamente uma me<strong>no</strong>r formação destepoluente (BRÖNNIMANN e NEU, 1997). VANDERSTRAETEN et al. (1996) concluíram<strong>que</strong> estratégi<strong>as</strong> de redução <strong>do</strong> tráfego de veículos <strong>no</strong> verão na Bélgica, leva<strong>do</strong>s à níveiscomp<strong>ar</strong>áveis ao fluxo veicul<strong>ar</strong> atingi<strong>do</strong> durante os finais de semana, result<strong>ar</strong>iam em umaumento <strong>da</strong>s concentrações de ozônio por qu<strong>as</strong>e to<strong>do</strong> o país. BRÖNNIMANN e NEU(1997), entretanto, revel<strong>ar</strong>am, através <strong>da</strong> análise de <strong>da</strong><strong>do</strong>s de emissão, de quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong><strong>ar</strong> e de p<strong>ar</strong>âmetros meteorológicos, <strong>que</strong>, na Suíça, <strong>no</strong> c<strong>as</strong>o de condições atmosféric<strong>as</strong>favoráveis a formação <strong>do</strong> poluente ozônio, a redução de 20 a 50% <strong>da</strong>s emissões <strong>do</strong>sprecursores, via redução <strong>do</strong> fluxo veicul<strong>ar</strong>, resultou em diminuições <strong>da</strong>s concentrações deO 3 de apen<strong>as</strong> 10 a 15%.2.2 A SAZONALIDADE DO OZÔNIO TROPOSFÉRICODiversos estu<strong>do</strong>s (BRONNIMANN e NEU, 1997; RYAN et al., 1999; WISE e COMRIE,2005) afirm<strong>ar</strong>am <strong>que</strong> a incidência de radiação sol<strong>ar</strong> e a ocorrência de temperatura <strong>do</strong> <strong>ar</strong>mais eleva<strong>da</strong>s controlam, em grande p<strong>ar</strong>te, a produção fotoquímica de ozônio. Dessaforma, espera-se, em geral, uma maior ocorrência de alt<strong>as</strong> concentrações de ozôniodurante os meses mais <strong>que</strong>ntes <strong>do</strong> a<strong>no</strong>, principalmente, em países localiza<strong>do</strong>s n<strong>as</strong>latitudes médi<strong>as</strong>. Esse comportamento foi verifica<strong>do</strong> em divers<strong>as</strong> locali<strong>da</strong>des <strong>da</strong> Europa(VECCHI e VALLI, 1999). JENKIN, DAVIES e STEDMAN (2002) observ<strong>ar</strong>am,consideran<strong>do</strong> praticamente 10 a<strong>no</strong>s de <strong>da</strong><strong>do</strong>s provenientes <strong>do</strong> monitoramento <strong>da</strong>quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong>, <strong>que</strong>, durante o verão, foram registra<strong>do</strong>s, freqüentemente, episódios depoluição por ozônio e outros poluentes fotoquímicos <strong>no</strong> Rei<strong>no</strong> Uni<strong>do</strong>. Nos Esta<strong>do</strong>sUni<strong>do</strong>s, n<strong>as</strong> regiões metropolitan<strong>as</strong> de Baltimore, W<strong>as</strong>hington e Filadélfia (regiãolocaliza<strong>da</strong> <strong>no</strong> su<strong>do</strong>este <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s), por exemplo, só é ofereci<strong>da</strong> previsão deozônio <strong>no</strong>s meses de verão (RYAN et al, 1999).9


Contu<strong>do</strong>, o mesmo comportamento não pode ser observa<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> são analisa<strong>do</strong>sresulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s em países tropicais. Por exemplo, <strong>no</strong> Egito, mais especificamente naci<strong>da</strong>de <strong>do</strong> Cairo, ELMINIR (2005) verificou, analisan<strong>do</strong> o banco de <strong>da</strong><strong>do</strong>s referentes aoa<strong>no</strong> de 2002, maiores concentrações durante a primavera. Na Região Metropolitana deSão Paulo, a avaliação <strong>do</strong> comportamento sazonal <strong>do</strong> poluente ozônio, <strong>no</strong> perío<strong>do</strong>compreendi<strong>do</strong> entre maio de 1996 e dezembro de 1999, revelou maiores concentraçõesocorren<strong>do</strong> entre o final <strong>do</strong> inver<strong>no</strong> e início <strong>do</strong> verão (CETESB, 2002). Resulta<strong>do</strong>s simil<strong>ar</strong>estambém foram observa<strong>do</strong>s na Região Metropolitana <strong>do</strong> Rio de Janeiro durante o a<strong>no</strong> de2002 (CARVALHO et al., 2004b). A explicação p<strong>ar</strong>a este comportamento deve-se ao fatode <strong>que</strong>, durante o auge <strong>do</strong> verão, perío<strong>do</strong> mais <strong>que</strong>nte <strong>do</strong> a<strong>no</strong>, verifica-se também umaumento <strong>da</strong> nebulosi<strong>da</strong>de <strong>que</strong> reduz a quanti<strong>da</strong>de de radiação sol<strong>ar</strong> <strong>que</strong> atinge <strong>as</strong>uperfície diminuin<strong>do</strong> o processo de produção química <strong>do</strong> poluente.2.3 O COMPORTAMENTO DE ACORDO COM O DIA DA SEMANASegun<strong>do</strong> BRÖNNIMANN e NEU (1997), a não line<strong>ar</strong>i<strong>da</strong>de <strong>do</strong> processo de formação <strong>do</strong>poluente ozônio fez com <strong>que</strong> análises de padrões diários venham sen<strong>do</strong> utiliza<strong>da</strong>s com ointuito de auxili<strong>ar</strong> a previsão de estratégi<strong>as</strong> p<strong>ar</strong>a experimentos de redução de emissões<strong>que</strong>, de fato, venham a diminuir a formação deste. Ain<strong>da</strong> de acor<strong>do</strong> com o referi<strong>do</strong> <strong>ar</strong>tigo,alguns estu<strong>do</strong>s indicam <strong>que</strong> <strong>as</strong> maiores concentrações médi<strong>as</strong> e máxim<strong>as</strong> de ozônio,principalmente, em áre<strong>as</strong> próxim<strong>as</strong> a grandes centros urba<strong>no</strong>s, tendem a ocorrer duranteos finais de semana, quan<strong>do</strong> são registra<strong>da</strong>s <strong>as</strong> me<strong>no</strong>res concentrações de NO,principalmente devi<strong>do</strong> a diminuição <strong>do</strong> fluxo de veículos, principais fontes destesprecursores (BEANEY e GOUGH, 2002). Vale ressalt<strong>ar</strong> <strong>que</strong> o monóxi<strong>do</strong> de nitrogênio éum <strong>do</strong>s responsáveis pela destruição <strong>da</strong>s molécul<strong>as</strong> de ozônio (Equação 5.4), ou seja, emgeral, maiores índices de monóxi<strong>do</strong> de nitrogênio levam a me<strong>no</strong>res níveis deconcentração ozônio. Na Itália, por exemplo, de acor<strong>do</strong> com VECCHI e VALLI (1999), <strong>as</strong>ci<strong>da</strong>des de Milão e V<strong>ar</strong>ena registram maiores valores de concentração de ozônio duranteos finais de semana. No sul <strong>da</strong> Califórnia, <strong>as</strong> concentrações máxim<strong>as</strong> de ozônio <strong>no</strong>s finaisde semana foram entre 20% e 22% superiores <strong>as</strong> observa<strong>da</strong>s durante os di<strong>as</strong> úteisapes<strong>ar</strong> <strong>da</strong>s concentrações de seus precursores terem si<strong>do</strong> mais eleva<strong>da</strong>s durante os di<strong>as</strong>de semana (QIN, TONNESEN e WANG, 2004).10


No Rei<strong>no</strong> Uni<strong>do</strong>, a relação entre <strong>as</strong> concentrações de ozônio com o dia <strong>da</strong> semanatambém foi avalia<strong>da</strong> (JENKIN, DAVIES e STEDMAN, 2002). Contu<strong>do</strong>, foi observa<strong>do</strong> <strong>que</strong>,em geral, o maior número de ultrap<strong>as</strong>sagens ao valor de 90 ppbv ocorreria em sext<strong>as</strong>feir<strong>as</strong>,segui<strong>da</strong>s por sába<strong>do</strong>s, quint<strong>as</strong>-feir<strong>as</strong>, terç<strong>as</strong>-feir<strong>as</strong>, <strong>do</strong>mingos, segun<strong>da</strong>s e qu<strong>ar</strong>t<strong>as</strong>feir<strong>as</strong>,respectivamente. Segun<strong>do</strong> o estu<strong>do</strong>, o comportamento observa<strong>do</strong> seria resulta<strong>do</strong><strong>da</strong> dependência temporal <strong>da</strong>s emissões <strong>do</strong>s principais precursores, composta peloscompostos orgânicos voláteis e óxi<strong>do</strong>s de nitrogênio (maiores durante os di<strong>as</strong> úteis), e aescala temporal, superior a um dia, necessária a formação e transporte <strong>da</strong>s molécul<strong>as</strong> deozônio <strong>que</strong> elevam <strong>as</strong> concentrações <strong>do</strong> poluente durante a ocorrência <strong>do</strong>s episódiosfotoquímicos. Esta hipótese foi comprova<strong>da</strong> através <strong>da</strong> utilização de um modelo detrajetória fotoquímico <strong>que</strong> incluiu uma representação <strong>da</strong>s v<strong>ar</strong>iações <strong>da</strong>s emissões <strong>do</strong>sprecursores de acor<strong>do</strong> com a hora <strong>do</strong> dia, dia <strong>da</strong> semana, e estação <strong>do</strong> a<strong>no</strong>. Por meiodeste, também se verificou a ocorrência <strong>do</strong> maior número de ultrap<strong>as</strong>sagens ao valorlimite durante <strong>as</strong> sext<strong>as</strong>-feir<strong>as</strong>.PONT e FONTAN (2001) apresent<strong>ar</strong>am resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s através de <strong>da</strong><strong>do</strong>s demonitoramento <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong> em cinco grandes ci<strong>da</strong>des <strong>da</strong> França: M<strong>ar</strong>seilles, Lyon,P<strong>ar</strong>is, Str<strong>as</strong>bourg e Toulouse com o objetivo de avali<strong>ar</strong> a possível influência <strong>da</strong> emissãode poluentes primários na formação <strong>do</strong> ozônio troposférico. Determin<strong>ar</strong> quais seriam <strong>as</strong>mais importantes fontes <strong>no</strong> processo de produção <strong>da</strong> molécula de O 3 apresentou-se comouma t<strong>ar</strong>efa b<strong>as</strong>tante complexa. Por um la<strong>do</strong>, a especiação e a quantificação <strong>da</strong>s emissões<strong>do</strong>s precursores não eram <strong>no</strong>rmalmente realiza<strong>da</strong>s e, por outro la<strong>do</strong>, a determinação <strong>da</strong>concentração <strong>do</strong> poluente em uma região p<strong>ar</strong>ticul<strong>ar</strong> seria o resulta<strong>do</strong> <strong>da</strong> interação defenôme<strong>no</strong>s em diferentes escal<strong>as</strong>. Com esse intuito, informações referentes a circulaçãode veículos automotores foram considera<strong>da</strong>s. Verificou-se então <strong>que</strong> o maior tráfego deveículos, em geral, se <strong>da</strong>vam <strong>as</strong> sext<strong>as</strong> feira, quan<strong>do</strong> o fluxo de veículos <strong>que</strong> saem <strong>da</strong>ci<strong>da</strong>de por conta <strong>do</strong> final de semana soma-se a saí<strong>da</strong> <strong>do</strong> trabalho e a volta p<strong>ar</strong>a c<strong>as</strong>a.Durante os finais de semana, quan<strong>do</strong> foram registra<strong>do</strong>s os índices de emissão veicul<strong>ar</strong>mais baixos, observou-se <strong>que</strong><strong>da</strong> de emissões em tor<strong>no</strong> de 40% em relação às sext<strong>as</strong>feir<strong>as</strong>.As terç<strong>as</strong> e qu<strong>ar</strong>t<strong>as</strong>-feir<strong>as</strong> também revel<strong>ar</strong>am diminuição <strong>da</strong> ordem de 25% <strong>da</strong>semissões. Diferenç<strong>as</strong> simil<strong>ar</strong>es também foram observa<strong>da</strong>s pel<strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iações <strong>da</strong>sconcentrações de monóxi<strong>do</strong> de c<strong>ar</strong>bo<strong>no</strong>, de acor<strong>do</strong> com o dia <strong>da</strong> semana. Vale ressalt<strong>ar</strong><strong>que</strong> o CO é, de acor<strong>do</strong> com o presente estu<strong>do</strong>, um excelente indica<strong>do</strong>r <strong>do</strong>s níveis decirculação veicul<strong>ar</strong>. Da mesma forma, espera-se <strong>que</strong> to<strong>da</strong>s <strong>as</strong> emissões provenientes <strong>do</strong>11


fluxo de veículos, <strong>que</strong> incluem os óxi<strong>do</strong>s de nitrogênio e os hidroc<strong>ar</strong>bonetos, principaisprecursores <strong>do</strong> ozônio, também decaiam em proporções simil<strong>ar</strong>es.Ain<strong>da</strong>, de acor<strong>do</strong> com PONT e FONTAN (2001), foi possível identific<strong>ar</strong>, em geral, amesma tendência em to<strong>da</strong>s <strong>as</strong> locali<strong>da</strong>des considera<strong>da</strong>s. Não foram encontra<strong>da</strong>s grandesdiferenç<strong>as</strong> entre <strong>as</strong> máxim<strong>as</strong> concentrações de ozônio verifica<strong>da</strong>s aos <strong>do</strong>mingos e àssext<strong>as</strong>-feir<strong>as</strong> apes<strong>ar</strong> <strong>da</strong> v<strong>ar</strong>iação <strong>do</strong> tráfego de veículos ser b<strong>as</strong>tante significativa. EmM<strong>ar</strong>seilles, observou-se a ocorrência de maiores concentrações durante às sext<strong>as</strong>-feir<strong>as</strong>.Também observou-se <strong>que</strong> os maiores níveis de ozônio tendem a ocorrer em estaçõessep<strong>ar</strong>a<strong>da</strong>s por até 100 Km. Este comportamento indicou <strong>que</strong> a poluição, <strong>no</strong> <strong>que</strong> se refereao poluente ozônio, possui c<strong>ar</strong>acterístic<strong>as</strong> simil<strong>ar</strong>es em escal<strong>as</strong> regionais. Em Str<strong>as</strong>bourg,concluiu-se <strong>que</strong> <strong>as</strong> emissões veicul<strong>ar</strong>es locais não atuavam como os principaisprecursores <strong>que</strong> levavam a altos índices de O 3 . O mesmo comportamento também foiobserva<strong>do</strong> na ci<strong>da</strong>de de Toulouse. Dessa forma, concluiu-se <strong>que</strong> a advecção poderiaatu<strong>ar</strong> significativamente sobre a ci<strong>da</strong>de fazen<strong>do</strong> com <strong>que</strong> a contribuição <strong>da</strong>s emissões detráfego de veículos seja adiciona<strong>da</strong>, em me<strong>no</strong>r proporção, às concentrações <strong>do</strong> poluenteem <strong>que</strong>stão. Em Lyon, a v<strong>ar</strong>iação entre <strong>as</strong> concentrações máxim<strong>as</strong> de ozônio durante osdi<strong>as</strong> de maior e me<strong>no</strong>r emissão veicul<strong>ar</strong>, sext<strong>as</strong>-feir<strong>as</strong> e <strong>do</strong>mingos, respectivamente, foide apen<strong>as</strong> 20%. Em P<strong>ar</strong>is, também não foram encontra<strong>da</strong>s grandes v<strong>ar</strong>iações n<strong>as</strong>concentrações de O 3 entre os di<strong>as</strong> úteis e os finais de semana. Logo, pressupôs-se <strong>que</strong><strong>as</strong> concentrações <strong>do</strong> poluente v<strong>ar</strong>iavam mais de acor<strong>do</strong> com <strong>as</strong> condiçõesmeteorológic<strong>as</strong>, principalmente, <strong>no</strong> <strong>que</strong> <strong>tange</strong> o transporte <strong>da</strong>s molécul<strong>as</strong> de ozônio.Concluiu-se <strong>que</strong> estratégi<strong>as</strong> de redução de emissões veicul<strong>ar</strong>es numa escala local seriaminsuficientes p<strong>ar</strong>a o controle <strong>da</strong> ocorrência de episódios de poluição por ozônio.Segun<strong>do</strong> a CETESB (2002), com relação a distribuição <strong>do</strong>s episódios de concentração deozônio durante os di<strong>as</strong> <strong>da</strong> semana em divers<strong>as</strong> estações <strong>que</strong> compõem a RedeAutomática de Avaliação <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> Ar na Região Metropolitana de São Paulo,também não foram observa<strong>da</strong>s diferenç<strong>as</strong> significativ<strong>as</strong> entre os di<strong>as</strong> úteis e finais desemana.12


2.4 COMPORTAMENTO DE ACORDO COM A HORA DO DIADe acor<strong>do</strong> com a CETESB (2002), o perfil médio horário <strong>do</strong>s óxi<strong>do</strong>s de nitrogênio, naRegião Metropolitana de São Paulo, revela maiores concentrações de NO pela manhã,em tor<strong>no</strong> <strong>da</strong>s 8 hor<strong>as</strong>, <strong>as</strong>socia<strong>da</strong>s ao maior fluxo <strong>do</strong> tráfego de veículos. Pouco depois,por volta <strong>da</strong>s 10 hor<strong>as</strong> <strong>da</strong> manhã, <strong>as</strong> concentrações de NO diminuem, coincidin<strong>do</strong> com oaumento <strong>do</strong>s índices de dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio. Um perfil b<strong>as</strong>tante simil<strong>ar</strong> também foiobserva<strong>do</strong> na Região Metropolitana <strong>do</strong> Rio de Janeiro (CARVALHO et al, 2004b).Cl<strong>as</strong>sifican<strong>do</strong> <strong>as</strong> estações de acor<strong>do</strong> com a proximi<strong>da</strong>de de vi<strong>as</strong> com fluxo intenso decirculação de veículos em <strong>do</strong>is grupos, estações veicul<strong>ar</strong>es e estações não veicul<strong>ar</strong>es, aCETESB (2002) identificou diferenç<strong>as</strong> entre o perfil médio <strong>do</strong> ozônio e de seusprecursores. No c<strong>as</strong>o <strong>da</strong>s “estações veicul<strong>ar</strong>es”, verificou-se um perfil médio deconcentração de NO mais eleva<strong>do</strong> com baix<strong>as</strong> concentrações de O 3 cuj<strong>as</strong> molécul<strong>as</strong> sãoconsumi<strong>da</strong>s rapi<strong>da</strong>mente pelo monóxi<strong>do</strong> de nitrogênio. N<strong>as</strong> demais estações, <strong>as</strong> “nãoveicul<strong>ar</strong>es”, a concentração média de NO é mais baixa durante o perío<strong>do</strong> <strong>da</strong> manhã. Nohorário em <strong>que</strong> <strong>as</strong> concentrações de ozônio são máxim<strong>as</strong>, observava-se uma drásticadiminuição <strong>da</strong>s concentrações de NO <strong>que</strong> podia atingir valores próximos a zero. Nesseperío<strong>do</strong> <strong>as</strong> concentrações de NO 2 também apresentam <strong>que</strong><strong>da</strong> devi<strong>do</strong> ao processo defotólise. Ain<strong>da</strong> em relação às “estações não veicul<strong>ar</strong>es”, verifica-se <strong>que</strong>, em geral, aultrap<strong>as</strong>sagem ao padrão podia se prolong<strong>ar</strong> até o final <strong>da</strong> t<strong>ar</strong>de (17 e 18 hor<strong>as</strong>). Através<strong>da</strong> avaliação <strong>da</strong> razão NO 2 /NO também foi identifica<strong>da</strong> a ocorrência de valores baixos epraticamente constantes pela manhã entre 8 e 12 hor<strong>as</strong> n<strong>as</strong> “estações veicul<strong>ar</strong>es”. Em“estações não veicul<strong>ar</strong>es” foram observa<strong>da</strong>s razões baix<strong>as</strong> entre 8 e 10 hor<strong>as</strong> <strong>da</strong> manhãaumentan<strong>do</strong> rapi<strong>da</strong>mente após este horário.Além <strong>da</strong> distribuição <strong>da</strong>s emissões atmosféric<strong>as</strong>, principalmente, por veículosautomotores, a incidência de radiação sol<strong>ar</strong> também exerce um forte controle sobre ociclo <strong>da</strong>s concentrações <strong>do</strong> poluente ozônio, de acor<strong>do</strong> com a hora <strong>do</strong> dia. Em geral,verificam-se picos de concentração de O 3 durante a t<strong>ar</strong>de e mínimos durante os perío<strong>do</strong>s<strong>da</strong> manhã, quan<strong>do</strong> o volume de concentração de monóxi<strong>do</strong> de nitrogênio é máximo, e <strong>da</strong><strong>no</strong>ite, quan<strong>do</strong> não há produção fotoquímica <strong>do</strong> poluente (SEINFELD, 1986; CETESB,2002; ELMINIR, 2005).13


2.5 RELAÇÃO COM A METEOROLOGIAConforme cita<strong>do</strong> anteriormente, a química <strong>do</strong> poluente ozônio depende, em grande p<strong>ar</strong>te,<strong>da</strong>s condições meteorológic<strong>as</strong> locais. Em geral, <strong>as</strong> concentrações de O 3 aument<strong>ar</strong>ãoquan<strong>do</strong> o fluxo de raios ultravioleta for máximo, com pouc<strong>as</strong> nuvens, e o volume de <strong>ar</strong> em<strong>que</strong> os precursores são mistura<strong>do</strong>s e transporta<strong>do</strong>s, é limita<strong>do</strong> (RYAN et al, 1999).Dessa forma, com o intuito de estabelecer quais v<strong>ar</strong>iáveis meteorológic<strong>as</strong> maisinfluenciam <strong>as</strong> concentrações de ozônio troposférico, diversos estu<strong>do</strong>s tem si<strong>do</strong>desenvolvi<strong>do</strong>s.VUKOVICH e SHERWELL (2003) utiliz<strong>ar</strong>am 15 a<strong>no</strong>s de <strong>da</strong><strong>do</strong>s de concentração de ozônioe de observações meteorológic<strong>as</strong> de superfície e de altitude visan<strong>do</strong> determin<strong>ar</strong> quais <strong>as</strong>condições atmosféric<strong>as</strong> mais importantes p<strong>ar</strong>a a c<strong>ar</strong>acterização <strong>do</strong> ozônio troposférico emp<strong>ar</strong>te <strong>da</strong> região <strong>no</strong>rdeste <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s <strong>que</strong> se estende entre os esta<strong>do</strong>s deBaltimore e W<strong>as</strong>hington. P<strong>ar</strong>a c<strong>ar</strong>acteriz<strong>ar</strong> o ozônio troposférico foram considera<strong>da</strong>sestações em quatro regiões <strong>que</strong> englobavam du<strong>as</strong> áre<strong>as</strong> urban<strong>as</strong>, localiza<strong>da</strong>s emW<strong>as</strong>hington e Baltimore, e <strong>do</strong>is sítios rurais, em M<strong>ar</strong>yland e na Virginia. Os p<strong>ar</strong>âmetrosmeteorológicos utiliza<strong>do</strong>s englob<strong>ar</strong>am p<strong>ar</strong>âmetros de superfície (temperatura etemperatura <strong>do</strong> ponto de orvalho - máxima diária, e nebulosi<strong>da</strong>de e veloci<strong>da</strong>de <strong>do</strong> vento –média durante o dia) e de altitude (veloci<strong>da</strong>de <strong>do</strong> vento em 850 hPa p<strong>ar</strong>a c<strong>ar</strong>acteriz<strong>ar</strong> otransporte).A meto<strong>do</strong>logia desenvolvi<strong>da</strong> pelo referi<strong>do</strong> <strong>ar</strong>tigo envolveu a avaliação <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s através<strong>da</strong> análise de componentes principais (PCA). O estu<strong>do</strong> considerou o banco de <strong>da</strong><strong>do</strong>scompleto, além de v<strong>ar</strong>iações deste (apen<strong>as</strong> medições realiza<strong>da</strong>s <strong>no</strong>s meses de verão e<strong>da</strong><strong>do</strong>s de concentração de ozônio superior a 100 ppb). Consideran<strong>do</strong> o banco de <strong>da</strong><strong>do</strong>scompleto e apen<strong>as</strong> os meses de verão verificou-se fortes correlações positiv<strong>as</strong> entre ocomportamento sazonal <strong>da</strong>s concentrações de ozônio e o de temperatura <strong>do</strong> <strong>ar</strong>, ambosdetermina<strong>do</strong>s através <strong>da</strong> média mensal destes. Resulta<strong>do</strong>s simil<strong>ar</strong>es, ou seja, fortecorrelação positiva também foi encontra<strong>da</strong> quan<strong>do</strong> considerou-se a temperatura <strong>do</strong> pontode orvalho (td). Analisan<strong>do</strong> apen<strong>as</strong> os meses de verão, foi possível observ<strong>ar</strong> maiorescorrelações <strong>da</strong>s concentrações de ozônio com a temperatura <strong>do</strong> <strong>ar</strong> (correlação positiva) ecom a cobertura de nuvens (correlação negativa). È importante relembr<strong>ar</strong> <strong>que</strong> a14


temperatura <strong>do</strong> <strong>ar</strong> afeta a química <strong>do</strong> ozônio através <strong>da</strong>s constantes tax<strong>as</strong> <strong>da</strong>s reaçõesquímic<strong>as</strong>, sen<strong>do</strong> <strong>que</strong> maiores temperatur<strong>as</strong> são mais efetiv<strong>as</strong>. Já a temperatura <strong>do</strong> pontode orvalho é uma medi<strong>da</strong> <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> de vapor d’água na atmosfera e este vapor éimportante na química <strong>do</strong> ozônio (NRC, 1991). No <strong>que</strong> se refere às análises a p<strong>ar</strong>tir <strong>do</strong>banco de <strong>da</strong><strong>do</strong>s, conten<strong>do</strong> apen<strong>as</strong> os episódios de concentrações de O 3 superiores a 100ppb, foram encontra<strong>da</strong>s maiores relações com a cobertura de nuvens e a veloci<strong>da</strong>de <strong>do</strong>vento, tanto a superfície como em 850 hPa. As análises revel<strong>ar</strong>am <strong>que</strong> <strong>as</strong> concentraçõesde ozônio aumentam com a redução <strong>da</strong> veloci<strong>da</strong>de <strong>do</strong> vento. Vale ressalt<strong>ar</strong> <strong>que</strong> a baixaveloci<strong>da</strong>de <strong>do</strong> vento dificulta o transporte e facilita a estagnação <strong>do</strong> <strong>ar</strong> promoven<strong>do</strong> aacumulação de ozônio e de seus precursores na cama<strong>da</strong> limite. Correlações negativ<strong>as</strong>também foram encontra<strong>da</strong>s entre <strong>as</strong> concentrações de ozônio e a cobertura de nuvens,isto é, maiores concentrações <strong>do</strong> poluente são verifica<strong>da</strong>s em condições de céu cl<strong>ar</strong>o,quan<strong>do</strong> há maior incidência de radiação sol<strong>ar</strong>. Em termos de processos, a cobertura denuvens acaba controlan<strong>do</strong> a quanti<strong>da</strong>de de radiação sol<strong>ar</strong> <strong>que</strong> alcanç<strong>ar</strong>á a superfície.Sen<strong>do</strong> a radiação sol<strong>ar</strong> fun<strong>da</strong>mental p<strong>ar</strong>a a produção <strong>da</strong> molécula de O 3 já era espera<strong>do</strong><strong>que</strong> a nebulosi<strong>da</strong>de diminua conforme o ozônio aumente.Também foi observa<strong>do</strong> <strong>que</strong> a p<strong>ar</strong>tir <strong>do</strong> momento em <strong>que</strong> a temperatura <strong>do</strong> <strong>ar</strong> e atemperatura <strong>do</strong> ponto de orvalho atingem 27 e 10 °C, respectivamente, acréscimos aest<strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveis ap<strong>ar</strong>entam ter pouco ou nenhum efeito n<strong>as</strong> concentrações de ozônio. Osresulta<strong>do</strong>s encontra<strong>do</strong>s sugerem <strong>que</strong> quan<strong>do</strong> alt<strong>as</strong> temperatur<strong>as</strong> são atingi<strong>da</strong>s, ainfluência deste p<strong>ar</strong>âmetro diminuiu e outros fatores meteorológicos se tornam maisimportantes. A análise de PCA indicou <strong>que</strong> <strong>as</strong> principais condições meteorológic<strong>as</strong> p<strong>ar</strong>a aocorrência de episódios de poluição por ozônio são céu cl<strong>ar</strong>o e ventos fracos <strong>que</strong>dificultam o transporte sugerin<strong>do</strong> <strong>que</strong>, nessa região, o ozônio e os seus precursores vêm,em grande p<strong>ar</strong>te, de emissões locais (VUKOVICH e SHERWELL, 2003).WISE e COMRIE (2005) investig<strong>ar</strong>am tal influência sep<strong>ar</strong>an<strong>do</strong> os efeitos meteorológicos,através <strong>da</strong> utilização <strong>do</strong> Filtro de Kolmogorov-Zurbenko (KZ) aplica<strong>do</strong> a um banco de<strong>da</strong><strong>do</strong>s de monitoramento ambiental, e examinan<strong>do</strong> os padrões e tendênci<strong>as</strong> de evolução<strong>da</strong> concentração de ozônio <strong>no</strong> <strong>que</strong> se refere a alterações n<strong>as</strong> emissões de seusprecursores. É importante ressalt<strong>ar</strong> <strong>que</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong> <strong>no</strong> su<strong>do</strong>este <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>sé influencia<strong>da</strong> por uma grande v<strong>ar</strong>ie<strong>da</strong>de de fontes antropogênic<strong>as</strong> (veículos,termelétric<strong>as</strong>, indústri<strong>as</strong>, entre outr<strong>as</strong>) e por fontes biogênic<strong>as</strong> (<strong>que</strong>ima<strong>da</strong>s, poeira,15


p<strong>ar</strong>tícul<strong>as</strong> <strong>do</strong> solo e hidroc<strong>ar</strong>bonetos emiti<strong>do</strong>s pela vegetação). Contu<strong>do</strong>, <strong>as</strong> condiçõesmeteorológic<strong>as</strong> ap<strong>ar</strong>entam ter o maior impacto n<strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iações diurn<strong>as</strong> <strong>da</strong>s concentraçõesde ozônio registra<strong>da</strong>s na região, m<strong>as</strong>c<strong>ar</strong>an<strong>do</strong> possíveis efeitos <strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça <strong>no</strong> nível <strong>da</strong>semissões ao longo <strong>do</strong> tempo. Foram considera<strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s meteorológicos e de quali<strong>da</strong>de<strong>do</strong> <strong>ar</strong> registra<strong>do</strong>s <strong>no</strong> perío<strong>do</strong> entre 1990 e 2003. Estes registros referiam-se a temperaturamáxima diária, a veloci<strong>da</strong>de <strong>do</strong> vento (média diária), a média diária <strong>da</strong> temperatura <strong>do</strong>ponto de orvalho, a altura <strong>da</strong> cama<strong>da</strong> de mistura, a média diária <strong>da</strong> umi<strong>da</strong>de relativa <strong>do</strong><strong>ar</strong>, a radiação sol<strong>ar</strong> UV e a precipitação.A avaliação <strong>da</strong> tendência evolutiva <strong>da</strong>s concentrações de ozônio revelou <strong>que</strong> tanto osfatores meteorológicos quanto <strong>as</strong> emissões locais são determinantes p<strong>ar</strong>a o nível deconcentração observa<strong>do</strong>s. A maioria <strong>da</strong>s estações de monitoramento <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong>considera<strong>da</strong>s apresentou aumento <strong>da</strong>s concentrações durante os a<strong>no</strong>s 90 apes<strong>ar</strong> <strong>da</strong>aplicação de limites de emissão mais restritivos p<strong>ar</strong>a os precursores, além <strong>do</strong> maiorcontrole na emissão de fontes veicul<strong>ar</strong>es. É possível <strong>que</strong> mu<strong>da</strong>nç<strong>as</strong> n<strong>as</strong> emissões,principalmente, o crescimento <strong>da</strong> região tenham si<strong>do</strong> os principais fatores <strong>que</strong> tenhaminfluencia<strong>do</strong> est<strong>as</strong> tendênci<strong>as</strong> (WISE e COMRIE, 2005).Dentre <strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveis meteorológic<strong>as</strong> considera<strong>da</strong>s em WISE e COMRIE (2005), a altura <strong>da</strong>cama<strong>da</strong> de mistura apresentou os maiores índices de correlação com o ozônio <strong>no</strong>su<strong>do</strong>este america<strong>no</strong>. Esses fatores revel<strong>ar</strong>am contr<strong>as</strong>tes com resulta<strong>do</strong>s encontra<strong>do</strong>s emoutr<strong>as</strong> regiões <strong>do</strong> EUA, onde a temperatura <strong>do</strong> <strong>ar</strong> foi identifica<strong>da</strong> como o principal fatorcontrola<strong>do</strong>r <strong>do</strong> ozônio. Como na região considera<strong>da</strong> <strong>no</strong> presente estu<strong>do</strong> verifica-seincidência de radiação sol<strong>ar</strong> e ocorrência de alt<strong>as</strong> temperatur<strong>as</strong> durante o a<strong>no</strong> to<strong>do</strong>,supôs-se <strong>que</strong> este fato pode lev<strong>ar</strong> a uma influência mais sutil por p<strong>ar</strong>te <strong>da</strong> temperatura <strong>do</strong><strong>ar</strong>. Ao contrário <strong>do</strong> espera<strong>do</strong>, maiores valores <strong>da</strong> altura <strong>da</strong> cama<strong>da</strong> de mistura foram<strong>as</strong>socia<strong>do</strong>s a maiores concentrações de ozônio. O mesmo resulta<strong>do</strong> também foi verifica<strong>do</strong>na região leste <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s (RAO et al., 2003). Segun<strong>do</strong> o <strong>ar</strong>tigo, isso se deve aoentranhamento de <strong>ar</strong> poluí<strong>do</strong> <strong>no</strong> fluxo descendente.16


Vale ressalt<strong>ar</strong> ain<strong>da</strong> <strong>que</strong>, durante os meses <strong>do</strong> verão, em divers<strong>as</strong> oc<strong>as</strong>iões, <strong>as</strong>concentrações de O 3 na área de interesse ultrap<strong>as</strong>sam o padrão de quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong>estabeleci<strong>do</strong> pelo EPA (VUKOVICH et al., 1999; RYAN et al., 1999). Em geral, observouse<strong>que</strong> <strong>as</strong> condições meteorológic<strong>as</strong> <strong>as</strong>socia<strong>da</strong>s a este tipo de evento corresponderam aatuação de sistem<strong>as</strong> de alta pressão <strong>que</strong> p<strong>ar</strong>tem <strong>do</strong> Canadá com m<strong>as</strong>sa de <strong>ar</strong>c<strong>ar</strong>acteriza<strong>da</strong> por baixos níveis de poluição por ozônio e por precursores deste <strong>que</strong> aomover-se sobre o meio oeste america<strong>no</strong> (área <strong>que</strong> concentra um grande número defontes emissor<strong>as</strong>) registra um considerável aumento destes níveis.A atuação destes sistem<strong>as</strong>, geralmente, está <strong>as</strong>socia<strong>da</strong> a situações de céu-cl<strong>ar</strong>o, alt<strong>as</strong>temperatur<strong>as</strong> e ventos fracos, corroboran<strong>do</strong> os diversos estu<strong>do</strong>s <strong>que</strong> revel<strong>ar</strong>amcorrelações positiv<strong>as</strong> entre <strong>as</strong> concentrações de ozônio e a temperatura <strong>do</strong> <strong>ar</strong> (COMRIE,1996; SILLMAN, 1999; DIEM e COMRIE, 2001; CETESB, 2002; CARVALHO et al., 2004;ELMINIR, 2005). Em média, registros de concentrações de ozônio mais eleva<strong>do</strong>s foramencontra<strong>do</strong>s em di<strong>as</strong> com ocorrência de maiores temperatur<strong>as</strong>. A avaliação <strong>da</strong> incidênciade radiação sol<strong>ar</strong> também revelou resulta<strong>do</strong>s simil<strong>ar</strong>es (VUKOVICH E SHERWELL,2003).JENKIN, DAVIES e STEDMAN (2002) também determin<strong>ar</strong>am <strong>as</strong> origens geográfic<strong>as</strong> <strong>da</strong>sm<strong>as</strong>s<strong>as</strong> de <strong>ar</strong> <strong>que</strong> atuam durante a ocorrência de episódios de concentração <strong>do</strong> poluenteozônio em divers<strong>as</strong> locali<strong>da</strong>des <strong>do</strong> Rei<strong>no</strong> Uni<strong>do</strong> a p<strong>ar</strong>tir <strong>da</strong> análise de su<strong>as</strong> trajetóri<strong>as</strong>.Verificou-se, então, <strong>que</strong> os altos índices de concentração de ozônio, registra<strong>do</strong>s apen<strong>as</strong>durante o verão, estavam <strong>as</strong>socia<strong>do</strong>s a atuação de anticiclones. A avaliação <strong>da</strong>strajetóri<strong>as</strong> mostrou <strong>que</strong> <strong>as</strong> m<strong>as</strong>s<strong>as</strong> de <strong>ar</strong> chegavam ao Rei<strong>no</strong> Uni<strong>do</strong> vin<strong>do</strong> <strong>do</strong> continenteEuropa com direção de propagação v<strong>ar</strong>ian<strong>do</strong> entre leste e sudeste.A relação entre maiores concentrações de ozônio e o campo de direção e veloci<strong>da</strong>de <strong>do</strong>sventos também possibilitou a avaliação <strong>do</strong> transporte <strong>do</strong> poluente e de seus precursoresatravés <strong>da</strong> identificação <strong>da</strong> pre<strong>do</strong>minância <strong>do</strong> vento (VUKOVICH e GUINNUP, 1998;CETESB, 2002; CARVALHO, 2004; ELMINIR, 2005). O transporte vertical <strong>da</strong> estratosfera(“<strong>do</strong>wnstream”) de molécul<strong>as</strong> de O 3 não se apresentou como fun<strong>da</strong>mental p<strong>ar</strong>a e emsituações onde alt<strong>as</strong> concentrações <strong>do</strong> poluente foram verifica<strong>da</strong>s (RYAN e DICKERSON,2000; VUKOVICH e SHERWELL, 2003).17


Também é importante destac<strong>ar</strong> a correlação entre o poluente ozônio e a umi<strong>da</strong>de relativa<strong>do</strong> <strong>ar</strong> revelou divergência de resulta<strong>do</strong>s em diferentes estu<strong>do</strong>s. A CETESB (2002) revelou<strong>que</strong> índices de umi<strong>da</strong>de relativa <strong>do</strong> <strong>ar</strong> v<strong>ar</strong>ian<strong>do</strong> entre 30 e 70% puderam ser relaciona<strong>do</strong>sa episódios de poluição por ozônio na Região Metropolitana de São Paulo. CARVALHO etal (2003) e ELMINIR (2005) verific<strong>ar</strong>am <strong>que</strong> maiores concentrações de O 3 na RegiãoMetropolitana <strong>do</strong> Rio de Janeiro e na ci<strong>da</strong>de <strong>do</strong> Cairo (Egito), respectivamente, ocorriamquan<strong>do</strong> a umi<strong>da</strong>de relativa atingia valores mais baixos. Contu<strong>do</strong>, VUKOVICH eSHERWELL (2003) concluíram <strong>que</strong> grandes concentrações de vapor d’água seriamnecessários p<strong>ar</strong>a a ocorrência de altos níveis de poluição por ozônio, na região leste <strong>do</strong>sEUA.18


3. CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIROA Região Metropolitana <strong>do</strong> Rio de Janeiro (RMRJ) ocupa uma área total equivalente aapen<strong>as</strong> 13% <strong>da</strong> área <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio de Janeiro. Com cerca de 4.825 km 2 a regiãoengloba 17 municípios <strong>que</strong> possuem praticamente 11 milhões de habitantes o <strong>que</strong>representa qu<strong>as</strong>e 80% <strong>da</strong> população de to<strong>do</strong> o Esta<strong>do</strong> (Fun<strong>da</strong>ção CIDE, 2005). Segun<strong>do</strong>C<strong>ar</strong>neiro (2001), três em ca<strong>da</strong> quatro fluminenses residem na RMRJ.A macrocefalia <strong>da</strong> RMRJ torna-se mais níti<strong>da</strong> a p<strong>ar</strong>tir <strong>da</strong> avaliação <strong>da</strong> densi<strong>da</strong>dedemográfica. No interior <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> a relação é de 91,5 habitantes/km 2 , já considera<strong>da</strong> altaquan<strong>do</strong> comp<strong>ar</strong>a<strong>da</strong> à média nacional (20 habitantes/km 2 ). Entretanto, quan<strong>do</strong> comp<strong>ar</strong>a<strong>da</strong>à média <strong>da</strong> densi<strong>da</strong>de demográfica <strong>da</strong> região metropolitana de 1.909,7 habitantes/km 2 ,evidencia-se a concentração em m<strong>as</strong>sa <strong>da</strong> população <strong>no</strong>s grandes centros urba<strong>no</strong>s <strong>que</strong>integram a RMRJ. Vale destac<strong>ar</strong> os municípios de São João de Meriti com densi<strong>da</strong>desuperior a 12.000 habitantes por km 2 , Nilópolis, com mais de 7.000 hab/km 2 , Belford Roxocom 5.482 hab/km 2 e Rio de Janeiro com 4.853,1 hab/km 2 (Fun<strong>da</strong>ção CIDE, 2005).Atualmente, o Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio de Janeiro é responsável por aproxima<strong>da</strong>mente 12% <strong>do</strong> PIB(Produto Inter<strong>no</strong> Bruto) <strong>do</strong> país. Contu<strong>do</strong>, consideran<strong>do</strong> <strong>que</strong> nem sempre o crescimentoeconômico vem acompanha<strong>do</strong> de desenvolvimento social, especialmente em países emdesenvolvimento, como é o c<strong>as</strong>o <strong>do</strong> Br<strong>as</strong>il, a alta densi<strong>da</strong>de demográfica alia<strong>da</strong> a fatoresde ordem social geram diversos problem<strong>as</strong> <strong>que</strong> podem ser cl<strong>ar</strong>amente identifica<strong>do</strong>s naRMRJ. Dentre estes, podem ser destaca<strong>da</strong>s a má distribuição de serviços eequipamentos urba<strong>no</strong>s, a alta deman<strong>da</strong> por habitações e a intensa degra<strong>da</strong>ção <strong>do</strong>srecursos <strong>do</strong> meio ambiente.19


3.1 A PROBLEMÁTICA DA POLUIÇÃO DO ARO alto grau de desenvolvimento urba<strong>no</strong> acabou por concentr<strong>ar</strong> inúmer<strong>as</strong> fontes deemissão de poluentes atmosféricos nesta área o <strong>que</strong> gerou diversos problem<strong>as</strong> depoluição <strong>do</strong> <strong>ar</strong>. Na RMRJ encontra-se a segun<strong>da</strong> maior concentração de fontes emissor<strong>as</strong><strong>do</strong> país.De acor<strong>do</strong> com o Instituto Pereira P<strong>as</strong>sos, <strong>no</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio de Janeiro existem ao to<strong>do</strong><strong>no</strong>ve distritos industriais dentre os quais sete fazem p<strong>ar</strong>te <strong>da</strong> RMRJ (Fazen<strong>da</strong> Botafogo,Du<strong>que</strong> de Caxi<strong>as</strong>, Queima<strong>do</strong>s, Campo Grande, Santa Cruz, Palm<strong>ar</strong>es e Paciência). Aestrutura <strong>do</strong> setor industrial <strong>no</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio de Janeiro está apresenta<strong>da</strong> na Tabela 3.1onde pode-se verific<strong>ar</strong> a importância <strong>do</strong> setor <strong>da</strong> indústria de transformação p<strong>ar</strong>a aeco<strong>no</strong>mia fluminense.Tabela 3.1: Estrutura Setorial <strong>da</strong> Indústria <strong>no</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio de JaneiroESTRUTURA SETORIALDA INDÚSTRIAPARTICIPAÇÃO DAINDÚSTRIA TOTAL (%)Extrativa Mineral 20,8Indústria de Transformação 79,2Metalurgia Básica 11,2Edição, impressão e reproduçãode gravações10,5F<strong>ar</strong>macêutica 8,5Outros Produtos Químicos 8,2Alimentos 6,8Bebi<strong>da</strong>s 5,7Borracha e Plástico 3,9Veículos automotores 3,8Minerais Não Metálicos 3,7Perfum<strong>ar</strong>ia, sabões, detergentese produtos de limpeza2,2Têxtil 1,3Fonte: FIRJAN, 2004.20


Ain<strong>da</strong> avalian<strong>do</strong> o desenvolvimento urba<strong>no</strong>, foi verifica<strong>do</strong> <strong>que</strong>, atualmente, a frota deveículos automotores emplaca<strong>do</strong>s na Região Metropolitana <strong>do</strong> Rio de Janeiro é de2.680.997 veículos (Fun<strong>da</strong>ção CIDE, 2005).Objetivan<strong>do</strong> realiz<strong>ar</strong> um diagnóstico de quais e como est<strong>as</strong> fontes estão ativamentecontribuin<strong>do</strong> p<strong>ar</strong>a a degra<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong>, a FEEMA (Fun<strong>da</strong>ção Estadual deEngenh<strong>ar</strong>ia <strong>do</strong> Meio de Ambiente) concluiu em 2004, o primeiro inventário de emissõesatmosféric<strong>as</strong> 3.1 <strong>da</strong> região (FEEMA,2004). Ao to<strong>do</strong> foram invent<strong>ar</strong>ia<strong>da</strong>s 425 empres<strong>as</strong>,soman<strong>do</strong> 1641 fontes fix<strong>as</strong>, e 187 vi<strong>as</strong> de tráfego <strong>que</strong> corresponderam a 241 fontes. Adistribuição espacial <strong>da</strong>s fontes fix<strong>as</strong> e móveis considera<strong>da</strong>s pode ser observa<strong>da</strong> n<strong>as</strong>Figur<strong>as</strong> 3.1 e 3.2. P<strong>ar</strong>a to<strong>da</strong>s est<strong>as</strong> fontes foram considera<strong>da</strong>s emissões de materialp<strong>ar</strong>ticula<strong>do</strong> (na forma total e me<strong>no</strong>r <strong>que</strong> 10 µm), dióxi<strong>do</strong> de enxofre, óxi<strong>do</strong>s de nitrogênio,monóxi<strong>do</strong> de c<strong>ar</strong>bo<strong>no</strong> e compostos orgânicos (hidroc<strong>ar</strong>bonetos totais e não meta<strong>no</strong>).Figura 3.1: Localização <strong>da</strong>s Fontes Fix<strong>as</strong> Invent<strong>ar</strong>ia<strong>da</strong>s na RMRJFonte: FEEMA, 2004.3.1Inventário de Emissões: constitui-se como um <strong>do</strong>s melhores instrumentos deplanejamento dentro de um órgão ambiental, uma vez <strong>que</strong> define qualitativa equantitativamente <strong>as</strong> ativi<strong>da</strong>des polui<strong>do</strong>r<strong>as</strong> fornecen<strong>do</strong> informações sobre <strong>as</strong>c<strong>ar</strong>acterístic<strong>as</strong> <strong>da</strong>s fontes, definin<strong>do</strong> localização, magnitude, freqüência, duração econtribuição relativa <strong>da</strong>s emissões atmosféric<strong>as</strong>.21


Figura 3.2: Configuração <strong>da</strong> Distribuição <strong>da</strong>s Vi<strong>as</strong> de Tráfego Invent<strong>ar</strong>ia<strong>do</strong>s na RMRJFonte: FEEMA, 2004.Dentre os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s por meio <strong>do</strong> Inventário de emissões podem ser destaca<strong>do</strong>sos <strong>que</strong> se referem ao percentual de contribuição <strong>da</strong>s fontes fix<strong>as</strong> e móveis. Em média, foiidentifica<strong>do</strong> <strong>que</strong> 77% <strong>do</strong> total de emissões <strong>da</strong> RMRJ provém <strong>da</strong>s emissões de veículosautomotores e apen<strong>as</strong> 23% são provenientes de fontes fix<strong>as</strong>.A contribuição <strong>da</strong>s fontes fix<strong>as</strong> e móveis por poluente está apresenta<strong>da</strong> na Tabela 3.2onde torna-se níti<strong>do</strong> <strong>que</strong> a maior contribuição <strong>da</strong>s fontes fix<strong>as</strong> está relaciona<strong>da</strong> aosp<strong>ar</strong>âmetros p<strong>ar</strong>tícul<strong>as</strong> inaláveis e dióxi<strong>do</strong> de enxofre. Quanto às fontes móveis, ap<strong>ar</strong>ticipação de su<strong>as</strong> emissões é significativamente maior p<strong>ar</strong>a <strong>as</strong> emissões dehidroc<strong>ar</strong>bonetos e monóxi<strong>do</strong> de c<strong>ar</strong>bo<strong>no</strong>.Tabela 3.2: Tax<strong>as</strong> de Emissão por tipo de Fonte na RMRJ (x 1000 ton/a<strong>no</strong>)Fonte: FEEMA, 2004.TIPO DE FONTE MP10 SO 2 NOX CO HCFix<strong>as</strong> 10,6 55,8 30,3 6,3 25,9Móveis 7,8 7,5 60,2 314,7 53,4Total 18,4 63,3 90,5 321,0 79,322


Além <strong>do</strong>s problem<strong>as</strong> <strong>as</strong>socia<strong>do</strong>s às alt<strong>as</strong> tax<strong>as</strong> de emissão, a quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong> na RMRJain<strong>da</strong> sofre complicações por conta de diversos fatores, como a topografia acidenta<strong>da</strong> <strong>da</strong>região, a ocupação desordena<strong>da</strong> <strong>do</strong> solo, a presença de grandes corpos d’água econdições atmosféric<strong>as</strong> <strong>que</strong> dificultam o processo de dispersão <strong>do</strong>s poluentes.De acor<strong>do</strong> com a FEEMA/GTZ (1995), “O Rio de Janeiro é um exemplo, até mesmop<strong>ar</strong>ticul<strong>ar</strong> desse cenário, uma vez <strong>que</strong> além de su<strong>as</strong> v<strong>ar</strong>ia<strong>da</strong>s c<strong>ar</strong>acterístic<strong>as</strong> urban<strong>as</strong>, seapresenta envolvi<strong>do</strong> por uma acidenta<strong>da</strong> topografia, <strong>que</strong> cria divisores microclimáticosnaturais, além de afet<strong>ar</strong>, significativamente e de mo<strong>do</strong> diversifica<strong>do</strong>, a ventilação e, porconseguinte, os mecanismos de transporte e dispersão <strong>do</strong>s poluentes na região”.A p<strong>ar</strong>tir dest<strong>as</strong> considerações, foram defini<strong>da</strong>s áre<strong>as</strong> homogêne<strong>as</strong> na RMRJ em termos<strong>do</strong>s mecanismos responsáveis pela dispersão atmosférica <strong>do</strong>s poluentes. Ess<strong>as</strong> áre<strong>as</strong>são conheci<strong>da</strong>s como Baci<strong>as</strong> Aére<strong>as</strong> 3.2 . Na RMRJ foram determina<strong>da</strong>s quatro baci<strong>as</strong>aére<strong>as</strong>:- Bacia Aérea I: localiza<strong>da</strong> na Zona Oeste <strong>da</strong> região possui cerca de 730 km 2 de área.Está inseri<strong>da</strong> na Bacia Hidrográfica <strong>da</strong> Baía de Sepetiba. Engloba a região administrativade Santa Cruz e Campo Grande (amb<strong>as</strong> localiza<strong>da</strong>s <strong>no</strong> Município <strong>do</strong> Rio de Janeiro),além <strong>do</strong>s municípios de Itaguaí, Seropédica, P<strong>ar</strong>acambi, Queima<strong>do</strong>s, Japeri e NovaIguaçu.- Bacia Aérea II: compreende p<strong>ar</strong>te <strong>do</strong> Município <strong>do</strong> Rio de Janeiro engloban<strong>do</strong> osbairros de Jac<strong>ar</strong>epaguá e <strong>da</strong> B<strong>ar</strong>ra de Tijuca. Ocupa uma área de aproxima<strong>da</strong>mente 140km 2 .- Bacia Aérea III: abrange a Zona Norte <strong>do</strong> Município <strong>do</strong> Rio de Janeiro e p<strong>ar</strong>te <strong>do</strong>sMunicípios <strong>da</strong> Baixa<strong>da</strong> Fluminense (Belford Roxo, Du<strong>que</strong> de Caxi<strong>as</strong>, Japerí, Magé,Mesquita, Nilópolis, Nova Iguaçu, Queima<strong>do</strong>s e São João de Meriti). Possui em tor<strong>no</strong> de700 km 2 .- Bacia Aérea IV: localiza<strong>da</strong> a leste <strong>da</strong> Baía de Guanab<strong>ar</strong>a, ocupa uma área deaproxima<strong>da</strong>mente 830 km 2 . Compreende os municípios de Niterói, São Gonçalo eM<strong>ar</strong>icá.3.2 Bacia Aérea: este conceito foi estabeleci<strong>do</strong> pela FEEMA como ferramenta necessária agestão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong> na região.23


A distribuição espacial <strong>da</strong>s baci<strong>as</strong> aére<strong>as</strong> dentro <strong>da</strong> Região Metropolitana pode servisualiza<strong>da</strong> na Figura 3.3.Figura 3.3: Baci<strong>as</strong> Aére<strong>as</strong> <strong>da</strong> Região Metropolitana <strong>do</strong> Rio de JaneiroFonte: FEEMA, 2004.O monitoramento <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong> na RMRJ teve início <strong>no</strong> final <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 60. Nestaépoca a rede <strong>da</strong> FEEMA contava apen<strong>as</strong> com 3 estações manuais, <strong>que</strong> realizavammedições de p<strong>ar</strong>tícul<strong>as</strong> totais em suspensão a ca<strong>da</strong> seis di<strong>as</strong>. Est<strong>as</strong> estações ain<strong>da</strong> estãoem operação. Durante <strong>as</strong> últim<strong>as</strong> três déca<strong>da</strong>s a rede de estações de monitoramento foiamplia<strong>da</strong>. Atualmente, na RMRJ são encontra<strong>da</strong>s 21 estações manuais, <strong>que</strong> monitoramp<strong>ar</strong>tícul<strong>as</strong> totais em suspensão (PTS) e/ou p<strong>ar</strong>tícul<strong>as</strong> inaláveis (PI), e 14 estações demonitoramento contínuo, sen<strong>do</strong> 5 pertencentes a FEEMA, 4 pertencentes a Secret<strong>ar</strong>iaMunicipal de Meio Ambiente e o restante a rede priva<strong>da</strong>. Est<strong>as</strong> estações registramconcentrações de: monóxi<strong>do</strong> e dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio (NO e NO 2 , respectivamente),hidroc<strong>ar</strong>bonetos totais (HCT) <strong>que</strong> representam a soma <strong>do</strong>s hidroc<strong>ar</strong>bonetos não-meta<strong>no</strong>(HCNM) com o meta<strong>no</strong> (CH 4 ), monóxi<strong>do</strong> de c<strong>ar</strong>bo<strong>no</strong> (CO), ozônio (O 3 ), dióxi<strong>do</strong> de enxofre(SO 2 ) e p<strong>ar</strong>tícul<strong>as</strong> inaláveis (PI). As estações automátic<strong>as</strong> também realizam omonitoramento de alguns p<strong>ar</strong>âmetros meteorológicos como direção e veloci<strong>da</strong>de <strong>do</strong>sventos, temperatura e umi<strong>da</strong>de relativa <strong>do</strong> <strong>ar</strong>. Além dest<strong>as</strong>, também fazem p<strong>ar</strong>te <strong>do</strong> banco24


de <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>da</strong> FEEMA <strong>da</strong><strong>do</strong>s referentes às estações meteorológic<strong>as</strong> <strong>do</strong>s aeroportos SantosDummont, Galeão e <strong>da</strong> B<strong>as</strong>e Aérea de Santa Cruz. A Figura 3.4 ilustra a distribuiçãoespacial <strong>da</strong>s estações na Região Metropolitana.Figura 3.4: Distribuição Espacial <strong>da</strong> Rede de Monitoramento <strong>da</strong> RMRJDe acor<strong>do</strong> com os últimos relatórios anuais divulga<strong>do</strong>s pela FEEMA (2004), entre osníveis de concentração de poluentes mais alt<strong>as</strong> <strong>da</strong> região estão o material p<strong>ar</strong>ticula<strong>do</strong> e oozônio. Vale ressalt<strong>ar</strong> <strong>que</strong> o monitoramento <strong>da</strong>s concentrações de ozônio só foi inicia<strong>do</strong><strong>no</strong> final <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 90, porém, há indícios de <strong>que</strong> <strong>as</strong> concentrações de ozôniotroposférico constituem efetivamente, pelos valores monitora<strong>do</strong>s, um grave problema p<strong>ar</strong>aa quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong> na região.3.2 A CLIMATOLOGIAÉ importante destac<strong>ar</strong> <strong>que</strong> a avaliação <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong> em uma determina<strong>da</strong> regiãoestá intimamente liga<strong>da</strong> <strong>as</strong> condições atmosféric<strong>as</strong> <strong>do</strong>minantes. Na ver<strong>da</strong>de, a quali<strong>da</strong>de<strong>do</strong> <strong>ar</strong> em uma área é determina<strong>da</strong> a p<strong>ar</strong>tir <strong>da</strong> interação entre os processos físicos equímicos <strong>da</strong> atmosfera. Sen<strong>do</strong> <strong>as</strong>sim, o conhecimento <strong>da</strong> climatologia local éimprescindível p<strong>ar</strong>a os estu<strong>do</strong>s referentes à poluição atmosférica.25


P<strong>ar</strong>a uma descrição geral <strong>da</strong> climatologia <strong>da</strong> região foram utiliza<strong>do</strong>s <strong>as</strong> NormaisClimatológic<strong>as</strong> 3.3 consideran<strong>do</strong> a Estação Rio de Janeiro, localiza<strong>da</strong> <strong>no</strong> Aterro <strong>do</strong>Flamengo (latitude 22.55 e longitude 43.10) e pertencente ao Instituto Nacional deMeteorologia (INMET). Estes resulta<strong>do</strong>s, obti<strong>da</strong>s através <strong>da</strong>s médi<strong>as</strong> climatológic<strong>as</strong> entre1961 e 1990, estão sum<strong>ar</strong>iza<strong>do</strong>s na Tabela 3.3.Perío<strong>do</strong>Tabela 3.3: Normais Climatológic<strong>as</strong> (1961-1990)TemperaturaMédia Máxima MínimaPrecipitaçãoTotalUmi<strong>da</strong>deRelativaNebulosi<strong>da</strong>de(0-10)Insolação Total(Hor<strong>as</strong> e décimos)Janeiro 26,2 29,4 23,3 114,1 79,0 6,0 196,2Fevereiro 26,5 30,2 23,5 105,3 79,0 5,0 207,0M<strong>ar</strong>ço 26,0 29,4 23,3 103,3 80,0 5,0 195,6Abril 24,5 27,8 21,9 137,4 80,0 5,0 166,0Maio 23,0 26,4 20,4 85,6 80,0 5,0 171,4Junho 21,5 25,2 18,7 80,4 79,0 5,0 157,2Julho 21,3 25,3 18,4 56,4 77,0 4,0 182,5Agosto 21,8 25,6 18,9 50,5 77,0 4,0 178,4Setembro 21,8 25,0 19,2 87,1 79,0 6,0 136,9Outubro 22,8 26,0 20,2 88,2 80,0 6,0 158,5Novembro 24,2 27,4 21,4 95,6 79,0 6,0 168,7Dezembro 25,2 28,6 22,4 169,0 80,0 7,0 160,1Anual 23,7 27,2 21,0 1172,9 79,0 5,0 2078,5Fonte: INMETCom b<strong>as</strong>e n<strong>as</strong> Normais Climatológic<strong>as</strong> pode ser observa<strong>do</strong> <strong>que</strong> <strong>as</strong> temperatur<strong>as</strong> médi<strong>as</strong>mais alt<strong>as</strong> são registra<strong>da</strong>s <strong>no</strong> trimestre janeiro/fevereiro/m<strong>ar</strong>ço e <strong>as</strong> mínim<strong>as</strong> ocorrem <strong>no</strong>perío<strong>do</strong> entre junho e setembro. A importância <strong>da</strong> temperatura <strong>do</strong> <strong>ar</strong> <strong>no</strong>s estu<strong>do</strong>sreferentes a quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong> se b<strong>as</strong>eia <strong>no</strong> fato de <strong>que</strong> este p<strong>ar</strong>âmetro reflete o balanço<strong>da</strong>s troc<strong>as</strong> energétic<strong>as</strong> entre a superfície e a atmosfera, <strong>as</strong>sim como os resulta<strong>do</strong>s <strong>da</strong>advecção (transporte horizontal) de <strong>ar</strong> frio ou <strong>que</strong>nte impostos por circulaçõesatmosféric<strong>as</strong> de escala micro, meso ou sinótica. No c<strong>as</strong>o <strong>do</strong> presente estu<strong>do</strong>, aimportância deste p<strong>ar</strong>âmetro consiste na possível <strong>as</strong>sociação entre alt<strong>as</strong> temperatur<strong>as</strong> e aformação de ozônio troposférico. Por outro la<strong>do</strong>, deve-se ressalt<strong>ar</strong> <strong>que</strong>, em geral, alt<strong>as</strong>3.3Normais Climatológic<strong>as</strong>: P<strong>ar</strong>a a determinação <strong>da</strong>s <strong>no</strong>rmais climatológic<strong>as</strong> faz-senecessário <strong>no</strong> mínimo 30 a<strong>no</strong>s de <strong>da</strong><strong>do</strong>s.26


temperatur<strong>as</strong> são <strong>as</strong>socia<strong>da</strong>s a movimentos verticais (convecção) o <strong>que</strong> favorece o<strong>ar</strong>r<strong>as</strong>te <strong>do</strong>s poluentes p<strong>ar</strong>a cama<strong>da</strong>s mais alt<strong>as</strong> <strong>da</strong> atmosfera, enquanto mais baix<strong>as</strong>temperatur<strong>as</strong> permitem a manutenção <strong>do</strong>s poluentes mais próximos a superfície.Ain<strong>da</strong> de acor<strong>do</strong> com a Tabela 3.3, o total precipita<strong>do</strong> de 1172,9 mm está mais distribuí<strong>do</strong>entre os meses mais <strong>que</strong>ntes, durante o verão. A precipitação é um <strong>do</strong>s melhoresmecanismos de remoção de poluentes <strong>do</strong> <strong>ar</strong> atuan<strong>do</strong> de forma a limp<strong>ar</strong> a atmosfera.Também foi identifica<strong>do</strong> um perío<strong>do</strong> mais seco <strong>que</strong> ocorre durante os meses de inver<strong>no</strong>.Em geral, a umi<strong>da</strong>de relativa <strong>do</strong> <strong>ar</strong> apresentou pouca v<strong>ar</strong>iação entre os meses <strong>do</strong> a<strong>no</strong>. Amaior diferença registra<strong>da</strong> é de 3% na média. No <strong>que</strong> <strong>tange</strong> <strong>as</strong> médi<strong>as</strong> de nebulosi<strong>da</strong>de,são verifica<strong>do</strong>s mínimos <strong>no</strong>s meses de julho e agosto e máxim<strong>as</strong> em dezembro. Éimportante lembr<strong>ar</strong> <strong>que</strong> a região de estu<strong>do</strong> qu<strong>as</strong>e sempre apresenta alguma nebulosi<strong>da</strong>dedevi<strong>do</strong>, em grande p<strong>ar</strong>te, a proximi<strong>da</strong>de de fontes de umi<strong>da</strong>de como o ocea<strong>no</strong> e a Baía deGuanab<strong>ar</strong>a. A insolação total, <strong>as</strong>sim como a temperatura média, apresentou máxim<strong>as</strong> <strong>no</strong>trimestre jan/fev/m<strong>ar</strong>. Os me<strong>no</strong>res valores registra<strong>do</strong>s são observa<strong>do</strong>s <strong>no</strong>s meses desetembro e dezembro. A relação entre a poluição <strong>do</strong> <strong>ar</strong> e a radiação sol<strong>ar</strong> incidenteconsiste b<strong>as</strong>icamente <strong>da</strong> importância deste p<strong>ar</strong>âmetro meteorológico na formação <strong>do</strong>soxi<strong>da</strong>ntes fotoquímicos como é o c<strong>as</strong>o <strong>do</strong> ozônio.Segun<strong>do</strong> a FEEMA (1995), a climatologia <strong>do</strong>s ventos <strong>no</strong> Município <strong>do</strong> Rio de Janeiro,elabora<strong>da</strong> pela TASA (Telecomunicações Aeronáutic<strong>as</strong> S.A.), revela <strong>que</strong> a maiorfreqüência <strong>do</strong>s ventos, consideran<strong>do</strong> os <strong>da</strong><strong>do</strong>s referentes ao aeroporto <strong>do</strong> Galeão, é <strong>do</strong>setor sul-sudeste p<strong>ar</strong>a <strong>no</strong>rdeste durante qu<strong>as</strong>e to<strong>do</strong> o a<strong>no</strong>. Vale ressalt<strong>ar</strong> ain<strong>da</strong> <strong>que</strong> est<strong>as</strong>condições v<strong>ar</strong>iam de acor<strong>do</strong> com a locali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> estação. Por exemplo, <strong>no</strong>s aeroportosde Santa Cruz e de Jac<strong>ar</strong>epaguá é verifica<strong>da</strong> pre<strong>do</strong>minância de ventos de su<strong>do</strong>este p<strong>ar</strong>a<strong>no</strong>rdeste e de sul p<strong>ar</strong>a <strong>no</strong>rte, respectivamente. Mais informações a respeito <strong>da</strong>scondições pre<strong>do</strong>minantes de vento registra<strong>da</strong>s n<strong>as</strong> estações de monitoramento <strong>da</strong>quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong> considera<strong>da</strong>s neste estu<strong>do</strong> serão apresenta<strong>da</strong>s <strong>no</strong> Capítulo 6.27


4. METODOLOGIAP<strong>ar</strong>a a realização <strong>do</strong> presente estu<strong>do</strong> foram utiliza<strong>do</strong>s os registros <strong>da</strong> concentração <strong>do</strong>poluente ozônio e <strong>do</strong>s óxi<strong>do</strong>s de nitrogênio (monóxi<strong>do</strong> e dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio) <strong>que</strong> sãomonitora<strong>do</strong>s na RMRJ. Tais registros origin<strong>ar</strong>am-se <strong>da</strong>s estações de monitoramentocontínuo 4.1 <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção Estadual de Engenh<strong>ar</strong>ia e Meio Ambiente (FEEMA) localiza<strong>da</strong>s<strong>no</strong>s bairros <strong>do</strong> Centro e Jac<strong>ar</strong>epaguá (Município <strong>do</strong> Rio de Janeiro) e <strong>no</strong> Município deNova Iguaçu (Baixa<strong>da</strong> Fluminense). No <strong>que</strong> se refere a est<strong>as</strong> estações, foramconsidera<strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s de monitoramento relativos ao perío<strong>do</strong> entre o a<strong>no</strong> 2000 e setembrode 2005. Além dest<strong>as</strong>, também foi considera<strong>da</strong> uma estação de monitoramento óptico 4.2(DOAS) localiza<strong>da</strong> <strong>no</strong> Município de Belford Roxo opera<strong>da</strong>, de mo<strong>do</strong> conjunto, pelaSecret<strong>ar</strong>ia de Meio Ambiente de Belford Roxo e pelo Laboratório de Estu<strong>do</strong>s em Poluição<strong>do</strong> Ar <strong>do</strong> Dep<strong>ar</strong>tamento de Meteorologia – IGEO – CCMN – <strong>UFRJ</strong>. O perío<strong>do</strong> de <strong>da</strong><strong>do</strong>sobti<strong>do</strong>s por meio <strong>da</strong> Estação Belford Roxo a ser considera<strong>do</strong> foi de m<strong>ar</strong>ço de 2004,quan<strong>do</strong> foi instala<strong>do</strong> o equipamento, a setembro de 2005. P<strong>ar</strong>a o estabelecimento <strong>da</strong>relação entre a quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong> e a <strong>meteorologia</strong> local também foram utiliza<strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>smeteorológicos provenientes <strong>da</strong>s mesm<strong>as</strong> estações, além de registros obti<strong>do</strong>s por meio<strong>do</strong> METAR <strong>do</strong> Aeroporto <strong>do</strong> Galeão. A distribuição espacial <strong>da</strong>s estações demonitoramento considera<strong>da</strong>s por este encontra-se apresenta<strong>da</strong> na Figura 4.1.4.1 Monitoramento Contínuo: fornece medições qu<strong>as</strong>e instantâne<strong>as</strong> <strong>da</strong>s concentraçõesatmosféric<strong>as</strong> de diversos poluentes. O procedimento envolvi<strong>do</strong> neste c<strong>as</strong>o consiste n<strong>as</strong>ucção <strong>do</strong> <strong>ar</strong> ambiente através de um analisa<strong>do</strong>r comercial calibra<strong>do</strong> <strong>que</strong> produz comoresulta<strong>do</strong> um valor proporcional à concentração <strong>do</strong> poluente <strong>no</strong> ambiente4.2 Analisa<strong>do</strong>res Ópticos / Sensores Remotos de Longo Perío<strong>do</strong>: Utilizam a técnica <strong>da</strong>espectroscopia <strong>que</strong> realiza medições de concentrações de diversos poluentes integran<strong>do</strong><strong>as</strong> concentrações <strong>no</strong> caminho entre a fonte de luz e um detector. O mais conheci<strong>do</strong>destes instrumentos é o sistema de monitoramento DOAS (Differential Optical AbsorptionSpectroscopy).28


Figura 4.1: Distribuição Espacial <strong>da</strong>s Estações considera<strong>da</strong>s neste estu<strong>do</strong>Dentre <strong>as</strong> estações considera<strong>da</strong>s, a Estação Centro, localiza<strong>da</strong> <strong>no</strong> Município <strong>do</strong> Rio deJaneiro é a mais influencia<strong>da</strong> pel<strong>as</strong> emissões provenientes <strong>do</strong> intenso tráfego de veículosautomotores, estan<strong>do</strong> localiza<strong>da</strong> em uma grande via de tráfego, a Aveni<strong>da</strong> PresidenteV<strong>ar</strong>g<strong>as</strong>, e próxima a divers<strong>as</strong> outr<strong>as</strong> fontes móveis. Geralmente, este tipo de localizaçãonão é a mais favorável p<strong>ar</strong>a a detecção <strong>do</strong> ozônio, uma vez <strong>que</strong> sua reação de formaçãonão é imediata. Entretanto, segun<strong>do</strong> a FEEMA (2003), a evolução <strong>da</strong> série histórica <strong>do</strong>monitoramento <strong>da</strong>s concentrações <strong>do</strong> poluente ozônio na Estação Centro, inicia<strong>do</strong> emmea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> a<strong>no</strong> de 1999, revela a ocorrência de violações ao padrão horário de 160 µg/m 3(RESOLUÇÂO CONAMA 03/90). Vale ressalt<strong>ar</strong> <strong>que</strong> esta estação está inseri<strong>da</strong> dentro <strong>da</strong>Bacia Aérea III, a mais degra<strong>da</strong><strong>da</strong> em termos de quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong>.No <strong>que</strong> se refere à Estação Jac<strong>ar</strong>epaguá, também localiza<strong>da</strong> <strong>no</strong> Município <strong>do</strong> Rio deJaneiro e inseri<strong>da</strong> na Bacia Aérea II, verifica-se a influência de poluentes lança<strong>do</strong>s naatmosfera por veículos e indústri<strong>as</strong>. Segun<strong>do</strong> a FEEMA (2002), <strong>as</strong> concentrações deozônio nesta estação encontram-se, geralmente, abaixo <strong>do</strong>s níveis <strong>do</strong> padrão horário.29


Em relação às emissões atmosféric<strong>as</strong> c<strong>ar</strong>acterístic<strong>as</strong> <strong>da</strong> área <strong>do</strong> entor<strong>no</strong> <strong>da</strong> EstaçãoNova Iguaçu, localiza<strong>da</strong> na Baixa<strong>da</strong> Fluminense, podem ser relaciona<strong>da</strong>s com fontesmóveis e fix<strong>as</strong>. Vale ressalt<strong>ar</strong> <strong>que</strong> na Baixa<strong>da</strong> Fluminense estão localiza<strong>da</strong>s divers<strong>as</strong>indústri<strong>as</strong> de médio e grande porte como, por exemplo, a Refin<strong>ar</strong>ia de Du<strong>que</strong> de Caxi<strong>as</strong> –REDUC. Dentre <strong>as</strong> principais vi<strong>as</strong> de tráfego presentes na região de entor<strong>no</strong> <strong>da</strong> EstaçãoNova Iguaçu estão a Ro<strong>do</strong>via Presidente Dutra, Rio-Petrópolis e Via Light. Violações aopadrão de quali<strong>da</strong>de <strong>no</strong> <strong>que</strong> <strong>tange</strong> o poluente ozônio foram detecta<strong>da</strong>s na Estação NovaIguaçu <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s de 2002 e 2003 (FEEMA, 2004).O Município de Belford Roxo, <strong>as</strong>sim como o Município de Nova Iguaçu, também estálocaliza<strong>do</strong> na Baixa<strong>da</strong> Fluminense. De acor<strong>do</strong> com CARVALHO et al. (2004b), umapeculi<strong>ar</strong>i<strong>da</strong>de deste município diz respeito a sua posição em relação às circulaçõesatmosféric<strong>as</strong> pre<strong>do</strong>minantes <strong>da</strong> região, <strong>que</strong> possibilitam, na maior p<strong>ar</strong>te <strong>da</strong>s situações,<strong>que</strong> o transporte de poluentes provenientes <strong>do</strong>s municípios <strong>do</strong> Rio de Janeiro, Du<strong>que</strong> deCaxi<strong>as</strong> e São João de Meriti sejam desloca<strong>do</strong>s em sua direção. As fontes de emissõesatmosféric<strong>as</strong>, móveis e fix<strong>as</strong>, <strong>que</strong> influenciam esta estação são divers<strong>as</strong>. Tanto <strong>no</strong>Município de Belford Roxo como <strong>no</strong>s municípios vizinhos, como, por exemplo, NovaIguaçu, encontram-se localiza<strong>da</strong>s fontes de poluição atmosférica industriais. As emissõesde fontes móveis, como <strong>as</strong> ro<strong>do</strong>vi<strong>as</strong> federais Rio-São Paulo (Ro<strong>do</strong>via Presidente Dutra) eRio-Petrópolis (Ro<strong>do</strong>via W<strong>as</strong>hington Luiz) também influenciam a quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong> emBelford Roxo.Com o intuito de diag<strong>no</strong>stic<strong>ar</strong> a quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong> <strong>no</strong> <strong>que</strong> <strong>tange</strong> o ozônio e os óxi<strong>do</strong>s denitrogênio, foram realiza<strong>da</strong>s análises <strong>do</strong> comportamento médio anual <strong>da</strong>s concentraçõesdestes, <strong>as</strong>sim como a v<strong>ar</strong>iabili<strong>da</strong>de verifica<strong>da</strong> entre os a<strong>no</strong>s considera<strong>do</strong>s.Também foram efetua<strong>da</strong>s comp<strong>ar</strong>ações com os padrões de quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong>,estabeleci<strong>do</strong>s pela Resolução CONAMA 03/90, a p<strong>ar</strong>tir <strong>da</strong> avaliação <strong>da</strong>s máxim<strong>as</strong>concentrações. A referi<strong>da</strong> Resolução determi<strong>no</strong>u limites máximos de concentração p<strong>ar</strong>aos seguintes poluentes: material p<strong>ar</strong>ticula<strong>do</strong> total e inalável, dióxi<strong>do</strong> de enxofre, monóxi<strong>do</strong>de c<strong>ar</strong>bo<strong>no</strong>, ozônio, dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio e fumaça. Tais limites podem ser observa<strong>do</strong>s naTabela 4.1. P<strong>ar</strong>a estes poluentes foram estabeleci<strong>do</strong>s padrões primários e secundários.Vale ressalt<strong>ar</strong> <strong>que</strong> os padrões primários estabelecem valores de concentrações <strong>que</strong>,quan<strong>do</strong> atingi<strong>do</strong>s, podem ser prejudiciais à saúde <strong>da</strong> população e os padrões secundários30


são os <strong>que</strong> delimitam uma concentração <strong>que</strong> além <strong>da</strong>s quais poderá haver um incômo<strong>do</strong>ao bem est<strong>ar</strong> <strong>da</strong> população, <strong>as</strong>sim como prejuízos à fauna, flora e meio ambiente comoum to<strong>do</strong>. Na ver<strong>da</strong>de, os padrões secundários têm como objetivo definir uma b<strong>as</strong>e <strong>que</strong>auxilie na política de prevenção à degra<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong>, deven<strong>do</strong> ser aplica<strong>do</strong>sem áre<strong>as</strong> de preservação como, por exemplo, estânci<strong>as</strong> turístic<strong>as</strong> e p<strong>ar</strong><strong>que</strong>s nacionais(CETESB, 2004).Tabela 4.1: Padrões de Quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> Ar estabeleci<strong>do</strong>s pela Resolução CONAMA 03/90PoluenteTempo deAmostragemPadrãoPrimárioPadrãoSecundárioP<strong>ar</strong>tícul<strong>as</strong> Totais 24 Hor<strong>as</strong> 1 240 µg/m 3 150 µg/m 3em Suspensão (PTS) MGA 2 80 µg/m 3 60 µg/m 3Fonte: Cavalcanti, 2003.Dióxi<strong>do</strong> de 24 Hor<strong>as</strong> 1 365 µg/m 3 100 µg/m 3Enxofre (SO 2 ) MAA 3 80 µg/m 3 40 µg/m 3Monóxi<strong>do</strong> de 1 Hora 1 35 ppm 35 ppmC<strong>ar</strong>bo<strong>no</strong> (CO) 8 Hor<strong>as</strong> 1 9 ppm 9 ppmOzônio (O 3 ) 1 Hora 1 160 µg/m 3 160 µg/m 3Fumaça MAA 3 60 µg/m 3 40 µg/m 3P<strong>ar</strong>tícul<strong>as</strong> 24 Hor<strong>as</strong> 1 150 µg/m 3 150 µg/m 3Inaláveis (PM10) MAA 3 50 µg/m 3 50 µg/m 3Dióxi<strong>do</strong> de 1 Hora 1 320 µg/m 3 190 µg/m 3Nitrogênio (NO 2 ) MAA 3 100 µg/m 3 100 µg/m 3Observações: 1 Esse padrões não devem ser viola<strong>do</strong>s mais de uma vez por a<strong>no</strong>.2 MGA – Média Geométrica Anual3 MAA – Média Aritmética AnualTambém foram estabeleci<strong>do</strong>s pela Resolução CONAMA 03/90 os critérios p<strong>ar</strong>a ac<strong>ar</strong>acterização de episódios agu<strong>do</strong>s de poluição como pode ser visto na Tabela 4.2.31


Tabela 4.2: Critérios p<strong>ar</strong>a c<strong>ar</strong>acterização de Episódios Agu<strong>do</strong>s(Resolução CONAMA 03/90)Tempo deNíveisPoluenteAmostragem Atenção Alerta EmergênciaP<strong>ar</strong>tícul<strong>as</strong> Totaisem Suspensão (PTS)Dióxi<strong>do</strong> deEnxofre (SO 2 )Monóxi<strong>do</strong> deC<strong>ar</strong>bo<strong>no</strong> (CO)24 Hor<strong>as</strong> 375 µg/m 3 625 µg/m 3 875 µg/m 324 Hor<strong>as</strong> 800 µg/m 3 1600 µg/m 3 2100 µg/m 38 Hor<strong>as</strong> 15 ppm 30 ppm 40 ppmOzônio (O 3 ) 1 Hora 400 µg/m 3 800 µg/m 3 1000 µg/m 3Fumaça 24 Hor<strong>as</strong> 250 µg/m 3 420 µg/m 3 500 µg/m 3SO 2 x PTS 24 Hor<strong>as</strong> 6500 µg/m 3 261000µg/m 3 393000µg/m 3P<strong>ar</strong>tícul<strong>as</strong>Inaláveis (PM10)24 Hor<strong>as</strong> 250 µg/m 3 420 µg/m 3 500 µg/m 3Dióxi<strong>do</strong> deNitrogênio (NO 2 )Fonte: Cavalcanti, 2003.1 Hora 1130 µg/m 3 2260 µg/m 3 3000 µg/m 3O presente estu<strong>do</strong> também apresentou uma avaliação <strong>do</strong> perfil médio <strong>da</strong>s concentrações<strong>do</strong> poluente ozônio e <strong>do</strong>s óxi<strong>do</strong>s de nitrogênio de acor<strong>do</strong> com o dia <strong>da</strong> semana e com ahora <strong>do</strong> dia. A relação entre os níveis de concentração destes poluentes também foiobjetiva<strong>da</strong> através dest<strong>as</strong> análises.Utilizan<strong>do</strong> meto<strong>do</strong>logia proposta pela CETESB (2002), a razão entre <strong>as</strong> concentrações dedióxi<strong>do</strong> de nitrogênio e <strong>as</strong> de monóxi<strong>do</strong> de nitrogênio (NO 2 /NO), essencial p<strong>ar</strong>a aformação <strong>da</strong> molécula de ozônio, também foi calcula<strong>da</strong> e comp<strong>ar</strong>a<strong>da</strong> ao comportamento<strong>da</strong>s concentrações médi<strong>as</strong> de O 3 por meio <strong>da</strong> avaliação anual, mensal, de acor<strong>do</strong> com odia <strong>da</strong> semana e com a hora <strong>do</strong> dia.Com o intuito de avali<strong>ar</strong> a relação entre o transporte advectivo e <strong>as</strong> concentrações deozônio e <strong>do</strong>s óxi<strong>do</strong>s de nitrogênio, seus precursores, foram gera<strong>da</strong>s, a p<strong>ar</strong>tir <strong>do</strong> banco de<strong>da</strong><strong>do</strong>s existentes, ros<strong>as</strong> <strong>do</strong>s ventos e ros<strong>as</strong> de poluição, por meio <strong>do</strong> softw<strong>ar</strong>e deacompanhamento ambiental SIA versão 4.1 (ECOSOFT, 2004) relacionan<strong>do</strong> a direção e aveloci<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s ventos com <strong>as</strong> concentrações de ozônio e <strong>do</strong>s óxi<strong>do</strong>s de nitrogênioobti<strong>da</strong>s através <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s provenientes <strong>da</strong>s estações de monitoramento <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong><strong>ar</strong>. Como cita<strong>do</strong> anteriormente, os <strong>da</strong><strong>do</strong>s relativos à direção e a veloci<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s ventos32


também foram registra<strong>do</strong>s n<strong>as</strong> estações de monitoramento, com exceção <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>sreferentes à Estação Nova Iguaçu <strong>que</strong>, por conta de problem<strong>as</strong> operacionais, foramsubstituí<strong>do</strong>s por medições obti<strong>da</strong>s por meio <strong>do</strong> METAR <strong>do</strong> Aeroporto <strong>do</strong> Galeão.É importante destac<strong>ar</strong> <strong>que</strong> a avaliação <strong>do</strong>s registros referentes ao monitoramento <strong>da</strong>quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong> por meio de análises estatístic<strong>as</strong> pode fornecer uma importante fonte deinformação e de possível previsão <strong>da</strong> formação <strong>do</strong> poluente na região.Sen<strong>do</strong> <strong>as</strong>sim, complementan<strong>do</strong> este estu<strong>do</strong>, a técnica Data Mining foi utiliza<strong>da</strong> p<strong>ar</strong>aestabelecer uma hier<strong>ar</strong>quia de relações entre os <strong>da</strong><strong>do</strong>s meteorológicos e de quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong><strong>ar</strong>. Segun<strong>do</strong> HAN and KAMBER (2001), a técnica de Data Mining <strong>que</strong> se refere à extraçãoou “mineração” de <strong>da</strong><strong>do</strong>s, representa uma etapa <strong>do</strong> processo de Descoberta <strong>do</strong>Conhecimento em Bancos de Da<strong>do</strong>s (KDD - K<strong>no</strong>wledge discovery in <strong>da</strong>tab<strong>as</strong>es). Éimportante ressalt<strong>ar</strong> <strong>que</strong> a prep<strong>ar</strong>ação <strong>do</strong> banco de <strong>da</strong><strong>do</strong>s, primeira etapa <strong>do</strong> processo deKDD, <strong>que</strong> abrange o tratamento <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s, a detecção de outliers e a identificação <strong>da</strong>sv<strong>ar</strong>iáveis relevantes p<strong>ar</strong>a o problema, bem como de su<strong>as</strong> def<strong>as</strong>agens temporais, é um<strong>do</strong>s <strong>as</strong>pectos mais importantes p<strong>ar</strong>a a obtenção de bons resulta<strong>do</strong>s a p<strong>ar</strong>tir <strong>da</strong> aplicação<strong>da</strong> técnica de Data Mining (ONS, 2005).No presente estu<strong>do</strong>, o softw<strong>ar</strong>e Sirius (versão demonstrativa) foi utiliza<strong>do</strong> p<strong>ar</strong>a a aplicaçãode méto<strong>do</strong>s estatísticos como Análise de Componentes Principais (ACP) e agrupamentopor meio <strong>da</strong> análise de den<strong>do</strong>gram<strong>as</strong>. Vale ressalt<strong>ar</strong> <strong>que</strong> a aplicação destes méto<strong>do</strong>s tevecomo objetivo promover a investigação <strong>da</strong>s relações entre os <strong>da</strong><strong>do</strong>s de quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong> emeteorológicos.De acor<strong>do</strong> com MARQUES e MARQUES (2005), a Análise de Componentes Principais(ACP) é um méto<strong>do</strong> <strong>que</strong> objetiva a redução <strong>do</strong> número de v<strong>ar</strong>iáveis de um determina<strong>do</strong>problema e <strong>que</strong> permite explic<strong>ar</strong> quais v<strong>ar</strong>iáveis ou conjunto dest<strong>as</strong> explicam a maiorp<strong>ar</strong>te <strong>da</strong> v<strong>ar</strong>iabili<strong>da</strong>de <strong>do</strong> total. Tal meto<strong>do</strong>logia consiste <strong>no</strong> cálculo <strong>do</strong>s autovalores e <strong>do</strong>sautovetores correspondentes à matriz de v<strong>ar</strong>iância-cov<strong>ar</strong>iância ou de coeficientes decorrelação entre <strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveis. Dessa forma, a ACP transforma <strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveis originais em<strong>no</strong>vos p<strong>ar</strong>âmetros defini<strong>do</strong>s como componentes principais (CP). Tais componentes sãocombinações line<strong>ar</strong>es <strong>da</strong>s v<strong>ar</strong>iáveis originais e agrupa<strong>do</strong>s em ordem de importância33


estatística decrescente, ou seja, a primeira CP é sempre a mais importante (MARQUES eMARQUES, 2005; ONS, 2005).Ain<strong>da</strong> utilizan<strong>do</strong> o softw<strong>ar</strong>e Sirus, a p<strong>ar</strong>tir <strong>da</strong> extração <strong>da</strong>s componentes principais, foramgera<strong>do</strong>s den<strong>do</strong>gram<strong>as</strong>. Um den<strong>do</strong>grama é um diagrama <strong>que</strong> ilustra a hier<strong>ar</strong>quia e <strong>ar</strong>elação <strong>da</strong> estrutura <strong>do</strong>s agrupamentos por meio de uma representação gráfica em formade árvore (VALE, 2005).A avaliação <strong>do</strong> banco de <strong>da</strong><strong>do</strong>s por meio desta técnica concentrou-se <strong>no</strong>s registrosprovenientes <strong>do</strong> monitoramento <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong> e de p<strong>ar</strong>âmetros meteorológicosrealiza<strong>do</strong> <strong>no</strong> Município de Belford Roxo. A escolha desta estação deu-se por conta <strong>da</strong>existência de pouc<strong>as</strong> falh<strong>as</strong> <strong>no</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s provenientes <strong>do</strong> monitoramento e <strong>da</strong>disponibili<strong>da</strong>de de obtenção destes com uma maior freqüência de amostragem. No c<strong>as</strong>o,optou-se pelo uso de freqüência de amostragem a ca<strong>da</strong> 15 minutos.O perío<strong>do</strong> de monitoramento considera<strong>do</strong> foi de 13 de m<strong>ar</strong>ço de 2004, quan<strong>do</strong> foi inicia<strong>do</strong>o monitoramento na Estação Belford Roxo, e 10 de setembro de 2005 (35308 eventos). Éimportante ressalt<strong>ar</strong> <strong>que</strong> to<strong>do</strong>s os <strong>da</strong><strong>do</strong>s foram avalia<strong>do</strong>s previamente e <strong>que</strong> to<strong>do</strong>s ospossíveis erros, de<strong>no</strong>mina<strong>do</strong>s como “outliers”, foram retira<strong>do</strong>s <strong>do</strong> banco de <strong>da</strong><strong>do</strong>s. Asv<strong>ar</strong>iáveis considera<strong>da</strong>s pelo presente estu<strong>do</strong> foram:- Concentrações de ozônio (µg/m 3 );- Concentrações de dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio (µg/m 3 );- Precipitação pluviométrica (mm);- Pressão atmosférica (hPa);- Direção <strong>do</strong> vento (º);- Veloci<strong>da</strong>de <strong>do</strong> vento (m/s);- Temperatura <strong>do</strong> <strong>ar</strong> (ºC);- Umi<strong>da</strong>de relativa <strong>do</strong> <strong>ar</strong> (%);- Radiação sol<strong>ar</strong> incidente total (W/m 2 );- Radiação sol<strong>ar</strong> ultravioleta (W/m 2 ).34


Por apresent<strong>ar</strong> valores <strong>que</strong> atingem ordem de grandeza 10 vezes superiores em relaçãoàs demais v<strong>ar</strong>iáveis os <strong>da</strong><strong>do</strong>s referentes à pressão atmosférica foram subtraí<strong>do</strong>s <strong>da</strong>pressão atmosférica ao nível <strong>do</strong> m<strong>ar</strong> (1013,25 hPa).Além disso, foram elimina<strong>do</strong>s <strong>do</strong> banco de <strong>da</strong><strong>do</strong>s to<strong>do</strong>s os eventos <strong>que</strong> nãoapresentavam registros <strong>da</strong> concentração <strong>do</strong> poluente ozônio, cujo comportamento erelação com <strong>as</strong> demais v<strong>ar</strong>iáveis é o objetivo deste estu<strong>do</strong>.Aos p<strong>ar</strong>âmetros lista<strong>do</strong>s anteriormente foi adiciona<strong>da</strong> uma coluna de <strong>da</strong><strong>do</strong>s comreferênci<strong>as</strong> a hora <strong>do</strong> dia (0 a 23). Desta forma, a relação <strong>da</strong>s concentrações de ozôniocom esta v<strong>ar</strong>iável, cujo comportamento médio está apresenta<strong>do</strong> <strong>no</strong> Capítulo 5, poderá seravalia<strong>da</strong>.Dessa forma, obteve-se uma matriz conten<strong>do</strong> 11 v<strong>ar</strong>iáveis e 35308 registros, ou seja,foram considera<strong>do</strong>s ao to<strong>do</strong> 388388 <strong>da</strong><strong>do</strong>s. Divers<strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iações <strong>no</strong> banco de <strong>da</strong><strong>do</strong>s, como,por exemplo, def<strong>as</strong>agem de algum<strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveis e seleção de apen<strong>as</strong> p<strong>ar</strong>te <strong>do</strong> dia, tambémforam realiza<strong>da</strong>s e serão avalia<strong>da</strong>s individualmente <strong>no</strong> Capítulo 7.35


5. Avaliação <strong>da</strong>s Concentrações de Ozônio Troposférico e de alguns <strong>do</strong>s seusPrincipais Precursores, os óxi<strong>do</strong>s de nitrogênio, na Região Metropolitana <strong>do</strong> Rio deJaneiro5.1 Comportamento médio anualAnalisan<strong>do</strong> primeiramente a evolução <strong>do</strong> comportamento médio anual <strong>da</strong>s concentraçõesde ozônio ao longo <strong>do</strong>s últimos 6 a<strong>no</strong>s, é possível identific<strong>ar</strong> um aumento na magnitudedest<strong>as</strong>, em to<strong>da</strong>s <strong>as</strong> estações considera<strong>da</strong>s 1 . As concentrações médi<strong>as</strong> anuais <strong>do</strong>poluente ozônio podem ser observa<strong>da</strong>s na Tabela 5.1. Dentre <strong>as</strong> estações pertencentes àFEEMA, a Estação Nova Iguaçu foi a <strong>que</strong> apresentou a maior v<strong>ar</strong>iabili<strong>da</strong>de e <strong>as</strong> maioresconcentrações médi<strong>as</strong> anuais. Contu<strong>do</strong>, avalian<strong>do</strong> <strong>as</strong> concentrações médi<strong>as</strong> anuaisreferentes à Estação Belford Roxo 2 <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s de 2004 e 2005, verificam-se valores ain<strong>da</strong>mais eleva<strong>do</strong>s, qu<strong>as</strong>e du<strong>as</strong> vezes superiores a Estação Nova Iguaçu, e com poucav<strong>ar</strong>iação interanual <strong>que</strong>, ain<strong>da</strong> <strong>as</strong>sim, foi superior a v<strong>ar</strong>iação verifica<strong>da</strong> na Estação NovaIguaçu. Vale ressalt<strong>ar</strong> <strong>que</strong> o baixo valor <strong>da</strong>s concentrações médi<strong>as</strong> anuais, quan<strong>do</strong>comp<strong>ar</strong>a<strong>do</strong>s ao padrão médio horário <strong>do</strong> poluente, estabeleci<strong>do</strong> pela ResoluçãoCONAMA 03/90 como sen<strong>do</strong> 160 µg/m 3 , deve-se ao perfil horário <strong>do</strong> poluente <strong>que</strong> à <strong>no</strong>iteé consumi<strong>do</strong> rapi<strong>da</strong>mente. O comportamento horário deste poluente ain<strong>da</strong> será discuti<strong>do</strong>com mais detalhes neste capítulo.Tabela 5.1: Concentração média anual <strong>do</strong> poluente ozônio (µg/m 3 ) <strong>no</strong> perío<strong>do</strong> entre o a<strong>no</strong>2000 e 2005.Estações 2000 2001 2002 2003 2004 2005Belford Roxo - - - - 39,75 µg/m 3 35,39 µg/m 3Centro 10,08 µg/m 3 8,42 µg/m 3 12,27 µg/m 3 13,23 µg/m 3 15,55 µg/m 3 10,72 µg/m 3Jac<strong>ar</strong>epaguá 8,80 µg/m 3 9,00 µg/m 3 11,53 µg/m 3 13,75 µg/m 3 12,01 µg/m 3 6,72 µg/m 3Nova Iguaçu 12,20 µg/m 3 16,90 µg/m 3 25,93 µg/m 3 22,30 µg/m 3 21,82 µg/m 3 23,71 µg/m 31 To<strong>da</strong>s <strong>as</strong> médi<strong>as</strong> referentes ao a<strong>no</strong> de 2005 foram calcula<strong>da</strong>s consideran<strong>do</strong> os <strong>da</strong><strong>do</strong>s demonitoramento apen<strong>as</strong> até o mês de agosto.2 É importante relembr<strong>ar</strong> <strong>que</strong> o monitoramento <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong> na Estação BelfordRoxo teve início em m<strong>ar</strong>ço de 2004.36


A avaliação <strong>da</strong>s concentrações máxim<strong>as</strong> <strong>do</strong> poluente ozônio, de acor<strong>do</strong> com o a<strong>no</strong>,apresenta<strong>da</strong>s na Tabela 5.2, revelam violações ao padrão de quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong> em to<strong>da</strong>s <strong>as</strong>estações, apes<strong>ar</strong> <strong>da</strong> localização <strong>da</strong>s estações considera<strong>da</strong>s ser desfavorável à detecçãode alt<strong>as</strong> concentrações <strong>do</strong> poluente ozônio, por conta <strong>da</strong> proximi<strong>da</strong>de com vi<strong>as</strong> de tráfegointenso. Na Estação Centro apen<strong>as</strong> uma violação com valor de 161,8 µg/m 3 ,correspondente ao a<strong>no</strong> de 2002, foi registra<strong>da</strong> <strong>no</strong>s últimos a<strong>no</strong>s. Em relação à EstaçãoJac<strong>ar</strong>epaguá verifica-se também apen<strong>as</strong> uma ultrap<strong>as</strong>sagem ao padrão com valor deconcentração igual a 169,3 µg/m 3 . Na Estação Nova Iguaçu foram registra<strong>da</strong>s violações<strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s de 2002, 2003 e 2005. O máximo valor de concentração de ozônio identifica<strong>do</strong>foi de 248,6 µg/m 3 em 2005. A ocorrência de ultrap<strong>as</strong>sagens ao padrão, <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2002,correspondeu a 4 di<strong>as</strong> onde a concentração máxima foi de 181,6 µg/m 3 . Em 2003, aultrap<strong>as</strong>sagem ao padrão foi registra<strong>da</strong> em apen<strong>as</strong> um dia <strong>do</strong> a<strong>no</strong> com valor máximo iguala 176,6 µg/m 3 . No a<strong>no</strong> de 2005, em <strong>do</strong>is di<strong>as</strong> foram identifica<strong>da</strong>s concentraçõessuperiores a 160 µg/m 3 . Em Belford Roxo, também foram observa<strong>da</strong>s violações ao padrãode quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong> em 15 di<strong>as</strong>, <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2004, e em 1 dia de 2005. Em 2004, aconcentração máxima de Belford Roxo, de 246,7 µg/m 3 , superou os maiores valoresregistra<strong>do</strong>s n<strong>as</strong> demais estações. Já <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2005, o maior valor de concentração deozônio encontra<strong>do</strong> ultrap<strong>as</strong>sou o padrão em apen<strong>as</strong> 0,1 µg/m 3 . Vale destac<strong>ar</strong> <strong>que</strong>, comexceção <strong>do</strong>s a<strong>no</strong>s de 2001 e de 2004, a Estação Nova Iguaçu apresentou os maioresníveis de concentração de ozônio.Tabela 5.2: Concentração máxima anual e número de di<strong>as</strong> com ocorrência de violações*ao padrão de quali<strong>da</strong>de de <strong>ar</strong> <strong>do</strong> poluente ozônio <strong>no</strong> perío<strong>do</strong> entre 2000 e 2005.Estações 2000 2001 2002 2003 2004 2005Belford Roxo - - - - 246,7 µg/m 3 (15) 160,1 µg/m 3 (1)Centro 95,9 µg/m 3 140,5 µg/m 3 161,8 µg/m 3 (1) 140,4 µg/m 3 143,4 µg/m 3 145,5 µg/m 3Jac<strong>ar</strong>epaguá 95,9 µg/m 3 141,6 µg/m 3 123,9 µg/m 3 169,3 µg/m 3 (1) 129,1 µg/m 3 131,1 µg/m 3Nova Iguaçu 97,7 µg/m 3 133,1 µg/m 3 181,6 µg/m 3 (4) 176,6 µg/m 3 (1) 146,9 µg/m 3 (4) 248,6 µg/m 3 (2)* Informação entre p<strong>ar</strong>ênteses.Observan<strong>do</strong> o comportamento <strong>da</strong>s concentrações médi<strong>as</strong> anuais <strong>do</strong>s óxi<strong>do</strong>s de nitrogênionão foi possível identific<strong>ar</strong> o mesmo comportamento verifica<strong>do</strong> na análise <strong>da</strong>s37


concentrações de ozônio. Vale ressalt<strong>ar</strong> <strong>que</strong> os óxi<strong>do</strong>s de nitrogênio são importantesprecursores <strong>do</strong> poluente ozônio. Os valores médios anuais <strong>da</strong>s concentrações demonóxi<strong>do</strong> de nitrogênio 3 e dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio estão apresenta<strong>do</strong>s n<strong>as</strong> Tabel<strong>as</strong> 5.3 e5.5, respectivamente.Consideran<strong>do</strong> apen<strong>as</strong> <strong>as</strong> concentrações de monóxi<strong>do</strong> de nitrogênio (Tabela 5.3), verific<strong>as</strong>egrande v<strong>ar</strong>iação <strong>no</strong>s valores médios anuais, em to<strong>da</strong>s <strong>as</strong> estações (salvo a EstaçãoBelford Roxo <strong>que</strong> não monitora o poluente em <strong>que</strong>stão). Entre 2000 e 2002, to<strong>da</strong>s <strong>as</strong>estações considera<strong>da</strong>s apresent<strong>ar</strong>am diminuição <strong>no</strong>s índices de concentração média. Aredução observa<strong>da</strong> foi de aproxima<strong>da</strong>mente 25% em Jac<strong>ar</strong>epaguá, 22% <strong>no</strong> Centro e de36% em Nova Iguaçu. A Estação Jac<strong>ar</strong>epaguá apresentou forte tendência de aumento em2003 quan<strong>do</strong> verificou-se incremento <strong>da</strong>s concentrações médi<strong>as</strong> em tor<strong>no</strong> de 147% (emcomp<strong>ar</strong>ação com o a<strong>no</strong> anterior). O mesmo foi verifica<strong>do</strong> na Estação Nova Iguaçu quan<strong>do</strong><strong>no</strong>ta-se aumento <strong>da</strong> ordem de 15% <strong>da</strong>s concentrações. Já a Estação Centro registrou<strong>que</strong><strong>da</strong> <strong>da</strong>s concentrações <strong>do</strong> poluente em <strong>que</strong>stão inferior a 5%. É importante destac<strong>ar</strong><strong>que</strong>, na Estação Jac<strong>ar</strong>epaguá, o aumento <strong>da</strong>s concentrações foi segui<strong>do</strong>, em 2004, poruma diminuição destes índices de qu<strong>as</strong>e 30% em relação a 2003, e de 22,5% <strong>no</strong> perío<strong>do</strong>referente ao monitoramento de 2005. O comportamento médio verifica<strong>do</strong> n<strong>as</strong> estaçõesCentro e Nova Iguaçu também revelou simil<strong>ar</strong>i<strong>da</strong>des com acréscimo <strong>do</strong>s índices médiosde concentrações de monóxi<strong>do</strong> de nitrogênio <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2004 de aproxima<strong>da</strong>mente 21% e33%, respectivamente. O decréscimo <strong>da</strong>s concentrações identifica<strong>do</strong> em 2005 na EstaçãoJac<strong>ar</strong>epaguá também pode ser observa<strong>do</strong> na Estação Nova Iguaçu (28%). Em 2005,apen<strong>as</strong> a Estação Centro apresentou ligeiro aumento <strong>da</strong>s concentrações de NO (inferior a1%).Tabela 5.3: Concentração média anual de monóxi<strong>do</strong> de nitrogênio (µg/m 3 ) entre o a<strong>no</strong>2000 e 2005Estações 2000 2001 2002 2003 2004 2005Centro 108,24 µg/m 3 96,12 µg/m 3 84,24 µg/m 3 80,99 µg/m 3 101,98 µg/m 3 102,90 µg/m 3Jac<strong>ar</strong>epaguá 53,96 µg/m 3 41,06 µg/m 3 40,89 µg/m 3 100,85 µg/m 3 71,02 µg/m 3 55,03 µg/m 3Nova Iguaçu 82,90 µg/m 3 64,25 µg/m 3 53,39 µg/m 3 62,37 µg/m 3 91,89 µg/m 3 65,97 µg/m 33 Exceto p<strong>ar</strong>a a Estação Belford Roxo <strong>que</strong> não realiza monitoramento deste poluente.38


As concentrações máxim<strong>as</strong> anuais de monóxi<strong>do</strong> de nitrogênio estão apresenta<strong>da</strong>s naTabela 5.4. Através desta, torna-se cl<strong>ar</strong>o <strong>que</strong> os maiores valores de concentração de NO,exceto em 2001, referem-se a Estação Centro, diretamente influencia<strong>da</strong> por intensotráfego de veículos. Deve-se destac<strong>ar</strong> a maior concentração verifica<strong>da</strong> nesta estação, de1068,1 µg/m 3 , correspondente ao a<strong>no</strong> de 2005. Observan<strong>do</strong> os valores referentes aEstação Jac<strong>ar</strong>epaguá verifica-se grande v<strong>ar</strong>iabili<strong>da</strong>de interanual. Por exemplo, a máximaconcentração registra<strong>da</strong> em 2001 (762,7 µg/m 3 ) foi mais de 3 vezes superior ao maiorvalor de 2005. Apes<strong>ar</strong> de também exibir uma significativa v<strong>ar</strong>iabili<strong>da</strong>de interanual, aEstação Nova Iguaçu foi a <strong>que</strong>, em geral, apresentou os me<strong>no</strong>res índices deconcentração <strong>do</strong> poluente em <strong>que</strong>stão. É importante destac<strong>ar</strong> <strong>que</strong> a legislação br<strong>as</strong>ileiraem vigência não estabelece padrão de quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong> p<strong>ar</strong>a o monóxi<strong>do</strong> de nitrogênio.Tabela 5.4: Concentração máxima anual de monóxi<strong>do</strong> de nitrogênio registra<strong>da</strong> entre 2000e 2005.Estações 2000 2001 2002 2003 2004 2005Centro 780,5 µg/m 3 705,8 µg/m 3 765,7 µg/m 3 685,2 µg/m 3 894,5 µg/m 3 1068,1 µg/m 3Jac<strong>ar</strong>epaguá 491,5 µg/m 3 762,7 µg/m 3 426,5 µg/m 3 614,1 µg/m 3 421,1 µg/m 3 238,7 µg/m 3Nova Iguaçu 226,8 µg/m 3 218,8 µg/m 3 322,4 µg/m 3 438,8 µg/m 3 219,3 µg/m 3 260,5 µg/m 3Analisan<strong>do</strong> <strong>as</strong> concentrações médi<strong>as</strong> anuais de dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio (Tabela 5.5) <strong>no</strong>ta-sesignificativa v<strong>ar</strong>iação n<strong>as</strong> tendênci<strong>as</strong>, principalmente, n<strong>as</strong> Estações Jac<strong>ar</strong>epaguá e NovaIguaçu. Analisan<strong>do</strong> os resulta<strong>do</strong>s médios p<strong>ar</strong>a a Estação Centro verifica-se uma pe<strong>que</strong>nadiminuição <strong>da</strong> concentração média anual de NO 2 em 2001, segui<strong>da</strong> por uma redução dequ<strong>as</strong>e 40% deste valor em 2002 quan<strong>do</strong>, a p<strong>ar</strong>tir de então, foi registra<strong>do</strong> aumento de23,3% em 2003 (em relação a 2002) e de 14,6% em 2004 (em relação a 2003). No <strong>que</strong> serefere a Estação Jac<strong>ar</strong>epaguá foi verifica<strong>do</strong>, em relação ao a<strong>no</strong> anterior, aumento naconcentração média anual em 2001 e 2003, quan<strong>do</strong> foi registra<strong>do</strong> elevação de 126,3%em relação a 2002, e diminuição nestes valores em 2002, 2004 e 2005. Na Estação NovaIguaçu observa-se uma ligeira <strong>que</strong><strong>da</strong> na concentração média de NO 2 em 2001 segui<strong>da</strong>por um aumento de 62,9% em 2002 (com relação a 2001) <strong>que</strong> se manteve praticamenteconstante em 2003. Já em 2004 foi registra<strong>da</strong> <strong>que</strong><strong>da</strong> de 128,7% na concentração médiaanual <strong>que</strong> atingiu o me<strong>no</strong>r valor <strong>do</strong>s últimos 5 a<strong>no</strong>s de monitoramento <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong>na referi<strong>da</strong> estação. Em relação à Estação Belford Roxo, observou-se pe<strong>que</strong>na v<strong>ar</strong>iação39


interanual com diminuição de 14% n<strong>as</strong> concentrações médi<strong>as</strong> de dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio <strong>no</strong>a<strong>no</strong> de 2005.Tabela 5.5: Concentração média anual <strong>do</strong> poluente dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio entre o a<strong>no</strong> 2000e 2005.Estações 2000 2001 2002 2003 2004 2005Belford Roxo - - - - 38,91 µg/m 3 33,39 µg/m 3Centro 57,90 µg/m 3 53,76 µg/m 3 32,15 µg/m 3 39,65 µg/m 3 45,46 µg/m 3 45,25 µg/m 3Jac<strong>ar</strong>epaguá 41,78 µg/m 3 45,67 µg/m 3 33,65 µg/m 3 76,17 µg/m 3 55,69 µg/m 3 36,03 µg/m 3Nova Iguaçu 52,17 µg/m 3 48,48 µg/m 3 76,96 µg/m 3 76,03 µg/m 3 33,23 µg/m 3 50,44 µg/m 3Em relação às concentrações máxim<strong>as</strong> anuais de dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio, apresenta<strong>da</strong>s naTabela 5.6, foram verifica<strong>da</strong>s violação ao padrão horário de quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong>, de 320 µg/m 3(Resolução CONAMA 03/90), em to<strong>da</strong>s <strong>as</strong> estações, excetuan<strong>do</strong> à Estação Belford Roxo.Na Estação Centro, foram identifica<strong>da</strong>s ultrap<strong>as</strong>sagens ao padrão em 2003 (apen<strong>as</strong> emum dia <strong>do</strong> a<strong>no</strong>), onde a concentração máxima registra<strong>da</strong> foi de 422,2 µg/m 3 , em 2004(apen<strong>as</strong> em um dia <strong>do</strong> a<strong>no</strong>), com valor máximo de 357,1 µg/m 3 e em 2005 (em cinco di<strong>as</strong><strong>do</strong> a<strong>no</strong>), foi registra<strong>do</strong> valor de 629,6 µg/m 3 , máxima concentração de to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> demonitoramento considera<strong>do</strong>. Entre 2000 e 2005, a Estação Jac<strong>ar</strong>epaguá apresentouviolação ao padrão horário de NO 2 , em apen<strong>as</strong> um dia <strong>do</strong> a<strong>no</strong>, com valor de concentraçãoigual a 460,5 µg/m 3 . A Estação Nova Iguaçu revelou violações em três di<strong>as</strong> <strong>do</strong> a<strong>no</strong> de2002, onde a máxima concentração registra<strong>da</strong> foi de 322,4 µg/m 3 e em quatro di<strong>as</strong> <strong>do</strong> a<strong>no</strong>de 2003, com concentração máxima correspondente a 438,8 µg/m 3 . Analisan<strong>do</strong> <strong>as</strong>concentrações máxim<strong>as</strong> <strong>do</strong> poluente em <strong>que</strong>stão registra<strong>da</strong>s na Estação Belford Roxo,<strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s de 2004 e 2005, observam-se os me<strong>no</strong>res valores dentre to<strong>da</strong>s <strong>as</strong> estaçõesconsidera<strong>da</strong>s (152,5 µg/m 3 e 136,6 µg/m 3 , respectivamente).T40


Tabela 5.6: Concentração máxima anual e número de di<strong>as</strong> com ocorrência de violações*ao padrão de quali<strong>da</strong>de de <strong>ar</strong> <strong>do</strong> poluente dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio entre o a<strong>no</strong> 2000 e 2005.Estações 2000 2001 2002 2003 2004 2005Belford Roxo - - - - 152,5 µg/m 3 136,6 µg/m 3Centro 205,3 µg/m 3 239,9 µg/m 3 215,2 µg/m 3 422,2 µg/m 3 (1) 357,1 µg/m 3 (1) 629,6 µg/m 3 (5)Jac<strong>ar</strong>epaguá 165,8 µg/m 3 460,5 µg/m 3 (1) 268,2 µg/m 3 299,8 µg/m 3 285,5 µg/m 3 150,3 µg/m 3Nova Iguaçu 226,8 µg/m 3 218,8 µg/m 3 322,4 µg/m 3 (3) 438,8 µg/m 3 (4) 219,3 µg/m 3 260,5 µg/m 3* Informação entre p<strong>ar</strong>ênteses.Segun<strong>do</strong> CETESB (2002), a razão calcula<strong>da</strong> entre <strong>as</strong> concentrações de dióxi<strong>do</strong> denitrogênio e <strong>as</strong> de monóxi<strong>do</strong> de nitrogênio (NO 2 /NO) é essencial p<strong>ar</strong>a a formação <strong>da</strong>molécula de ozônio, uma vez <strong>que</strong> estes p<strong>ar</strong>ticipam <strong>do</strong> ciclo fotoquímico <strong>do</strong> ozônio. Logo, <strong>ar</strong>azão média anual NO 2 /NO foi calcula<strong>da</strong> e comp<strong>ar</strong>a<strong>da</strong> <strong>as</strong> concentrações médi<strong>as</strong> anuaisde O 3 . Observan<strong>do</strong> a Figura 5.1 verifica-se <strong>que</strong>, dentre <strong>as</strong> estações considera<strong>da</strong>s, aEstação Centro, conforme o espera<strong>do</strong>, apresentou os me<strong>no</strong>res valores <strong>da</strong> razão NO 2 /NO,por ser altamente exposta ao tráfego de veículos. O comportamento desta razão quan<strong>do</strong>comp<strong>ar</strong>a<strong>da</strong> <strong>as</strong> concentrações de ozônio não revelou simil<strong>ar</strong>i<strong>da</strong>des. Em geral, esperava-se<strong>que</strong> razões mais alt<strong>as</strong> fossem <strong>as</strong>socia<strong>da</strong>s a maiores médi<strong>as</strong> de ozônio. Em relação aEstação Jac<strong>ar</strong>epaguá, também observa-se o mesmo comportamento, exceto p<strong>ar</strong>a o a<strong>no</strong>de 2001 quan<strong>do</strong> a razão NO 2 /NO atingiu valor superior a 1. Contu<strong>do</strong>, na Estação NovaIguaçu é possível identific<strong>ar</strong>, principalmente entre os a<strong>no</strong>s de 2000 e de 2003, perfisb<strong>as</strong>tante simil<strong>ar</strong>es entre a razão NO 2 /NO e <strong>as</strong> concentrações de ozônio. Destaca-se o a<strong>no</strong>de 2004 <strong>que</strong> apresentou grande <strong>que</strong><strong>da</strong> <strong>da</strong> razão NO 2 /NO, não verifica<strong>da</strong> <strong>no</strong>comportamento médio <strong>do</strong> ozônio. Também deve-se ressalt<strong>ar</strong> <strong>que</strong> <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s de 2002 e2003, <strong>as</strong> concentrações de NO 2 super<strong>ar</strong>am <strong>as</strong> de NO. A v<strong>ar</strong>iação <strong>da</strong> razão calcula<strong>da</strong> podeindic<strong>ar</strong> alteração <strong>da</strong>s fontes emissor<strong>as</strong> e até mesmo <strong>da</strong> tipologia pre<strong>do</strong>minante dest<strong>as</strong>.41


Estação CentroEstação Jac<strong>ar</strong>epaguá2,01,51,00,50,02000 2001 2002 2003 2004 200530,0020,0010,000,0021,510,502000 2001 2002 2003 2004 200530,0020,0010,000,00NO2/NOO3NO2/NOO3Estação Nova Iguaçu21,510,502000 2001 2002 2003 2004 200530,0020,0010,000,00NO2/NOO3Figura 5.1: Evolução média anual <strong>da</strong> razão NO 2 /NO e <strong>da</strong>s concentrações de ozônio n<strong>as</strong>Estações Centro, Jac<strong>ar</strong>epaguá e Nova Iguaçu.5.2 Comportamento médio mensalAvalian<strong>do</strong> o perfil médio mensal <strong>da</strong>s concentrações <strong>do</strong> poluente ozônio, obti<strong>do</strong>s através<strong>da</strong> b<strong>as</strong>e de <strong>da</strong><strong>do</strong>s de monitoramento registra<strong>da</strong>s de 2000 a 2005, pode-se observ<strong>ar</strong><strong>no</strong>vamente (Figura 5.2) <strong>que</strong>, dentre <strong>as</strong> estações considera<strong>da</strong>s 4 , a Estação Nova Iguaçu foia <strong>que</strong> revelou <strong>as</strong> maiores concentrações médi<strong>as</strong> mensais. O comportamento médiomensal também revela <strong>que</strong>, em geral, os maiores valores de concentração ocorrem entreos meses de agosto e fevereiro enquanto os me<strong>no</strong>res valores são registra<strong>do</strong>s de m<strong>ar</strong>ço ajulho. Também é importante destac<strong>ar</strong> a simil<strong>ar</strong>i<strong>da</strong>de entre os perfis médios encontra<strong>do</strong>sn<strong>as</strong> Estações Centro, Jac<strong>ar</strong>epaguá e Nova Iguaçu. A influência pre<strong>do</strong>minante de fontesmóveis nest<strong>as</strong> estações, provavelmente, é um fator determinante desta semelhança <strong>no</strong>4 Por apresent<strong>ar</strong> apen<strong>as</strong> 1 a<strong>no</strong> e meio de registros provenientes <strong>do</strong> monitoramento <strong>da</strong>quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong>, a Estação Belford Roxo não foi considera<strong>da</strong> n<strong>as</strong> análises referentes aocomportamento médio mensal.42


comportamento médio <strong>da</strong>s concentrações deste poluente. Apes<strong>ar</strong> <strong>da</strong> Estação NovaIguaçu apresent<strong>ar</strong> grande influência <strong>da</strong>s emissões atmosféric<strong>as</strong> provenientes <strong>do</strong>s veículosautomotores, também pode-se destac<strong>ar</strong> a presença de divers<strong>as</strong> indústri<strong>as</strong> <strong>no</strong> entor<strong>no</strong> <strong>da</strong>estação. Vale ressalt<strong>ar</strong> <strong>que</strong>, em geral, falh<strong>as</strong> <strong>no</strong> monitoramento <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong> podemcomprometer os resulta<strong>do</strong>s observa<strong>do</strong>s nesta análise. Por conta disto apen<strong>as</strong> ocomportamento médio mensal <strong>do</strong>s poluentes considera<strong>do</strong>s <strong>no</strong> presente estu<strong>do</strong> serárealiza<strong>do</strong>.40,0035,0030,0025,0020,0015,0010,005,000,00Jan Fev M<strong>ar</strong> Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov DezCentro Jac<strong>ar</strong>epaguá Nova IguaçuFigura 5.2: V<strong>ar</strong>iação média mensal <strong>da</strong>s concentrações de ozônio (µg/m 3 ) p<strong>ar</strong>a o perío<strong>do</strong>entre 2000 e 2005.No <strong>que</strong> se refere à concentração média mensal de monóxi<strong>do</strong> de nitrogênio durante operío<strong>do</strong> considera<strong>do</strong>, foi observa<strong>do</strong> (Figura 5.3) <strong>que</strong>, conforme o espera<strong>do</strong>, <strong>as</strong> maioresconcentrações ocorreram na Estação Centro, a mais exposta ao tráfego veicul<strong>ar</strong>. Osmaiores valores médios corresponderam aos meses entre maio e agosto, com exceção<strong>da</strong> Estação Jac<strong>ar</strong>epaguá <strong>que</strong> revelou maiores concentrações entre julho e outubro. Aocorrência de maiores valores de monóxi<strong>do</strong> de nitrogênio durante o inver<strong>no</strong> era espera<strong>da</strong>por conta <strong>da</strong>s c<strong>ar</strong>acterístic<strong>as</strong> climátic<strong>as</strong> comumente observa<strong>da</strong>s na estação. Opre<strong>do</strong>mínio <strong>do</strong> sistema de alta pressão sobre o continente e a maior freqüência deocorrência de inversões térmic<strong>as</strong> próxim<strong>as</strong> à superfície dificultam a dispersão depoluentes. Em geral, apen<strong>as</strong> entre os meses de outubro e dezembro, a Estação NovaIguaçu registrou médi<strong>as</strong> superiores <strong>as</strong> <strong>da</strong> Estação Centro.43


180,00160,00140,00120,00100,0080,0060,0040,0020,000,00Jan Fev M<strong>ar</strong> Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov DezCentro Jac<strong>ar</strong>epaguá Nova IguaçuFigura 5.3: V<strong>ar</strong>iação média mensal <strong>da</strong>s concentrações de monóxi<strong>do</strong> de nitrogênio (µg/m 3 )consideran<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> entre 2000 e 2005.Os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> monitoramento <strong>do</strong> dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio, ilustra<strong>do</strong>s na Figura 5.4,indic<strong>ar</strong>am grandes v<strong>ar</strong>iações <strong>no</strong> <strong>que</strong> se refere ao comportamento médio mensal <strong>do</strong>poluente. Apen<strong>as</strong> a Estação Centro apresentou um comportamento mais homogêneo commaiores concentrações médi<strong>as</strong> entre abril e agosto. Ao contrário <strong>do</strong> observa<strong>do</strong> emrelação ao comportamento <strong>do</strong> NO, nenhuma estação se destacou por apresent<strong>ar</strong>concentrações muito superiores <strong>as</strong> outr<strong>as</strong>. A evolução média mensal também nãoapresentou um comportamento uniforme. Pode-se observ<strong>ar</strong> cl<strong>ar</strong>amente <strong>que</strong> <strong>as</strong> maiores eme<strong>no</strong>res médi<strong>as</strong> mensais não apresentam concordância entre <strong>as</strong> estações. A relaçãoentre <strong>as</strong> concentrações médi<strong>as</strong> destes compostos ain<strong>da</strong> será discuti<strong>da</strong> neste capítulo.44


90,0080,0070,0060,0050,0040,0030,0020,0010,000,00Jan Fev M<strong>ar</strong> Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov DezCentro Jac<strong>ar</strong>epaguá Nova IguaçuFigura 5.4 V<strong>ar</strong>iação média mensal <strong>da</strong>s concentrações de dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio (µg/m 3 )consideran<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> entre 2000 e 2005.As v<strong>ar</strong>iações observa<strong>da</strong>s através <strong>da</strong> avaliação <strong>do</strong> comportamento médio mensal <strong>do</strong>spoluentes motivam a realização <strong>da</strong> análise <strong>da</strong> influência <strong>da</strong>s condições meteorológic<strong>as</strong>n<strong>as</strong> concentrações <strong>do</strong> poluente ozônio e <strong>do</strong>s óxi<strong>do</strong>s de nitrogênio registra<strong>da</strong>s na RegiãoMetropolitana <strong>do</strong> Rio de Janeiro. A falta de informações a respeito <strong>da</strong>s tax<strong>as</strong> de emissãode poluentes atmosféricos, de acor<strong>do</strong> com o perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> a<strong>no</strong>, também justificam esteestu<strong>do</strong>.O comportamento médio mensal <strong>da</strong> razão NO 2 /NO quan<strong>do</strong> comp<strong>ar</strong>a<strong>da</strong> <strong>as</strong> médi<strong>as</strong>mensais <strong>da</strong>s concentrações de ozônio está apresenta<strong>do</strong> na Figura 5.5 onde é possívelidentific<strong>ar</strong> peculi<strong>ar</strong>i<strong>da</strong>des entre <strong>as</strong> estações. Verificou-se <strong>que</strong>, na Estação Centro, emmédia, maiores valores <strong>da</strong> razão entre os óxi<strong>do</strong>s de nitrogênio foi acompanha<strong>do</strong> pormaiores valores de concentração de ozônio, <strong>no</strong> perío<strong>do</strong> entre m<strong>ar</strong>ço e junho e entre osmeses de agosto e dezembro. Apen<strong>as</strong> <strong>no</strong>s meses de janeiro, fevereiro e julho não foipossível observ<strong>ar</strong> essa relação. Um comportamento simil<strong>ar</strong> foi observa<strong>do</strong>, na EstaçãoJac<strong>ar</strong>epaguá, somente de janeiro a m<strong>ar</strong>ço e em outubro e <strong>no</strong>vembro. Em relação aEstação Nova Iguaçu, pode-se destac<strong>ar</strong> os meses de janeiro e fevereiro e o perío<strong>do</strong> entreabril e setembro quan<strong>do</strong> verificou-se <strong>que</strong> o aumento <strong>do</strong>s valores médios mensais <strong>da</strong>45


azão NO 2 /NO ocorreram simultaneamente a incrementos n<strong>as</strong> concentrações médi<strong>as</strong> <strong>do</strong>poluente ozônio.Estação Centro1,510,50Jan Fev M<strong>ar</strong> Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez40,0030,0020,0010,000,00NO2/NOO3Estação Jac<strong>ar</strong>epaguá1,510,50Jan Fev M<strong>ar</strong> Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez40,0030,0020,0010,000,00NO2/NOO3Estação Nova Iguaçu1,510,50Jan Fev M<strong>ar</strong> Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez40,0030,0020,0010,000,00NO2/NOO3Figura 5.5: Evolução média mensal <strong>da</strong> razão NO 2 /NO e <strong>da</strong>s concentrações deozônio n<strong>as</strong> Estações Centro, Jac<strong>ar</strong>epaguá e Nova Iguaçu consideran<strong>do</strong> operío<strong>do</strong> entre 2000 e 2005.46


5.3 Comportamento médio de acor<strong>do</strong> com o dia <strong>da</strong> semanaÉ apresenta<strong>da</strong>, na Figura 5.6, a análise correspondente à v<strong>ar</strong>iação média <strong>da</strong>concentração <strong>do</strong> poluente ozônio (µg/m 3 ) durante os di<strong>as</strong> <strong>da</strong> semana. Torna-se cl<strong>ar</strong>o,consideran<strong>do</strong> a média <strong>da</strong>s concentrações registra<strong>da</strong>s entre 2000 e 2005, <strong>que</strong> em to<strong>da</strong>s <strong>as</strong>estações os maiores valores de médios foram observa<strong>da</strong>s durante os finais de semana(sába<strong>do</strong>s e <strong>do</strong>mingos). A explicação p<strong>ar</strong>a esse comportamento é devi<strong>do</strong> à diminuição <strong>da</strong>concentração <strong>do</strong> poluente NO e principalmente <strong>do</strong> aumento <strong>da</strong> relação <strong>da</strong> razão <strong>da</strong>concentração <strong>do</strong>s poluentes NO 2 /NO <strong>no</strong>s di<strong>as</strong> de fim de semana, como poderá ser vistona análise individual, de acor<strong>do</strong> com a estação considera<strong>da</strong>, diminuin<strong>do</strong> <strong>as</strong> tax<strong>as</strong> deconsumo de ozônio devi<strong>do</strong> à reação com o poluente monóxi<strong>do</strong> de nitrogênio. A v<strong>ar</strong>iação<strong>da</strong> concentração média de NO e NO 2 estão ilustra<strong>da</strong>s n<strong>as</strong> Figur<strong>as</strong> 5.7 e 5.8.Também é possível observ<strong>ar</strong>, n<strong>as</strong> figur<strong>as</strong> apresenta<strong>da</strong>s, simil<strong>ar</strong>i<strong>da</strong>de <strong>no</strong> perfil <strong>da</strong>sconcentrações de to<strong>do</strong>s os poluentes p<strong>ar</strong>a to<strong>da</strong>s <strong>as</strong> estações considera<strong>da</strong>s neste estu<strong>do</strong>.Em geral, <strong>no</strong>tam-se v<strong>ar</strong>iações apen<strong>as</strong> na magnitude dest<strong>as</strong> concentrações. No c<strong>as</strong>o <strong>do</strong>poluente ozônio, <strong>as</strong> maiores concentrações médi<strong>as</strong>, de acor<strong>do</strong> com o dia <strong>da</strong> semana,corresponderam à Estação Belford Roxo. No <strong>que</strong> se refere ao monóxi<strong>do</strong> de nitrogênio,foram encontra<strong>da</strong>s concentrações mais alt<strong>as</strong> na Estação Centro <strong>que</strong>, por sua vez,apresentou <strong>as</strong> me<strong>no</strong>res concentrações médi<strong>as</strong> de ozônio de acor<strong>do</strong> com o dia <strong>da</strong>semana. Esse comportamento era espera<strong>do</strong> por conta <strong>da</strong> reação de consumo <strong>da</strong>molécula de ozônio pelo poluente NO, b<strong>as</strong>tante rápi<strong>da</strong> na troposfera. Já em relação aodióxi<strong>do</strong> de nitrogênio, os maiores valores foram verifica<strong>do</strong>s <strong>no</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>da</strong> Estação NovaIguaçu enquanto os me<strong>no</strong>res corresponderam a Estação Belford Roxo onde <strong>as</strong> maioresconcentrações médi<strong>as</strong> de ozônio foram encontra<strong>da</strong>s.47


50403020100<strong>do</strong>m seg ter qua qui sex sábCentro Jac<strong>ar</strong>epaguá Nova Iguaçu Belford RoxoFigura 5.6: V<strong>ar</strong>iação Média Diária <strong>do</strong> poluente Ozônio (em µg/m 3 ) n<strong>as</strong> Estação Centro,Jac<strong>ar</strong>epaguá e Nova Iguaçu consideran<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> entre 2000 e 2005.120100806040200<strong>do</strong>m seg ter qua qui sex sábCentro Jac<strong>ar</strong>epaguá Nova IguaçuFigura 5.7: V<strong>ar</strong>iação Média Diária <strong>do</strong> poluente Monóxi<strong>do</strong> de Nitrogênio (em µg/m 3 ) n<strong>as</strong>Estação Centro, Jac<strong>ar</strong>epaguá e Nova Iguaçu consideran<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> entre 2000 e 2005.48


60555045403530<strong>do</strong>m seg ter qua qui sex sábCentro Jac<strong>ar</strong>epaguá Nova Iguaçu Belford RoxoFigura 5.8: V<strong>ar</strong>iação Média Diária <strong>do</strong> poluente Dióxi<strong>do</strong> de Nitrogênio (em µg/m 3 ) n<strong>as</strong>Estação Centro, Jac<strong>ar</strong>epaguá e Nova Iguaçu consideran<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> entre 2000 e 2005.Análises individuais, relacionan<strong>do</strong> o comportamento <strong>da</strong>s concentrações médi<strong>as</strong> <strong>do</strong>spoluentes O 3 , NO e NO 2 , <strong>as</strong>sim como, o perfil evolutivo destes ao longo <strong>do</strong>s últimos a<strong>no</strong>s,de acor<strong>do</strong> com o dia <strong>da</strong> semana, seguem apresenta<strong>da</strong>s abaixo:a) Estação CentroA evolução média <strong>da</strong>s concentrações de ozônio, de acor<strong>do</strong> com o dia <strong>da</strong> semana, entre oa<strong>no</strong> 2000 e o a<strong>no</strong> de 2005, p<strong>ar</strong>a a Estação Centro, segue apresenta<strong>da</strong> na Figura 5.9. Emgeral, o perfil <strong>da</strong>s concentrações ao longo <strong>do</strong>s di<strong>as</strong> <strong>da</strong> semana permaneceu inaltera<strong>do</strong>com maiores médi<strong>as</strong> de concentração de ozônio durante os finais de semana, comdesta<strong>que</strong> p<strong>ar</strong>a o dia de <strong>do</strong>mingo quan<strong>do</strong> o tráfego de veículos é, de fato, me<strong>no</strong>s intenso.Nota-se também, desconsideran<strong>do</strong> o a<strong>no</strong> de 2005, uma tendência de aumento <strong>da</strong>sconcentrações de ozônio <strong>no</strong>s últimos a<strong>no</strong>s. Vale ressalt<strong>ar</strong> <strong>que</strong> foram utiliza<strong>do</strong>s os <strong>da</strong><strong>do</strong>sde monitoramento apen<strong>as</strong> até agosto de 2005, <strong>da</strong>ta de início deste trabalho. Dessa forma,os meses entre setembro e dezembro, onde <strong>as</strong> concentrações deste poluente tendem <strong>as</strong>er mais eleva<strong>da</strong>s, não foram considera<strong>do</strong>s, possibilitan<strong>do</strong> uma diminuição na média <strong>do</strong>a<strong>no</strong>.49


2520151050<strong>do</strong>m seg ter qua qui sex sáb2000 2001 2002 2003 2004 2005Figura 5.9: Evolução <strong>da</strong> v<strong>ar</strong>iação média <strong>da</strong>s concentrações <strong>do</strong> poluente ozônio (emµg/m 3 ) na Estação Centro, de acor<strong>do</strong> com o dia <strong>da</strong> semana, entre 2000 e 2005.O perfil médio <strong>da</strong>s concentrações de NO e NO 2 , apresenta<strong>do</strong>s n<strong>as</strong> Figur<strong>as</strong> 5.10 e 5.11,revela o mesmo comportamento em to<strong>do</strong>s os a<strong>no</strong>s com maiores valores ocorren<strong>do</strong>durante os di<strong>as</strong> úteis. O <strong>que</strong> se pode verific<strong>ar</strong> são v<strong>ar</strong>iações, principalmente <strong>no</strong> c<strong>as</strong>o <strong>da</strong>sconcentrações médi<strong>as</strong> <strong>do</strong> monóxi<strong>do</strong> de nitrogênio, <strong>no</strong> <strong>que</strong> diz respeito ao dia <strong>no</strong> qualocorrem os maiores valores. Em geral, em ambos os c<strong>as</strong>os, não foi possível observ<strong>ar</strong>tendência de aumento ou diminuição <strong>da</strong>s concentrações médi<strong>as</strong> destes poluentes aolongo <strong>do</strong>s últimos a<strong>no</strong>s.50


160140120100806040200<strong>do</strong>m seg ter qua qui sex sáb2000 2001 2002 2003 2004 2005Figura 5.10: Evolução <strong>da</strong> v<strong>ar</strong>iação média <strong>da</strong>s concentrações <strong>do</strong> poluente monóxi<strong>do</strong> denitrogênio (em µg/m 3 ) na Estação Centro, de acor<strong>do</strong> com o dia <strong>da</strong> semana, entre 2000 e2005.70,0060,0050,0040,0030,0020,0010,000,00<strong>do</strong>m seg ter qua qui sex sáb2000 2001 2002 2003 2004 2005Figura 5.11: Evolução <strong>da</strong> v<strong>ar</strong>iação média <strong>da</strong>s concentrações <strong>do</strong> poluente dióxi<strong>do</strong> denitrogênio (em µg/m 3 ) na Estação Centro, de acor<strong>do</strong> com o dia <strong>da</strong> semana, entre 2000 e2005.Em relação ao poluente ozônio, identifica-se o <strong>do</strong>mingo, em to<strong>do</strong>s os a<strong>no</strong>s considera<strong>do</strong>s,como o dia onde <strong>as</strong> maiores médi<strong>as</strong> foram encontra<strong>da</strong>s. No c<strong>as</strong>o <strong>do</strong> monóxi<strong>do</strong> denitrogênio, entre 2000 e 2002, os maiores valores corresponderam <strong>as</strong> sext<strong>as</strong>-feir<strong>as</strong>51


enquanto em 2003, 2004 e 2005 estes foram observa<strong>do</strong>s segun<strong>da</strong>, quinta e qu<strong>ar</strong>ta,respectivamente. Já <strong>as</strong> maiores concentrações médi<strong>as</strong> de dióxi<strong>do</strong> de nitrogêniocorresponderam <strong>as</strong> terç<strong>as</strong>-feir<strong>as</strong> (em 2000 e 2003), qu<strong>ar</strong>t<strong>as</strong> (em 2001), quint<strong>as</strong> (em 2004e 2005) e sext<strong>as</strong>-feir<strong>as</strong> (em 2002).Analisan<strong>do</strong> a relação entre <strong>as</strong> concentrações médi<strong>as</strong>, de acor<strong>do</strong> com o dia <strong>da</strong> semana,entre 2000 e 2005, <strong>do</strong> poluente ozônio e <strong>da</strong> razão calcula<strong>da</strong> a p<strong>ar</strong>tir <strong>da</strong>s concentraçõesmédi<strong>as</strong> de dióxi<strong>do</strong> e monóxi<strong>do</strong> de nitrogênio (NO 2 /NO) na Estação Centro (Figura 5.12)torna-se níti<strong>do</strong> <strong>que</strong> o comportamento dest<strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveis manteve-se praticamenteinaltera<strong>do</strong>, com v<strong>ar</strong>iações apen<strong>as</strong> <strong>no</strong> <strong>que</strong> se refere a magnitude dest<strong>as</strong> médi<strong>as</strong>. Semexceções, e conforme o espera<strong>do</strong>, maiores concentrações médi<strong>as</strong> <strong>do</strong> poluente ozôniocoincidiram com a ocorrência de maiores valores <strong>da</strong> razão NO 2 /NO.52


1,200,800,400,0025201510501,200,800,400,002520151050<strong>do</strong>m seg ter qua qui sex sáb<strong>do</strong>m seg ter qua qui sex sábNO2/NOO3NO2/NOO3200020011,200,800,400,00<strong>do</strong>m seg ter qua qui sex sáb25201510501,200,800,400,00<strong>do</strong>m seg ter qua qui sex sáb2520151050NO2/NOO3NO2/NOO3200220031,200,802520151,200,802520150,400,0010500,400,001050<strong>do</strong>m seg ter qua qui sex sáb<strong>do</strong>m seg ter qua qui sex sábNO2/NOO3NO2/NOO320042005Figura 5.12: Evolução <strong>da</strong> v<strong>ar</strong>iação média <strong>da</strong>s concentrações <strong>do</strong> poluente ozônio e <strong>da</strong>razão NO 2 /NO (em µg/m 3 ), na Estação Centro, de acor<strong>do</strong> com o dia <strong>da</strong> semana, entre2000 e 2005.53


) Estação Jac<strong>ar</strong>epaguáAvalian<strong>do</strong> a evolução média <strong>da</strong>s concentrações de ozônio, <strong>no</strong> perío<strong>do</strong> entre 2000 e 2005,de acor<strong>do</strong> com o dia <strong>da</strong> semana, p<strong>ar</strong>a a Estação Jac<strong>ar</strong>epaguá, verifica-se, através <strong>da</strong>Figura 5.13, <strong>que</strong> o comportamento dest<strong>as</strong> concentrações também revelou maiores valoresde concentração média de ozônio durante os finais de semana, analogamente aoverifica<strong>do</strong> na Estação Centro.Desconsideran<strong>do</strong> o a<strong>no</strong> de 2005, observa-se uma considerável v<strong>ar</strong>iação entre <strong>as</strong>concentrações médi<strong>as</strong> <strong>do</strong> a<strong>no</strong> 2000 em relação aos outros a<strong>no</strong>s. Percebe-se também<strong>que</strong>, entre 2002 e 2004, a magnitude dest<strong>as</strong> concentrações médi<strong>as</strong> apresentou valoresmuito semelhantes com v<strong>ar</strong>iação média inferior a 3 µg/m 3 . Também vale ressalt<strong>ar</strong> <strong>que</strong> osmaiores valores médios encontra<strong>do</strong>s corresponderam ao a<strong>no</strong> de 2001.2520151050<strong>do</strong>m seg ter qua qui sex sáb2000 2001 2002 2003 2004 2005Figura 5.13: Evolução <strong>da</strong> v<strong>ar</strong>iação média <strong>da</strong>s concentrações <strong>do</strong> poluente ozônio (emµg/m 3 ) na Estação Jac<strong>ar</strong>epaguá, de acor<strong>do</strong> com o dia <strong>da</strong> semana, entre 2000 e 2005.Em relação ao comportamento médio <strong>da</strong>s concentrações de NO e NO 2 , de acor<strong>do</strong> com odia <strong>da</strong> semana (Figur<strong>as</strong> 5.14 e 5.15, respectivamente), pode-se verific<strong>ar</strong> <strong>que</strong>, conforme oespera<strong>do</strong>, os maiores valores referem-se aos di<strong>as</strong> úteis, entre segun<strong>da</strong> e sexta-feira. Emambos os c<strong>as</strong>os, torna-se níti<strong>do</strong> <strong>que</strong> <strong>as</strong> maiores concentrações corresponderam ao a<strong>no</strong>de 2003, enquanto <strong>as</strong> me<strong>no</strong>res são atribuí<strong>da</strong>s ao a<strong>no</strong> de 2004, principalmente, <strong>no</strong> <strong>que</strong>54


<strong>tange</strong> <strong>as</strong> concentrações de monóxi<strong>do</strong> de nitrogênio. A v<strong>ar</strong>iação média entre estes <strong>do</strong>isa<strong>no</strong>s registrou valor em tor<strong>no</strong> de 90 µg/m 3 .120100806040200<strong>do</strong>m seg ter qua qui sex sáb2000 2001 2002 2003 2004 2005Figura 5.14: Evolução <strong>da</strong> v<strong>ar</strong>iação média <strong>da</strong>s concentrações de monóxi<strong>do</strong> de nitrogênio(em µg/m 3 ) na Estação Jac<strong>ar</strong>epaguá, de acor<strong>do</strong> com o dia <strong>da</strong> semana, entre 2000 e 2005.9080706050403020100<strong>do</strong>m seg ter qua qui sex sáb2000 2001 2002 2003 2004 2005Figura 5.15: Evolução <strong>da</strong> v<strong>ar</strong>iação média <strong>da</strong>s concentrações de dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio (emµg/m 3 ) na Estação Jac<strong>ar</strong>epaguá, de acor<strong>do</strong> com o dia <strong>da</strong> semana, entre 2000 e 2005.55


Observan<strong>do</strong> <strong>as</strong> concentrações médi<strong>as</strong> <strong>do</strong> poluente ozônio, de acor<strong>do</strong> com o dia <strong>da</strong>semana, verifica-se, em analogia ao identifica<strong>do</strong> na Estação Centro, <strong>que</strong> o <strong>do</strong>mingo, emto<strong>do</strong>s os a<strong>no</strong>s considera<strong>do</strong>s, foi o dia onde <strong>as</strong> maiores médi<strong>as</strong> foram encontra<strong>da</strong>s. Emrelação ao monóxi<strong>do</strong> de nitrogênio identificou-se <strong>que</strong> os maiores valores médios referiamse<strong>as</strong> terç<strong>as</strong>-feir<strong>as</strong>, em 2000 e 2001, sext<strong>as</strong>-feir<strong>as</strong>, entre 2002 e 2004, e quinta-feira, em2005. No <strong>que</strong> se refere <strong>as</strong> maiores valores médios de concentração de dióxi<strong>do</strong> denitrogênio destacam-se <strong>as</strong> terç<strong>as</strong>-feir<strong>as</strong>, em 2000, 2001 e 2005, segun<strong>da</strong>, em 2002,sexta-feira, em 2003 e quinta-feira, <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2004.A relação entre <strong>as</strong> concentrações médi<strong>as</strong> <strong>do</strong> poluente ozônio e a razão NO 2 /NO deacor<strong>do</strong> com o dia <strong>da</strong> semana, <strong>no</strong> perío<strong>do</strong> entre 2000 e 2005, p<strong>ar</strong>a a EstaçãoJac<strong>ar</strong>epaguá, está apresenta<strong>da</strong> na Figura 5.16. Através desta, verifica-se <strong>que</strong>, em média,o perfil destes poluentes permaneceu sem grandes mu<strong>da</strong>nç<strong>as</strong>, com alterações apen<strong>as</strong> namagnitude destes valores. Entretanto, peculi<strong>ar</strong>i<strong>da</strong>des podem ser observa<strong>da</strong>s <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de2001 e, principalmente, em 2004 quan<strong>do</strong> <strong>as</strong> concentrações de dióxi<strong>do</strong> de nitrogênioapresent<strong>ar</strong>am valores superiores às de NO (razão NO 2 /NO superior a 1). Talcomportamento não é usualmente encontra<strong>do</strong> em estações com grande influência defontes veicul<strong>ar</strong>es como é o c<strong>as</strong>o <strong>da</strong> Estação Jac<strong>ar</strong>epaguá.56


4,00204,00203,00153,00152,00102,00101,0051,0050,00<strong>do</strong>m seg ter qua qui sex sáb00,00<strong>do</strong>m seg ter qua qui sex sáb0NO2/NOO3NO2/NOO3200020014,00204,00203,00153,00152,00102,00101,0051,0050,00<strong>do</strong>m seg ter qua qui sex sáb00,00<strong>do</strong>m seg ter qua qui sex sáb0NO2/NOO3NO2/NOO3200220034,00204,00203,00153,00152,00102,00101,0051,0050,00<strong>do</strong>m seg ter qua qui sex sáb00,00<strong>do</strong>m seg ter qua qui sex sáb0NO2/NOO3NO2/NOO320042005Figura 5.16: Evolução <strong>da</strong> v<strong>ar</strong>iação média <strong>da</strong>s concentrações <strong>do</strong> poluente ozônio e <strong>da</strong>razão NO 2 /NO (em µg/m 3 ) na Estação Jac<strong>ar</strong>epaguá, de acor<strong>do</strong> com o dia <strong>da</strong> semana,entre 2000 e 2005.57


c) Estação Nova IguaçuNo <strong>que</strong> se refere a Estação Nova Iguaçu, consideran<strong>do</strong> a evolução média <strong>da</strong>sconcentrações de ozônio registra<strong>da</strong>s entre 2000 e 2005, apresenta<strong>da</strong>s, de acor<strong>do</strong> com odia <strong>da</strong> semana, na Figura 5.17, pode-se observ<strong>ar</strong>, em geral, o mesmo perfil revela<strong>do</strong> n<strong>as</strong>análises referentes a Estação Centro e Jac<strong>ar</strong>epaguá com ocorrência <strong>da</strong>s maiores médi<strong>as</strong><strong>no</strong>s finais de semana.Analisan<strong>do</strong> o comportamento médio <strong>do</strong> poluente, verifica-se, em média, uma tendência deaumento <strong>no</strong>s últimos a<strong>no</strong>s. Também é possível identific<strong>ar</strong> uma simil<strong>ar</strong>i<strong>da</strong>de entrecomportamento médio, de acor<strong>do</strong> com o dia <strong>da</strong> semana, <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s de 2003 e 2004. Éimportante ressalt<strong>ar</strong> o perfil médio referente ao a<strong>no</strong> de 2005. Mesmo estan<strong>do</strong> incompletoe não consideran<strong>do</strong> os últimos 6 meses <strong>do</strong> a<strong>no</strong>, <strong>que</strong> abrangem meses como setembro eoutubro, meteorologicamente mais favoráveis a produção de ozônio (grande incidência deradiação sol<strong>ar</strong> e pouca nebulosi<strong>da</strong>de), apresentou maiores valores médios deconcentração, principalmente, <strong>no</strong>s finais de semana.302520151050<strong>do</strong>m seg ter qua qui sex sáb2000 2001 2002 2003 2004 2005Figura 5.17: Evolução <strong>da</strong> v<strong>ar</strong>iação média <strong>da</strong>s concentrações <strong>do</strong> poluente ozônio (emµg/m 3 ) na Estação Nova Iguaçu, de acor<strong>do</strong> com o dia <strong>da</strong> semana, entre 2000 e 2005.No <strong>que</strong> <strong>tange</strong> o perfil médio, de acor<strong>do</strong> com o dia <strong>da</strong> semana, <strong>da</strong>s concentrações de NO eNO 2 , ilustra<strong>do</strong> n<strong>as</strong> Figur<strong>as</strong> 5.18 e 5.19, pode-se observ<strong>ar</strong> <strong>que</strong>, em to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> de58


monitoramento considera<strong>do</strong> (2000-2005), os maiores valores foram encontra<strong>do</strong>s duranteos di<strong>as</strong> úteis quan<strong>do</strong> há maior fluxo de veículos. Também é possível identific<strong>ar</strong> grandesv<strong>ar</strong>iações <strong>no</strong> <strong>que</strong> se refere a magnitude <strong>da</strong>s concentrações de ambos os poluentes. Porexemplo, <strong>no</strong> <strong>que</strong> <strong>tange</strong> <strong>as</strong> concentrações de monóxi<strong>do</strong> de nitrogênio, verificam-se valoresmédios <strong>que</strong> v<strong>ar</strong>iam entre 27,19 µg/m 3 em 2002 e 89,72 µg/m 3 em 2004.120100806040200<strong>do</strong>m seg ter qua qui sex sáb2000 2001 2002 2003 2004 2005Figura 5.18: Evolução <strong>da</strong> v<strong>ar</strong>iação média <strong>da</strong>s concentrações de monóxi<strong>do</strong> de nitrogênio(em µg/m 3 ) na Estação Nova Iguaçu, de acor<strong>do</strong> com o dia <strong>da</strong> semana, entre 2000 e 2005.80706050403020100<strong>do</strong>m seg ter qua qui sex sáb2000 2001 2002 2003 2004 2005Figura 5.19: Evolução <strong>da</strong> v<strong>ar</strong>iação média <strong>da</strong>s concentrações de dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio (emµg/m 3 ) na Estação Nova Iguaçu, de acor<strong>do</strong> com o dia <strong>da</strong> semana, entre 2000 e2005.59


Novamente, <strong>as</strong>sim como o verifica<strong>do</strong> p<strong>ar</strong>a <strong>as</strong> estações Centro e Jac<strong>ar</strong>epaguá, identific<strong>as</strong>eo <strong>do</strong>mingo, em to<strong>do</strong>s o perío<strong>do</strong> considera<strong>do</strong>, como o dia onde ocorrem <strong>as</strong> maioresmédi<strong>as</strong> de concentração de ozônio, de acor<strong>do</strong> com o dia <strong>da</strong> semana. No <strong>que</strong> <strong>tange</strong> omonóxi<strong>do</strong> de nitrogênio, verifica-se <strong>que</strong> os maiores valores médios de concentração sãoencontra<strong>do</strong>s <strong>as</strong> segun<strong>da</strong>s-feir<strong>as</strong>, em 2000, quint<strong>as</strong>, <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2001, sext<strong>as</strong>-feir<strong>as</strong>, em2002 e 2005, terç<strong>as</strong>-feir<strong>as</strong>, em 2003, e qu<strong>ar</strong>t<strong>as</strong>-feir<strong>as</strong>, em 2004. Já <strong>as</strong> maiores valoresmédios de concentração de dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio foram encontra<strong>da</strong>s <strong>as</strong> terç<strong>as</strong>-feir<strong>as</strong>, em2000, quint<strong>as</strong>-feir<strong>as</strong>, em 2001 e 2003, sext<strong>as</strong>-feir<strong>as</strong>, <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2002 e <strong>no</strong> de 2005, equ<strong>ar</strong>t<strong>as</strong>-feir<strong>as</strong>, em 2004.A Figura 5.20 ilustra, de acor<strong>do</strong> com o dia <strong>da</strong> semana, a relação entre <strong>as</strong> concentraçõesmédi<strong>as</strong> <strong>do</strong> poluente ozônio e a razão de seus precursores (NO 2 /NO), de 2000 à 2005, naEstação Nova Iguaçu. V<strong>ar</strong>iações <strong>no</strong> perfil médio <strong>do</strong>s poluentes, bem como na magnitudede su<strong>as</strong> concentrações, podem facilmente ser observa<strong>do</strong>s através desta. Dentre <strong>as</strong>estações apresenta<strong>da</strong>s, a Estação Nova Iguaçu foi a <strong>que</strong> apresentou o comportamentome<strong>no</strong>s line<strong>ar</strong> apes<strong>ar</strong> de também revel<strong>ar</strong> o padrão já detecta<strong>do</strong> p<strong>ar</strong>a <strong>as</strong> outr<strong>as</strong> estaçõescom maiores concentrações <strong>do</strong>s óxi<strong>do</strong>s de nitrogênio (valores mais baixos <strong>da</strong> razãoNO 2 /NO) e me<strong>no</strong>res valores de concentrações de ozônio entre <strong>as</strong> segun<strong>da</strong>s e sext<strong>as</strong>feir<strong>as</strong>.Uma importante peculi<strong>ar</strong>i<strong>da</strong>de observa<strong>da</strong> corresponde ao a<strong>no</strong> de 2002 quan<strong>do</strong> <strong>as</strong>concentrações de dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio foram bem superiores às de monóxi<strong>do</strong> denitrogênio (comportamento inverso ao verifica<strong>do</strong> p<strong>ar</strong>a o a<strong>no</strong> de 2004). Nos outros a<strong>no</strong>sconsidera<strong>do</strong>s, a diferença entre os valores de concentrações destes foi me<strong>no</strong>r sen<strong>do</strong> osníveis de NO ligeiramente superiores.60


3,002,001,000,00<strong>do</strong>m seg ter qua qui sex sáb3025201510503,002,001,000,00<strong>do</strong>m seg ter qua qui sex sáb302520151050NO2/NOO3NO2/NOO3200020013,002,502,001,501,000,500,00<strong>do</strong>m seg ter qua qui sex sáb3025201510503,002,001,000,00<strong>do</strong>m seg ter qua qui sex sáb302520151050NO2/NOO3NO2/NOO3200220033,002,001,000,00<strong>do</strong>m seg ter qua qui sex sáb3025201510503,002,001,000,00<strong>do</strong>m seg ter qua qui sex sáb302520151050NO2/NOO3NO2/NOO320042005Figura 5.20: Evolução <strong>da</strong> v<strong>ar</strong>iação média <strong>da</strong>s concentrações <strong>do</strong> poluente ozônio e <strong>da</strong>razão NO 2 /NO (em µg/m 3 ) na Estação Nova Iguaçu, de acor<strong>do</strong> com o dia <strong>da</strong> semana,entre 2000 e 2005.61


d) Estação Belford RoxoA evolução média <strong>da</strong>s concentrações de ozônio, de acor<strong>do</strong> com o dia <strong>da</strong> semana,registra<strong>da</strong> na Estação Belford Roxo, <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s de 2004 e 2005, segue apresenta<strong>da</strong> naFigura 5.21. Analogamente ao observa<strong>do</strong> n<strong>as</strong> demais estações, verifica-se umcomportamento com maiores valores de concentração média de ozônio durante os finaisde semana quan<strong>do</strong> a razão NO/NO 2 é me<strong>no</strong>r. Observa-se também pouca v<strong>ar</strong>iação entre<strong>as</strong> concentrações médi<strong>as</strong> registra<strong>da</strong>s em 2004 e 2005. Vale relembr<strong>ar</strong> <strong>que</strong> ambos osa<strong>no</strong>s não se apresentam completos.48464442403836343230<strong>do</strong>m seg ter qua qui sex sab2004 2005Figura 5.21: Evolução <strong>da</strong> v<strong>ar</strong>iação média <strong>da</strong>s concentrações <strong>do</strong> poluente ozônio (emµg/m 3 ) na Estação Belford Roxo, de acor<strong>do</strong> com o dia <strong>da</strong> semana, em 2004 e 2005.Apresenta<strong>do</strong> na Figura 5.22, o perfil médio <strong>da</strong>s concentrações de dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio ,de acor<strong>do</strong> com o dia <strong>da</strong> semana, revela, conforme o espera<strong>do</strong>, maiores valores duranteos di<strong>as</strong> úteis quan<strong>do</strong> é registra<strong>do</strong> maior fluxo de veículos. Também é possível identific<strong>ar</strong>me<strong>no</strong>res valores de concentração média correspondentes ao a<strong>no</strong> de 2005.62


4543413937353331292725<strong>do</strong>m seg ter qua qui sex sab2004 2005Figura 5.22: Evolução <strong>da</strong> v<strong>ar</strong>iação média <strong>da</strong>s concentrações de dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio (emµg/m 3 ) na Estação Belford Roxo, de acor<strong>do</strong> com o dia <strong>da</strong> semana, em 2004 e2005.Analogamente ao verifica<strong>do</strong> anteriormente p<strong>ar</strong>a <strong>as</strong> outr<strong>as</strong> estações considera<strong>da</strong>s nesteestu<strong>do</strong>, o <strong>do</strong>mingo apresentou-se como o dia onde foram registra<strong>da</strong>s <strong>as</strong> maioresconcentrações médi<strong>as</strong> de ozônio, de acor<strong>do</strong> com o dia <strong>da</strong> semana. Já <strong>as</strong> maioresconcentrações médi<strong>as</strong> de dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio corresponderam à sexta-feira, em 2004, eà quinta-feira, <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2005.A relação entre <strong>as</strong> concentrações médi<strong>as</strong> de ozônio e de dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio, de acor<strong>do</strong>com o dia <strong>da</strong> semana, <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s de 2004 e 2005, na Estação Belford Roxo, estãoapresenta<strong>da</strong>s na Figura 5.23. Vale relembr<strong>ar</strong> <strong>que</strong> a estação em <strong>que</strong>stão não monitora <strong>as</strong>concentrações de NO impedin<strong>do</strong> o cálculo <strong>da</strong> razão NO 2 /NO <strong>que</strong> foi realiza<strong>do</strong> p<strong>ar</strong>a <strong>as</strong>demais estações. Pe<strong>que</strong>n<strong>as</strong> alterações <strong>no</strong> comportamento médio destes poluentes, <strong>as</strong>simcomo na magnitude de su<strong>as</strong> concentrações, são observa<strong>do</strong>s através desta. Umapeculi<strong>ar</strong>i<strong>da</strong>de revela<strong>da</strong> nesta estação é a simil<strong>ar</strong>i<strong>da</strong>de na magnitude <strong>da</strong>s concentraçõesde O 3 e NO 2 . N<strong>as</strong> demais estações, a concentração <strong>do</strong>s precursores foi superior, emto<strong>do</strong>s os c<strong>as</strong>os, às concentrações <strong>do</strong> poluente ozônio. Tal comportamento não foiverifica<strong>do</strong> p<strong>ar</strong>a a estação em <strong>que</strong>stão.63


45504045404535403540303530<strong>do</strong>m seg ter qua qui sex sab3525<strong>do</strong>m seg ter qua qui sex sab30NO2O3NO2O320042005Figura 5.23: Evolução <strong>da</strong> v<strong>ar</strong>iação média <strong>da</strong>s concentrações <strong>do</strong> poluente ozônio (emµg/m 3 ) e de dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio na Estação Belford Roxo, de acor<strong>do</strong> com o dia <strong>da</strong>semana, em 2004 e 2005.5.4 Comportamento médio horárioO comportamento médio horário <strong>da</strong>s concentrações <strong>do</strong> poluente ozônio registra<strong>da</strong>s entre2000 e 2005 segue apresenta<strong>do</strong> na Figura 5.24. Através desta, observa-se a grandesimil<strong>ar</strong>i<strong>da</strong>de entre os perfis médios horários de to<strong>da</strong>s <strong>as</strong> estações considera<strong>da</strong>s commaiores valores sen<strong>do</strong> registra<strong>do</strong>s <strong>no</strong> perío<strong>do</strong> <strong>da</strong> t<strong>ar</strong>de, entre 13:00 e 15:00, pouc<strong>as</strong> hor<strong>as</strong>após o horário onde é registra<strong>da</strong> a máxima incidência de radiação sol<strong>ar</strong>. Esse atr<strong>as</strong>o emrelação ao máximo corresponde ao tempo <strong>que</strong> <strong>as</strong> reações <strong>que</strong> formam a molécula deozônio levam p<strong>ar</strong>a ocorrer. Durante a <strong>no</strong>ite, <strong>as</strong> concentrações <strong>do</strong> poluente ozônioregistram uma rápi<strong>da</strong> redução, principalmente, por conta <strong>da</strong> deposição seca na superfíciee às per<strong>da</strong>s com <strong>as</strong> reações químic<strong>as</strong> (por exemplo, o consumo <strong>da</strong> molécula de ozônioatravés <strong>da</strong> reação com a molécula <strong>do</strong> monóxi<strong>do</strong> de nitrogênio). Como não há incidênciade radiação sol<strong>ar</strong> neste perío<strong>do</strong>, não há formação de <strong>no</strong>v<strong>as</strong> molécul<strong>as</strong> de ozônio e aconcentração <strong>do</strong> poluente tende a cair de forma brusca. Entretanto, n<strong>as</strong> estações Centro,Jac<strong>ar</strong>epaguá e Nova Iguaçu, entre 04:00 e 05:00, pode-se verific<strong>ar</strong> um ligeiro aumento<strong>da</strong>s concentrações durante a madruga<strong>da</strong>. O transporte de poluentes de outr<strong>as</strong> regiõespode justific<strong>ar</strong> esse comportamento e deverá ser avalia<strong>do</strong> ain<strong>da</strong> neste capítulo. Contu<strong>do</strong>,existe a possibili<strong>da</strong>de de <strong>que</strong> este aumento correspon<strong>da</strong> a um residual de ozônio deixa<strong>do</strong>pelo equipamento após a autocalibração <strong>do</strong> equipamento <strong>que</strong> sempre é realiza<strong>da</strong> à meia<strong>no</strong>ite to<strong>do</strong>s os di<strong>as</strong>. Essa teoria é reforça<strong>da</strong> pelo fato de <strong>que</strong> o mesmo comportamento64


não é observa<strong>do</strong> na Estação Belford Roxo, única estação <strong>que</strong> apresenta diferença natec<strong>no</strong>logia de amostragem.807060504030201001ª hora3ª hora5ª hora7ª hora9ª hora11ª hora13ª hora15ª hora17ª hora19ª hora21ª hora23ª horaCentro Jac<strong>ar</strong>epaguá Nova Iguaçu Belford RoxoFigura 5.24: V<strong>ar</strong>iação Média Horária <strong>do</strong> poluente Ozônio (em µg/m 3 ) consideran<strong>do</strong> operío<strong>do</strong> entre 2000 e 2005.No <strong>que</strong> <strong>tange</strong> o comportamento médio <strong>da</strong>s concentrações de monóxi<strong>do</strong> de nitrogênio,apresenta<strong>do</strong> na Figura 5.25, observa-se um perfil simil<strong>ar</strong> em to<strong>da</strong>s <strong>as</strong> estaçõesconsidera<strong>da</strong>s com <strong>do</strong>is picos de concentração, um pela manhã (entre 08:00 e 09:00) e osegun<strong>do</strong> à <strong>no</strong>ite (entre 19:00 e 22:00), provavelmente <strong>as</strong>socia<strong>do</strong>s ao tráfego de veículos<strong>que</strong> ocorre n<strong>as</strong> vi<strong>as</strong> próxim<strong>as</strong> <strong>as</strong> locali<strong>da</strong>des onde est<strong>as</strong> estão instala<strong>da</strong>s. Vale ressalt<strong>ar</strong> adiferença média entre os pontos de concentração máxima <strong>da</strong> Estação Centro (muito maiorpela manhã <strong>do</strong> <strong>que</strong> à <strong>no</strong>ite).65


2502001501005001 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23Centro Jac<strong>ar</strong>epaguá Nova IguaçuFigura 5.25: V<strong>ar</strong>iação Média Horária <strong>do</strong> monóxi<strong>do</strong> de nitrogênio (em µg/m 3 ) consideran<strong>do</strong>o perío<strong>do</strong> entre 2000 e 2005.A simil<strong>ar</strong>i<strong>da</strong>de encontra<strong>da</strong> entre o perfil médio horária <strong>da</strong> concentração <strong>do</strong>s poluentes O 3e NO não pode ser identifica<strong>da</strong> através <strong>da</strong> avaliação média horária <strong>no</strong> <strong>que</strong> se refere aodióxi<strong>do</strong> de nitrogênio (observ<strong>ar</strong> Figura 5.26). Dentre <strong>as</strong> estações, a Estação Centro, NovaIguaçu e Belford Roxo apresent<strong>ar</strong>am 2 picos de concentrações, analogamente aoverifica<strong>do</strong> p<strong>ar</strong>a o c<strong>as</strong>o <strong>do</strong> monóxi<strong>do</strong> de nitrogênio, porém, com alguma def<strong>as</strong>agem <strong>que</strong>será melhor discuti<strong>da</strong> na análise de ca<strong>da</strong> estação individualmente. Já a EstaçãoJac<strong>ar</strong>epaguá revelou um padrão <strong>que</strong> não apresentou decréscimo <strong>da</strong>s concentrações <strong>no</strong>perío<strong>do</strong> <strong>da</strong> t<strong>ar</strong>de. É importante salient<strong>ar</strong> <strong>que</strong>, como os óxi<strong>do</strong>s de nitrogênio atuam naformação <strong>da</strong> molécula de ozônio, espera-se <strong>que</strong> <strong>as</strong> concentrações de NO e NO 2 sejamme<strong>no</strong>res quan<strong>do</strong> <strong>as</strong> concentrações de O 3 são máxim<strong>as</strong>.66


807060504030201001 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24Centro Jac<strong>ar</strong>epaguá Nova Iguaçu Belford RoxoFigura 5.26: V<strong>ar</strong>iação Média Horária <strong>do</strong> dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio (em µg/m 3 ) consideran<strong>do</strong> operío<strong>do</strong> entre 2000 e 2005.Assim como realiza<strong>do</strong> p<strong>ar</strong>a a avaliação <strong>da</strong> v<strong>ar</strong>iação média <strong>da</strong>s concentrações <strong>do</strong> poluenteozônio e <strong>do</strong>s óxi<strong>do</strong>s de nitrogênio, de acor<strong>do</strong> com o dia <strong>da</strong> semana, também serãoapresenta<strong>da</strong>s análises individuais, relacionan<strong>do</strong> o perfil <strong>da</strong>s concentrações médi<strong>as</strong>horári<strong>as</strong> <strong>do</strong>s poluentes O 3 , NO e NO 2 , bem como <strong>do</strong> comportamento deste <strong>no</strong> perío<strong>do</strong>entre o a<strong>no</strong> de 2000 e o a<strong>no</strong> de 2005.a) Estação CentroO mesmo comportamento, observa<strong>do</strong> na avaliação <strong>do</strong> perfil médio horário (Figura 5.24),também pode ser identifica<strong>do</strong> na Figura 5.27 onde estão apresenta<strong>da</strong>s <strong>as</strong> curv<strong>as</strong> deconcentração média <strong>do</strong> poluente ozônio, por a<strong>no</strong>, de acor<strong>do</strong> com a hora <strong>do</strong> dia. Atravésdesta, verifica-se <strong>que</strong> <strong>as</strong> me<strong>no</strong>res concentrações médi<strong>as</strong> de ozônio correspondem aoshorários onde <strong>as</strong> máxim<strong>as</strong> concentrações de monóxi<strong>do</strong> de nitrogênio são verifica<strong>da</strong>s(observ<strong>ar</strong> Figura 5.28). Já <strong>as</strong> maiores concentrações médi<strong>as</strong> horári<strong>as</strong> <strong>do</strong> poluente, emto<strong>do</strong>s os a<strong>no</strong>s, foram encontra<strong>da</strong>s às 15:00 hor<strong>as</strong>, pouc<strong>as</strong> hor<strong>as</strong> depois <strong>do</strong> horário demáxima incidência de radiação sol<strong>ar</strong>. À <strong>no</strong>ite, sem produção pela não ocorrência <strong>da</strong>sreações fotoquímic<strong>as</strong>, <strong>as</strong> concentrações caem rapi<strong>da</strong>mente. Outro importante fatoverifica<strong>do</strong> em estações muito próxim<strong>as</strong> a vi<strong>as</strong> de tráfego com intenso fluxo de veículos,67


<strong>que</strong> também pode ser identifica<strong>do</strong> nesta análise, é a tendência de valores deconcentração muito baixo durante o perío<strong>do</strong> <strong>no</strong>tur<strong>no</strong>.40353025201510501 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 232000 2001 2002 2003 2004 2005Figura 5.27: Evolução <strong>da</strong> v<strong>ar</strong>iação média horária <strong>da</strong>s concentrações <strong>do</strong> poluente ozônio(em µg/m 3 ) na Estação Centro, entre 2000 e 2005.A v<strong>ar</strong>iação média horária <strong>da</strong>s concentrações de monóxi<strong>do</strong> de nitrogênio, consideran<strong>do</strong> operío<strong>do</strong> entre o a<strong>no</strong> 2000 e o a<strong>no</strong> de 2005, ilustra<strong>da</strong> na Figura 5.28, também não revelousignificativ<strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iações ao longo <strong>do</strong>s últimos a<strong>no</strong>s. Nos seis a<strong>no</strong>s de monitoramento <strong>da</strong>quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong> considera<strong>do</strong>s neste estu<strong>do</strong> foram observa<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is picos de concentraçãosempre <strong>as</strong>socia<strong>do</strong>s a intensificação <strong>do</strong> tráfego de veículos na região. O primeirocorresponde ao perío<strong>do</strong> <strong>da</strong> manhã, entre sete e <strong>no</strong>ve hor<strong>as</strong>, e o segun<strong>do</strong> durante à <strong>no</strong>ite,entre 21:00 e 22:00 hor<strong>as</strong>.68


3002502001501005001 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 242000 2001 2002 2003 2004 2005Figura 5.28: Evolução <strong>da</strong> v<strong>ar</strong>iação média horária <strong>da</strong>s concentrações <strong>do</strong> poluentemonóxi<strong>do</strong> de nitrogênio (em µg/m 3 ) na Estação Centro, entre 2000 e 2005.Apes<strong>ar</strong> de apresent<strong>ar</strong> pe<strong>que</strong>n<strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iações ao longo <strong>do</strong>s a<strong>no</strong>s, o comportamento médiohorário <strong>da</strong>s concentrações de dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio, apresenta<strong>da</strong>s na Figura 5.29, emgeral, manteve o mesmo padrão com <strong>do</strong>is picos de concentração. O primeiro, pelamanhã, entre 11:00 e 12:00, ocorre pouc<strong>as</strong> hor<strong>as</strong> após a hora onde <strong>as</strong> máxim<strong>as</strong>concentrações de NO são detecta<strong>da</strong>s e o segun<strong>do</strong> é registra<strong>do</strong> entre 19:00 e 20:00.Também é váli<strong>do</strong> destac<strong>ar</strong> <strong>que</strong>, desconsideran<strong>do</strong> o a<strong>no</strong> de 2005, <strong>as</strong> maioresconcentrações médi<strong>as</strong>, de acor<strong>do</strong> com a hora <strong>do</strong> dia, <strong>do</strong> poluente ozônio e de monóxi<strong>do</strong>de nitrogênio corresponderam ao a<strong>no</strong> de 2004 enquanto <strong>as</strong> maiores médi<strong>as</strong> de dióxi<strong>do</strong> denitrogênio foram encontra<strong>da</strong>s em 2000.69


90807060504030201001 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 242000 2001 2002 2003 2004 2005Figura 5.29: Evolução <strong>da</strong> v<strong>ar</strong>iação média horária <strong>da</strong>s concentrações <strong>do</strong> poluente dióxi<strong>do</strong>de nitrogênio (em µg/m 3 ) na Estação Centro, entre 2000 e 2005.A relação entre <strong>as</strong> concentrações médi<strong>as</strong> horári<strong>as</strong> <strong>do</strong> poluente ozônio e a razão NO 2 /NO,de acor<strong>do</strong> com o a<strong>no</strong>, revelou perfis simil<strong>ar</strong>es e sem grandes alterações (observ<strong>ar</strong> Figura5.30). O comportamento médio horário <strong>da</strong> razão NO 2 /NO revelou <strong>do</strong>is picos deconcentração. Um durante a madruga<strong>da</strong>, entre 4 e 5 hor<strong>as</strong>, <strong>no</strong> mesmo horário <strong>que</strong> seobserva uma ligeira elevação <strong>da</strong>s concentrações de ozônio e o outro, durante a t<strong>ar</strong>de,entre uma ou du<strong>as</strong> depois <strong>da</strong> hora quan<strong>do</strong> os maiores valores de O 3 são verifica<strong>do</strong>s. Emmédia, entre 07:00 e 12:00, os valores de concentração de monóxi<strong>do</strong> de nitrogênioalcançam valores 2 vezes superiores <strong>as</strong> concentrações de dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio. Essecomportamento é compatível com os resulta<strong>do</strong>s em estações localiza<strong>da</strong>s próximo a vi<strong>as</strong>de tráfego com grande fluxo de veículos na Região Metropolitana de São Paulo (CETESB,2002).Vale ressalt<strong>ar</strong> <strong>que</strong> o pico de concentração de ozônio tende a ocorrer entre três e quatrohor<strong>as</strong> depois <strong>que</strong> <strong>as</strong> máxim<strong>as</strong> concentrações de dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio são registra<strong>da</strong>s (emgeral, entre 10:00 e 12:00), às 15:00. Nesse horário também observam-se <strong>as</strong> mínim<strong>as</strong>concentrações de NO e de NO 2 . No final <strong>da</strong> t<strong>ar</strong>de e início <strong>da</strong> <strong>no</strong>ite, <strong>as</strong> concentrações <strong>do</strong>sóxi<strong>do</strong>s de nitrogênio sobem ligeiramente enquanto <strong>as</strong> concentrações de ozônioapresentam uma <strong>que</strong><strong>da</strong> brusca.70


1,401,201,000,800,600,400,200,001 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 2340353025201510501,401,201,000,800,600,400,200,001 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 234035302520151050NO2/NOO3NO2/NOO3200020011,401,201,000,800,600,400,200,001 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 2340353025201510501,401,201,000,800,600,400,200,001 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 234035302520151050NO2/NOO3NO2/NOO3200220031,401,201,000,800,600,400,200,001 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 2340353025201510501,401,201,000,800,600,400,200,001 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 234035302520151050NO2/NOO3NO2/NOO320042005Figura 5.30: Evolução <strong>da</strong> v<strong>ar</strong>iação média <strong>da</strong>s concentrações <strong>do</strong> poluente ozônio (emµg/m 3 ) e <strong>da</strong> razão NO 2 /NO na Estação Centro, de acor<strong>do</strong> com a hora <strong>do</strong> dia, entre 2000 e2005.71


) Estação Jac<strong>ar</strong>epaguáA v<strong>ar</strong>iação média horária <strong>da</strong>s concentrações de ozônio podem ser observa<strong>da</strong>s na Figura5.31. Em geral, o perfil médio não apresentou significativ<strong>as</strong> alterações. De 2000 a 2002,verificou-se <strong>que</strong> o pico de concentração <strong>do</strong> poluente correspondeu às 14:00. Entretanto, ap<strong>ar</strong>tir de 2003, <strong>as</strong> máxim<strong>as</strong> foram encontra<strong>da</strong>s <strong>as</strong> 13:00. A magnitude dest<strong>as</strong>concentrações também apresentou alterações ao longo <strong>do</strong>s a<strong>no</strong>s. Analisan<strong>do</strong> ocomportamento médio horário, os a<strong>no</strong>s de 2003 e 2004 ap<strong>ar</strong>ecem com <strong>as</strong> maioresconcentrações máxim<strong>as</strong>, conforme já foi identifica<strong>do</strong> através <strong>da</strong> avaliação anual.40353025201510501 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 232000 2001 2002 2003 2004 2005Figura 5.31: Evolução <strong>da</strong> v<strong>ar</strong>iação média horária <strong>da</strong>s concentrações <strong>do</strong> poluente ozônio(em µg/m 3 ) na Estação Jac<strong>ar</strong>epaguá, entre 2000 e 2005.A Figura 5.32 contém o perfil médio horário <strong>da</strong>s concentrações de monóxi<strong>do</strong> de nitrogênioregistra<strong>da</strong>s entre 2000 e 2005. Observam-se <strong>do</strong>is picos de concentração, um pelamanhã, entre oito e <strong>no</strong>ve hor<strong>as</strong>, e outro à <strong>no</strong>ite, referente às médi<strong>as</strong> <strong>da</strong>s 20:00 e 21:00.Esses máximos de concentração podem ser <strong>as</strong>socia<strong>do</strong>s ao tráfego de veículosautomotores na região <strong>do</strong> entor<strong>no</strong> <strong>da</strong> estação. Vale destac<strong>ar</strong> <strong>que</strong> apen<strong>as</strong> <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s de2000 e 2001 <strong>as</strong> concentrações médi<strong>as</strong> <strong>no</strong> perío<strong>do</strong> <strong>da</strong> manhã foram superiores <strong>as</strong> <strong>do</strong>perío<strong>do</strong> <strong>da</strong> <strong>no</strong>ite. Outro ponto interessante é <strong>que</strong>, até o a<strong>no</strong> de 2002, <strong>as</strong> concentraçõesmáxim<strong>as</strong> à <strong>no</strong>ite foram sempre verifica<strong>da</strong>s às 21:00 enquanto, a p<strong>ar</strong>tir de 2003, observousemaiores valores às 20:00.72


1601401201008060402001 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 242000 2001 2002 2003 2004 2005Figura 5.32: Evolução <strong>da</strong> v<strong>ar</strong>iação média horária <strong>da</strong>s concentrações de monóxi<strong>do</strong> denitrogênio (em µg/m 3 ) na Estação Jac<strong>ar</strong>epaguá, entre 2000 e 2005.Observan<strong>do</strong> a Figura 5.33, <strong>no</strong>ta-se <strong>que</strong> o perfil médio de dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio, de acor<strong>do</strong>com a hora <strong>do</strong> dia, revelam máxim<strong>as</strong> concentrações durante à <strong>no</strong>ite. O comportamentomédio apresentou valores de concentração aumentan<strong>do</strong> com <strong>as</strong> hor<strong>as</strong> <strong>do</strong> dia, exceto em2000 e 2001 quan<strong>do</strong> <strong>as</strong> concentrações de dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio apresent<strong>ar</strong>am perfilsimil<strong>ar</strong> ao observa<strong>do</strong> na Estação Centro com <strong>do</strong>is picos sen<strong>do</strong> registra<strong>do</strong>s durante o dia: oprimeiro, <strong>no</strong> final <strong>da</strong> manhã (11:00 e 12:00, respectivamente), e o segun<strong>do</strong>, me<strong>no</strong>r, à <strong>no</strong>ite(às 19:00).1201008060402001 2 3 4 5 6 7 8 9 1011121314151617181920212223242000 2001 2002 2003 2004 2005Figura 5.33: Evolução <strong>da</strong> v<strong>ar</strong>iação média horária <strong>da</strong>s concentrações de dióxi<strong>do</strong> denitrogênio (em µg/m 3 ) na Estação Jac<strong>ar</strong>epaguá, entre 2000 e 2005.73


Apresenta<strong>da</strong> na Figura 5.34, a relação entre <strong>as</strong> concentrações médi<strong>as</strong> horári<strong>as</strong> <strong>do</strong>poluente ozônio e a razão obti<strong>da</strong> a p<strong>ar</strong>tir <strong>da</strong>s concentrações de dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio e <strong>as</strong>de monóxi<strong>do</strong> de nitrogênio, de acor<strong>do</strong> com o a<strong>no</strong>, p<strong>ar</strong>a a Estação Jac<strong>ar</strong>epaguá, revelouv<strong>ar</strong>iações <strong>no</strong> perfil médio, principalmente, <strong>no</strong> <strong>que</strong> se refere a magnitude <strong>da</strong>s v<strong>ar</strong>iáveisconsidera<strong>da</strong>s. Em geral, o poluente ozônio apresentou um comportamento simil<strong>ar</strong> emto<strong>do</strong>s os a<strong>no</strong>s considera<strong>do</strong>s. O mesmo não pode ser observa<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> <strong>as</strong> médi<strong>as</strong> <strong>do</strong>sóxi<strong>do</strong>s de nitrogênio foram avalia<strong>da</strong>s, principalmente, <strong>no</strong> <strong>que</strong> se refere a curva <strong>do</strong> a<strong>no</strong> de2001, onde <strong>as</strong> concentrações de dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio cheg<strong>ar</strong>am a super<strong>ar</strong> <strong>as</strong> demonóxi<strong>do</strong> de nitrogênio em até 3 vezes.Comp<strong>ar</strong>an<strong>do</strong> com o comportamento <strong>da</strong> razão NO 2 /NO observa<strong>do</strong> na Estação Centro,verifica-se <strong>que</strong> valores baixos ocorrem em um intervalo de tempo me<strong>no</strong>r. Em geral,me<strong>no</strong>res valores <strong>da</strong> razão NO 2 /NO duram entre 3 e 4 hor<strong>as</strong> durante a manhã e, depoisdesse perío<strong>do</strong>, verifica-se <strong>que</strong>, com exceção <strong>no</strong>s 2003 e 2005, <strong>as</strong> concentrações de NO 2atingem valores maiores <strong>do</strong> <strong>que</strong> <strong>as</strong> de NO. De acor<strong>do</strong> com a CETESB (2002), essecomportamento era mais observa<strong>do</strong> em estações me<strong>no</strong>s expost<strong>as</strong> ao tráfego de veículos.74


3,503,002,502,001,501,000,500,001 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23353025201510503,503,002,502,001,501,000,500,001 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 2335302520151050NO2/NO2000O3NO2/NO2001O33,503,002,502,001,501,000,500,001 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23353025201510503,503,002,502,001,501,000,500,001 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 2335302520151050NO2/NOO3NO2/NOO3200220033,503,002,502,001,501,000,500,001 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23353025201510503,503,002,502,001,501,000,500,001 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 2335302520151050NO2/NOO3NO2/NOO320042005Figura 5.34: Evolução <strong>da</strong> v<strong>ar</strong>iação média <strong>da</strong>s concentrações <strong>do</strong> poluente ozônio (emµg/m 3 ) e <strong>da</strong> razão NO 2 /NO na Estação Jac<strong>ar</strong>epaguá, de acor<strong>do</strong> com a hora <strong>do</strong> dia, entre2000 e 2005.75


c) Estação Nova IguaçuO perfil médio horário <strong>da</strong>s concentrações de ozônio, registra<strong>da</strong>s na Estação Nova Iguaçu,entre 2000 e 2005, está apresenta<strong>do</strong> na Figura 5.35. Uma mu<strong>da</strong>nça <strong>no</strong> comportamentomédio, a p<strong>ar</strong>tir <strong>do</strong> a<strong>no</strong> de 2003, pode ser observa<strong>da</strong> cl<strong>ar</strong>amente. Além <strong>do</strong> aumento <strong>da</strong>magnitude dest<strong>as</strong> concentrações, também foi possível verific<strong>ar</strong> um adiantamento <strong>do</strong>horário onde <strong>as</strong> máxim<strong>as</strong> concentrações são registra<strong>da</strong>s. Em 2000, 2001 e 2002, o picode concentração de ozônio correspondeu aos horários de 15:00 e 16:00. Já a p<strong>ar</strong>tir de2003, foram verifica<strong>da</strong>s maiores concentrações entre 13:00 e 14:00.60504030201001 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 242000 2001 2002 2003 2004 2005Figura 5.35: Evolução <strong>da</strong> v<strong>ar</strong>iação média horária <strong>da</strong>s concentrações <strong>do</strong> poluente ozônio(em µg/m 3 ) na Estação Nova Iguaçu, entre 2000 e 2005.Observan<strong>do</strong> o perfil médio horário <strong>da</strong>s concentrações de monóxi<strong>do</strong> de nitrogênio,ilustra<strong>do</strong> na Figura 5.36, verifica-se, em geral, um comportamento simil<strong>ar</strong> comdiscordância apen<strong>as</strong> em relação aos horários onde <strong>as</strong> concentrações máxim<strong>as</strong> foramencontra<strong>da</strong>s. Foram identifica<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is picos de concentração: um pela manhã, entre08:00 e 09:00, e outro à <strong>no</strong>ite, entre 20:00 e 21:00.76


2001801601401201008060402001 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 242000 2001 2002 2003 2004 2005Figura 5.36: Evolução <strong>da</strong> v<strong>ar</strong>iação média horária <strong>da</strong>s concentrações de monóxi<strong>do</strong> denitrogênio (em µg/m 3 ) na Estação Nova Iguaçu, entre 2000 e 2005.O perfil médio <strong>da</strong>s concentrações de dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio, de acor<strong>do</strong> com a hora <strong>do</strong> dia,revela significativ<strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iações de comportamento em função <strong>do</strong> a<strong>no</strong> <strong>do</strong> monitoramento(observ<strong>ar</strong> Figura 5.37). Nos a<strong>no</strong>s de 2001, 2002 e 2003, verifica-se um comportamentosimil<strong>ar</strong> ao observa<strong>do</strong> na Estação Centro com <strong>do</strong>is picos de concentração (pela manhã,entre 09:00 e 10:00, e à <strong>no</strong>ite, entre 20:00 e 21:00). Contu<strong>do</strong>, em 2000, 2004 e 2005,observa-se apen<strong>as</strong> um pico de concentração encontra<strong>do</strong> <strong>as</strong> 17:00 (2000 e 2004) e <strong>as</strong>20:00 (2005).1201008060402001 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 242000 2001 2002 2003 2004 2005Figura 5.37: Evolução <strong>da</strong> v<strong>ar</strong>iação média horária <strong>da</strong>s concentrações de dióxi<strong>do</strong> denitrogênio (em µg/m 3 ) na Estação Nova Iguaçu, entre 2000 e 2005.77


As alterações verifica<strong>da</strong>s n<strong>as</strong> análises por poluente também podem ser observa<strong>da</strong>satravés <strong>da</strong> relação entre <strong>as</strong> concentrações médi<strong>as</strong> <strong>do</strong> poluente ozônio e <strong>da</strong> razãoNO 2 /NO, de acor<strong>do</strong> com a hora <strong>do</strong> dia, entre 2000 e 2005. Dentre to<strong>da</strong>s <strong>as</strong> estaçõesconsidera<strong>da</strong>s, a Estação Nova Iguaçu foi a <strong>que</strong> apresentou uma maior v<strong>ar</strong>iabili<strong>da</strong>de <strong>no</strong>comportamento <strong>da</strong> razão NO 2 /NO ao longo <strong>do</strong>s últimos a<strong>no</strong>s. A Figura 5.38 torna níti<strong>da</strong>,principalmente, a v<strong>ar</strong>iação <strong>do</strong> comportamento <strong>do</strong> dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio correspondente aoa<strong>no</strong> de 2002 quan<strong>do</strong> foram detecta<strong>da</strong>s concentrações de NO 2 até 12 vezes superiores àsde NO. Também vale ressalt<strong>ar</strong> <strong>que</strong>, em 2002, apen<strong>as</strong> às 09:00 foram detecta<strong>do</strong>s valoresde NO ligeiramente maiores <strong>do</strong> <strong>que</strong> os de dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio. Esse perfil não é<strong>no</strong>rmalmente observa<strong>do</strong> em estações de monitoramento diretamente expost<strong>as</strong> ao fluxo deveículos. Nos demais a<strong>no</strong>s, o perío<strong>do</strong> <strong>no</strong> qual <strong>as</strong> baix<strong>as</strong> concentrações foramidentifica<strong>da</strong>s v<strong>ar</strong>iou entre 5 e 6 hor<strong>as</strong> durante <strong>as</strong> manhãs (entre 06 e 11 hor<strong>as</strong> <strong>da</strong> manhã)concor<strong>da</strong>n<strong>do</strong> com o perfil encontra<strong>do</strong> em estações localiza<strong>da</strong>s muito próxim<strong>as</strong> a vi<strong>as</strong> detráfego de veículos de fluxo intenso (CETESB, 2002).78


3,532,521,510,501 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23504030201003,503,002,502,001,501,000,500,001 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 2350403020100NO2/NOO3NO2/NOO32000200112,0010,008,006,004,002,000,001 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23504030201003,53,02,52,01,51,00,50,01 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 2350403020100NO2/NOO3NO2/NOO3200220033,53,02,52,01,51,00,50,01 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23504030201003,53,02,52,01,51,00,50,01 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 2350403020100NO2/NO2004O3NO2/NO2005O3Figura 5.38: Evolução <strong>da</strong> v<strong>ar</strong>iação média <strong>da</strong>s concentrações <strong>do</strong> poluente ozônio (emµg/m 3 ) e <strong>da</strong> razão NO 2 /NO na Estação Nova Iguaçu, de acor<strong>do</strong> com a hora <strong>do</strong> dia, entre2000 e 2005.79


d) Estação Belford RoxoO comportamento médio horário <strong>da</strong>s concentrações de ozônio registra<strong>da</strong>s na EstaçãoBelford Roxo entre 2004 e 2005 pode ser observa<strong>do</strong> na Figura 5.39. Em geral, foramidentifica<strong>da</strong>s pe<strong>que</strong>n<strong>as</strong> alterações <strong>no</strong> <strong>que</strong> se refere à magnitude <strong>da</strong>s concentrações.Conforme previamente verifica<strong>do</strong>, os maiores valores corresponderam ao a<strong>no</strong> de 2004.No mais, o comportamento <strong>do</strong> poluente manteve-se praticamente inaltera<strong>do</strong>.8070605040302010000:0002:0004:0006:0008:0010:0012:0014:0016:0018:0020:0022:002004 2005Figura 5.39: Evolução <strong>da</strong> v<strong>ar</strong>iação média horária <strong>da</strong>s concentrações de ozônio (em µg/m 3 )na Estação Belford Roxo, em 2004 e 2005.Também não foram encontra<strong>da</strong>s grandes alterações <strong>no</strong> perfil médio <strong>da</strong>s concentraçõesde dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio, de acor<strong>do</strong> com a hora <strong>do</strong> dia, <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s de 2004 e 2005. Através<strong>da</strong> Figura 5.40, verifica-se a ocorrência de <strong>do</strong>is picos de concentração. O primeiro pelamanhã, às 08:00 e 09:00 (em 2004 e 2005, respectivamente), e o segun<strong>do</strong>, durante <strong>no</strong>início <strong>da</strong> <strong>no</strong>ite, às 18:00 e 19:00. Vale ressalt<strong>ar</strong> <strong>que</strong>, em ambos os a<strong>no</strong>s considera<strong>do</strong>s, opico de concentração foi superior durante à <strong>no</strong>ite.80


70605040302010000:0002:0004:0006:0008:0010:0012:0014:0016:0018:0020:0022:002004 2005Figura 5.40: Evolução <strong>da</strong> v<strong>ar</strong>iação média horária <strong>da</strong>s concentrações de dióxi<strong>do</strong> denitrogênio (em µg/m 3 ) na Estação Belford Roxo, em 2004 e 2005.Em geral, a relação entre <strong>as</strong> concentrações médi<strong>as</strong> <strong>do</strong> poluente ozônio e de dióxi<strong>do</strong> denitrogênio, de acor<strong>do</strong> com a hora <strong>do</strong> dia, em 2004 e 2005, também revel<strong>ar</strong>am umcomportamento simil<strong>ar</strong>. Vale ressalt<strong>ar</strong> <strong>no</strong>vamente a semelhança <strong>da</strong> magnitude <strong>da</strong>sconcentrações destes poluentes <strong>que</strong> pode ser cl<strong>ar</strong>amente observa<strong>da</strong> na Figura 5.41. Essecomportamento não é <strong>no</strong>rmalmente observa<strong>do</strong> em estações muito próxim<strong>as</strong> a fontesemissor<strong>as</strong> de grande porte, como vi<strong>as</strong> de tráfego com fluxo intenso ou grandes indústri<strong>as</strong>.Vale relembr<strong>ar</strong> <strong>que</strong> a razão NO 2 /NO não foi calcula<strong>da</strong> p<strong>ar</strong>a a Estação Belford Roxo poisesta não realiza monitoramento <strong>da</strong>s concentrações de monóxi<strong>do</strong> de nitrogênio.81


80604020000:0003:0006:0009:0012:00NO215:0018:00O321:0080604020080604020000:0003:0006:0009:0012:00NO215:0018:00O321:0080604020020042005Figura 5.41: Evolução <strong>da</strong> v<strong>ar</strong>iação média <strong>da</strong>s concentrações <strong>do</strong> poluente ozônio (emµg/m 3 ) e de dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio na Estação Belford Roxo, de acor<strong>do</strong> com a hora <strong>do</strong> dia,em 2004 e 2005.82


6. Avaliação <strong>da</strong> relação entre <strong>as</strong> concentrações de ozônio e de seus precursorescom o transporte advectivoAs condições de dispersão de poluentes estão intimamente relaciona<strong>da</strong>s à direção e aveloci<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s ventos em uma determina<strong>da</strong> região. Nesse senti<strong>do</strong>, foram construí<strong>da</strong>s, ap<strong>ar</strong>tir <strong>da</strong> b<strong>as</strong>e de <strong>da</strong><strong>do</strong>s existentes, ros<strong>as</strong> <strong>do</strong>s ventos e ros<strong>as</strong> de poluição correlacionan<strong>do</strong>a direção e a veloci<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s ventos com <strong>as</strong> concentrações de ozônio e <strong>do</strong>s óxi<strong>do</strong>s denitrogênio obti<strong>da</strong>s através <strong>do</strong> monitoramento <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong> realiza<strong>do</strong> em estaçõesaloca<strong>da</strong>s na Região Metropolitana <strong>do</strong> Rio de Janeiro.a) Estação CentroA pre<strong>do</strong>minância <strong>do</strong> regime de ventos na Estação Centro pode ser observa<strong>da</strong> através <strong>da</strong>Figura 6.1. Em geral, verifica-se pre<strong>do</strong>minância de ventos entre os setores sulsudeste/sudestee, com me<strong>no</strong>r desta<strong>que</strong>, entre <strong>as</strong> direções <strong>no</strong>roeste e oeste-<strong>no</strong>roeste.Também pode-se ressalt<strong>ar</strong> um alto índice de calm<strong>ar</strong>i<strong>as</strong> <strong>que</strong> atingiu 13,9% <strong>do</strong> total deregistros efetua<strong>do</strong>s <strong>no</strong>s últimos 6 a<strong>no</strong>s.Figura 6.1: Rosa <strong>do</strong>s Ventos (Estação Centro).83


A c<strong>ar</strong>acterização <strong>do</strong> campo de vento de acor<strong>do</strong> com o perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> dia (madruga<strong>da</strong>,manhã, t<strong>ar</strong>de e <strong>no</strong>ite) foi efetua<strong>da</strong> a p<strong>ar</strong>tir <strong>da</strong> Figura 6.2. Através desta, verifica-se apre<strong>do</strong>minância <strong>do</strong> vento <strong>no</strong>s setores <strong>no</strong>roeste/oeste-<strong>no</strong>roeste n<strong>as</strong> primeir<strong>as</strong> 12 hor<strong>as</strong> <strong>do</strong>dia e de sul-sudeste/sudeste entre 13 hor<strong>as</strong> e meia <strong>no</strong>ite. O índice de calm<strong>ar</strong>ia atingiualtos valores (23,8%) durante a madruga<strong>da</strong>. Apen<strong>as</strong> durante o perío<strong>do</strong> <strong>da</strong> t<strong>ar</strong>de, entre 13e 18 hor<strong>as</strong>, observa-se à ocorrência de condições de ventos fracos com índice inferior a5%.Entre 01 e 06 hor<strong>as</strong>Entre 07 e 12 hor<strong>as</strong>Entre 13 e 18 hor<strong>as</strong>Entre 19 e 00 hor<strong>as</strong>Figura 6.2: Rosa <strong>do</strong>s Ventos de acor<strong>do</strong> com a hora <strong>do</strong> dia (Estação Centro)Observan<strong>do</strong> a rosa de poluição consideran<strong>do</strong> os registros de ozônio e de direção eveloci<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s ventos durante to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> <strong>no</strong> qual foi realiza<strong>do</strong> o monitoramento(Figura 6.3) identifica-se a ocorrência de maiores valores de concentração quan<strong>do</strong> o ventoencontra-se <strong>no</strong> 2° quadrante. Tal comportamento, evidencia<strong>do</strong> na rosa de poluiçãoconsideran<strong>do</strong> apen<strong>as</strong> os <strong>da</strong><strong>do</strong>s monitora<strong>do</strong>s entre 13 e 18 hor<strong>as</strong>, está condizente com <strong>as</strong>84


condições de vento observa<strong>da</strong>s durante à t<strong>ar</strong>de, perío<strong>do</strong> <strong>no</strong> qual <strong>as</strong> maioresconcentrações <strong>do</strong> poluente em <strong>que</strong>stão são registra<strong>da</strong>s.To<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong>Entre 13 e 18 hor<strong>as</strong>Figura 6.3: Rosa de Poluição p<strong>ar</strong>a o poluente ozônio (Estação Centro)A Figura 6.4 apresenta <strong>as</strong> ros<strong>as</strong> de poluição consideran<strong>do</strong> os registros obti<strong>do</strong>s duranteto<strong>do</strong> o dia e consideran<strong>do</strong> apen<strong>as</strong> os perío<strong>do</strong>s conten<strong>do</strong> os horários <strong>no</strong>s quais <strong>as</strong> maioresconcentrações de NO são observa<strong>da</strong>s. Através desta, torna-se cl<strong>ar</strong>o <strong>que</strong>, mesmo duranteà <strong>no</strong>ite quan<strong>do</strong> a pre<strong>do</strong>minância <strong>do</strong>s ventos é de SSE/SE, os picos de concentração demonóxi<strong>do</strong> de nitrogênio ocorrem quan<strong>do</strong> o transporte <strong>do</strong>s poluentes se dá na direçãoNW/WNW.85


To<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong>Entre 07 e 12 hor<strong>as</strong>Entre 19 e 24 hor<strong>as</strong>Figura 6.4: Rosa de Poluição p<strong>ar</strong>a monóxi<strong>do</strong> de nitrogênio (Estação Centro)De forma análoga, porém não tão níti<strong>da</strong>, identifica-se, através <strong>da</strong> Figura 6.5, o mesmocomportamento quan<strong>do</strong> <strong>as</strong> concentrações de dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio foram considera<strong>da</strong>s.Maiores concentrações de NO 2 também ocorreram quan<strong>do</strong> a dispersão deu-se,principalmente, entre os setores <strong>no</strong>roeste e oeste-<strong>no</strong>roeste.86


To<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong>Entre 07 e 12 hor<strong>as</strong>Figura 6.5: Rosa de Poluição p<strong>ar</strong>a dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio (Estação Centro)Vale ressalt<strong>ar</strong> <strong>que</strong> o comportamento evidencia<strong>do</strong> através dest<strong>as</strong> análises indica <strong>que</strong> otransporte <strong>do</strong>s óxi<strong>do</strong>s de nitrogênio, importantes precursores <strong>da</strong> formação <strong>do</strong> poluenteozônio, ocorre, preferencialmente, com direção <strong>do</strong> vento <strong>no</strong>roeste indican<strong>do</strong> acontribuição pre<strong>do</strong>minante de emissões provenientes <strong>do</strong> tráfego de veículos automotoresna região (observ<strong>ar</strong> Figura 6.6). A pre<strong>do</strong>minância <strong>do</strong>s ventos <strong>no</strong>s setores SSE/SE/ESEobserva<strong>da</strong> na rosa de poluição p<strong>ar</strong>a o ozônio também pode indic<strong>ar</strong> contribuição deemissões atmosféric<strong>as</strong> provenientes <strong>do</strong> aeroporto Santos Dumont e de fontes móveisexistentes na<strong>que</strong>la determina<strong>da</strong> área.87


Transporte <strong>do</strong>sprecursoresTransporte <strong>do</strong>Poluente OzônioFigura 6.6: Avaliação <strong>da</strong>s possíveis fontes de emissão <strong>que</strong> contribuem com o lançamento<strong>do</strong>s óxi<strong>do</strong>s de nitrogênio e p<strong>ar</strong>a a formação <strong>do</strong> poluente ozônio (Estação Centro).b) Estação Jac<strong>ar</strong>epaguáAvalian<strong>do</strong> <strong>as</strong> condições de vento registra<strong>da</strong>s na Estação Jac<strong>ar</strong>epaguá <strong>no</strong> perío<strong>do</strong> entre oa<strong>no</strong> de 2000 e de 2005 (Figura 6.7), observa-se pre<strong>do</strong>minância <strong>da</strong>s direções sulsu<strong>do</strong>este/suln<strong>as</strong> quais também são registra<strong>da</strong>s situações de ventos mais fortes. Emgeral, verifica-se um índice médio de calm<strong>ar</strong>ia em tor<strong>no</strong> de 7%.88


Figura 6.7: Rosa <strong>do</strong>s Ventos (Estação Jac<strong>ar</strong>epaguá)Analisan<strong>do</strong> o regime de vento de acor<strong>do</strong> com o perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> dia, apresenta<strong>do</strong> na Figura6.8, observa-se pre<strong>do</strong>minância <strong>do</strong>s setores N/NNE/NE durante o perío<strong>do</strong> entre 01 e 12hor<strong>as</strong> e <strong>do</strong>s setores S/SSW <strong>no</strong> restante <strong>do</strong> dia. Tais condições podem est<strong>ar</strong> <strong>as</strong>socia<strong>da</strong>s àcirculação de brisa terrestre (N/NNE/NE), observa<strong>da</strong> mais cl<strong>ar</strong>amente durante amadruga<strong>da</strong> com ocorrência de ventos mais fracos (índice de calm<strong>ar</strong>ia mais alto), e debrisa m<strong>ar</strong>ítima (S/SSW), identifica<strong>da</strong> durante à t<strong>ar</strong>de com registros de ventos maisintensos.89


Entre 01 e 06 hor<strong>as</strong>Entre 07 e 12 hor<strong>as</strong>Entre 13 e 18 hor<strong>as</strong>Entre 19 e 00 hor<strong>as</strong>Figura 6.8: Rosa <strong>do</strong>s Ventos de acor<strong>do</strong> com a hora <strong>do</strong> dia (Estação Jac<strong>ar</strong>epaguá)A Figura 6.9 apresenta <strong>as</strong> ros<strong>as</strong> de poluição <strong>no</strong> <strong>que</strong> <strong>tange</strong> <strong>as</strong> concentrações de ozônioconsideran<strong>do</strong> to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> dia e o perío<strong>do</strong> <strong>no</strong> qual os maiores valores deconcentração <strong>do</strong> poluente são detecta<strong>do</strong>s. Em média, verifica-se uma ligeirapre<strong>do</strong>minância <strong>do</strong>s ventos de sul e sul-su<strong>do</strong>este quan<strong>do</strong> a análise é feita consideran<strong>do</strong>to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> dia. Contu<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> apen<strong>as</strong> o perío<strong>do</strong> <strong>da</strong> t<strong>ar</strong>de foi considera<strong>do</strong>, épossível observ<strong>ar</strong> <strong>que</strong> <strong>as</strong> alt<strong>as</strong> concentrações <strong>do</strong> poluente estão <strong>as</strong>socia<strong>da</strong>s aos ventos<strong>do</strong> setor S/SSW, concor<strong>da</strong>n<strong>do</strong> com a rosa <strong>do</strong>s ventos elabora<strong>da</strong>s p<strong>ar</strong>a o mesmo perío<strong>do</strong><strong>do</strong> dia.90


To<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong>Entre 13 e 18 hor<strong>as</strong>Figura 6.9: Rosa de Poluição p<strong>ar</strong>a o poluente ozônio (Estação Jac<strong>ar</strong>epaguá)Pode-se observ<strong>ar</strong>, através <strong>da</strong> rosa de poluição <strong>no</strong> <strong>que</strong> se refere ao poluente monóxi<strong>do</strong> denitrogênio (Figura 6.10) <strong>que</strong> o transporte deste, em geral, ocorre de acor<strong>do</strong> com ocomportamento <strong>do</strong> vento apresenta<strong>do</strong> na Figura 6.7. Tal comportamento pode indic<strong>ar</strong> acontribuição de fontes emissor<strong>as</strong> distribuí<strong>da</strong>s a NE e a SW <strong>da</strong> estação em <strong>que</strong>stão.91


To<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong>Entre 07 e 12 hor<strong>as</strong>Entre 19 e 24 hor<strong>as</strong>Figura 6.10: Rosa de Poluição p<strong>ar</strong>a monóxi<strong>do</strong> de nitrogênio (Estação Jac<strong>ar</strong>epaguá)O mesmo comportamento também pode ser identifica<strong>do</strong> através <strong>da</strong> rosa de poluiçãoconsideran<strong>do</strong> o dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio ilustra<strong>da</strong> na Figura 6.11. Em média, foramidentifica<strong>da</strong>s maiores concentrações provenientes <strong>da</strong>s direções S-SSW onde os ventossão mais intensos. Contu<strong>do</strong>, consideran<strong>do</strong> apen<strong>as</strong> o perío<strong>do</strong> <strong>da</strong> manhã, quan<strong>do</strong> os picosde concentração de NO 2 são verifica<strong>do</strong>s, <strong>no</strong>ta-se uma maior contribuição <strong>da</strong>scomponentes NNE-NE.92


To<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong>Entre 07 e 12 hor<strong>as</strong>Figura 6.11: Rosa de Poluição p<strong>ar</strong>a dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio (Estação Jac<strong>ar</strong>epaguá)A distribuição <strong>da</strong>s possíveis fontes de emissão de poluentes atmosféricos <strong>que</strong> contribuemp<strong>ar</strong>a o lançamento <strong>do</strong>s precursores e p<strong>ar</strong>a a formação <strong>do</strong> poluente ozônio está ilustra<strong>da</strong>na Figura 6.12. As condições meteorológic<strong>as</strong>, <strong>no</strong> <strong>que</strong> <strong>tange</strong> ao campo de vento p<strong>ar</strong>a aEstação Jac<strong>ar</strong>epaguá, indicam a contribuição de emissões atmosféric<strong>as</strong> provenientes defontes fix<strong>as</strong> e móveis localiza<strong>da</strong>s na Zona Norte e de p<strong>ar</strong>te <strong>do</strong>s bairros <strong>do</strong> Município <strong>do</strong>Rio de Janeiro de Jac<strong>ar</strong>epaguá e <strong>da</strong> B<strong>ar</strong>ra <strong>da</strong> Tijuca sobre os níveis de concentração deozônio e de seus precursores, os óxi<strong>do</strong>s de nitrogênio, na região.Transporte <strong>do</strong>sprecursores(pela manhã)Transporte <strong>do</strong>Poluente OzônioFigura 6.12: Avaliação <strong>da</strong>s possíveis fontes de emissão <strong>que</strong> contribuem com olançamento <strong>do</strong>s óxi<strong>do</strong>s de nitrogênio e p<strong>ar</strong>a a formação <strong>do</strong> poluente ozônio (EstaçãoJac<strong>ar</strong>epaguá).93


c) Estação Nova IguaçuA rosa <strong>do</strong>s ventos construí<strong>da</strong> consideran<strong>do</strong> os registros de direção e veloci<strong>da</strong>de <strong>do</strong>sventos obti<strong>do</strong>s através <strong>do</strong> METAR <strong>do</strong> aeroporto <strong>do</strong> Galeão pode ser observa<strong>do</strong> através <strong>da</strong>Figura 6.13. Verifica-se, então, uma ligeira pre<strong>do</strong>minância de ventos entre os setores sulsudeste/lestee, em me<strong>no</strong>r proporção, entre <strong>as</strong> direções <strong>no</strong>rte e <strong>no</strong>rte-<strong>no</strong>rdeste. Tambémidentifica-se um índice de calm<strong>ar</strong>i<strong>as</strong> igual a 10,7% <strong>do</strong> número total de registrosconsidera<strong>do</strong>s.Figura 6.13: Rosa <strong>do</strong>s Ventos (Estação Nova Iguaçu)A v<strong>ar</strong>iação <strong>do</strong> campo de vento em função <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> dia, ilustra<strong>do</strong> na Figura 6.14,revela significativ<strong>as</strong> alterações <strong>no</strong> <strong>que</strong> <strong>tange</strong> a direção pre<strong>do</strong>minante. Durante amadruga<strong>da</strong>, verifica-se uma ligeira pre<strong>do</strong>minância de ocorrência de vento entre os setoresSSE/E com percentual de calm<strong>ar</strong>ia superior a 14,5%. Pela manhã, entre 07 e 12 hor<strong>as</strong>,este índice atinge o valor de 17,0%, com uma ligeira pre<strong>do</strong>minância de vento <strong>da</strong> direçãoNorte. Apen<strong>as</strong> durante o perío<strong>do</strong> <strong>da</strong> t<strong>ar</strong>de e <strong>da</strong> <strong>no</strong>ite, entre 13 e 24 hor<strong>as</strong>, observa-se aocorrência de índices inferiores a 8% com ventos provenientes <strong>da</strong>s direções SE e SSE.94


Entre 01 e 06 hor<strong>as</strong>Entre 07 e 12 hor<strong>as</strong>Entre 13 e 18 hor<strong>as</strong>Entre 19 e 00 hor<strong>as</strong>Figura 6.14: Rosa <strong>do</strong>s Ventos de acor<strong>do</strong> com a hora <strong>do</strong> dia (Estação Nova Iguaçu)A rosa de poluição referente ao poluente ozônio durante to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> <strong>no</strong> qual foirealiza<strong>do</strong> o monitoramento (Figura 6.15) revela a ocorrência de maiores valores deconcentração quan<strong>do</strong> a direção <strong>do</strong> vento encontra-se, principalmente, entre os setoresleste e sudeste. Consideran<strong>do</strong> apen<strong>as</strong> os <strong>da</strong><strong>do</strong>s monitora<strong>do</strong>s entre 13 e 18 hor<strong>as</strong>, umcomportamento simil<strong>ar</strong> pode ser observa<strong>do</strong>.95


To<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong>Entre 13 e 18 hor<strong>as</strong>Figura 6.15: Rosa de Poluição p<strong>ar</strong>a o poluente ozônio (Estação Nova Iguaçu)Na Figura 6.16 são apresenta<strong>da</strong>s <strong>as</strong> ros<strong>as</strong> de poluição <strong>no</strong> <strong>que</strong> <strong>tange</strong> <strong>as</strong> concentrações demonóxi<strong>do</strong> de nitrogênio p<strong>ar</strong>a to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> dia e apen<strong>as</strong> os perío<strong>do</strong>s conten<strong>do</strong> oshorários <strong>no</strong>s quais <strong>as</strong> maiores concentrações de NO são observa<strong>da</strong>s. Através desta,torna-se cl<strong>ar</strong>o <strong>que</strong>, durante a <strong>no</strong>ite, a pre<strong>do</strong>minância <strong>do</strong>s ventos é de SSE-E,concor<strong>da</strong>n<strong>do</strong> com a rosa de poluição média p<strong>ar</strong>a to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> dia. Contu<strong>do</strong>, pelamanhã, os picos de concentração <strong>do</strong> poluente em <strong>que</strong>stão ocorrem quan<strong>do</strong> o <strong>ar</strong>r<strong>as</strong>te <strong>do</strong>spoluentes se dá, pre<strong>do</strong>minantemente na direção <strong>no</strong>rte.96


To<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong>Entre 07 e 12 hor<strong>as</strong>Entre 19 e 24 hor<strong>as</strong>Figura 6.16: Rosa de Poluição p<strong>ar</strong>a monóxi<strong>do</strong> de nitrogênio (Estação Nova Iguaçu)Um comportamento simil<strong>ar</strong> pode ser identifica<strong>do</strong> através <strong>da</strong> Figura 6.17 <strong>que</strong> apresenta <strong>ar</strong>osa de poluição consideran<strong>do</strong> <strong>as</strong> concentrações de dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio. Maioresconcentrações de NO 2 , em média, ocorreram de acor<strong>do</strong> com a direção <strong>do</strong> ventopre<strong>do</strong>minante registra<strong>da</strong> na região. Já durante o perío<strong>do</strong> <strong>da</strong> manhã, quan<strong>do</strong> <strong>as</strong>concentrações <strong>do</strong> poluente são máxim<strong>as</strong>, verifica-se <strong>que</strong> <strong>as</strong> maiores concentraçõesocorre, principalmente, <strong>as</strong>socia<strong>da</strong>s a ventos <strong>da</strong> direção <strong>no</strong>rte.97


To<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong>Entre 07 e 12 hor<strong>as</strong>Figura 6.17: Rosa de Poluição p<strong>ar</strong>a dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio (Estação Nova Iguaçu)Analisan<strong>do</strong> a Figura 6.18, verifica-se <strong>que</strong> a contribuição <strong>da</strong>s emissões atmosféric<strong>as</strong>provenientes de fontes fix<strong>as</strong> e móveis localiza<strong>da</strong>s na Zona Norte <strong>do</strong> Município <strong>do</strong> Rio deJaneiro e de fontes aloca<strong>da</strong>s <strong>no</strong>s municípios de Queima<strong>do</strong>s, Japeri e Nova Iguaçu <strong>no</strong> <strong>que</strong>se refere às concentrações <strong>do</strong>s óxi<strong>do</strong>s de nitrogênio sobre <strong>as</strong> concentrações <strong>do</strong> poluenteozônio, registra<strong>do</strong>s na Estação Nova Iguaçu.Transporte <strong>do</strong>sprecursores(pela manhã)Transporte <strong>do</strong>Poluente OzônioFigura 6.18: Avaliação <strong>da</strong>s possíveis fontes de emissão <strong>que</strong> contribuem com olançamento <strong>do</strong>s óxi<strong>do</strong>s de nitrogênio e p<strong>ar</strong>a a formação <strong>do</strong> poluente ozônio (EstaçãoNova Iguaçu).98


d) Estação Belford RoxoA rosa <strong>do</strong>s ventos construí<strong>da</strong> a p<strong>ar</strong>tir <strong>do</strong>s registros de direção e veloci<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s ventos naEstação Belford Roxo pode ser observa<strong>da</strong> através <strong>da</strong> Figura 6.19. Em média, verifica-sepre<strong>do</strong>minância <strong>do</strong>s ventos entre os setores SW-WSW e, em me<strong>no</strong>r proporção, entre <strong>as</strong>direções ENE-NE. Também identifica-se um índice percentual de 23% de condições decalm<strong>ar</strong>i<strong>as</strong>.Figura 6.19: Rosa <strong>do</strong>s Ventos (Estação Belford Roxo)Analisan<strong>do</strong> o campo de vento de acor<strong>do</strong> com o perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> dia (observ<strong>ar</strong> Figura 6.20), épossível verific<strong>ar</strong> a pre<strong>do</strong>minância <strong>do</strong> vento entre <strong>as</strong> direções sudeste e leste-<strong>no</strong>rdestedurante a madruga<strong>da</strong>. O índice de calm<strong>ar</strong>ia neste perío<strong>do</strong> atinge valor próximo a 50% <strong>do</strong>total de registros considera<strong>do</strong>s. Pela manhã, o percentual de ventos fracos cai pelametade e a direção <strong>do</strong>s ventos p<strong>as</strong>sa a oscil<strong>ar</strong> entre <strong>as</strong> direções NE-ENE e SW. Durantea t<strong>ar</strong>de, observa-se a ocorrência de ventos mais fortes e pre<strong>do</strong>minância <strong>do</strong>s ventos entreos setores SW e WNW. À <strong>no</strong>ite, o índice de calm<strong>ar</strong>ia volta a subir e a direção <strong>do</strong>s ventos,em média, v<strong>ar</strong>ia n<strong>as</strong> direções WSW-SW e NE.99


Entre 01 e 06 hor<strong>as</strong>Entre 07 e 12 hor<strong>as</strong>Entre 13 e 18 hor<strong>as</strong>Entre 19 e 00 hor<strong>as</strong>Figura 6.20: Rosa <strong>do</strong>s Ventos de acor<strong>do</strong> com a hora <strong>do</strong> dia (Estação Belford Roxo)A rosa de poluição consideran<strong>do</strong> os registros de concentração <strong>do</strong> poluente ozônio e dedireção e veloci<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s ventos durante to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> <strong>no</strong> qual foi realiza<strong>do</strong> omonitoramento pode ser observa<strong>do</strong> na Figura 6.21. Através desta, verifica-se <strong>que</strong> osmaiores valores de concentração são encontra<strong>do</strong>s quan<strong>do</strong> o vento pre<strong>do</strong>minante é <strong>da</strong>direção su<strong>do</strong>este. Este comportamento é cl<strong>ar</strong>amente verifica<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> foramconsidera<strong>do</strong>s apen<strong>as</strong> os registros obti<strong>do</strong>s <strong>no</strong> perío<strong>do</strong> entre 13 e 18 hor<strong>as</strong>. Vale ressalt<strong>ar</strong><strong>que</strong> a direção SW foi c<strong>ar</strong>acteriza<strong>da</strong> por ocorrência de ventos mais fracos.100


To<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong>Entre 13 e 18 hor<strong>as</strong>Figura 6.21: Rosa de Poluição p<strong>ar</strong>a o poluente ozônio (Estação Belford Roxo)Avalian<strong>do</strong> a rosa de poluição p<strong>ar</strong>a o dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio ilustra<strong>da</strong> na Figura 6.22,observa-se, em média, o mesmo comportamento quan<strong>do</strong> <strong>as</strong> concentrações <strong>do</strong> poluenteozônio foram considera<strong>da</strong>s. Entretanto, consideran<strong>do</strong> apen<strong>as</strong> o perío<strong>do</strong> <strong>no</strong> qual <strong>as</strong>maiores concentrações de NO 2 são registra<strong>da</strong>s, verifica-se a pre<strong>do</strong>minância,principalmente, <strong>do</strong>s ventos de <strong>no</strong>rdeste e leste-<strong>no</strong>rdeste. A direção SW também pode serdestaca<strong>da</strong> em amb<strong>as</strong> <strong>as</strong> ros<strong>as</strong> de poluição.To<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong>Entre 07 e 12 hor<strong>as</strong>Figura 6.22: Rosa de Poluição p<strong>ar</strong>a dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio (Estação Belford Roxo)A Figura 6.23 apresenta a avaliação <strong>da</strong>s possíveis contribuições de emissõesatmosféric<strong>as</strong> sobre <strong>as</strong> concentrações <strong>do</strong> poluente ozônio e <strong>do</strong>s óxi<strong>do</strong>s de nitrogênio101


egistra<strong>do</strong>s na Estação Belford Roxo. A direção pre<strong>do</strong>minante na qual o transporte <strong>do</strong>sprecursores é realiza<strong>do</strong>, durante o perío<strong>do</strong> manhã, indica a contribuição, em maior escala,de fontes móveis e fix<strong>as</strong> localiza<strong>da</strong>s <strong>no</strong>s municípios de Belford Roxo e Du<strong>que</strong> de Caxi<strong>as</strong>.Quanto ao transporte <strong>do</strong> poluente ozônio, destaca-se uma contribuição <strong>do</strong>s municípios deNilópolis e Mesquita, além de p<strong>ar</strong>te <strong>da</strong> Zona Norte <strong>do</strong> Rio de Janeiro. Também é possívelverific<strong>ar</strong> a influência <strong>do</strong> setor <strong>no</strong>roeste, <strong>no</strong> c<strong>as</strong>o <strong>do</strong> transporte <strong>do</strong> poluente ozônio, e <strong>do</strong>ssetores leste e su<strong>do</strong>este <strong>no</strong> c<strong>as</strong>o <strong>da</strong> advecção de dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio.Transporte <strong>do</strong>sprecursores(pela manhã)Transporte <strong>do</strong>Poluente OzônioFigura 6.23: Avaliação <strong>da</strong>s possíveis fontes de emissão <strong>que</strong> contribuem com olançamento <strong>do</strong>s óxi<strong>do</strong>s de nitrogênio e p<strong>ar</strong>a a formação <strong>do</strong> poluente ozônio (EstaçãoBelford Roxo).102


7. Análise <strong>da</strong> B<strong>as</strong>e de Da<strong>do</strong>s Meteorológicos e de Quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> Ar utilizan<strong>do</strong> aTécnica de “Data Mining”Nesse capítulo serão apresenta<strong>do</strong>s os resulta<strong>do</strong>s <strong>da</strong>s análises estatístic<strong>as</strong> <strong>do</strong> banco de<strong>da</strong><strong>do</strong>s referente a Estação Belford Roxo. O perío<strong>do</strong> de monitoramento utiliza<strong>do</strong> foi de 13de m<strong>ar</strong>ço de 2004 a 10 de setembro de 2005. Foram considera<strong>da</strong>s como v<strong>ar</strong>iáveis <strong>as</strong>concentrações <strong>do</strong>s poluentes ozônio e dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio, <strong>as</strong>sim como os seguintesp<strong>ar</strong>âmetros meteorológicos: direção e veloci<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s ventos, radiação sol<strong>ar</strong> total eultravioleta, precipitação pluviométrica, pressão atmosférica, temperatura <strong>do</strong> <strong>ar</strong> e umi<strong>da</strong>derelativa. Além <strong>da</strong>s meto<strong>do</strong>logi<strong>as</strong> tradicionais foram emprega<strong>da</strong>s técnic<strong>as</strong> de “<strong>da</strong>ta mining”,ou mineração de <strong>da</strong><strong>do</strong>s, p<strong>ar</strong>a complement<strong>ar</strong> a extração <strong>do</strong> conhecimento através <strong>do</strong>s<strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>ar</strong>mazena<strong>do</strong>s nessa b<strong>as</strong>e de <strong>da</strong><strong>do</strong>s. É importante destac<strong>ar</strong> <strong>que</strong> os maiores índicesde correlação, em to<strong>da</strong>s <strong>as</strong> simulações apresenta<strong>da</strong>s neste capítulo pouco ultrap<strong>as</strong>s<strong>ar</strong>amo valor de 0,6 (salvo a correlação entre <strong>as</strong> componentes <strong>da</strong> radiação total e ultravioleta<strong>que</strong> revelam correlações superiores a 0,95). Mesmo a correlação entre v<strong>ar</strong>iáveisaltamente correlaciona<strong>da</strong>s como radiação, temperatura e umi<strong>da</strong>de, não apresent<strong>ar</strong>amvalores muito superiores a este índice.É importante ressalt<strong>ar</strong> <strong>que</strong> seria muito importante p<strong>ar</strong>a a realização de estu<strong>do</strong>senvolven<strong>do</strong> a quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong> <strong>no</strong> <strong>que</strong> <strong>tange</strong> <strong>as</strong> concentrações de ozônio, a utilização de<strong>da</strong><strong>do</strong>s de concentração <strong>do</strong>s poluentes monóxi<strong>do</strong> de nitrogênio e <strong>do</strong>s compostos orgânicosvoláteis (COVs), com b<strong>as</strong>e na cinética <strong>da</strong>s reações químic<strong>as</strong> (observ<strong>ar</strong> Capítulo 2).7.1 Análises consideran<strong>do</strong> o banco de <strong>da</strong><strong>do</strong>s completo:Analisan<strong>do</strong> a matriz de correlação apresenta<strong>da</strong> na Figura 7.1, quan<strong>do</strong> a correlação line<strong>ar</strong>entre <strong>as</strong> concentrações de ozônio e <strong>as</strong> demais v<strong>ar</strong>iáveis, observa-se em desta<strong>que</strong> acorrelação negativa com a umi<strong>da</strong>de relativa <strong>do</strong> <strong>ar</strong> (-0,530). Também, é importanteressalt<strong>ar</strong> a correlação positiva entre o poluente ozônio e a radiação sol<strong>ar</strong> total (+0,474),temperatura <strong>do</strong> <strong>ar</strong> (+0,459), radiação sol<strong>ar</strong> ultravioleta (+0,450) e a veloci<strong>da</strong>de <strong>do</strong> vento(+0,289). Dentre <strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveis restantes, apen<strong>as</strong> hora <strong>do</strong> dia e a direção <strong>do</strong> ventoapresent<strong>ar</strong>am índice de correlação superiores a 0,1 (+0,178 e +0,116, respectivamente).103


Outro ponto a ser discuti<strong>do</strong> é o baixo índice de correlação entre <strong>as</strong> concentrações dedióxi<strong>do</strong> de nitrogênio e <strong>as</strong> concentrações de ozônio (-0,095). Tal fato pode ser umindicativo de <strong>que</strong> <strong>as</strong> concentrações de O 3 registra<strong>da</strong>s na Estação Belford Roxo não estãorelaciona<strong>da</strong>s a emissão local de precursores, ou seja, tanto os precursores como opróprio poluente ozônio podem est<strong>ar</strong> sen<strong>do</strong> advecta<strong>do</strong>s de outr<strong>as</strong> regiões. Essa deduçãoconcor<strong>da</strong> com os resulta<strong>do</strong>s observa<strong>do</strong>s <strong>no</strong> Capítulo 6 quan<strong>do</strong> foi destaca<strong>do</strong> <strong>que</strong> operío<strong>do</strong> <strong>no</strong> qual <strong>as</strong> maiores concentrações <strong>do</strong> poluente ozônio são registra<strong>da</strong>s, entre 13 e18 hor<strong>as</strong>, apresentou, em média, valores de veloci<strong>da</strong>de <strong>do</strong> vento mais intensa. Ain<strong>da</strong> deacor<strong>do</strong> com o Capítulo 6, pode-se destac<strong>ar</strong> <strong>que</strong> <strong>as</strong> direções SW e NW estão <strong>as</strong>socia<strong>da</strong>sàs máxim<strong>as</strong> concentrações de ozônio nesse perío<strong>do</strong>. Ess<strong>as</strong> observações indicam aimportância <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> integra<strong>do</strong> <strong>do</strong>s bancos de <strong>da</strong><strong>do</strong>s referentes às estações demonitoramento <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong> na região, objetivan<strong>do</strong> um melhor entendimento <strong>do</strong>smecanismos <strong>que</strong> contribuem p<strong>ar</strong>a os níveis de ozônio em uma região (advecção eprodução/destruição local).Em relação aos índices de correlação entre <strong>as</strong> concentrações de dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio e<strong>as</strong> demais v<strong>ar</strong>iáveis, pode-se destac<strong>ar</strong> a correlação com a radiação sol<strong>ar</strong> ultravioleta (-0,327), a radiação sol<strong>ar</strong> total (-0,320) e a hora <strong>do</strong> dia (+0,314).Com relação a análise <strong>da</strong> correlação negativa entre <strong>as</strong> concentrações <strong>do</strong> poluente ozônioe <strong>do</strong>s registros de umi<strong>da</strong>de relativa <strong>do</strong> <strong>ar</strong>, verifica-se <strong>que</strong> diferentes mecanismoscinéticos podem ocorrer de acor<strong>do</strong> com a presença ou não <strong>do</strong>s compostos orgânicosvoláteis (COVs) na atmosfera (Seinfeld, 1998). O primeiro seria a inibição <strong>da</strong> formação<strong>do</strong> ozônio em situações de atmosfera com alta umi<strong>da</strong>de, o <strong>que</strong> justific<strong>ar</strong>ia os índicessignificativos de correlação negativa entre o ozônio e a umi<strong>da</strong>de relativa (UR) . Nesseprocesso pode ocorrer reação <strong>da</strong> molécula de água com o oxigênio atômico, <strong>que</strong>potencialmente poderia form<strong>ar</strong> molécul<strong>as</strong> de ozônio.O segun<strong>do</strong> mecanismo ocorre quan<strong>do</strong> há presença de compostos orgânicos voláteis(COVs) na atmosfera. Nessa situação pode ocorrer destruição <strong>do</strong> ozônio troposférico,devi<strong>do</strong> a reação com radicais peroxila forma<strong>do</strong>s através <strong>da</strong>s sucessiv<strong>as</strong> rot<strong>as</strong> de reação<strong>da</strong> molécula de vapor d’água na atmosfera, <strong>no</strong>vamente justifican<strong>do</strong> os significativosíndices de correlação. Outro mecanismo cinético <strong>as</strong>socia<strong>do</strong> a presença <strong>do</strong>s COVs podepossibilit<strong>ar</strong> a amplificação <strong>da</strong> produção <strong>do</strong> ozônio, devi<strong>do</strong> a reação <strong>do</strong> radical peroxila com104


o óxi<strong>do</strong> de nitrogênio p<strong>ar</strong>a form<strong>ar</strong> dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio, <strong>que</strong> numa segun<strong>da</strong> etapa, podeform<strong>ar</strong> o poluente ozônio. Essa rota de reação química, conduzin<strong>do</strong> a produção <strong>do</strong>ozônio, deveria result<strong>ar</strong> em índice de correlação positivo entre o ozônio e a UR, o <strong>que</strong> nãofoi observa<strong>do</strong> <strong>no</strong> estu<strong>do</strong>.Além <strong>da</strong> análise <strong>do</strong>s mecanismos cinéticos, outra explicação p<strong>ar</strong>a o comportamentoidentifica<strong>do</strong> p<strong>ar</strong>a o índice de correlação pode est<strong>ar</strong> <strong>as</strong>socia<strong>do</strong> à resposta <strong>da</strong> URincidência de radiação sol<strong>ar</strong>, onde me<strong>no</strong>res índices de umi<strong>da</strong>de na superfície podem est<strong>ar</strong>relaciona<strong>do</strong>s aos horários <strong>do</strong> dia com maior fluxo de radiação e, conse<strong>que</strong>ntemente,maior formação de ozônio. No entanto, avalian<strong>do</strong> a Figura 7.1, <strong>no</strong>ta-se <strong>que</strong> ao índice decorrelação negativo <strong>do</strong> ozônio com a umi<strong>da</strong>de relativa é ligeiramente mais alto <strong>do</strong> <strong>que</strong> oíndice de correlação positivo com a radiação sol<strong>ar</strong> total e ultravioleta.P<strong>ar</strong>a complement<strong>ar</strong> a discussão sobre essa <strong>que</strong>stão, outr<strong>as</strong> análise serão feit<strong>as</strong> comauxílio <strong>da</strong>s técnic<strong>as</strong> de componentes principais e agrupamentos (den<strong>do</strong>grama), emconjunto com geração de um banco de <strong>da</strong><strong>do</strong>s com def<strong>as</strong>agem n<strong>as</strong> series temporais <strong>da</strong>radiação sol<strong>ar</strong> total e ultravioleta.105


Figura 7.1: Matriz de correlação consideran<strong>do</strong> o banco de <strong>da</strong><strong>do</strong>s completo.Consideran<strong>do</strong> o banco de <strong>da</strong><strong>do</strong>s completo foi realiza<strong>da</strong> uma Análise de ComponentesPrincipais (ACP), <strong>que</strong> objetiva a redução <strong>do</strong> número de v<strong>ar</strong>iáveis de um determina<strong>do</strong>problema e <strong>que</strong> permite determin<strong>ar</strong> quais v<strong>ar</strong>iáveis, ou conjunto dest<strong>as</strong>, seriamnecessári<strong>as</strong> p<strong>ar</strong>a explic<strong>ar</strong> a maior p<strong>ar</strong>te <strong>da</strong> v<strong>ar</strong>iabili<strong>da</strong>de <strong>do</strong> conjunto de <strong>da</strong><strong>do</strong>s. As trêscomponentes principais extraí<strong>da</strong>s foram:Componente 1 – 71,84% (71,84%)Componente 2 – 25,27% (97,80%)Componente 3 – 1,20% (99,00%)106


Os valores apresenta<strong>do</strong>s correspondem ao percentual <strong>do</strong> banco de <strong>da</strong><strong>do</strong>s “explica<strong>do</strong>” porca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s componentes extraí<strong>da</strong>s, ou seja, <strong>as</strong> componentes 1 e 2, por si só, explicam97,80% <strong>do</strong> banco de <strong>da</strong><strong>do</strong>s considera<strong>do</strong>s. Apen<strong>as</strong> 1% <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s não pode serrepresenta<strong>do</strong> pel<strong>as</strong> três componentes extraí<strong>da</strong>s.Ca<strong>da</strong> componente principal é composta pela combinação line<strong>ar</strong> de um subconjunto,representativo de um determina<strong>do</strong> comportamento comum à to<strong>da</strong>s v<strong>ar</strong>iáveis <strong>que</strong> ocompõem, e <strong>que</strong> podem ser defini<strong>da</strong>s como line<strong>ar</strong>mente dependentes. Ou seja, <strong>no</strong> c<strong>as</strong>o<strong>da</strong> concentração <strong>do</strong> O 3 , representa<strong>da</strong> na Figura 7.3, podemos perceber <strong>que</strong> a suav<strong>ar</strong>iabili<strong>da</strong>de pode ser explica<strong>da</strong> em p<strong>ar</strong>te pela combinação <strong>da</strong>s v<strong>ar</strong>iáveis <strong>que</strong> formam acomponente principal 1. No entanto, grande p<strong>ar</strong>te <strong>da</strong> sua v<strong>ar</strong>iabili<strong>da</strong>de não estáline<strong>ar</strong>mente <strong>as</strong>socia<strong>da</strong> <strong>as</strong> três componentes principais, fican<strong>do</strong> cl<strong>as</strong>sifica<strong>da</strong> como umacomponente residual. Tal fato pode est<strong>ar</strong> <strong>as</strong>socia<strong>do</strong> à ausência de outr<strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveisdiagnóstic<strong>as</strong> <strong>no</strong> banco de <strong>da</strong><strong>do</strong>s, como os compostos orgânicos voláteis, o monóxi<strong>do</strong> denitrogênio e mesmo informações referentes a outros pontos de monitoramento.Possivelmente, tais v<strong>ar</strong>iáveis poderiam complement<strong>ar</strong> a explicação <strong>da</strong> v<strong>ar</strong>iabili<strong>da</strong>de <strong>do</strong> O 3 ,compon<strong>do</strong> uma <strong>no</strong>va componente principal.Observan<strong>do</strong> a distribuição <strong>da</strong>s componentes principais (Figura 7.2 e 7.3), verifica-se <strong>que</strong> acomponente 1 encontra<strong>da</strong> na ACP (em vermelho), <strong>que</strong> apresentou um<strong>ar</strong>epresentativi<strong>da</strong>de de 71,8%, está presente em to<strong>da</strong>s <strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveis com me<strong>no</strong>r desta<strong>que</strong>n<strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveis referentes <strong>as</strong> concentrações de O 3 e a umi<strong>da</strong>de relativa. A segun<strong>da</strong>componente principal também está presente em qu<strong>as</strong>e to<strong>da</strong>s <strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveis, exceto n<strong>as</strong>concentrações <strong>do</strong> poluente ozônio. Comp<strong>ar</strong>an<strong>do</strong> a distribuição <strong>da</strong>s componentesprincipais na v<strong>ar</strong>iável ozônio percebe-se a ocorrência apen<strong>as</strong> <strong>da</strong>s componentes 1 eresidual. Cabe destac<strong>ar</strong> <strong>que</strong> a componente residual está presente de forma maissignificativa somente nessa v<strong>ar</strong>iável, n<strong>as</strong> concentrações de dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio e naumi<strong>da</strong>de relativa <strong>do</strong> <strong>ar</strong> (Figura 7.3). Também é importante ressalt<strong>ar</strong> <strong>que</strong> a componenteresidual ap<strong>ar</strong>ece n<strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveis <strong>que</strong> não têm seu ciclo de v<strong>ar</strong>iabili<strong>da</strong>de bem representa<strong>do</strong>pelos demais p<strong>ar</strong>âmetros descritos pel<strong>as</strong> componentes 1 e 2. Em outr<strong>as</strong> palavr<strong>as</strong>,componente residual est<strong>ar</strong>á presente n<strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveis <strong>que</strong> tem p<strong>ar</strong>te de sua v<strong>ar</strong>iabili<strong>da</strong>dedes<strong>as</strong>socia<strong>da</strong> <strong>do</strong> comportamento termodinâmico <strong>da</strong> atmosfera. Tal comportamento eraespera<strong>do</strong>, uma vez <strong>que</strong> <strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveis descrit<strong>as</strong> pel<strong>as</strong> CP 1 e 2 fazem p<strong>ar</strong>te de um mesmosistema termodinâmico e a concentração de poluentes não pertence diretamente a este107


sistema, apes<strong>ar</strong> de ser influencia<strong>da</strong> por ele. A única exceção <strong>da</strong>s v<strong>ar</strong>iáveis atmosféric<strong>as</strong>foi a umi<strong>da</strong>de relativa <strong>do</strong> <strong>ar</strong> <strong>que</strong> também apresentou uma componente residualsignificativa.Figura 7.2: Distribuição <strong>da</strong>s componentes principais n<strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveis <strong>do</strong> banco de <strong>da</strong><strong>do</strong>s.108


Figura 7.3: Distribuição <strong>da</strong>s componentes principais n<strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveis <strong>do</strong> banco de <strong>da</strong><strong>do</strong>s emdetalhe. Onde: o vermelho representa a componente 1, o azul a componente 2, o rosa a 3e o verde o resíduo.No den<strong>do</strong>grama apresenta<strong>do</strong> na Figura 7.4 observa-se em desta<strong>que</strong> a radiação sol<strong>ar</strong> totale a direção <strong>do</strong> vento <strong>que</strong> apresent<strong>ar</strong>am um alto grau de dissimil<strong>ar</strong>i<strong>da</strong>de (observ<strong>ar</strong> o eixo Y<strong>do</strong> den<strong>do</strong>grama). Em relação às concentrações de ozônio, verifica-se uma ligação maispróxima com <strong>as</strong> concentrações de NO 2 , a temperatura <strong>do</strong> <strong>ar</strong> e a umi<strong>da</strong>de relativa <strong>do</strong> <strong>ar</strong>.Tal observação revela <strong>que</strong> est<strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveis possuem dissimil<strong>ar</strong>i<strong>da</strong>des p<strong>ar</strong>eci<strong>da</strong>s, ou seja,seus ciclos, amplitudes, v<strong>ar</strong>iabili<strong>da</strong>des e, até possivelmente sua natureza podem sersemelhantes. Através desta análise também foi possível observ<strong>ar</strong> <strong>que</strong> <strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveisreferentes a pressão atmosférica, precipitação e veloci<strong>da</strong>de <strong>do</strong> vento não revel<strong>ar</strong>amsignificativa relação com <strong>as</strong> concentrações de ozônio, ou melhor, tais v<strong>ar</strong>iáveismeteorológic<strong>as</strong> apresent<strong>ar</strong>am dissimila<strong>da</strong>des semelhantes forman<strong>do</strong> “clusters”, ouagrupamentos, <strong>que</strong> diferem <strong>do</strong>s forma<strong>do</strong>s pel<strong>as</strong> concentrações <strong>do</strong>s poluentes e a UR.109


Figura 7.4: Den<strong>do</strong>grama <strong>do</strong>s Componentes Principais n<strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveis <strong>do</strong> banco de <strong>da</strong><strong>do</strong>scompleto.7.2 Análise consideran<strong>do</strong> apen<strong>as</strong> os <strong>da</strong><strong>do</strong>s gera<strong>do</strong>s durante o perío<strong>do</strong> comincidência de radiação sol<strong>ar</strong>Como apresenta<strong>do</strong> <strong>no</strong> Capítulo 2, a formação <strong>da</strong> molécula de ozônio se dá a p<strong>ar</strong>tir dereações químic<strong>as</strong> mediante a ação <strong>da</strong> radiação sol<strong>ar</strong> e de oxi<strong>da</strong>ções fotoquímic<strong>as</strong>. Dessaforma, serão considera<strong>do</strong>s neste c<strong>as</strong>o, apen<strong>as</strong> os registros referentes ao perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> diacom incidência de radiação sol<strong>ar</strong>. A matriz de correlação calcula<strong>da</strong> a p<strong>ar</strong>tir deste <strong>no</strong>vobanco de <strong>da</strong><strong>do</strong>s pode ser observa<strong>da</strong> na Figura 7.5. Avalian<strong>do</strong> a relação entre <strong>as</strong>concentrações de ozônio e <strong>as</strong> demais v<strong>ar</strong>iáveis e comp<strong>ar</strong>an<strong>do</strong>-<strong>as</strong> aos resulta<strong>do</strong>sapresenta<strong>do</strong>s quan<strong>do</strong> se considerou o banco de <strong>da</strong><strong>do</strong>s completo foi possível verific<strong>ar</strong> umaligeira diminuição <strong>do</strong>s índices de correlação com a umi<strong>da</strong>de relativa (-0,479), temperatura<strong>do</strong> <strong>ar</strong> (+0,439), radiação sol<strong>ar</strong> total e ultravioleta (+0,346 e +0,384).A diminuição destes índices de correlação pode ser justifica<strong>da</strong> quan<strong>do</strong> observa-se o perfilmédio dest<strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveis. As concentrações de ozônio, a temperatura <strong>do</strong> <strong>ar</strong> e amb<strong>as</strong> <strong>as</strong>110


componentes <strong>da</strong> radiação sol<strong>ar</strong> apresentam <strong>que</strong><strong>da</strong> <strong>no</strong>s valores observa<strong>do</strong>s durante operío<strong>do</strong> <strong>no</strong>tur<strong>no</strong>, enquanto a umi<strong>da</strong>de relativa registra comportamento inverso (comaumento <strong>do</strong>s valores à <strong>no</strong>ite). Tal diferença foi mais significativa <strong>no</strong> c<strong>as</strong>o <strong>da</strong> radiaçãosol<strong>ar</strong>, p<strong>ar</strong>âmetro <strong>que</strong>, durante a <strong>no</strong>ite, apresenta, de forma evidente, uma forte correlaçãocom <strong>as</strong> concentrações de ozônio, já <strong>que</strong> amb<strong>as</strong> <strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveis revelam valores próximos azero. É importante ressalt<strong>ar</strong> também o ligeiro aumento <strong>da</strong> correlação entre <strong>as</strong>concentrações <strong>do</strong> poluente ozônio e a hora <strong>do</strong> dia (+0,284). É váli<strong>do</strong> destac<strong>ar</strong> <strong>que</strong>, nestec<strong>as</strong>o, <strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveis correspondentes à hora <strong>do</strong> dia e a veloci<strong>da</strong>de <strong>do</strong> vento foram <strong>as</strong> <strong>que</strong>apresent<strong>ar</strong>am, em geral, algum aumento <strong>no</strong>s índices de correlação com, praticamente,to<strong>da</strong>s <strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveis considera<strong>da</strong>s. A hora <strong>do</strong> dia, por exemplo, p<strong>as</strong>sou a ser relativamentebem correlaciona<strong>da</strong> com a umi<strong>da</strong>de relativa (-0,466), a temperatura <strong>do</strong> <strong>ar</strong> (+0,422) e aveloci<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s ventos (+0,404). Este último p<strong>ar</strong>âmetro também apresentou maioresíndices de correlação com a temperatura <strong>do</strong> <strong>ar</strong> (+0,358) e com <strong>as</strong> concentrações de NO 2(-0,310), além <strong>da</strong>s v<strong>ar</strong>iáveis identifica<strong>da</strong>s anteriormente.Ain<strong>da</strong> em relação às concentrações de dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio também foi possível observ<strong>ar</strong>um ligeiro aumento <strong>no</strong>s índices de correlação com a radiação sol<strong>ar</strong> ultravioleta (-0,406), <strong>ar</strong>adiação sol<strong>ar</strong> total (-0,387), a temperatura <strong>do</strong> <strong>ar</strong> (-0,346) e a umi<strong>da</strong>de relativa (+0,338).Vale ressalt<strong>ar</strong> <strong>que</strong> os índices de correlação entre <strong>as</strong> concentrações de NO 2 e amb<strong>as</strong> <strong>as</strong>componentes <strong>da</strong> radiação sol<strong>ar</strong> revel<strong>ar</strong>am valores superiores aos verifica<strong>do</strong>s entre <strong>as</strong>concentrações de O 3 e <strong>as</strong> mesm<strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveis, corroboran<strong>do</strong> a ocorrência <strong>do</strong> processo defotodissociação na região.Outra discussão gera<strong>da</strong> a p<strong>ar</strong>tir destes resulta<strong>do</strong>s, refere-se aos índices de correlaçãoentre a veloci<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s ventos e <strong>as</strong> concentrações de ozônio e de dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio.No c<strong>as</strong>o <strong>da</strong> correlação com <strong>as</strong> concentrações de ozônio, foram verifica<strong>do</strong>s, em to<strong>da</strong>s <strong>as</strong>simulações realiza<strong>da</strong>s valores positivos, indican<strong>do</strong> <strong>que</strong> maiores valores de concentraçãosão alcança<strong>do</strong>s com maiores valores de veloci<strong>da</strong>de <strong>do</strong> vento enquanto <strong>que</strong>, p<strong>ar</strong>a <strong>as</strong>concentrações de NO 2 , observa-se o contrário (maiores valores quanto me<strong>no</strong>r é aveloci<strong>da</strong>de <strong>do</strong> vento). Tais resulta<strong>do</strong>s podem ser um indicativo de <strong>que</strong> <strong>as</strong> concentraçõesde dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio registra<strong>da</strong>s na Estação Belford Roxo são, de fato, produzi<strong>da</strong>s n<strong>ar</strong>egião de entor<strong>no</strong>, próxima à estação. O mesmo não pode ser dito <strong>da</strong>s concentrações deozônio <strong>que</strong> p<strong>ar</strong>ecem est<strong>ar</strong> relaciona<strong>da</strong>s ao transporte de precursores e <strong>do</strong> próprio ozônioprovenientes de outr<strong>as</strong> regiões. Esse comportamento condiz com os resulta<strong>do</strong>s111


apresenta<strong>do</strong>s <strong>no</strong> Capítulo 6. É importante relembr<strong>ar</strong> <strong>que</strong> <strong>as</strong> máxim<strong>as</strong> concentrações deozônio são registra<strong>da</strong>s <strong>no</strong> perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> dia em <strong>que</strong> os ventos são mais intensos enquantoos picos de concentrações de NO 2 são verifica<strong>do</strong>s em condições de ventos mais fracos. Oíndice de calm<strong>ar</strong>ia, durante a manhã, por exemplo, atinge valor superior a 20% <strong>do</strong>sregistros e, à t<strong>ar</strong>de, este valor não ultrap<strong>as</strong>sa 1,0% <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s considera<strong>do</strong>s.Com relação à direção <strong>do</strong> vento, a análise <strong>da</strong> sua correlação com <strong>as</strong> concentrações de O 3possui pouco significa<strong>do</strong> estatístico, ten<strong>do</strong> em vista <strong>que</strong> ess<strong>as</strong> concentrações estãorelaciona<strong>da</strong>s com a incidência <strong>do</strong> vento somente <strong>no</strong>s quadrantes SW e NW, comoobserva<strong>do</strong> <strong>no</strong> Capítulo 6. P<strong>ar</strong>a uma análise mais relevante entre ess<strong>as</strong> grandez<strong>as</strong> podeser utiliza<strong>da</strong> a técnica de regr<strong>as</strong> de <strong>as</strong>sociação, como apresenta<strong>do</strong> em CARVALHO et al(2004).112


Figura 7.5: Matriz de Correlação consideran<strong>do</strong> apen<strong>as</strong> registros referentes ao perío<strong>do</strong>quan<strong>do</strong> há incidência de radiação sol<strong>ar</strong>.A ACP realiza<strong>da</strong> a p<strong>ar</strong>tir <strong>do</strong> <strong>no</strong>vo banco de <strong>da</strong><strong>do</strong>s revelou <strong>as</strong> três componentes principaisapresenta<strong>da</strong>s abaixo. Vale destac<strong>ar</strong> <strong>que</strong> <strong>as</strong> componentes 1 e 2, por si só, explic<strong>ar</strong>iam98,71% <strong>da</strong> série de registros considera<strong>do</strong>s.Componente 1 – 85,98% (85,98%)Componente 2 – 12,73% (98,71%)Componente 3 – 0,63% (99,34%)113


A distribuição <strong>da</strong>s componentes principais de acor<strong>do</strong> com <strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveis está apresenta<strong>da</strong>n<strong>as</strong> Figur<strong>as</strong> 7.6 e 7.7. Através desta, pode-se identific<strong>ar</strong> <strong>que</strong> a componente 1 encontra<strong>da</strong>na ACP (em vermelho) está presente em to<strong>da</strong>s <strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveis. A componente 2 tambémpode ser encontra<strong>da</strong> em to<strong>da</strong>s <strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveis, com exceção <strong>da</strong> referente às concentraçõesde ozônio, descrita pela componente 1 e pela componente residual. À componente 3foram <strong>as</strong>socia<strong>da</strong>s a umi<strong>da</strong>de relativa, <strong>as</strong> concentrações de dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio, adireção <strong>do</strong> vento, radiação sol<strong>ar</strong> ultravioleta e a precipitação. Vale ressalt<strong>ar</strong> <strong>que</strong>,<strong>no</strong>vamente, a componente residual foi encontra<strong>da</strong> apen<strong>as</strong> n<strong>as</strong> concentrações de O 3 eNO 2 e, em me<strong>no</strong>r escala, na UR.Figura 7.6: Distribuição <strong>da</strong>s componentes principais n<strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveis <strong>do</strong> banco de <strong>da</strong><strong>do</strong>sconsideran<strong>do</strong> apen<strong>as</strong> registros referentes ao perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> dia com incidência de radiaçãosol<strong>ar</strong>.114


Figura 7.7: Distribuição <strong>da</strong>s componentes principais n<strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveis <strong>do</strong> banco de <strong>da</strong><strong>do</strong>sconsideran<strong>do</strong> apen<strong>as</strong> registros referentes ao perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> dia com incidência de radiaçãosol<strong>ar</strong>, em detalhe.Com b<strong>as</strong>e na análise <strong>do</strong> den<strong>do</strong>grama, apresenta<strong>do</strong> na Figura 7.8, pode-se destac<strong>ar</strong><strong>no</strong>vamente a grande dissimil<strong>ar</strong>i<strong>da</strong>de <strong>da</strong> radiação sol<strong>ar</strong> total e <strong>da</strong> direção <strong>do</strong> vento, <strong>as</strong>simcomo a pe<strong>que</strong>na relação <strong>do</strong> subconjunto forma<strong>do</strong> pela precipitação e pela veloci<strong>da</strong>de <strong>do</strong>vento. Contu<strong>do</strong>, a p<strong>ar</strong>tir <strong>da</strong> consideração <strong>do</strong>s registros efetua<strong>do</strong>s apen<strong>as</strong> durante operío<strong>do</strong> <strong>do</strong> dia com incidência de radiação sol<strong>ar</strong>, foi possível verific<strong>ar</strong> <strong>que</strong> <strong>as</strong>concentrações de ozônio foram agrupa<strong>da</strong>s com a umi<strong>da</strong>de relativa <strong>do</strong> <strong>ar</strong> e <strong>as</strong>concentrações de dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio, por sua vez, relaciona<strong>da</strong>s aos <strong>da</strong><strong>do</strong>s detemperatura <strong>do</strong> <strong>ar</strong>. Tal resulta<strong>do</strong> difere ligeiramente <strong>da</strong> análise anterior quan<strong>do</strong> <strong>as</strong>concentrações de ozônio e de dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio form<strong>ar</strong>am um sub-conjunto isola<strong>do</strong>. Arelação entre a temperatura e <strong>as</strong> concentrações de dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio, <strong>as</strong>sim comoentre a umi<strong>da</strong>de relativa <strong>do</strong> <strong>ar</strong> e <strong>as</strong> concentrações de ozônio também torn<strong>ar</strong>am-se maisníti<strong>da</strong>s.115


Figura 7.8: Den<strong>do</strong>grama consideran<strong>do</strong> apen<strong>as</strong> registros referentes ao perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> dia comincidência de radiação sol<strong>ar</strong>.7.2.1 Análises consideran<strong>do</strong> <strong>as</strong> séries de interesse def<strong>as</strong>a<strong>da</strong>s:Complementan<strong>do</strong> o presente estu<strong>do</strong>, <strong>as</strong> séries temporais <strong>da</strong>s v<strong>ar</strong>iáveis <strong>que</strong> apresentamum ciclo diur<strong>no</strong> facilmente observável (radiação sol<strong>ar</strong>, temperatura <strong>do</strong> <strong>ar</strong>, umi<strong>da</strong>de relativae dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio) foram avalia<strong>da</strong>s objetivan<strong>do</strong> identific<strong>ar</strong> a necessi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>reestruturação <strong>do</strong> banco de <strong>da</strong><strong>do</strong>s com b<strong>as</strong>e na def<strong>as</strong>agem dess<strong>as</strong> séries em relação àsérie <strong>do</strong>s demais p<strong>ar</strong>âmetros.Em média, conforme verifica<strong>do</strong> <strong>no</strong> Capítulo 5, <strong>as</strong> maiores concentrações de ozônio naEstação Belford Roxo são registra<strong>da</strong>s às 13 hor<strong>as</strong> enquanto <strong>as</strong> maiores concentrações dedióxi<strong>do</strong> de nitrogênio correspondem, durante à <strong>no</strong>ite, às 19:00 hor<strong>as</strong> e, durante o dia, às09:00. É importante ressalt<strong>ar</strong> o papel <strong>da</strong> advecção neste c<strong>as</strong>o. O pico de concentração dedióxi<strong>do</strong> de nitrogênio <strong>que</strong> é monitora<strong>do</strong> às 19 hor<strong>as</strong> acontece, em média, 18 hor<strong>as</strong> antes<strong>do</strong> horário <strong>no</strong> qual <strong>as</strong> máxim<strong>as</strong> concentrações de ozônio são medi<strong>da</strong>s sen<strong>do</strong>,provavelmente, transporta<strong>da</strong>s com o vento p<strong>ar</strong>a outr<strong>as</strong> regiões. Dessa forma, <strong>as</strong>116


concentrações de NO 2 , durante a <strong>no</strong>ite, não devem ser <strong>as</strong> responsáveis pela formaçãolocal <strong>da</strong>s molécul<strong>as</strong> de ozônio <strong>que</strong> são registra<strong>da</strong>s <strong>no</strong> início <strong>da</strong> t<strong>ar</strong>de, exceto em situaçõesde calm<strong>ar</strong>ia <strong>que</strong> durem o b<strong>as</strong>tante p<strong>ar</strong>a tal acontecimento. Logo, considera-se apen<strong>as</strong> <strong>que</strong>o pico de concentração registra<strong>do</strong>, durante o dia, às 09:00, possa est<strong>ar</strong> relaciona<strong>do</strong> àsconcentrações de ozônio monitora<strong>da</strong>s à t<strong>ar</strong>de. Por conseguinte, a série de NO 2 serádef<strong>as</strong>a<strong>da</strong> em quatro hor<strong>as</strong>.O perfil médio <strong>da</strong>s v<strong>ar</strong>iáveis meteorológic<strong>as</strong> cita<strong>do</strong> acima pode ser observa<strong>do</strong> através <strong>da</strong>sFigur<strong>as</strong> 7.9 e 7.10. Verifica-se <strong>que</strong> os maiores valores médios de temperatura e osme<strong>no</strong>res valores médios de umi<strong>da</strong>de relativa <strong>do</strong> <strong>ar</strong> ocorrem às 13 hor<strong>as</strong>, simultaneamenteao horário onde, em geral, <strong>as</strong> máxim<strong>as</strong> concentrações de O 3 são registra<strong>da</strong>s. Já <strong>ar</strong>adiação sol<strong>ar</strong> apresenta pico de intensi<strong>da</strong>de média ao meio dia. Dessa forma, dentre osp<strong>ar</strong>âmetros meteorológicos apen<strong>as</strong> <strong>as</strong> séries referentes à radiação sol<strong>ar</strong> total e à radiaçãosol<strong>ar</strong> ultravioleta serão def<strong>as</strong>a<strong>da</strong>s em 1 hora.29272523211917150002040608101214161820221009080706050141210864200002040608101214161820226005004003002001000TemperaturaURRadiação UVRadiação TotalFigura 7.9: Perfil médio diário <strong>da</strong> temperatura<strong>do</strong> <strong>ar</strong> e <strong>da</strong> Umi<strong>da</strong>de Relativa na EstaçãoBelford Roxo.Figura 7.10: Perfil médio diário <strong>da</strong> radiaçãosol<strong>ar</strong> total e ultravioleta na Estação BelfordRoxo.a) Def<strong>as</strong>an<strong>do</strong> a série de NO 2 em 4 hor<strong>as</strong>Manten<strong>do</strong> a def<strong>as</strong>agem de 4 hor<strong>as</strong> evidencia<strong>da</strong> através <strong>do</strong> Capítulo 5 foi obti<strong>da</strong> uma <strong>no</strong>vamatriz de correlação. A comp<strong>ar</strong>ação entre os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s anteriormente, sem adef<strong>as</strong>agem e com a def<strong>as</strong>agem de 4 hor<strong>as</strong>, consideran<strong>do</strong> apen<strong>as</strong> os <strong>da</strong><strong>do</strong>s referentes aoperío<strong>do</strong> diur<strong>no</strong>, podem ser observa<strong>do</strong>s na Tabela 7.1. Através desta, torna-se cl<strong>ar</strong>o <strong>que</strong>,em geral, os maiores índices de correlações <strong>da</strong>s concentrações de NO 2 , principalmente,117


<strong>no</strong> <strong>que</strong> <strong>tange</strong> a radiação sol<strong>ar</strong> UV e total, temperatura <strong>do</strong> <strong>ar</strong> e umi<strong>da</strong>de relativa, foramobti<strong>da</strong>s quan<strong>do</strong> foi considera<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> diur<strong>no</strong> sem def<strong>as</strong>agem. É váli<strong>do</strong> enfatiz<strong>ar</strong> <strong>que</strong> a<strong>que</strong><strong>da</strong> <strong>do</strong>s índices de correlação entre est<strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveis foi b<strong>as</strong>tante significativa,principalmente, <strong>no</strong> <strong>que</strong> <strong>tange</strong> a umi<strong>da</strong>de relativa e a temperatura <strong>do</strong> <strong>ar</strong>. A única exceção,neste c<strong>as</strong>o, foi à correlação com <strong>as</strong> concentrações de ozônio, <strong>que</strong> revelou resulta<strong>do</strong>ligeiramente superior ao encontra<strong>do</strong> anteriormente. Vale ain<strong>da</strong> destac<strong>ar</strong> <strong>que</strong> este aumento<strong>no</strong> índice de correlação entre <strong>as</strong> concentrações de O 3 e NO 2 revelou resulta<strong>do</strong>ssignificativos. É importante ressalt<strong>ar</strong> <strong>que</strong> um teste acrescentan<strong>do</strong> v<strong>ar</strong>iáveiscorrespondentes às concentrações de dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio def<strong>as</strong>a<strong>da</strong>s progressivamentede hora em hora (de NO 2 +1 a NO 2 +24) foi efetua<strong>do</strong>. A p<strong>ar</strong>tir deste, verificou-se <strong>que</strong> omaior índice de correlação entre est<strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveis foi obti<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> <strong>as</strong> concentrações dedióxi<strong>do</strong> de nitrogênio foram def<strong>as</strong>a<strong>da</strong>s em 17 hor<strong>as</strong> (+0,317). Tal resulta<strong>do</strong>, nãoobserva<strong>do</strong> com cl<strong>ar</strong>eza <strong>no</strong> Capítulo 6, pode est<strong>ar</strong> relaciona<strong>do</strong> a influência <strong>do</strong> transporteadvectivo na região.Tabela 7.1: Comp<strong>ar</strong>ação <strong>do</strong>s índices de correlação entre <strong>as</strong> concentrações de dióxi<strong>do</strong> denitrogênio sem e com def<strong>as</strong>agem em 4 hor<strong>as</strong>, consideran<strong>do</strong> apen<strong>as</strong> os registrosefetua<strong>do</strong>s durante o perío<strong>do</strong> diur<strong>no</strong>.V<strong>ar</strong>iáveis NO 2NO 2 def<strong>as</strong>a<strong>do</strong>em 4 hor<strong>as</strong>Hora <strong>do</strong> dia-0,03 -0,034Precipitação 0,006 0,013Pressão 0,101 0,028Temperatura -0,346 -0,05UR 0,338 -0,013Rad Sol<strong>ar</strong> UV -0,406 0,147Rad Sol<strong>ar</strong> Total -0,387 0,117Dir Vento 0,1 -0,054Vel Vento -0,31 -0,013Ozônio -0,085 0,139Através <strong>do</strong> cálculo <strong>da</strong>s componentes principais foi possível identific<strong>ar</strong> a seguintedistribuição <strong>da</strong>s componentes, <strong>que</strong> revelou resulta<strong>do</strong> muito simil<strong>ar</strong> ao verifica<strong>do</strong> na análiseconsideran<strong>do</strong> apen<strong>as</strong> os <strong>da</strong><strong>do</strong>s registra<strong>do</strong>s durante o perío<strong>do</strong> de incidência de radiaçãosol<strong>ar</strong>.118


Componente 1 – 85,98% (85,98%)Componente 2 – 12,77% (98,75%)Componente 3 – 0,60% (99,35%)A p<strong>ar</strong>tir <strong>da</strong> distribuição <strong>da</strong>s componentes principais, de acor<strong>do</strong> com <strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveis, ilustra<strong>da</strong>n<strong>as</strong> Figur<strong>as</strong> 7.11 e 7.12, verifica-se um comportamento simil<strong>ar</strong> ao identifica<strong>do</strong> na análiseanterior. Novamente, a componente 1 ap<strong>ar</strong>eceu em to<strong>da</strong>s <strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveis. O mesmo, comexceção <strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveis referentes às concentrações de ozônio e de dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio,também foi verifica<strong>do</strong> avalian<strong>do</strong> a componente 2. A v<strong>ar</strong>iabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s concentrações <strong>do</strong>spoluentes considera<strong>do</strong>s são descrit<strong>as</strong> apen<strong>as</strong> pel<strong>as</strong> componentes 1 e residual, o <strong>que</strong>difere <strong>da</strong>s análises anteriores, principalmente <strong>no</strong> <strong>que</strong> diz respeito a distribuição <strong>da</strong>scomponentes principais <strong>no</strong> NO 2 .Figura 7.11: Distribuição <strong>da</strong>s componentes principais n<strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveis <strong>do</strong> banco de <strong>da</strong><strong>do</strong>sconsideran<strong>do</strong> apen<strong>as</strong> registros referentes ao perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> dia e def<strong>as</strong>agem <strong>da</strong> série deconcentrações de NO 2 de 4 hor<strong>as</strong>.119


Figura 7.12: Distribuição <strong>da</strong>s componentes principais n<strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveis <strong>do</strong> banco de <strong>da</strong><strong>do</strong>sconsideran<strong>do</strong> apen<strong>as</strong> registros referentes ao perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> dia e def<strong>as</strong>agem <strong>da</strong> série deconcentrações de NO 2 de 4 hor<strong>as</strong>, em detalhe.Através <strong>da</strong> análise <strong>do</strong> den<strong>do</strong>grama, ilustra<strong>do</strong> na Figura 7.13, pode-se destac<strong>ar</strong> oagrupamento <strong>da</strong>s v<strong>ar</strong>iáveis concentração de ozônio e umi<strong>da</strong>de relativa e <strong>da</strong>sconcentrações de dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio com a temperatura <strong>do</strong> <strong>ar</strong>. O agrupamento revela<strong>que</strong>, conforme discuti<strong>do</strong> anteriormente, tais v<strong>ar</strong>iáveis apresentam ciclos, amplitudes ev<strong>ar</strong>iabili<strong>da</strong>des semelhantes. Assim como o apresenta<strong>do</strong> anteriormente, altos índices dedissimil<strong>ar</strong>i<strong>da</strong>de foram verifica<strong>do</strong>s p<strong>ar</strong>a a radiação sol<strong>ar</strong> total e a direção <strong>do</strong> vento. Deforma oposta, baixos valores de dissimil<strong>ar</strong>i<strong>da</strong>de foram encontra<strong>do</strong>s na pressãoatmosférica, na precipitação e na veloci<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s ventos.120


Figura 7.13: Den<strong>do</strong>grama consideran<strong>do</strong> apen<strong>as</strong> registros referentes ao perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> dia edef<strong>as</strong>agem <strong>da</strong> série de concentrações de NO 2 de 4 hor<strong>as</strong> com incidência de radiaçãosol<strong>ar</strong>.b) Def<strong>as</strong>an<strong>do</strong> a série de radiação sol<strong>ar</strong> total e ultravioleta em 1 horaA comp<strong>ar</strong>ação entre os resulta<strong>do</strong>s de correlação obti<strong>do</strong>s consideran<strong>do</strong> o banco de <strong>da</strong><strong>do</strong>sconten<strong>do</strong> apen<strong>as</strong> os registros referentes ao perío<strong>do</strong> diur<strong>no</strong> com e sem a def<strong>as</strong>agem de 1hora, <strong>no</strong> <strong>que</strong> <strong>tange</strong> <strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveis radiação sol<strong>ar</strong> total e radiação sol<strong>ar</strong> ultraviolet<strong>as</strong>, pode serobserva<strong>da</strong> n<strong>as</strong> Tabel<strong>as</strong> 7.2 e 7.3. O comportamento de ambos os p<strong>ar</strong>âmetros foi b<strong>as</strong>tantesimil<strong>ar</strong>, de acor<strong>do</strong> com o espera<strong>do</strong>. Em geral, foi verifica<strong>do</strong> um ligeiro aumento <strong>no</strong>síndices de correlação <strong>que</strong> registr<strong>ar</strong>am os maiores valores quan<strong>do</strong> a def<strong>as</strong>agem <strong>da</strong>s sériesde radiação sol<strong>ar</strong> total e ultravioleta em 1 hora foi considera<strong>da</strong>.121


Tabela 7.2: Comp<strong>ar</strong>ação <strong>do</strong>s índices de correlação entre a radiação sol<strong>ar</strong> total sem e comdef<strong>as</strong>agem de 1 hora e <strong>as</strong> demais v<strong>ar</strong>iáveis consideran<strong>do</strong> <strong>as</strong> simulações conten<strong>do</strong> obanco de <strong>da</strong><strong>do</strong>s completo e apen<strong>as</strong> o perío<strong>do</strong> diur<strong>no</strong>.V<strong>ar</strong>iáveis Radiação TotalRadiação Totaldef<strong>as</strong>a<strong>da</strong> em 1 horaHora <strong>do</strong> dia-0,052 -0,021Precipitação -0,068 -0,047Pressão -0,063 -0,082Temperatura 0,525 0,595UR -0,558 -0,643Rad Sol<strong>ar</strong> UV 0,969 0,967Dir Vento -0,098 -0,014Vel Vento 0,206 0,305NO 2 -0,387 -0,464Ozônio 0,384 0,452Tabela 7.3: Comp<strong>ar</strong>ação <strong>do</strong>s índices de correlação entre a radiação sol<strong>ar</strong> ultravioleta seme com def<strong>as</strong>agem de 1 hora e <strong>as</strong> demais v<strong>ar</strong>iáveis consideran<strong>do</strong> <strong>as</strong> simulações conten<strong>do</strong>o banco de <strong>da</strong><strong>do</strong>s completo e apen<strong>as</strong> o perío<strong>do</strong> diur<strong>no</strong>.V<strong>ar</strong>iáveisRadiação UVRadiação UVdef<strong>as</strong>a<strong>da</strong> em 1 horaHora <strong>do</strong> dia -0,058 -0,031Precipitação -0,064 -0,041Pressão -0,059 -0,084Temperatura 0,503 0,6UR -0,525 -0,639Rad Sol<strong>ar</strong> Total 0,969 0,967Dir Vento -0,095 -0,004Vel Vento 0,223 0,334NO 2 -0,406 -0,512Ozônio 0,347 0,429122


As componentes principais identifica<strong>da</strong>s a p<strong>ar</strong>tir <strong>da</strong> <strong>no</strong>va ACP foram:Componente 1 – 86,38% (86,38%)Componente 2 – 12,39% (98,77%)Componente 3 – 0,60 (99,37%)A distribuição <strong>da</strong>s componentes principais de acor<strong>do</strong> com <strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveis pode serobserva<strong>da</strong> através <strong>da</strong>s Figur<strong>as</strong> 7.14 e 7.15. Através desta, é possível verific<strong>ar</strong> <strong>que</strong> acomponente 1 foi encontra<strong>da</strong> em to<strong>da</strong>s <strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveis considera<strong>da</strong>s por este estu<strong>do</strong>. Já acomponente 2 foi identifica<strong>da</strong> apen<strong>as</strong> <strong>no</strong>s p<strong>ar</strong>âmetros meteorológicos, com exceção <strong>da</strong>hora <strong>do</strong> dia, enquanto a componente 3 ap<strong>ar</strong>eceu apen<strong>as</strong> n<strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveis correspondentes<strong>as</strong> concentrações de dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio e a umi<strong>da</strong>de relativa <strong>do</strong> <strong>ar</strong>. Vale ressalt<strong>ar</strong> <strong>que</strong> opoluente ozônio foi descrito pel<strong>as</strong> componentes 1 e residual. A componente residualtambém foi encontra<strong>da</strong> na v<strong>ar</strong>iável referente às concentrações de dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio,concor<strong>da</strong>n<strong>do</strong> com os resulta<strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s anteriormente.Figura 7.14: Distribuição <strong>da</strong>s componentes principais n<strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveis <strong>do</strong> banco de <strong>da</strong><strong>do</strong>sconsideran<strong>do</strong> apen<strong>as</strong> registros referentes ao perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> dia e def<strong>as</strong>agem <strong>da</strong> série deradiação sol<strong>ar</strong> total e ultravioleta de 1 hora com incidência de radiação sol<strong>ar</strong>.123


Figura 7.15: Distribuição <strong>da</strong>s componentes principais n<strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveis <strong>do</strong> banco de <strong>da</strong><strong>do</strong>sconsideran<strong>do</strong> apen<strong>as</strong> registros referentes ao perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> dia e def<strong>as</strong>agem <strong>da</strong> série deradiação sol<strong>ar</strong> total e ultravioleta de 1 hora com incidência de radiação sol<strong>ar</strong>, em detalhe.A Figura 7.16 apresenta o den<strong>do</strong>grama construí<strong>do</strong> consideran<strong>do</strong> o banco de <strong>da</strong><strong>do</strong>s comapen<strong>as</strong> os registros referentes ao perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> dia, com def<strong>as</strong>agem <strong>da</strong>s séries de radiaçãosol<strong>ar</strong> total e ultravioleta em 1 hora. De forma análoga ao apresenta<strong>do</strong> na análise anterior,pode-se destac<strong>ar</strong> o agrupamento entre <strong>as</strong> concentrações de ozônio e a umi<strong>da</strong>de relativa<strong>do</strong> <strong>ar</strong>. Este subconjunto também mostrou-se relaciona<strong>do</strong> <strong>as</strong> concentrações de NO 2 <strong>que</strong>,por sua vez, foi agrupa<strong>do</strong> com a temperatura <strong>do</strong> <strong>ar</strong>. Vale relembr<strong>ar</strong> <strong>que</strong> resulta<strong>do</strong>srelacionan<strong>do</strong> est<strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveis também foram encontra<strong>do</strong>s por meio <strong>da</strong>s matrizes decorrelação e <strong>da</strong> Análise de Componentes Principais.124


Figura 7.16: Den<strong>do</strong>grama consideran<strong>do</strong> apen<strong>as</strong> registros referentes ao perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> diacom def<strong>as</strong>agem <strong>da</strong>s séries de radiação sol<strong>ar</strong> total e ultravioleta em 1 hora.125


8. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕESA avaliação <strong>da</strong>s concentrações de ozônio e <strong>do</strong>s óxi<strong>do</strong>s de nitrogênio monitora<strong>da</strong>s naRMRJ entre 2000 e 2005 possibilitou a identificação <strong>do</strong> comportamento <strong>da</strong> concentração<strong>do</strong>s poluentes segun<strong>do</strong> divers<strong>as</strong> escal<strong>as</strong> de tempo como <strong>as</strong> médi<strong>as</strong> anuais, mensais, deacor<strong>do</strong> com o dia <strong>da</strong> semana e a hora <strong>do</strong> dia.Em relação <strong>as</strong> concentrações médi<strong>as</strong> anuais de ozônio ao longo <strong>do</strong>s últimos 6 a<strong>no</strong>sverificou-se um aumento na magnitude destes valores, em to<strong>da</strong>s <strong>as</strong> estaçõesconsidera<strong>da</strong>s. Dentre est<strong>as</strong>, até o a<strong>no</strong> de 2003, a Estação Nova Iguaçu foi a <strong>que</strong>apresentou a maior v<strong>ar</strong>iabili<strong>da</strong>de e os maiores valores médios. Entretanto, a p<strong>ar</strong>tir de2004, a Estação Belford Roxo p<strong>as</strong>sou a apresent<strong>ar</strong> valores de concentração ain<strong>da</strong> maiseleva<strong>do</strong>s. Vale ressalt<strong>ar</strong> <strong>que</strong>, apes<strong>ar</strong> <strong>da</strong> localização <strong>da</strong>s estações considera<strong>da</strong>s serdesfavorável à detecção de alt<strong>as</strong> concentrações de ozônio, por conta <strong>da</strong> proximi<strong>da</strong>de comvi<strong>as</strong> de tráfego intenso, to<strong>da</strong>s <strong>as</strong> estações revel<strong>ar</strong>am a ocorrência de violações ao padrãode quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong> estabeleci<strong>do</strong> pela Resolução CONAMA 03/90.No <strong>que</strong> se refere aos óxi<strong>do</strong>s de nitrogênio, verificou-se uma grande v<strong>ar</strong>iabili<strong>da</strong>de <strong>no</strong>svalores médios de NO, com desta<strong>que</strong> p<strong>ar</strong>a a Estação Centro. O mesmo comportamentotambém foi destaca<strong>do</strong> p<strong>ar</strong>a <strong>as</strong> concentrações de NO2, principalmente, <strong>no</strong> <strong>que</strong> se refere<strong>as</strong> Estações Jac<strong>ar</strong>epaguá e Nova Iguaçu). A comp<strong>ar</strong>ação entre o perfil médio <strong>da</strong> razãoentre <strong>as</strong> concentrações de dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio e <strong>as</strong> de monóxi<strong>do</strong> de nitrogênio (NO 2 /NO)com <strong>as</strong> concentrações de ozônio revelou algum<strong>as</strong> simil<strong>ar</strong>i<strong>da</strong>des, p<strong>ar</strong>ticul<strong>ar</strong>mente, <strong>no</strong> <strong>que</strong><strong>tange</strong> o comportamento registra<strong>do</strong> na Estação Nova Iguaçu.Analisan<strong>do</strong> o comportamento médio mensal <strong>da</strong>s concentrações de ozônio foi possívelobserv<strong>ar</strong> <strong>que</strong>, em geral, os maiores valores correspondem ao perío<strong>do</strong> entre os meses deagosto e fevereiro enquanto os me<strong>no</strong>res valores são registra<strong>do</strong>s de m<strong>ar</strong>ço a julho. Asimil<strong>ar</strong>i<strong>da</strong>de entre os perfis médios identifica<strong>do</strong>s n<strong>as</strong> Estações Centro e Jac<strong>ar</strong>epaguáindicou a influência pre<strong>do</strong>minante de fontes móveis nest<strong>as</strong> estações uma <strong>da</strong>s caus<strong>as</strong>desta semelhança.126


A avaliação <strong>do</strong> perfil médio <strong>da</strong>s concentrações de ozônio e <strong>do</strong>s óxi<strong>do</strong>s de nitrogênio, deacor<strong>do</strong> com o dia <strong>da</strong> semana, revelou um comportamento simil<strong>ar</strong> em to<strong>da</strong>s <strong>as</strong> estaçõesconsidera<strong>da</strong>s. Maiores valores médios de concentração de O 3 foram observa<strong>da</strong>s duranteos finais de semana (sába<strong>do</strong>s e <strong>do</strong>mingos) enquanto os óxi<strong>do</strong>s de nitrogênioapresent<strong>ar</strong>am maiores valores durante os di<strong>as</strong> úteis, quan<strong>do</strong> o tráfego de veículos é maisintenso. A explicação p<strong>ar</strong>a a ocorrência de maiores valores médios de concentração deO 3 durante os finais de semana deve-se à diminuição <strong>da</strong> concentração <strong>do</strong> poluente NO e,em p<strong>ar</strong>ticul<strong>ar</strong>, ao aumento <strong>da</strong> relação <strong>da</strong> razão <strong>da</strong> concentração <strong>do</strong>s poluentes NO 2 /NO,diminuin<strong>do</strong> <strong>as</strong> tax<strong>as</strong> de consumo de ozônio devi<strong>do</strong> à reação com o poluente monóxi<strong>do</strong> denitrogênio.O comportamento médio horário <strong>da</strong>s concentrações de ozônio também revelou umagrande simil<strong>ar</strong>i<strong>da</strong>de entre os perfis médios horários de to<strong>da</strong>s <strong>as</strong> estações considera<strong>da</strong>scom a ocorrência de valores eleva<strong>do</strong>s sen<strong>do</strong> registra<strong>do</strong>s <strong>no</strong> perío<strong>do</strong> entre 13:00 e 15:00,pouc<strong>as</strong> hor<strong>as</strong> após o horário onde é verifica<strong>da</strong> a máxima incidência de radiação sol<strong>ar</strong>. Noperío<strong>do</strong> <strong>no</strong>tur<strong>no</strong>, <strong>as</strong> concentrações de ozônio registram uma rápi<strong>da</strong> diminuição,principalmente, por conta <strong>da</strong> deposição seca na superfície e às per<strong>da</strong>s com <strong>as</strong> reaçõesquímic<strong>as</strong>. Como não há incidência de radiação sol<strong>ar</strong> durante a <strong>no</strong>ite, não há formação de<strong>no</strong>v<strong>as</strong> molécul<strong>as</strong> de ozônio e a concentração <strong>do</strong> poluente tende a cair de forma brusca.No <strong>que</strong> <strong>tange</strong> o comportamento médio horário <strong>da</strong>s concentrações <strong>do</strong>s óxi<strong>do</strong>s denitrogênio identificou-se um perfil simil<strong>ar</strong> em to<strong>da</strong>s <strong>as</strong> estações considera<strong>da</strong>s com picosde concentração pela manhã e durante a <strong>no</strong>ite, provavelmente <strong>as</strong>socia<strong>do</strong>s ao tráfego deveículos.Por meio <strong>da</strong> análise <strong>da</strong>s ros<strong>as</strong> <strong>do</strong>s ventos e ros<strong>as</strong> de poluição foi possível identific<strong>ar</strong>,juntamente com os <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong> invent<strong>ar</strong>io de emissões atmosféric<strong>as</strong> p<strong>ar</strong>a a RMRJ (FEEMA,2002), quais seriam <strong>as</strong> fontes <strong>que</strong> mais contribuiriam p<strong>ar</strong>a <strong>as</strong> concentrações de ozônio ep<strong>ar</strong>a <strong>as</strong> concentrações <strong>do</strong>s óxi<strong>do</strong>s de nitrogênio registra<strong>da</strong>s n<strong>as</strong> estações considera<strong>da</strong>s.P<strong>ar</strong>a a Estação Centro foi indica<strong>da</strong> a contribuição de emissões atmosféric<strong>as</strong> <strong>do</strong> aeroportoSantos Dumont e de fontes móveis existentes na<strong>que</strong>la área. Em Jac<strong>ar</strong>epaguá, verificousea contribuição de emissões provenientes de fontes fix<strong>as</strong> e móveis localiza<strong>da</strong>s na ZonaNorte e de p<strong>ar</strong>te <strong>do</strong>s bairros de Jac<strong>ar</strong>epaguá e <strong>da</strong> B<strong>ar</strong>ra <strong>da</strong> Tijuca. Na Estação NovaIguaçu foi identifica<strong>da</strong> à contribuição <strong>da</strong>s emissões de fontes fix<strong>as</strong> e móveis localiza<strong>da</strong>sna Zona Norte e <strong>no</strong>s municípios de Queima<strong>do</strong>s, Japeri e Nova Iguaçu. Um127


comportamento simil<strong>ar</strong> também foi verifica<strong>do</strong> p<strong>ar</strong>a a Estação Belford Roxo ondeidentificou-se a contribuição de fontes móveis e fix<strong>as</strong> localiza<strong>da</strong>s em municípios <strong>da</strong>Baixa<strong>da</strong> Fluminense e de p<strong>ar</strong>te <strong>da</strong> Zona Norte <strong>do</strong> Rio de Janeiro.Através <strong>da</strong>s análises com a técnica de Data Mining, realiza<strong>da</strong>s com o banco de <strong>da</strong><strong>do</strong>sreferentes ao monitoramento p<strong>ar</strong>a a Estação Belford Roxo, foi possível destac<strong>ar</strong> a relaçãoentre <strong>as</strong> concentrações <strong>do</strong>s poluentes e determina<strong>da</strong>s v<strong>ar</strong>iáveis meteorológic<strong>as</strong>. Aavaliação <strong>da</strong>s matrizes de correlação revelou, em to<strong>da</strong>s <strong>as</strong> simulações considera<strong>da</strong>s,índices <strong>que</strong> pouco ultrap<strong>as</strong>s<strong>ar</strong>am o valor de 0,6, excetuan<strong>do</strong> a correlação entre <strong>as</strong>componentes <strong>da</strong> radiação total e ultravioleta <strong>que</strong> apresent<strong>ar</strong>am valores superiores a 0,95.Até mesmo a correlação entre p<strong>ar</strong>âmetros altamente relaciona<strong>do</strong>s como a radiação,temperatura e umi<strong>da</strong>de relativa, não revel<strong>ar</strong>am índices muito superiores a este valor.Dessa forma, pode-se dizer <strong>que</strong> os índices de correlação obti<strong>do</strong>s entre <strong>as</strong> concentraçõesde poluentes e determina<strong>do</strong>s p<strong>ar</strong>âmetros meteorológicos, como os obti<strong>do</strong>s entre <strong>as</strong>concentrações de ozônio e a temperatura, umi<strong>da</strong>de relativa <strong>do</strong> <strong>ar</strong> e a radiação sol<strong>ar</strong>,revel<strong>ar</strong>am valores significativos.Durante este estu<strong>do</strong>, quatro simulações, conten<strong>do</strong> v<strong>ar</strong>iações <strong>do</strong> banco de <strong>da</strong><strong>do</strong>s utiliza<strong>do</strong>,foram realiza<strong>da</strong>s. As etap<strong>as</strong> p<strong>ar</strong>a a realização deste, foram constituí<strong>da</strong>s pela construçãode matrizes de correlações, den<strong>do</strong>gram<strong>as</strong> e <strong>da</strong> análise de componentes principais p<strong>ar</strong>aca<strong>da</strong> uma dest<strong>as</strong> simulações. Por meio dest<strong>as</strong>, foi destaca<strong>da</strong> a correlação negativa entre<strong>as</strong> concentrações de O3 e a UR, <strong>as</strong>sim como, <strong>as</strong> correlações positiv<strong>as</strong> com a radiaçãosol<strong>ar</strong> total, ultravioleta, e a temperatura <strong>do</strong> <strong>ar</strong>. A relação entre <strong>as</strong> concentrações de O3 e aUR também foi identifica<strong>da</strong> pel<strong>as</strong> ACP e os den<strong>do</strong>gram<strong>as</strong> apresenta<strong>do</strong>s. A ligação com <strong>as</strong>concentrações de NO2 (não evidencia<strong>da</strong> através <strong>da</strong>s matrizes de correlação) e atemperatura <strong>do</strong> <strong>ar</strong> também obtiveram desta<strong>que</strong>.Os melhores resulta<strong>do</strong> encontra<strong>do</strong>s corresponderam ao banco de <strong>da</strong><strong>do</strong>s conten<strong>do</strong> osregistros referentes ao perío<strong>do</strong> diur<strong>no</strong> com def<strong>as</strong>agem de 1 hora, <strong>da</strong>s v<strong>ar</strong>iáveis radiaçãosol<strong>ar</strong> total e radiação sol<strong>ar</strong> ultravioleta. A p<strong>ar</strong>tir deste, pode-se verific<strong>ar</strong> umcomportamento b<strong>as</strong>tante simil<strong>ar</strong> com um ligeiro aumento <strong>no</strong>s índices de correlação. Osresulta<strong>do</strong>s verifica<strong>do</strong>s através <strong>da</strong> avaliação <strong>da</strong> distribuição <strong>da</strong>s componentes principaisrevel<strong>ar</strong>am <strong>que</strong> a componente residual foi utiliza<strong>da</strong> p<strong>ar</strong>a a descrever <strong>as</strong> v<strong>ar</strong>iáveisreferentes às concentrações de dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio e de ozônio enquanto a componente128


3 ap<strong>ar</strong>eceu n<strong>as</strong> concentrações de NO 2 e na umi<strong>da</strong>de relativa <strong>do</strong> <strong>ar</strong>. De forma análoga, oden<strong>do</strong>grama destacou o agrupamento entre <strong>as</strong> concentrações de ozônio e a umi<strong>da</strong>derelativa <strong>do</strong> <strong>ar</strong>. Este subconjunto também mostrou-se relaciona<strong>do</strong> <strong>as</strong> concentrações deNO 2 <strong>que</strong>, por sua vez, foi agrupa<strong>do</strong> com a temperatura <strong>do</strong> <strong>ar</strong>. Vale destac<strong>ar</strong>, <strong>que</strong> segun<strong>do</strong>Seinfeld (1998), p<strong>ar</strong>a <strong>as</strong> regiões de baix<strong>as</strong> latitudes e altitudes há uma forte influência <strong>da</strong>umi<strong>da</strong>de relativa <strong>do</strong> <strong>ar</strong> sobre o processo de destruição <strong>do</strong> ozônio, principalmente devi<strong>do</strong> àreação <strong>da</strong> molécula <strong>da</strong> água com o oxigênio atômico, resultan<strong>do</strong> na formação <strong>do</strong> radicalhidroperoxila e na posterior formação <strong>do</strong> radical peroxila, <strong>que</strong> apresenta reativi<strong>da</strong>de com oozônio. Dessa forma, <strong>no</strong>tamos <strong>que</strong> a técnica de mineração de <strong>da</strong><strong>do</strong>s permitiu identific<strong>ar</strong>um importante mecanismo cinético <strong>que</strong> está presente na atmosfera <strong>da</strong> RMRJ. Aidentificação <strong>da</strong> relação entre os altos níveis de ozônio, sob condições de baixa umi<strong>da</strong>de,pode ser utiliza<strong>do</strong> como mecanismo de previsão e alerta de possíveis violações <strong>do</strong>spadrões de quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong> relativo a este poluente.Como continuação deste trabalho, a p<strong>ar</strong>tir <strong>da</strong> aplicação de técnic<strong>as</strong> de mineração de<strong>da</strong><strong>do</strong>s, propõe-se a realização de um estu<strong>do</strong> integran<strong>do</strong> os <strong>da</strong><strong>do</strong>s de monitoramento <strong>da</strong>quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong> e <strong>da</strong>s condições meteorológic<strong>as</strong> referentes a to<strong>da</strong>s <strong>as</strong> estações presentesna RMRJ. A utilização de modelos de regr<strong>as</strong> de <strong>as</strong>sociação <strong>que</strong> possibilitem uma análisemais abrangente <strong>da</strong> relação entre <strong>as</strong> concentrações <strong>do</strong> poluente e de seus precursorescom a direção <strong>do</strong> vento, também, apresenta-se como proposta p<strong>ar</strong>a estu<strong>do</strong>s futuros.Outra <strong>que</strong>stão <strong>que</strong> deverá ser estu<strong>da</strong><strong>da</strong> futuramente envolve a avaliação <strong>do</strong> por<strong>que</strong> adef<strong>as</strong>agem <strong>da</strong>s concentrações de NO 2 em 17 hor<strong>as</strong> revelou-se melhor correlaciona<strong>da</strong> <strong>as</strong>maiores concentrações de ozônio registra<strong>da</strong>s na Estação Belford Roxo. Neste c<strong>as</strong>o, seráanalisa<strong>da</strong> a advecção e a possibili<strong>da</strong>de <strong>do</strong> transporte <strong>do</strong> dióxi<strong>do</strong> de nitrogênio est<strong>ar</strong>sen<strong>do</strong> transporta<strong>do</strong> p<strong>ar</strong>a outr<strong>as</strong> regiões e depois retorn<strong>ar</strong> como ozônio, devi<strong>do</strong> <strong>as</strong>c<strong>ar</strong>acterístic<strong>as</strong> de circulação <strong>da</strong> região, fortemente influencia<strong>da</strong> pelos regimes de brisam<strong>ar</strong>ítima e terrestre.Por fim, a p<strong>ar</strong>tir <strong>da</strong> realização deste estu<strong>do</strong>, foi possível identific<strong>ar</strong> a necessi<strong>da</strong>de deinvestimentos na atual rede de monitoramento contemplan<strong>do</strong> a amostragem <strong>do</strong>scompostos orgânicos voláteis, fun<strong>da</strong>mentais <strong>no</strong> processo de formação <strong>da</strong> molécula deozônio. O redimensionamento <strong>da</strong> rede de monitoramento engloban<strong>do</strong> a implantação deestações em áre<strong>as</strong> expost<strong>as</strong> a diferentes tipologi<strong>as</strong> de emissão também seria de grandevalia p<strong>ar</strong>a o real diagnóstico <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong> <strong>no</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio de Janeiro.129


9. Referênci<strong>as</strong> Bibliográfic<strong>as</strong>ARBILLA, G. Material Didático <strong>do</strong> Curso de Química Atmosférica. Instituto deQuímica/FEEMA. Rio de Janeiro, 2002.BEANEY, G. e GOUGH, W. A. The influence of tropospheric ozone on the air temperatureof the city of Toronto,Ont<strong>ar</strong>io,Cana<strong>da</strong>. Atmospheric Environment, v. 36, p. 2319-2325,2002.BRÖNNIMANN, S. e NEU, U. Weekend-Week<strong>da</strong>y differences of ne<strong>ar</strong> surface ozoneconcentrations in Switzerland for different meteorological conditions. AtmosphericEnvironment, v. 35, n. 8, p. 1127-1137, 1997.CARNEIRO, A. J. C. O Rio e sua região metropolitana: Um resgate de 60 a<strong>no</strong>s deinformações demográfic<strong>as</strong>, 2001.CARVALHO, V. S. B. e CAVALCANTI, P. M. P. S. Formação de ozônio troposférico n<strong>ar</strong>egião de Macaé. In: Congresso Br<strong>as</strong>ileiro de Meteorologia, XIII, 2004, Fortaleza. Anais<strong>do</strong> XIII Congresso Br<strong>as</strong>ileiro de Meteorologia. Fortaleza: 2004.CARVALHO, V. S. B., WALDHEIM, P. V. e MAIA, L. F. P. G. Primeira Campanha deMonitoramento <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> Ar <strong>no</strong> Município de Belford Roxo Utizan<strong>do</strong> o SistemaDo<strong>as</strong>. In: Congresso Br<strong>as</strong>ileiro de Meteorologia, XIII, 2004, Fortaleza. Anais <strong>do</strong> XIIICongresso Br<strong>as</strong>ileiro de Meteorologia. Fortaleza: 2004a.CARVALHO, V. S. B., CAVALCANTI, P. M. P. S., CATALDI, M. e PIMENTEL, L. C. G.Avaliação <strong>da</strong> Concentração <strong>do</strong> Ozônio e de seus precursores na RMRJ e correlaçãodeste com v<strong>ar</strong>iáveis meteorológic<strong>as</strong> durante o a<strong>no</strong> de 2002. In: Congresso Br<strong>as</strong>ileiro deMeteorologia, XIII, 2004, Fortaleza. Anais <strong>do</strong> XIII Congresso Br<strong>as</strong>ileiro deMeteorologia. Fortaleza: 2004b.CONSELHO NACIONAL DE MEIO AMBIENTE. Dispõe sobre padrões de quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong>,previstos <strong>no</strong> PRONAR. Resolução CONAMA n. 08, de 6 de dezembro de 1990.Disponível em . Acesso em 01/12/2004.130


COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL (CETESB). Estu<strong>do</strong> <strong>do</strong>Comportamento <strong>do</strong> Ozônio na Região Metropolitana de São Paulo. São Paulo, 2002.COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL (CETESB). Relatóriode quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong> <strong>no</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo – 2002. São Paulo, 2003.COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL (CETESB). Relatóriode quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong> <strong>no</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo – 2003. São Paulo, 2004.COMRIE, A.C. An all-se<strong>as</strong>on sy<strong>no</strong>ptic climatology of air pollution in the US–Mexico borderregion. Professional Geographer. V.48 (N°3), p.237–251. 1996DIEM, J.E., COMRIE, A.C. Air quality, climate, and policy: a c<strong>as</strong>e study of ozone pollutionin Tucson, Arizona. Professional Geographer. V.53 (N°4), p.469–491. 2001ECOSOFT CONSULTORIA E SOFTWARES AMBIENTAIS. ATMOS: Guia <strong>do</strong> Usuário.Vitória, 2004.ELMINIR, H. K. Dependence of urban air pollutants on meteorology. Science of TotalEnvironment, 350, p. 225-237, 2005.FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO RIO DE JANEIRO (FIRJAN). Rio in figures. 2004.FUNDAÇÃO CIDE. Centro de Informações e <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong> Rio de Janeiro. Disponível em. Acesso em 24 de janeiro de 2005.FUNDAÇÃO ESTADUAL DE ENGENHARIA DO MEIO AMBIENTE (FEEMA). Inventáriode Fontes de Emissão de Poluentes <strong>do</strong> Ar na Região Metropolitana <strong>do</strong> Rio deJaneiro. 2004.FUNDAÇÃO ESTADUAL DE ENGENHARIA DO MEIO AMBIENTE - DEUTSCHEGESELLSCHAFT FÜR TECHNISCHE ZUSAMMENARBEIT GMBH (FEEMA/GTZ).Quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>ar</strong> na Região Metropolitana <strong>do</strong> Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1995. 76p.131


HAN, J. e KAMBER, M. Data Mining: Concepts and Techni<strong>que</strong>. Morgan KaufmannPublishers, Inc. 2001.INMET Dep<strong>ar</strong>tamento Nacional de Meteorologia. Ministério <strong>da</strong> Agricultura e ReformaAgrária. Normais Climatológic<strong>as</strong>. Br<strong>as</strong>ília, 84 p. 1992.JENKIN, M.E., DAVIES, T. J. e STEDMAN, J. R. The origin and <strong>da</strong>y-of-week dependenceof photochemical ozone episodes in the UK. Atmospheric Environment, v. 36, p. 999-1013, 2002.JORQUERA, H. et al. Trends in air quality and population exposure in Santiago, Chile,1989–2001. International Journal of Environment and Pollution. V. 22, N°4, 2004.MARQUES, J. M. e MARQUES, M. A. M. As componentes principais <strong>no</strong> desc<strong>ar</strong>te dev<strong>ar</strong>iáveis em um modelo de regressão múltipla. Revista FAE, V.8, n.1, p.93-101. 2005NATIONAL RESEARCH COUNCIL (NRC), 1991. Rethinking the ozone problem inurban and regional air pollution. National Academic Press, W<strong>as</strong>hington, DC, 500pp.OPERADOR NACIONAL DO SISTEMA ELÉTRICO (ONS). Alteração <strong>do</strong> Critério deEscolha <strong>do</strong> PREVIVAZ com a Utilização de Técnic<strong>as</strong> de Data Mining – Revisão 2. NT082 / 2005.PONT, V. e FONTAN, J. Comp<strong>ar</strong>ison between weekend and week<strong>da</strong>y ozoneconcentration in l<strong>ar</strong>ge cities in France. Atmospheric Environment, v. 35, p. 1527-1535,2001.RAO, S.T., Ku, J.-Y., Berman, S., Zhang, K., Mao, H. Summertime ch<strong>ar</strong>acteristics of theatmospheric boun<strong>da</strong>ry layer and relationships to ozone levels over the e<strong>as</strong>tern UnitedStates. Pure and Applied Geophysics 160, 21–55.Shepp<strong>ar</strong>d, P. 2003.RUBIO, M.A. et al. Ozone and peroxyacetylnitrate in <strong>do</strong>wntown Santiago, Chile.Atmospheric environment. V. 38, N o 29, 2004.132


RYAN, W.F., DICKERSON, R.R. Regional transport of pollutants and implication s for8-hour ozone <strong>no</strong>n-attainment <strong>ar</strong>e<strong>as</strong> in M<strong>ar</strong>yland. Report prep<strong>ar</strong>ed for NationalGover<strong>no</strong>r’s Conference, 29pp. 2000.RYAN, W. F., PIETY, C. A. e LUEBEHUSEN, E. D. Air Quality Forec<strong>as</strong>ts in the Mid-Atlantic Region: Current Practice and Benchm<strong>ar</strong>k Skill. Weather and Forec<strong>as</strong>ting, v. 15,1999.SEINFELD, J.H. Atmospheric Chemistry and Physics of Air Pollution. New York: JohnWilley & Sons, 1986.SILLMAN, S. The relation between ozone, NOx, and hydroc<strong>ar</strong>bons in urban and pollutedrural environments. Atmospheric Environment. V.33, p.1821–1845. 1999SOUTH COAST AIR QUALITY MANAGEMENT DISTRICT (AQMD). Historic OzoneTrends (1976-Present). Disponível em .Acesso em 10 de m<strong>ar</strong>ço de 2006.U.S. DEPARTMENT OF HEALTH, EDUCATION, AND WELFARE. Air Quality Criteria forPhotochemical Oxi<strong>da</strong>nts. 1970.VALE, M. N. Agrupamentos de Da<strong>do</strong>s: Avaliação de Méto<strong>do</strong>s e Desenvolvimento deAplicativo p<strong>ar</strong>a Análise de Grupos. Dissertação de Mestra<strong>do</strong> - Programa de Pós-Graduação em Engenh<strong>ar</strong>ia Elétrica <strong>da</strong> PUC-Rio. 2005.VANDERSTRAETEN, P., WILLETTE, F., DUMONT, G., 1996. Working <strong>da</strong>y versus <strong>no</strong>nworking<strong>da</strong>y ambient ozone concentrations in Brussels and in Belgium. In: Borrell, P.M.,Borrell, P., Kelly, K., Cvit<strong>as</strong>, T., Seiler, W. (Eds.), Proceedings of EUROTRACSymposium '96, Vol. 1. Computational Mechanics Publications, Southampton.VECCHI, R. e VALLI, G. Ozone <strong>as</strong>sessment in the southern p<strong>ar</strong>t of the Alps.Atmospheric Environment. V.33, p. 97-109. 1999.133


VUKOVICH, F.M., GUINNUP, D. An Investigation of the Meteorological Effects on OzoneDuring the 1995 OTAG Episode in the Northe<strong>as</strong>t Corri<strong>do</strong>r. Proceedings of the 91 stAnnual Meeting and Exhibition of the A&WMA. 14–18 June 1998, San Diego, CA.1998.VUKOVICH, F.M., SHERWELL, J., WAYLAND, R.. Ch<strong>ar</strong>acteristics of ozone in theBaltimore-W<strong>as</strong>hington <strong>ar</strong>ea established from 1-hour average observations. Journal of Airand W<strong>as</strong>te Management Association 49, 794–803. 1999.VUKOVICH, F. M. e SHERWELL, J. An examination of the relationship between certainmeteorological p<strong>ar</strong>ameters and surface ozone v<strong>ar</strong>iations in the Baltimore–W<strong>as</strong>hingtoncorri<strong>do</strong>r. Atmospheric Environment. V.37, p. 971-981. 2003.WISE, E. K. e COMRIE, A. C. Meteorologically adjusted urban air quality trends in theSouthwestern United States. Atmospheric Environment. V.39, p. 2969-2980. 2005.134

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!