Renata de Barros Lima - UFRJ
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<strong>Renata</strong> <strong>de</strong> <strong>Barros</strong> <strong>Lima</strong><br />
BIOLIXIVIAÇÃO DE CONCENTRADO DE FLOTAÇÃO DE<br />
SULFETOS DE COBRE<br />
Dissertação <strong>de</strong> Mestrado apresentada ao<br />
Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Tecnologia <strong>de</strong><br />
Processos Químicos e Bioquímicos, Escola <strong>de</strong><br />
Química, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />
como parte dos requisitos necessários à<br />
obtenção do título <strong>de</strong> Mestre em Ciências.<br />
Orientadores: Selma Gomes Ferreira Leite, D. Sc.<br />
Luis Gonzaga Santos Sobral, PhD.<br />
Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />
2006
LIMA, RENATA DE BARROS<br />
Biolixiviação <strong>de</strong> Concentrado <strong>de</strong> Flotação <strong>de</strong> Sulfetos <strong>de</strong><br />
Cobre / <strong>Renata</strong> <strong>de</strong> <strong>Barros</strong> <strong>Lima</strong>, 2006.<br />
N° xix p.90<br />
Dissertação (Mestrado em Tecnologia <strong>de</strong> Processos Químicos e<br />
Bioquímicos) – Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio <strong>de</strong> Janeiro, Escola <strong>de</strong><br />
Química, Rio <strong>de</strong> Janeiro, 2006.<br />
Orientadores: Selma Gomes Ferreira Leite<br />
Luis Gonzaga Santos Sobral<br />
1. Biolixiviação. 2. Jarosita. 3. Calcopirita. 4. Bornita<br />
I. Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio <strong>de</strong> Janeiro, Programa <strong>de</strong> Pós-<br />
Graduação em Processos Químicos e Bioquímicos. II. Título.<br />
ii
<strong>Renata</strong> <strong>de</strong> <strong>Barros</strong> <strong>Lima</strong><br />
BIOLIXIVIAÇÃO DE CONCENTRADO DE FLOTAÇÃO DE<br />
SULFETOS DE COBRE<br />
Rio <strong>de</strong> Janeiro, <strong>de</strong> <strong>de</strong> 2006.<br />
Aprovada por:<br />
Profª. Selma Gomes Ferreira Leite, D. Sc. – Orientadora<br />
DEB/EQ/<strong>UFRJ</strong><br />
Prof. Luís Gonzaga Santos Sobral, PhD. – Orientador<br />
CPMA/CETEM<br />
iii<br />
Profª. Eliana Flávia Camporese Sérvulo, D.Sc.<br />
DEB/EQ/<strong>UFRJ</strong><br />
RIO DE JANEIRO<br />
2006<br />
Cláudia Duarte da Cunha, D.Sc.<br />
IMCPG/<strong>UFRJ</strong><br />
Prof. Oswaldo Garcia Júnior, D.Sc.<br />
IQ/UNESP
Dedico este trabalho àquelas que sempre foram um exemplo <strong>de</strong> vida a<br />
seguir: minha mãe Evanilce e minhas avós Nilda e Aroilma, por<br />
todo apoio e segurança que tive, e às duas pessoas que amo<br />
incondicionalmente: minhas irmãs Marcela e Beatriz.<br />
Ao meu pai Fábio e meu Rodrigo: mais uma conquista nossa!<br />
iv
AGRADECIMENTOS<br />
Aos meus Orientadores Selma Gomes Ferreira Leite e Luís Gonzaga Santos Sobral, por<br />
toda confiança <strong>de</strong>positada em mim, pelos ensinamentos e amiza<strong>de</strong> que guardarei<br />
eternamente.<br />
Ao Ronaldo Santos, Andrea Rizzo e Judith Liliana, pela confiança, amiza<strong>de</strong> e por todo<br />
suporte as minhas dúvidas.<br />
Aos amigos do Laboratório 3 do CPMA/SPMB - CETEM, que com o espírito <strong>de</strong><br />
cooperação sempre me auxiliaram nos momentos que precisei. Ao Sr. Ary Caldas, e em<br />
especial a minha amiga Grace Maria pelo apoio e amiza<strong>de</strong> <strong>de</strong>positados a mim por todos<br />
esses anos.<br />
À toda equipe <strong>de</strong> trabalho do CETEM, que graças a nossa amiza<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ixamos <strong>de</strong> ser<br />
colegas <strong>de</strong> trabalhos e nos tornamos amigos inseparáveis: Priscila Xavier, Débora Monteiro<br />
(a quem <strong>de</strong>vo muito da parte experimental, além das incansáveis conversas noturnas),<br />
Gabrielle Bard, Diego Cara (meu consultor em parte <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ia respiratória), Juan Guerrero,<br />
Isaías Júnior, André Ventura e Helena Hummer.<br />
À Vanessa A. Rocha, Thais Fernan<strong>de</strong>s, Mona Ab<strong>de</strong>l-Rehim, Nilza Miranda, Nelma<br />
Domingues, Fernandinha Arruda, Carla Barbato e Monica <strong>Lima</strong> por todas as análises<br />
químicas e ajustes realizados na minha dissertação.<br />
Às amigas Aline O. Fernan<strong>de</strong>s e Lidiane M. <strong>Barros</strong>, por toda força e por me mostrarem o<br />
sentido da palavra AMIZADE.<br />
Aos amigos Aline e Bruno, Amanda e Sandro pelos momentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontração.<br />
Ao Centro <strong>de</strong> Tecnologia Mineral (CETEM), na pessoa do seu Diretor, Dr. Adão Benvindo<br />
da Luz, pelo suporte logístico.<br />
v
À equipe do Laboratório <strong>de</strong> Biohidrometalurgia, do Instituto <strong>de</strong> Química da UNESP, por<br />
todo apoio e gentileza na doação das cepas <strong>de</strong> Acidithiobacillus ferrooxidans utilizadas<br />
neste trabalho.<br />
À Mineração Caraíba S.A.pelo suporte logístico e, em particular, ao Dr. Paulo Me<strong>de</strong>iros,<br />
quem <strong>de</strong>positou toda confiança na equipe executora do Projeto <strong>de</strong> Biolixiviação <strong>de</strong><br />
Concentrados <strong>de</strong> Flotação <strong>de</strong> Sulfetos <strong>de</strong> Cobre produzido nas instalações daquela empresa.<br />
À GeoBiotics por partilhar suas experiências em processos biotecnológicos, em particular,<br />
os processos <strong>de</strong> lixiviação bio-assistida que culminou com os resultados satisfatórios da<br />
extração <strong>de</strong> cobre do concentrado supracitado acenando para uma alternativa tecnológica ao<br />
processo flash smelting.<br />
À Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio <strong>de</strong> Janeiro, especialmente a Escola <strong>de</strong> Química, pela<br />
oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realização do curso.<br />
Àqueles que participaram <strong>de</strong>ste projeto, direta ou indiretamente. Para os que não<br />
participaram do projeto, mas somente da minha vida afetiva. Aos que me fizeram críticas,<br />
tanto positivas quanto negativas, e que me fizeram crescer.<br />
vi
RESUMO<br />
LIMA. <strong>Renata</strong> <strong>de</strong> <strong>Barros</strong>. Biolixiviação <strong>de</strong> Concentrado <strong>de</strong> Flotação <strong>de</strong> Sulfetos <strong>de</strong><br />
Cobre. Orientadores: Profª. Dra. Selma Gomes Ferreira Leite e Prof. Dr. Luis Gonzaga<br />
Santos Sobral. Rio <strong>de</strong> Janeiro: <strong>UFRJ</strong>/EQ, 2006. Dissertação (Mestrado em Tecnologia <strong>de</strong><br />
Processos Químicos e Bioquímicos).<br />
A lixiviação bio-assistida <strong>de</strong> concentrado <strong>de</strong> flotação, produzido nas instalações da<br />
Mineração Caraíba, foi iniciada com a utilização dos microrganismos presentes na água<br />
ácida <strong>de</strong> mina coletada diretamente da mina <strong>de</strong> cobre situada na Mineração Caraíba, além<br />
<strong>de</strong> uma linhagem <strong>de</strong> bactéria da espécie Acidithiobacillus ferroxidans. Essa linhagem foi<br />
proveniente <strong>de</strong> uma jazida <strong>de</strong> minério <strong>de</strong> cobre primário, da mina <strong>de</strong> Surubim/Bahia,<br />
pertencente à mesma mineração. O concentrado em questão, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> caracterizado<br />
tecnologicamente, era constituído, principalmente, <strong>de</strong> calcopirita (CuFeS2) e bornita<br />
(Cu5FeS4) com teores, aproximadamente, <strong>de</strong> 70 e 30%, respectivamente. O alto teor <strong>de</strong><br />
calcopirita nesse concentrado acarretou, <strong>de</strong>vido à sua refratarieda<strong>de</strong>, uma maior dificulda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> extração <strong>de</strong> cobre a partir <strong>de</strong>sse sulfeto utilizando, tão somente, o microrganismo<br />
supracitado. Isso foi constatado, <strong>de</strong> posse dos resultados analíticos das concentrações <strong>de</strong><br />
cobre, íons ferrosos e férricos e da aferição dos valores <strong>de</strong> pH e Eh, ao longo dos ensaios <strong>de</strong><br />
biolixiviação, como sendo <strong>de</strong>vido a não geração <strong>de</strong> ácido sulfúrico, quando da sua<br />
solubilização, fato que exigiu um monitoramento constante <strong>de</strong>sses parâmetros para se<br />
evitar, principalmente, a elevação <strong>de</strong> pH, fato que acarretaria a precipitação <strong>de</strong> sais <strong>de</strong> ferro<br />
(hidróxidos e jarosita). Esse fenômeno foi constatado, em alguns ensaios, <strong>de</strong>vido,<br />
certamente, a uma elevação súbita <strong>de</strong> pH e confirmado, pela análise por difração <strong>de</strong> raios-<br />
X, como sendo um precipitado <strong>de</strong> jarosita a qual contém, em sua composição, íons férricos<br />
diminuindo, <strong>de</strong> forma prejudicial, o po<strong>de</strong>r oxidante do meio reacional. In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte dos<br />
inconvenientes supracitados, guardados os <strong>de</strong>vidos ajustes operacionais, uma extração <strong>de</strong><br />
cobre da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 67% foi alcançada num espaço <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong> 62 dias.<br />
vii
ABSTRACT<br />
LIMA. <strong>Renata</strong> <strong>de</strong> <strong>Barros</strong>. Bioleaching of Flotation Concentrate Containing Copper<br />
Sulphi<strong>de</strong>s. Advisors: Profª. Dra. Selma Gomes Ferreira Leite e Prof. Dr. Luis Gonzaga<br />
Santos Sobral. Rio <strong>de</strong> Janeiro: <strong>UFRJ</strong>/EQ, 2006. Dissertation (Master of Technology of<br />
Chemical and Biochemical Processes)<br />
The bio-assisted leaching of the flotation concentrate, produced in Caraíba's Mining<br />
facilities, was initiate with the use of microorganisms present in the acid mine drainage<br />
collected directly from the copper mine located at Caraíba Mining Company, besi<strong>de</strong>s the<br />
microorganism strain of the Acidithiobacillus ferroxidans species. That strain was<br />
originated from a primary copper ore, from Surubim mine/Bahia, belonging to the same<br />
mining company. The concentrate un<strong>de</strong>r study, after being characterized technologically,<br />
was constituted, mainly, of chalcopyrite (CuFeS2) and bornite (Cu5FeS4) with contents,<br />
approximately, of 70 and 30%, respectively. The high chalcopyrite content in that<br />
concentrate caused, due to its refractory characteristics, a larger difficulty of copper<br />
extraction from this sulphi<strong>de</strong> using, only, the aforementioned microorganism. That was<br />
verified, according to the analytical results of copper, ferrous and ferric ions concentrations<br />
and the monitoring of pH and Eh values, along the bioleaching tests, as being due to no<br />
sulphuric acid generation, during its solubilization, which <strong>de</strong>man<strong>de</strong>d a constant monitoring<br />
of those parameters to avoid, mainly, the pH raising that would provoke the precipitation of<br />
iron salts (hydroxi<strong>de</strong>s and jarosite). That phenomenon was verified, in some tests, due,<br />
certainly, to a sud<strong>de</strong>n pH raising and confirmed, through x –ray diffraction analysis, as<br />
being a jarosite precipitate, which contains, in its composition, ferric ions <strong>de</strong>creasing, in a<br />
<strong>de</strong>trimental way, the oxidizing power of the reaction system. In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt of the<br />
aforementioned inconveniences, proceeding the operational adjustments, a copper<br />
extraction around 67% was reached within 62 days.<br />
viii
LISTA DE FIGURAS<br />
Figura 1 - Circuito do processamento primário do minério primário. 6<br />
Figura 2 - Circuito <strong>de</strong> moagem do material proveniente do circuito <strong>de</strong> britagem. 7<br />
Figura 3 - Circuito <strong>de</strong> flotação utilizado na obtenção do concentrado <strong>de</strong> sulfeto <strong>de</strong><br />
cobre.<br />
8<br />
Figura 4 - Mecanismos <strong>de</strong> Biolixiviação: Direto e Indireto (Smith,1991). 20<br />
Figura 5 - Soluções padrões para a confecção da curva padrão para dosagem <strong>de</strong> 35<br />
proteína total.<br />
Figura 6 - (A)Frasco <strong>de</strong> reações utilizado no respirômetro <strong>de</strong> Warburg: (B) poço<br />
central, (C) reservatório lateral para a adição das células.<br />
Figura 7 - Frasco <strong>de</strong> reação, com rolha do braço lateral acoplada (D), contendo<br />
orifício <strong>de</strong> saída para gaseificação.<br />
Figura 8 - (E) Respirômetro <strong>de</strong> Warburg, (F) Manômetro on<strong>de</strong> é acoplado o frasco<br />
<strong>de</strong> reação.<br />
Figura 9 - Meio <strong>de</strong> Cultura T&K oxidado por Acidithiobacillus ferrooxidans – S. 40<br />
Figura 10 - Difratograma correspon<strong>de</strong>nte à análise semiquantitativa das espécies 46<br />
mineralógicas constituintes do concentrado <strong>de</strong> flotação. (C=calcopirita;<br />
D=dolomita; B=bornita).<br />
Figura 11 - Aspecto superficial <strong>de</strong> uma amostra <strong>de</strong> calcopirita antes e após ser<br />
submetida ao processo <strong>de</strong> lixiviação bacteriana (Magnitu<strong>de</strong> – 500 x).<br />
Figura 12 - Teste realizado seguindo a Norma CETESB / L5.217 Thiobacillus –<br />
Determinação do número mais provável pela técnica <strong>de</strong> tubos múltiplos.<br />
Figura 13 - Aparência da placa <strong>de</strong> Petri contendo colônias <strong>de</strong> Acidithiobacillus<br />
ferrooxidans durante a quantificação do cultivo utilizado.<br />
Figura 14 - Aparência da placa <strong>de</strong> Petri contendo colônias <strong>de</strong> Acidithiobacillus<br />
ferrooxidans durante a quantificação do sistema <strong>de</strong> biolixiviação após 60<br />
dias.<br />
Figura 15 - Superfície do concentrado <strong>de</strong> flotação antes <strong>de</strong> processo <strong>de</strong> biolixiviação.<br />
ix<br />
37<br />
37<br />
38<br />
52<br />
76<br />
77<br />
78<br />
79
Figura 16 - A – Concentrado <strong>de</strong> flotação lixiviado com a Solução A do Meio <strong>de</strong><br />
Cultura T&K e inóculo microbiano; B - Concentrado <strong>de</strong> flotação<br />
lixiviado com a Solução A do Meio <strong>de</strong> Cultura T&K e sem inóculo<br />
microbiano.<br />
Figura 17 - C – Concentrado <strong>de</strong> flotação lixiviado com Meio <strong>de</strong> Cultura T&K<br />
completo e inóculo microbiano; D - Concentrado <strong>de</strong> flotação lixiviado<br />
com Meio <strong>de</strong> Cultura T&K completo sem inóculo microbiano.<br />
Figura 18 - E – Concentrado <strong>de</strong> flotação lixiviado com Meio <strong>de</strong> Cultura T&K<br />
oxidado (com microrganismos); F - Concentrado <strong>de</strong> flotação lixiviado<br />
com Meio <strong>de</strong> Cultura T&K previamente oxidado e estéril (filtrado).<br />
Figura 19 - A - Difratograma correspon<strong>de</strong>nte à análise semiquantitativa das espécies<br />
mineralógicas constituintes do concentrado <strong>de</strong> flotação; B –<br />
Difratogramas do resíduos lixiviados e seus respectivos ensaios<br />
(J=jarosita, D=dolomita, C= calcopirita, B=bornita).<br />
Figura 20 - Aparência do resíduo (concentrado <strong>de</strong> flotação) após a lixiviação<br />
utilizando a cultura A. f. – S como inóculo microbiano, on<strong>de</strong> A=<br />
concentrado <strong>de</strong> flotação antes do processo <strong>de</strong> lixiviação; B 1 = resíduo<br />
referente ao Teste 14 inoculado; B 2 = resíduo referente ao Teste 14<br />
controle; C 1 = resíduo referente ao Teste 15 inoculado; C 2 = resíduo<br />
referente ao Teste 15 controle; D = resíduo referente ao Teste 16<br />
(inoculado) e E = resíduo referente ao Teste 17 (estéril).<br />
Figura 21 - Unida<strong>de</strong> operacional <strong>de</strong> biolixiviação em coluna. 85<br />
x<br />
79<br />
80<br />
80<br />
81<br />
82
LISTA DE TABELAS<br />
Tabela 1 - Características <strong>de</strong> diferentes microrganismos. 16<br />
Tabela 2 - Composição da solução <strong>de</strong> nutrientes do meio T&K. 27<br />
Tabela 3 - Composição da solução sulfato ferroso do meio T&K. 27<br />
Tabela 4 - Reagentes utilizados no procedimento <strong>de</strong> dosagem <strong>de</strong> proteína total. 34<br />
Tabela 5 - Controle e estabilização do pH da suspensão em 1,8 (concentrado <strong>de</strong> 36<br />
flotação/ água <strong>de</strong>stilada) para a realização dos ensaios <strong>de</strong> respirometria.<br />
Tabela 6 - Teor <strong>de</strong> Cu encontrado no concentrado <strong>de</strong> flotação. 45<br />
Tabela 7 - Resultados da análise granulométrica realizada com o concentrado <strong>de</strong> 45<br />
flotação.<br />
Tabela 8 - Análise química por fluorescência <strong>de</strong> raios-X dos elementos constituintes<br />
do concentrado <strong>de</strong> flotação.<br />
Tabela 9 - Resultados referentes, com média diária, à extração <strong>de</strong> cobre (II) durante<br />
o ensaio <strong>de</strong> biolixiviação do concentrado <strong>de</strong> flotação utilizando meio <strong>de</strong><br />
cultura T&K.<br />
Tabela 10 - Comparação dos resultados <strong>de</strong> extração <strong>de</strong> cobre dos ensaios <strong>de</strong><br />
biolixiviação do concentrado <strong>de</strong> flotação <strong>de</strong> cobre em duas razões sólidolíquido.<br />
Tabela 11 - Resultado da extração <strong>de</strong> cobre do concentrado <strong>de</strong> flotação, através da<br />
biolixiviação com uma relação sólido-líquido <strong>de</strong> 100 g/L.<br />
Tabela 12 - Porcentagem <strong>de</strong> solubilização <strong>de</strong> cobre <strong>de</strong> concentrado <strong>de</strong> flotação por<br />
lixiviação ácida (H2SO4 – pH=1,8) com relação sólido/líquido <strong>de</strong> 50 g/L.<br />
Tabela 13 - Comparação entre os resultados <strong>de</strong> extração <strong>de</strong> cobre, em porcentagem,<br />
por diferentes tipo <strong>de</strong> lixiviação do concentrado <strong>de</strong> flotação <strong>de</strong> sulfeto <strong>de</strong><br />
cobre na razão sólido-líquido <strong>de</strong> 50 g/L.<br />
Tabela 14 - Resultado da porcentagem <strong>de</strong> extração <strong>de</strong> cobre durante a lixiviação<br />
ácida do concentrado <strong>de</strong> flotação, na relação sólido-líquido <strong>de</strong> 50 g/L,<br />
com manutenção diária <strong>de</strong> pH.<br />
Tabela 15 - Renovação do agente lixiviante após o transcurso <strong>de</strong> 10 dias e<br />
comparação com testes realizados anteriormente com os mesmos<br />
parâmetros.<br />
xi<br />
47<br />
48<br />
49<br />
50<br />
52<br />
53<br />
55<br />
56
Tabela 16 - Resultado do ensaio <strong>de</strong> reutilização da lixívia para um novo ensaio <strong>de</strong><br />
biolixiviação.<br />
Tabela 17 - Média do pH inicial em cada amostra antes do ajuste do mesmo na faixa<br />
<strong>de</strong> 1,8 – 2,0.<br />
Tabela 18 - Média da leitura do potencial redox, em mV vs. EPH, realizadas nas<br />
amostras dos ensaios <strong>de</strong> lixiviação utilizando água ácida <strong>de</strong> mina como<br />
inóculo.<br />
Tabela 19 - Média da concentração <strong>de</strong> Fe 2+ , em g/L, nas lixívias obtidas a partir da<br />
lixiviação do concentrado <strong>de</strong> flotação utilizando água ácida <strong>de</strong> mina<br />
como inóculo.<br />
Tabela 20 - Média da Concentração <strong>de</strong> Fe total, em g/L, obtida na lixiviação do<br />
concentrado <strong>de</strong> flotação com a utilização da água ácida <strong>de</strong> mina como<br />
inóculo.<br />
Tabela 21 - Médias das concentrações <strong>de</strong> cobre, em g/L, nas lixívias obtidas durante<br />
o processo <strong>de</strong> lixiviação com a utilização <strong>de</strong> água ácida <strong>de</strong> mina<br />
Tabela 22 - Média do pH inicial em cada amostra antes do ajuste do mesmo na faixa<br />
<strong>de</strong> 1,8 a 2,0.<br />
Tabela 23 - Média da leitura do potencial redox, em mV vs. EPH, realizada em todas<br />
as amostras dos ensaios <strong>de</strong> lixiviação.<br />
Tabela 24 - Concentração <strong>de</strong> Fe (II), em g/L, nas lixívias obtidas nas biolixiviações. 69<br />
Tabela 25 - Concentração <strong>de</strong> Fe total, em g/L, na lixívia obtida a partir do processo 70<br />
<strong>de</strong> lixiviação.<br />
Tabela 26 - Concentração <strong>de</strong> Fe (III), em g/L, obtida a partir da lixiviação do<br />
concentrado <strong>de</strong> flotação.<br />
Tabela 27 - Concentração <strong>de</strong> cobre, em g/L, na lixívia durante o processo <strong>de</strong><br />
biolixiviação do concentrado <strong>de</strong> flotação.<br />
xii<br />
57<br />
58<br />
59<br />
60<br />
61<br />
62<br />
65<br />
67<br />
72<br />
74
LISTA DE GRÁFICOS<br />
Gráfico 1 - Extração <strong>de</strong> cobre dos ensaios <strong>de</strong> biolixiviação do concentrado <strong>de</strong><br />
flotação, utilizando relações <strong>de</strong> 100 g/L e 50 g/L.<br />
Gráfico 2 - Comparação entre a lixiviação química e biológica do concentrado <strong>de</strong><br />
flotação, com uma concentração <strong>de</strong> 100 g/L <strong>de</strong>ste material.<br />
Gráfico 3 - Curva do comportamento da solubilização <strong>de</strong> cobre no ensaio <strong>de</strong><br />
lixiviação ácida do concentrado <strong>de</strong> flotação, em razão sólido-líquido =<br />
50 g/L.<br />
Gráfico 4 - Comparação entre os resultados <strong>de</strong> solubilização <strong>de</strong> cobre, por meio <strong>de</strong><br />
diferentes tipo <strong>de</strong> lixiviação do concentrado <strong>de</strong> flotação <strong>de</strong> sulfeto <strong>de</strong><br />
cobre na relação sólido-líquido <strong>de</strong> 50 g/L.<br />
Gráfico 5 - Curva <strong>de</strong> comparação da extração <strong>de</strong> cobre no ensaio <strong>de</strong> lixiviação<br />
ácida do concentrado <strong>de</strong> flotação, 50 g/L, com e sem ajuste do pH.<br />
Gráfico 6 - Leitura do potencial redox em mV vs. EPH, dos ensaios referentes ao<br />
item 4.4.<br />
Gráfico 7 - Concentração <strong>de</strong> Fe 2+ , em g/L, obtida a partir da lixiviação do<br />
concentrado <strong>de</strong> flotação com água ácida <strong>de</strong> mina.<br />
Gráfico 8 - Concentração <strong>de</strong> Fe total, em g/L, obtida na lixiviação do concentrado<br />
<strong>de</strong> flotação com a utilização da água ácida <strong>de</strong> mina como inoculo.<br />
Gráfico 9 - Porcentagem <strong>de</strong> extração <strong>de</strong> cobre, durante o processo <strong>de</strong> lixiviação<br />
com utilização <strong>de</strong> água ácida <strong>de</strong> mina como inóculo.<br />
Gráfico 10 - Curva <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> oxigênio durante o ensaio <strong>de</strong> respirometria<br />
utilizando concentrado <strong>de</strong> flotação e água acidificada (pH=1,8).<br />
Gráfico 11 - Curva <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> oxigênio durante o ensaio <strong>de</strong> respirometria<br />
utilizando concentrado <strong>de</strong> flotação e tampão glicina.<br />
Gráfico 12 - Curva <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> oxigênio durante o ensaio <strong>de</strong> respirometria<br />
utilizando concentrado <strong>de</strong> flotação modificado (tratamento da<br />
suspensão para estabilização do pH em 1,8 e água acidificada -<br />
pH=1,8).<br />
Gráfico 13 - Leitura do potencial redox em mV vs. EPH.<br />
xiii<br />
49<br />
51<br />
52<br />
54<br />
55<br />
58<br />
59<br />
60<br />
61<br />
63<br />
64<br />
65<br />
67
Gráfico 14 - Concentração <strong>de</strong> Fe (II), em g/L, obtida a partir da lixiviação do<br />
concentrado <strong>de</strong> flotação.<br />
Gráfico 15 - Concentração <strong>de</strong> Fe total, em g/L, obtida a partir da lixiviação do<br />
concentrado <strong>de</strong> flotação.<br />
Gráfico 16 - Concentração <strong>de</strong> Fe (III), em g/L, obtida a partir da lixiviação do<br />
concentrado <strong>de</strong> flotação.<br />
Gráfico 17 - Comparação das concentrações <strong>de</strong> Fe 2+ e Fe 3+ , em g/L, na lixívia obtida<br />
a partir do processo <strong>de</strong> biolixiviação.<br />
Gráfico 18 - Porcentagem <strong>de</strong> extração <strong>de</strong> cobre, durante o processo <strong>de</strong> lixiviação. 75<br />
xiv<br />
70<br />
71<br />
72<br />
73
1. INTRODUÇÃO<br />
2. OBJETIVO<br />
SUMÁRIO<br />
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 03<br />
3.1 – Tratamento <strong>de</strong> Minérios 03<br />
3.1.1 - Conceito <strong>de</strong> Mineral e Minério 03<br />
3.1.1.1 - Minério Refratário 03<br />
3.1.1.2 - Conceito <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Minério 04<br />
3.1.2 – Histórico <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Minério no Mundo 04<br />
3.1.3 - Finalida<strong>de</strong> Econômica e Social 05<br />
3.1.4 - Processamento do Minério Primário para a Obtenção do Concentrado <strong>de</strong><br />
Flotação <strong>de</strong> Sulfetos <strong>de</strong> Cobre<br />
06<br />
3.1.5 – Minérios Explorados no Brasil 08<br />
3.2. Água Ácida <strong>de</strong> Mina 09<br />
3.2.1 - Fatores que Influenciam a Formação <strong>de</strong> Água Ácida <strong>de</strong> Mina 10<br />
3.3 – Lixiviação 10<br />
3.3.1 – Conceito 10<br />
3.3.2 – Aplicações <strong>de</strong> Lixiviação a Minérios <strong>de</strong> Cobre 11<br />
3.4 – Biolixiviação 11<br />
3.4.1 – Características dos Microrganismos Envolvidos na Biolixiviação 16<br />
3.4.1.1 - Acidithiobacillus ferrooxidans 16<br />
3.4.1.2 - Acidithiobacillus thiooxidans 17<br />
3.4.1.3 – Leptospirilum ferrooxidans 18<br />
3.4.2 - Mecanismo <strong>de</strong> Biolixiviação 18<br />
3.4.2.1 – Mecanismo Direto 19<br />
3.4.2.2 – Mecanismo Indireto 20<br />
3.4.2.3 – A<strong>de</strong>são do Microrganismo a Superfície do Minério e Ca<strong>de</strong>ia Respiratória 20<br />
3.5 – Fatores Importantes no Processo <strong>de</strong> Biolixiviação 21<br />
3.5.1 – Influencia da Granulometria do Concentrado <strong>de</strong> Flotação 21<br />
xv<br />
01<br />
02
3.5.2 - Influência da Adição <strong>de</strong> Nutrientes 21<br />
3.5.3 - Concentração <strong>de</strong> Íons Ferrosos (Fe 2+ ) 22<br />
3.5.4 – Potencial Redox – Eh 23<br />
3.6 - Formação <strong>de</strong> Jarosita 24<br />
3.6.1 - O Efeito da Presença da Jarosita 24<br />
3.6.2 – A Composição Química da Jarosita<br />
25<br />
4 - MATERIAIS E MÉTODOS 26<br />
4.1 - Água ácida <strong>de</strong> mina 26<br />
4.2 - Concentrado <strong>de</strong> Flotação 26<br />
4.2.1 – Determinação do Teor <strong>de</strong> Cobre no Concentrado <strong>de</strong> Flotação 26<br />
4.2.2 - Fração Granulométrica 26<br />
4.2.3 - Caracterização Mineralógica do Concentrado <strong>de</strong> Flotação (Sulfetos <strong>de</strong> Cobre) 26<br />
4.3 – Meio <strong>de</strong> Cultura – T & K 27<br />
4.4 - Ensaios <strong>de</strong> Lixiviação Utilizando Água Ácida <strong>de</strong> Mina como Inóculo 28<br />
4.4.1 - Teste 1: Ensaios <strong>de</strong> Lixiviação Biológica com 100 g/L e 500 g/L <strong>de</strong> Relação<br />
sólido-líquido<br />
28<br />
4.4.2 - Teste 2: Ensaio <strong>de</strong> Lixiviação Biológica com 100 g/L e 50 g/L <strong>de</strong> Relação<br />
sólido-líquido<br />
4.4.3 - Teste 3: Ensaios <strong>de</strong> Lixiviação Ácida (pH = 1,8), ajustado com solução <strong>de</strong><br />
H2SO4 10N )<br />
4.4.4 - Teste 4: Ensaio <strong>de</strong> Lixiviação Ácida com Manutenção Diária <strong>de</strong> pH (1,8) 29<br />
4.4.5 - Teste 5: Ensaio <strong>de</strong> Lixiviação Seqüencial 30<br />
4.4.6 -Teste 6: Ensaios <strong>de</strong> Reutilização da Lixívia em Nova Amostra <strong>de</strong> Concentrado 30<br />
4.4.7 - Ensaios <strong>de</strong> Biolixiviação com Monitoramento das Variáveis do Processo 31<br />
4.4.7.1 - Teste 7: Ensaio em Meio <strong>de</strong> Cultura T&K sem Fe 2+ 31<br />
4.4.7.2 - Teste 8: Ensaio em Meio <strong>de</strong> Cultura T&K Completo 32<br />
4.4.7.3 - Teste 9: Ensaio em Meio <strong>de</strong> Cultura T&K Previamente Oxidado 32<br />
4.4.7.4 - Teste 10: Ensaio em Meio <strong>de</strong> Cultura T&K Previamente Oxidado Isento <strong>de</strong><br />
Biomassa<br />
32<br />
xvi<br />
28<br />
29
4.5 - Ensaios <strong>de</strong> Biolixiviação Utilizando Linhagem Pura <strong>de</strong> Acidithiobacillus<br />
ferrooxidans<br />
4.5.1 - Linhagens <strong>de</strong> Microrganismos – A. f. – S 33<br />
4.5.2 - Ensaios <strong>de</strong> Respirometria 33<br />
4.5.2.1 - Preparo da Suspensão Celular 33<br />
4.5.2.2 – Dosagem <strong>de</strong> Proteínas Totais 34<br />
4.5.2.3 – Procedimento <strong>de</strong> Dosagem <strong>de</strong> Proteína Total 34<br />
4.5.2.4 - Descrição dos Ensaios <strong>de</strong> Respirometria 35<br />
4.5.2.5 - Condução dos Ensaios <strong>de</strong> Respirometria 36<br />
4.5.3 - Experimentos <strong>de</strong> Lixiviação 38<br />
4.5.3.1 - Teste 11: Ensaio em Meio <strong>de</strong> Cultura T&K sem íons ferrosos( Fe 2+ ) 38<br />
4.5.3.2 - Teste 12: Ensaio em Meio <strong>de</strong> cultura T&K Completo 39<br />
4.5.3.3 - Teste 13: Ensaio em Meio <strong>de</strong> Cultura T&K Previamente Oxidado 39<br />
4.5.3.4 - Teste 14: Ensaio em Meio <strong>de</strong> cultura T&K previamente oxidado isento <strong>de</strong><br />
biomassa<br />
39<br />
4.6 - Quantificação Microbiana 40<br />
4.6.1 - Quantificação Microbiana na Água Ácida <strong>de</strong> Mina 40<br />
4.6.2 - Contagem Microbiana (UFC) <strong>de</strong> Acidithiobacillus ferrooxidans a partir do<br />
Cultivo da Cultura Pura (A.f. – S)<br />
40<br />
4.6.2.1 - Solidificação do Meio <strong>de</strong> Cultura para Plaqueamento do A. ferrooxidans 41<br />
4.6.3 - Detecção <strong>de</strong> Presença <strong>de</strong> Biomassa Durante os Ensaios <strong>de</strong> Lixiviação<br />
Empregando Cultura Pura<br />
41<br />
4.7 - Determinações Analíticas <strong>de</strong> Parâmetros <strong>de</strong> Controle 42<br />
4.7.1 - Manutenção do pH 42<br />
4.7.2 - Medição do Potencial Redox – Eh 42<br />
4.7.3 - Controle da Evaporação 43<br />
4.7.4 - Análise da Concentração <strong>de</strong> Íons Ferrosos (Fe 2+ ) 43<br />
4.7.5 - Análises das concentrações <strong>de</strong> Cu e Fe total<br />
44<br />
5 – RESULTADOS 45<br />
5.1 - Caracterização Tecnológica do Concentrado <strong>de</strong> Flotação 45<br />
xvii<br />
33
5.2 - Caracterização Granulométrica do Concentrado <strong>de</strong> Flotação 45<br />
5.3 - Caracterização Mineralógica do Concentrado <strong>de</strong> Flotação (Sulfetos <strong>de</strong><br />
Cobre)<br />
45<br />
5.4 - Ensaios <strong>de</strong> Lixiviação 48<br />
5.4.1 - Ensaios <strong>de</strong> Lixiviação Utilizando Água Ácida <strong>de</strong> Mina como Inoculo 48<br />
5.4.1.1 - Teste 1: Ensaios com 100 e 500 g/L <strong>de</strong> Relação sólido-líquido 48<br />
5.4.1.2 - Teste 2: Ensaio com 100 e 50 g/L <strong>de</strong> Relação sólido-líquido 48<br />
5.4.1.3 - Teste 3: Ensaios <strong>de</strong> Lixiviação Ácida (pH = 1,8, ajustado com solução <strong>de</strong><br />
H2SO4 10N )<br />
52<br />
5.4.1.4 - Teste 4: Ensaio <strong>de</strong> Lixiviação Ácida com Manutenção Diária <strong>de</strong> pH (1,8). 54<br />
5.4.1.5 - Teste 5: Ensaio <strong>de</strong> Lixiviação Seqüencial 56<br />
5.4.1.6 - Teste 6: Ensaios <strong>de</strong> Reutilização da Lixívia em Nova Amostra <strong>de</strong> 57<br />
Concentrado<br />
5.4.1.7 - Ensaios <strong>de</strong> Biolixiviação com Monitoramento das Variáveis do Processo 57<br />
5.4.1.7.1 - Manutenção do pH 57<br />
5.4.1.7.2 - Medição do Potencial Redox – Eh 58<br />
5.4.1.7.3 - Análise da Concentração <strong>de</strong> Íons Ferrosos (Fe 2+ )<br />
59<br />
5.4.1.7.4 - Análise da concentração <strong>de</strong> Ferro Total 60<br />
5.4.1.7.5 - Análise da concentração <strong>de</strong> Cu 61<br />
5.5 - Ensaios <strong>de</strong> Biolixiviação Utilizando Cepas Isoladas <strong>de</strong> A. ferrooxidans 62<br />
5.5.1 - Resultados da Respirometria 62<br />
5.5.2 - Manutenção do pH 65<br />
5.5.3 - Medição do Potencial Redox – Eh 66<br />
5.5.4 - Análise da Concentração <strong>de</strong> Íons Ferrosos (Fe 2+ ) 68<br />
5.5.5 - Análise da Concentração <strong>de</strong> Ferro Total 70<br />
5.5.6 - Concentração <strong>de</strong> Fe 3+<br />
71<br />
5.5.7 - Análise da Concentração <strong>de</strong> Cu 74<br />
5.6 - Quantificação Microbiana 76<br />
5.6.1 - Quantificação Microbiana na Água Ácida <strong>de</strong> Mina. 76<br />
5.6.2 - Contagem Microbiana (UFC) <strong>de</strong> A. ferrooxidans Presentes na Cultura<br />
Utilizada (A.f. – S)<br />
76<br />
xviii
5.6.3 - Detecção <strong>de</strong> Presença <strong>de</strong> Biomassa Durante os Ensaios <strong>de</strong> Biolixiviação<br />
Empregando Cultura Pura<br />
6. CONCLUSÕES<br />
7. SUGESTÃO PARA CONTINUIDADE DESTA PESQUISA<br />
8. REFERÊNCIAS 86<br />
xix<br />
77<br />
83<br />
85
1- INTRODUÇÃO<br />
A obtenção <strong>de</strong> cobre a partir <strong>de</strong> concentrados <strong>de</strong> flotação segue rota tecnológica<br />
convencional em função das especificida<strong>de</strong>s mineralógicas que compõem tal<br />
concentrado. No caso do concentrado <strong>de</strong> flotação, os sulfetos <strong>de</strong> cobre são convertidos<br />
diretamente em cobre blister (cobre metálico impuro), pelo processo flash smelting e,<br />
em seguida, refinado eletroliticamente. Embora o processo pirometalúrgico apresente a<br />
vantagem <strong>de</strong> transformar os distintos sulfetos <strong>de</strong> cobre <strong>de</strong>sses concentrados em cobre<br />
metálico, em uma única etapa, apresentam, em contrapartida, inconvenientes da geração<br />
<strong>de</strong> anidrido sulfuroso (SO2) juntamente com emanações <strong>de</strong> metais pesados, como<br />
cádmio, arsênio, mercúrio, bismuto, selênio etc. Tal efluente gasoso, mais precisamente<br />
uma mescla <strong>de</strong> SO2 e material particulado constituído <strong>de</strong> sais <strong>de</strong> cádmio, arsênio,<br />
chumbo, bismuto, cobre etc., necessita <strong>de</strong> um tratamento específico cuidadoso para se<br />
evitar a emissão <strong>de</strong>sses metais recalcitrantes para o meio ambiente.<br />
O tratamento hidrometalúrgico <strong>de</strong> tais concentrados, mais precisamente a<br />
lixiviação bacteriana, se mostra bastante atraente no que tange a eliminação das<br />
emanações gasosas, <strong>de</strong>vido às condições brandas <strong>de</strong> processo (temperatura ambiente) e<br />
a obtenção <strong>de</strong> uma lixívia ácida contendo o metal <strong>de</strong> interesse. No tratamento<br />
hidrometalúrgico gran<strong>de</strong> parte das impurezas metálicas é disponibilizada na forma <strong>de</strong><br />
sulfato, ponto <strong>de</strong> partida para a recuperação do referido metal, quer por cementação<br />
quer pela purificação/concentração, por extração por solvente, seguida da<br />
eletrorrecuperação <strong>de</strong>sse metal.<br />
A lixiviação bacteriana é atualmente aplicada em escala industrial para<br />
recuperação <strong>de</strong> metais como cobre, urânio e ouro, em países como: E.U.A., Rússia,<br />
Chile, Espanha, Canadá, África do Sul, Australia entre outros. A lixiviação bacteriana<br />
do cobre tem sido muito estudada a partir <strong>de</strong> sulfetos minerais. Apesar da calcopirita<br />
(CuFeS2) ser o sulfeto (mineral) <strong>de</strong> cobre mais abundante na natureza, existem outros<br />
dois sulfetos minerais, também importantes economicamente, que são a calcocita<br />
(Cu2S) e a covelita (CuS).<br />
A importância do presente trabalho se justifica <strong>de</strong>vido a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
encontrar, na literatura, referencias relatando a biolixiviação <strong>de</strong> concentrados <strong>de</strong><br />
1
flotação <strong>de</strong> sulfetos <strong>de</strong> cobre com a utilização <strong>de</strong> microrganismos mesófilos, visto que<br />
para essa tecnologia, são comumente encontrados estudos com microrganismos<br />
termofílicos, dada a refratarieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> sulfetos como a calcopirita, espécie mineralógica<br />
majoritária no concentrado utilizado nesse estudo, aos processos oxidativos. Tal fato<br />
explica a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> se obter comparações dos resultados obtidos com outros já<br />
mencionados.<br />
2- OBJETIVO<br />
O presente trabalho teve por objetivo, geral, analisar a viabilida<strong>de</strong> técnica da<br />
extração <strong>de</strong> cobre por biolixiviação, a partir do concentrado <strong>de</strong> flotação contendo<br />
calcopirita (CuFeS2) e bornita (Cu5FeS4), provenientes da unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> processamento<br />
mineral da Mineração Caraíba S.A., por lixiviação bio-assistida.<br />
Como objetivos específicos, os seguintes aspectos foram abordados:<br />
− avaliação da lixiviação empregando água ácida <strong>de</strong> mina como inóculo;<br />
− avaliação da lixiviação empregando cultura pura <strong>de</strong> Acidithiobacillus<br />
ferrooxidans;<br />
− avaliação da lixiviação em distintas condições como, quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
concentrado <strong>de</strong> flotação <strong>de</strong> sulfeto <strong>de</strong> cobre, tempo e agitação;<br />
− comparação do <strong>de</strong>sempenho da lixiviação sem e com diferentes inóculos;<br />
− avaliação <strong>de</strong> diferentes variáveis durante o processo <strong>de</strong> lixiviação, como pH,<br />
potencial redox (Eh), concentração <strong>de</strong> íons ferrosos (Fe 2+ ), concentração <strong>de</strong> ferro<br />
total e concentração <strong>de</strong> cobre.<br />
2
3 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA<br />
3.1 – Tratamento <strong>de</strong> Minérios<br />
3.1.1 - Conceito <strong>de</strong> Mineral e Minério<br />
Os Minerais são compostos naturais formados através <strong>de</strong> processos geológicos.<br />
O termo "mineral" abrange não apenas a composição química, mas também as<br />
estruturas minerais do material. Os minerais variam na composição dos elementos e dos<br />
sais simples aos silicatos muito complexos (excluindo geralmente a maioria dos<br />
compostos orgânicos), com milhares <strong>de</strong> formas conhecidas. O estudo dos minerais é<br />
chamado mineralogia.<br />
Minério é toda rocha constituída <strong>de</strong> um mineral ou agregado <strong>de</strong> minerais<br />
contendo um ou mais minerais valiosos, possíveis <strong>de</strong> serem aproveitados<br />
economicamente. Esses minerais valiosos, aproveitáveis como bens úteis, são chamados<br />
<strong>de</strong> minerais-minério. O mineral ou conjunto <strong>de</strong> minerais não aproveitados <strong>de</strong> um<br />
minério é <strong>de</strong>nominado ganga (Luz & Lins, 2004).<br />
3.1.1.1 - Minério Refratário<br />
Segundo Lehmanm et al. (2000) os minérios que não respon<strong>de</strong>m<br />
satisfatoriamente a lixiviação/solubilização direta por ação <strong>de</strong> um agente lixiviante, são<br />
conhecidos como “minérios refratários”. Os principais minérios ditos refratários são<br />
geralmente sulfetos (pirita, calcopirita, arsenopirita, pirrotita etc.) e a ocorrência <strong>de</strong><br />
metais preciosos, elementos <strong>de</strong> liga, são, em geral, disseminados nas matrizes <strong>de</strong>ssas<br />
estruturas cristalinas.<br />
A aplicação <strong>de</strong> processos pré-oxidativos proporcionam o rompimento das<br />
estruturas cristalinas refratárias por oxidação, mediante a ação direta ou pela geração<br />
indireta <strong>de</strong> reagentes químicos oxidantes; por ação <strong>de</strong> bactérias específicas, próprias dos<br />
minérios em questão, pela ustulação dos sulfetos com geração <strong>de</strong> SO2 e, ainda, pela<br />
oxidação sob pressão, em autoclaves (Luz & Lins, 2004)<br />
3
3.1.1.2 - Conceito <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Minério<br />
O Tratamento ou Beneficiamento <strong>de</strong> minérios consiste <strong>de</strong> operações - aplicadas<br />
aos bens minerais – visando modificar a granulometria, a concentração relativa das<br />
espécies minerais presentes ou a forma, sem, contudo, modificar a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> química<br />
ou física dos minerais. Há, no entanto, autores que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m um conceito mais amplo<br />
para o tratamento, como sendo um processamento no qual os minerais po<strong>de</strong>m sofrer até<br />
alterações <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m química, resultantes <strong>de</strong> simples <strong>de</strong>composição térmica ou mesmo<br />
<strong>de</strong> reações típicas geradas pela presença <strong>de</strong> calor. A operação <strong>de</strong> aglomeração<br />
(sinterização e pelotização) <strong>de</strong> minérios finos, os processos <strong>de</strong> ustulação e calcinação<br />
são consi<strong>de</strong>rados, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sse conceito, como tratamento <strong>de</strong> minérios. No caso dos<br />
processos <strong>de</strong> ustulação e calcinação, esses são melhores <strong>de</strong>finidos como sendo<br />
processos pirometalúrgicos (Luz & Lins, 2004).<br />
3.1.2 – Histórico <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Minério no Mundo<br />
A história registra que, 400 anos antes da Era Cristã, os egípcios já recuperavam<br />
ouro <strong>de</strong> <strong>de</strong>pósitos aluvionares, usando processos gravíticos, ou seja, aqueles que se<br />
utilizam das variações <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> das espécies mineralógicas <strong>de</strong> um dado minério.<br />
O primeiro texto que se constitui em instrumento <strong>de</strong> referência sobre os bens<br />
minerais (De Re Metálica) foi publicado em 1556 por Georges Agrícola (Luz apud<br />
Agrícola, 2004). Nesta publicação, já há registros da utilização do moinho tipo pilão<br />
movido à água, concentração gravítica através <strong>de</strong> calha e concentração em leito<br />
pulsante, obtido com o auxílio <strong>de</strong> peneira em forma <strong>de</strong> cesta (um jigue primitivo).<br />
A partir do século XVIII, com a invenção da máquina a vapor, que se<br />
caracterizou com o início da revolução industrial, ocorreram inovações mais<br />
significativas na área <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> minérios. Pela meta<strong>de</strong> do século XIX, em 1864,<br />
o emprego do tratamento <strong>de</strong> minérios se limitava, praticamente, àqueles <strong>de</strong> ouro, cobre<br />
nativo e chumbo (Luz & Lins, 2004).<br />
Os gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvimentos na área <strong>de</strong> beneficiamento <strong>de</strong> minérios ocorreram<br />
no final do século XIX e início do século XX, sendo a utilização industrial da flotação,<br />
na Austrália, em 1905, a inovação mais impactante. Os avanços que se seguiram se<br />
orientaram, do ponto <strong>de</strong> vista tecnológico, mais ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> projeto <strong>de</strong><br />
4
equipamentos maiores e mais produtivos ou mais eficientes (anos 40-70), à otimização<br />
<strong>de</strong> processos por meio <strong>de</strong> automação e computação (anos 70-90) e à racionalização do<br />
uso <strong>de</strong> energia nos anos 70, com a crise gerada pelo aumento súbito dos preços <strong>de</strong><br />
petróleo. Mais recentemente, com a crise <strong>de</strong> energia elétrica no Brasil, em 2001, houve<br />
um renovado interesse pela racionalização <strong>de</strong> seu uso. Apesar do gran<strong>de</strong> esforço da<br />
pesquisa direcionada a melhor compreensão dos fenômenos atuantes nas operações <strong>de</strong><br />
beneficiamento <strong>de</strong> minérios, houve, relativamente, pouco salto tecnológico, verificandose<br />
mais uma evolução incremental no <strong>de</strong>sempenho dos processos (Luz & Lins, 2004)<br />
3.1.3 - Finalida<strong>de</strong> Econômica e Social.<br />
O tratamento <strong>de</strong> minérios, apesar <strong>de</strong> ser essencialmente técnico em suas<br />
aplicações práticas, não po<strong>de</strong> <strong>de</strong>sprezar o conceito econômico.<br />
É impossível, na prática, obter uma separação completa dos constituintes<br />
minerais. Como a obtenção <strong>de</strong> teores mais altos dos minerais <strong>de</strong> interesse e melhores<br />
recuperações normalmente implica num aumento <strong>de</strong> custo do tratamento, para a<br />
obtenção <strong>de</strong> maiores lucros esses vários itens <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>vidamente balanceados.<br />
Deve-se sempre ter em mente que os custos <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> uma etapa adicional <strong>de</strong><br />
tratamento <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado bem mineral não <strong>de</strong>vem ser maiores do que a agregação<br />
<strong>de</strong> valor ao produto assim obtido, salvo em situações especiais (em caso <strong>de</strong> guerra, por<br />
exemplo).<br />
O beneficiamento <strong>de</strong> minério, como toda e qualquer ativida<strong>de</strong> industrial, está<br />
dirigido para o lucro. Há, porém, um conceito social que não po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>sprezado, qual<br />
seja, o princípio da conservação dos recursos minerais, por se tratar <strong>de</strong> bens não<br />
renováveis. As reservas dos bens minerais conhecidos são limitadas e não se <strong>de</strong>ve<br />
permitir o seu aproveitamento predatório, pois o maior lucro obtido, em menor prazo<br />
possível, dificilmente estará subordinado aos interesses sociais. Diz-se, a respeito, em<br />
contraposição à agricultura, que “minério só dá uma safra” (Luz & Lins, 2004).<br />
5
3.1.4 - Processamento do Minério Primário para a Obtenção do Concentrado <strong>de</strong><br />
Flotação <strong>de</strong> Sulfetos <strong>de</strong> Cobre.<br />
A Mineração Caraíba prospecta um minério primário <strong>de</strong> cobre constituído,<br />
basicamente, <strong>de</strong> silicatos incluindo o piroxênio (Mg,Fe)SiO3), hiperestênio<br />
((Fe,Mg)SiO3), feldispato (KAlSi3O8), olivina ((Mg,Fe)2SiO4), garnê<br />
((Ca,Mg,Fe,Mn)3(Al,Fe,Cr)2(SiO4)3), horneblenda<br />
((Ca,Na)(Mg,Fe)4(Al,Fe,Ti)3Si6O22(O,OH)2), e biotita (H,K)2(Mg,Fe)2Al2Si3O12),<br />
incluindo a magnetita (Fe3O4) (em pequena porcentagem) e sulfetos <strong>de</strong> cobre,<br />
principalmente calcopirita (CuFeS2) e bornita (Cu5FeS4) e pequenas quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
calcocita (Cu2S)/digenite (Cu9S5).<br />
Essa mina está localizada ao noroeste do Estado da Bahia, produzindo,<br />
atualmente, 1.200.000 toneladas <strong>de</strong> minério por ano. A britagem primária é realizada no<br />
subterrâneo <strong>de</strong>ssa mina sendo o minério transportado para a superfície através <strong>de</strong><br />
elevadores e armazenado diante da planta <strong>de</strong> britagem secundária e terciária. A Figura<br />
1, a seguir, mostra o circuito <strong>de</strong> britagem secundária e terciária do processamento do<br />
minério primário.<br />
<<br />
Figura 1 - Circuito do processamento primário do minério primário.<br />
6
O minério britado, no britador primário, é alimentado num circuito <strong>de</strong> britadores<br />
secundário e terciário originando um produto com 5% acima <strong>de</strong> 1/2". Esse material<br />
alimenta um silo <strong>de</strong> on<strong>de</strong> é enviado para um moinho <strong>de</strong> bolas com as dimensões <strong>de</strong><br />
16,5' x 25' (5 metros <strong>de</strong> diâmetro por 7,7 metros <strong>de</strong> comprimento), que opera em<br />
circuito fechado com os britadores supracitados. A taxa <strong>de</strong> alimentação do moinho é da<br />
or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 200 ton/hora, produzindo um minério com granulometria 70% abaixo <strong>de</strong> 150#<br />
(
cobre variando entre 30 e 40%, é enviado para o tratamento pirometalúrgico conhecido<br />
como flash smelting, que transforma o concentrado <strong>de</strong> flotação em cobre blister. Esse<br />
cobre blister é encaminhado para o refino eletrolítico on<strong>de</strong> se obtém cobre metálico com<br />
pureza 99,99%.<br />
Figura 3 - Circuito <strong>de</strong> flotação utilizado na obtenção do concentrado <strong>de</strong> sulfeto <strong>de</strong> cobre.<br />
3.1.5 – Minérios Explorados no Brasil<br />
De acordo com o relatório Informe Mineral, <strong>de</strong>senvolvido pelo DNPM<br />
(Departamento Nacional <strong>de</strong> Produção Mineral), o Brasil está entre os maiores<br />
produtores mundiais <strong>de</strong> minérios, produzindo cerca <strong>de</strong> 70 substâncias com <strong>de</strong>staque<br />
para o nióbio, on<strong>de</strong> é o maior produtor; o ferro; a bauxita (alumínio), quinto produtor<br />
mundial e o caulim, terceiro maior. Possui gran<strong>de</strong> participação na produção <strong>de</strong> cobre,<br />
ouro, níquel, diamante, zinco, manganês, estanho, fosfato, potássio, entre outros.<br />
Produz, também, minerais energéticos como petróleo, gás natural e urânio.<br />
8
3.2. Água Ácida <strong>de</strong> Mina<br />
Des<strong>de</strong> a antiguida<strong>de</strong>, o homem sentia necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>scobrir porque em<br />
lugares on<strong>de</strong> existiam minérios <strong>de</strong> ferro e cobre, existia, também, uma água com íons<br />
dos elementos que faziam parte da composição das espécies minerais daqueles minérios.<br />
É possível afirmar que a água ácida <strong>de</strong> mina é uma solução aquosa gerada<br />
quando minerais sulfurados, presentes em resíduos <strong>de</strong> mineração, são oxidados em<br />
presença <strong>de</strong> água. Tal solução age como agente lixiviante dos minerais presentes no<br />
resíduo, produzindo um percolado ácido (H2SO4 - ácido sulfúrico) rico em metais<br />
dissolvidos.<br />
A ocorrência <strong>de</strong> água ácida <strong>de</strong> mina tem sido relatada na extração <strong>de</strong> ouro,<br />
carvão, cobre, zinco ou urânio, entre outros, bem como na disposição ina<strong>de</strong>quada dos<br />
resíduos <strong>de</strong>ssas operações (http://pt.wikipedia.org).<br />
De forma simplificada, consi<strong>de</strong>rando a pirita como exemplo <strong>de</strong> mineral<br />
sulfetado, o processo <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> água ácida <strong>de</strong> mina po<strong>de</strong> ser representado pela<br />
reação:<br />
4FeS + 15O<br />
+ 14H<br />
O → 4Fe(<br />
OH ) + 8H<br />
SO<br />
(1)<br />
2<br />
2<br />
2<br />
3<br />
2<br />
Porém, em tempos mais mo<strong>de</strong>rnos, sabe-se que esse tipo <strong>de</strong> água começou a<br />
causar danos, <strong>de</strong> caráter ambiental, ao redor das minas <strong>de</strong> cobre. Foi então que, após a<br />
realização <strong>de</strong> estudos, se <strong>de</strong>scobriu a existência <strong>de</strong> microrganismos, presentes nas<br />
regiões <strong>de</strong> minas, responsáveis pela oxidação das espécies sulfuradas (Esteban &<br />
Domic, 2001). A partir <strong>de</strong> então, investigou-se a possibilida<strong>de</strong> do uso <strong>de</strong>sses<br />
microrganismos, a nível industrial, no sentido <strong>de</strong> auxiliar no processamento <strong>de</strong> minérios<br />
primários (sulfetos metálicos) consi<strong>de</strong>rando, então, os aspectos econômicos da<br />
aplicação dos mesmos.<br />
A pirita po<strong>de</strong>, também, ser oxidada pela ação do íon férrico (Fe 3+ ) em solução,<br />
em um processo <strong>de</strong>nominado oxidação indireta. Trata-se <strong>de</strong> uma reação rápida <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
que exista Fe 3+ em concentração suficiente. A concentração <strong>de</strong> íons férricos em solução,<br />
por sua vez, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do pH e da ação <strong>de</strong> bactérias. Estas po<strong>de</strong>m acelerar a produção <strong>de</strong><br />
4<br />
9
Fe 3+ a partir <strong>de</strong> Fe 2+ em mais <strong>de</strong> cinco vezes em relação aos sistemas puramente<br />
abióticos, favorecendo, portanto, a geração <strong>de</strong> água ácida <strong>de</strong> mina (Ferguson &<br />
Erickson, 1988).<br />
Por muito tempo, acreditou-se que a lixiviação <strong>de</strong> metais era um processo<br />
exclusivamente químico que ocorria mediante a ação conjunta <strong>de</strong> água e oxigênio<br />
atmosférico. Atualmente, sabe-se que a lixiviação po<strong>de</strong>-se dar através <strong>de</strong> processo<br />
biológico para a solubilização <strong>de</strong> metais a partir dos minerais que os contêm.<br />
3.2.1 - Fatores que Influenciam a Formação <strong>de</strong> Água Ácida <strong>de</strong> Mina<br />
Uma gama <strong>de</strong> processos físicos, químicos e biológicos po<strong>de</strong>m influenciar na<br />
geração <strong>de</strong> água ácida <strong>de</strong> mina e esses fatores variam com a localida<strong>de</strong> e po<strong>de</strong>m ser<br />
agrupados em controles primário, secundário e terciário (Ferguson & Erickson, 1988).<br />
Os fatores primários estão diretamente envolvidos na geração dos produtos da<br />
oxidação <strong>de</strong> sulfetos (disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água para o processo <strong>de</strong> oxidação e transporte;<br />
disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> oxigênio; características físicas do material; e, em menor escala,<br />
temperatura, pH, equilíbrio Fe 3+ /Fe 2+ e ativida<strong>de</strong> microbiológica). Os fatores<br />
secundários consomem ou alteram esses produtos (presença <strong>de</strong> outros minerais capazes<br />
<strong>de</strong> neutralizar a aci<strong>de</strong>z) e os fatores terciários são as condições físicas (materiais,<br />
topografia da área minerada, clima etc.) que influenciam a oxidação <strong>de</strong> qualquer sulfeto,<br />
o potencial <strong>de</strong> migração para o meio ambiente mais amplo, e consumo dos produtos <strong>de</strong><br />
oxidação (Ferguson & Erickson, 1988).<br />
3.3 - Lixiviação<br />
3.3.1 - Conceito<br />
A lixiviação convencional baseia-se na solubilida<strong>de</strong> dos metais, em soluções<br />
a<strong>de</strong>quadas, por meio <strong>de</strong> reações químicas e também <strong>de</strong> reações bioquímicas, ou seja,<br />
a dissolução <strong>de</strong> um metal ou mineral em um líquido (Mars<strong>de</strong>n et al, 1992). Essa<br />
termologia é indicada para qualquer processo <strong>de</strong> extração ou solubilização seletiva<br />
dos constituintes químicos <strong>de</strong> uma rocha, <strong>de</strong> um mineral, <strong>de</strong> um <strong>de</strong>pósito sedimentar,<br />
<strong>de</strong> solo etc., pela ação <strong>de</strong> um fluido percolante (Winge, 2006).<br />
10
O estudo e aperfeiçoamento dos processos <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> metais por<br />
lixiviação têm, em geral, contribuído, significativamente, para o aproveitamento <strong>de</strong><br />
minérios (Villen, 2002).<br />
Os métodos <strong>de</strong> lixiviação variam entre lixiviação in situ, lixiviação em pilha<br />
(heap leaching) através <strong>de</strong> circulação, percolação ou ainda, lixiviação por irrigação do<br />
meio lixiviante em tanque ou reatores <strong>de</strong> lixiviação (Rossi, 1990; Rawlings & Silver,<br />
1995).<br />
3.3.2 –Aplicações <strong>de</strong> Lixiviação a Minérios <strong>de</strong> Cobre.<br />
O cobre lixiviado po<strong>de</strong> ser recuperado por cementação ou por extração por<br />
solventes e, em seguida, recuperado, na forma metálica, por processo eletrolítico<br />
conhecido como eletrorrecuperação. A reação catódica que traduz tal processo é:<br />
2+<br />
Cu + →<br />
2e Cu<br />
0<br />
Ao contrário da lixiviação em pilhas, <strong>de</strong> minérios <strong>de</strong> baixos teores, a lixiviação<br />
<strong>de</strong> concentrados <strong>de</strong> flotação, com teores mais elevados do metal <strong>de</strong> interesse, po<strong>de</strong> ser<br />
conduzida em condições estritamente controladas (em tanques agitados). O nível <strong>de</strong><br />
tolerância a concentração <strong>de</strong> cobre e a velocida<strong>de</strong> da lixiviação bacteriana requerem<br />
atenção específica. Em lixiviações em pilhas, a concentração <strong>de</strong> cobre raramente exce<strong>de</strong><br />
a faixa <strong>de</strong> 3 a 4 g/L. Na lixiviação <strong>de</strong> concentrados, no entanto, a concentração <strong>de</strong> cobre<br />
na faixa <strong>de</strong> 30 a 40 g/L é <strong>de</strong>sejada.<br />
3.4 - Biolixiviação<br />
A biolixiviação, ou lixiviação bio-assistida, po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finida como um processo<br />
natural <strong>de</strong> dissolução <strong>de</strong> sulfetos, resultante da ação <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong> bactérias que<br />
oxidam minerais sulfurados disponibilizando os metais presentes em suas formas<br />
iônicas solúveis (Rojas, 1998).<br />
11<br />
(2)
O que torna a técnica da biolixiviação uma alternativa muito interessante, na<br />
substituição dos processos convencionais, é a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> certas bactérias oxidantes<br />
<strong>de</strong> ferro ou enxofre, como as dos gêneros Acidithiobacillus e Leptospirillum, crescerem<br />
em ambientes altamente ácidos e em presença <strong>de</strong> metais pesados. Além disso, se<br />
compararmos os custos do processo <strong>de</strong> biolixiviação com os custos <strong>de</strong> operação <strong>de</strong> uma<br />
planta convencional, é possível uma redução <strong>de</strong> até 50% (Gibbs et al, 1985).<br />
As características que fazem com que um organismo seja atuante na<br />
lixiviação/oxidação <strong>de</strong> um mineral são: a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atuação numa faixa<br />
expandida <strong>de</strong> temperatura (<strong>de</strong> 30 a 70 o C), faixa <strong>de</strong> pH ácido (1,8 a 2,2) e alta relação<br />
dos íons Fe 3+ /Fe 2+ (Suzuki, 2001).<br />
Em processos comerciais <strong>de</strong> lixiviação bacteriana uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
microrganismos vive em interação. Esses microrganismos, cuja ação po<strong>de</strong> ser<br />
comparada a um catalisador, po<strong>de</strong>m ser mesofilicos ou termofílicos e autotróficos ou<br />
heterotróficos. A maioria dos estudos realizados em laboratório consi<strong>de</strong>rava que o<br />
processo <strong>de</strong> extração <strong>de</strong> metal era tão somente alcançado com a utilização <strong>de</strong> bactérias<br />
da espécie Acidithiobacillus ferrooxidans. Porém, essas experiências não correspondiam<br />
à situação natural e, durante os últimos anos, outros microrganismos, envolvidos no<br />
processo <strong>de</strong> lixiviação, foram <strong>de</strong>scobertos e caracterizados (Leptospirillum<br />
ferrooxidans, Acidithiobacillus thiooxidans, termofílicos, anaeróbicos e bactérias<br />
heterotróficas) (Norris, 1990).<br />
Foi <strong>de</strong>monstrado que populações mistas <strong>de</strong> bactérias que oxidam ferro e enxofre<br />
(A. ferrooxidans, L. ferrooxidans e A. thiooxidans), estão presentes em sistemas <strong>de</strong><br />
lixiviação natural, a temperatura ambiente, e são as principais responsáveis pela<br />
solubilização <strong>de</strong> minerais sulfurados (Norris, 1990).<br />
Em geral, os processos industriais <strong>de</strong> lixiviação operam naturalmente com<br />
microrganismos oriundos da água ácida <strong>de</strong> mina ou <strong>de</strong> qualquer outra fonte microbiana<br />
disponível. Isto significa que a população microbiana que opera em um processo <strong>de</strong><br />
lixiviação natural não tem características <strong>de</strong> cultura pura, embora as condições<br />
ambientais favoreçam o <strong>de</strong>senvolvimento, principalmente, <strong>de</strong> acidófilos como<br />
Acidithiobacillus e Leptospirilum (Norris, 1990).<br />
12
A biolixiviação, como qualquer outro processo que utiliza microrganismos<br />
vivos, é influenciada por fatores ambientais, biológicos e físico-químicos, pois tais<br />
parâmetros afetam a extração do metal (Torma,1977; Lundgren and Silver, 1980). O<br />
termo bio-oxidação é comumente aplicado para <strong>de</strong>screver tal processo, mas existe uma<br />
pequena diferença entre a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> tais terminologias. De acordo com Brierley<br />
(1997), bio-oxidação é a oxidação microbiana do mineral que contém combinações<br />
mineralógicas do metal <strong>de</strong> interesse. A partir <strong>de</strong>ssa oxidação, o metal permanece no<br />
resíduo sólido, porém em maior concentração. E a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> biolixiviação, dada pelo<br />
referente autor, é quando se refere, normalmente, à liberação das espécies metálicas,<br />
contidas nas estruturas cristalinas minerais ou entida<strong>de</strong>s químicas (resíduos), em suas<br />
formas variadas, utilizando microrganismos, mostrando, assim, as particularida<strong>de</strong>s entre<br />
esses processos.<br />
A oxidação bacteriana, como meio para extrair metais <strong>de</strong> minerais sulfurados,<br />
vem sendo utilizada por muitos anos. Esse método foi empregado, por exemplo, pelos<br />
romanos, que não sabiam, ao certo, o que estavam fazendo. Até 1947 não se havia<br />
comprovado a presença <strong>de</strong> bactérias em águas ácidas <strong>de</strong> mina e que <strong>de</strong>sempenhavam<br />
um papel fundamental no processo <strong>de</strong> oxidação <strong>de</strong> minerais (Brewis,1996).<br />
Tais bactérias apresentam diversas características e para que o processo se<br />
configure, é necessária a presença <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong> bactérias que proporcione a oxidação<br />
<strong>de</strong> compostos sulfurados, como as do gênero Acidithiobacillus. Sabe-se que existe uma<br />
espécie <strong>de</strong> bactéria do gênero Acidithiobacillus, a espécie A. ferrooxidans, que é capaz<br />
<strong>de</strong> obter energia através da oxidação <strong>de</strong> um ou mais compostos <strong>de</strong> enxofre reduzido,<br />
incluindo sulfetos (S - ), enxofre (S o ), tiossulfato (S2O3 2- ), ditionato (S2O6 2- ), tritionato<br />
(S3O6 2- ), pentationato (S5O6 2- ), hexationato (S6O6 2- ) etc., além da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
obtenção <strong>de</strong> energia através da oxidação do íon ferroso ao íon férrico.<br />
É necessário iniciar o processo <strong>de</strong> biolixiviação em condições ótimas <strong>de</strong><br />
umida<strong>de</strong>, pH, temperatura, fontes <strong>de</strong> energia e nutrientes, como também a ausência <strong>de</strong><br />
possíveis inibidores que possam afetar o crescimento dos microrganismos. Além disso,<br />
<strong>de</strong>ve-se levar em consi<strong>de</strong>ração as condições físico-químicas do sistema, como por<br />
exemplo: granulometria das partículas do minério, acesso <strong>de</strong> oxigênio e umida<strong>de</strong> para a<br />
13
superfície do minério, consumo <strong>de</strong> ácido, presença <strong>de</strong> sulfetos suscetíveis à oxidação<br />
bacteriana e a possível eliminação e precipitação <strong>de</strong> sais férricos, pois esses po<strong>de</strong>riam<br />
bloquear os canais <strong>de</strong> filtração do líquido.<br />
Para o bom funcionamento do sistema <strong>de</strong> lixiviação, este <strong>de</strong>ve obe<strong>de</strong>cer às<br />
condições <strong>de</strong> atuação da bactéria. Quando o ambiente mantém condições ótimas, é<br />
possível se obter valores a<strong>de</strong>quados <strong>de</strong> rendimento e produtivida<strong>de</strong> do processo.<br />
Exemplos <strong>de</strong> metais que po<strong>de</strong>m ser extraídos por lixiviação bacteriana são o<br />
cobre, através da calcopirita (CuFeS2), bornita (Cu5FeS4) ou covelita (CuS), urânio<br />
através da uraninita (UO2) e ouro em uma matriz <strong>de</strong> arsenopirita (FeAsS).<br />
Calcopirita:<br />
( SO ) 2H<br />
O<br />
4 CuFeS2 + 17O2<br />
+ 2H<br />
2SO4<br />
→ 4CuSO4<br />
+ 2Fe2<br />
4 + 2<br />
(3)<br />
Covelita<br />
CuS + 2O → CuSO<br />
(4)<br />
Uraninita<br />
2<br />
4<br />
3+<br />
2+<br />
2+<br />
UO 2 + 2Fe → UO2<br />
+ 2Fe<br />
(5)<br />
2+<br />
Fe 1<br />
+<br />
3+<br />
2 + 2 O2<br />
+ 2H<br />
→ 2Fe<br />
+ H 2O<br />
Arsenopirita<br />
2FeAsS + 7O<br />
+ 2H<br />
O → 2FeAsO<br />
+ 2H<br />
SO<br />
(6)<br />
2<br />
2<br />
4<br />
2<br />
Na lixiviação <strong>de</strong> urânio, o íon Fe 3+ é o agente oxidante e a contribuição da<br />
bactéria é indireta, pois esta atua na regeneração do íon Fe 3+ pela oxidação do íon Fe 2+ .<br />
O ouro é encontrado, normalmente, na forma metálica, associado a minerais como a<br />
pirita ou arsenopirita; porém sua solubilização é dificultada por serem esses minerais<br />
refratários ou recalcitrantes.<br />
4<br />
3<br />
14
Em amostras <strong>de</strong> minas, <strong>de</strong> pilhas <strong>de</strong> lixiviação e <strong>de</strong> experimentos <strong>de</strong> lixiviação<br />
por percolação <strong>de</strong> pirita na presença <strong>de</strong> outros sulfetos, <strong>de</strong> acordo com Sand et al<br />
(1992), i<strong>de</strong>ntificou-se células <strong>de</strong> A. ferrooxidans, L. ferrooxidans e A. thiooxidans. L.<br />
ferrooxidans estava presente em todas as amostras, tanto quanto A. ferrooxidans, porém,<br />
em temperaturas abaixo <strong>de</strong> 14ºC, esta última era dominante. Enquanto que no artigo<br />
publicado por Suzuki (2001), este se refere a trabalhos <strong>de</strong> Espejo e colaboradores<br />
(Suzuki apud Espejo e Romero, 1997, Pizarro et al, 1996; Vásquez e Espejo, 1997),<br />
on<strong>de</strong> em estudo <strong>de</strong> microrganismos por PCR (reação <strong>de</strong> polimerização em ca<strong>de</strong>ia),<br />
através <strong>de</strong> extração <strong>de</strong> DNA <strong>de</strong> microrganismos encontrados em minério <strong>de</strong> cobre<br />
contendo calcosita (Cu2S), covelita (CuS) e outros minérios <strong>de</strong> cobre lixiviados com<br />
meio contendo Fe 2+ , observou-se uma predominância <strong>de</strong> microrganismos A.<br />
ferrooxidans em maiores concentrações <strong>de</strong> Fe 2+ enquanto que em menores<br />
concentrações <strong>de</strong> Fe 2+ foram observados A. thiooxidans e L. ferrooxidans.<br />
É possível i<strong>de</strong>ntificar a presença <strong>de</strong> microrganismos anaeróbios nas partes mais<br />
baixas das pilhas, visto que nesta área há uma escassez <strong>de</strong> oxigênio. Abaixo <strong>de</strong>ssas<br />
condições, na presença <strong>de</strong> agentes redutores e compostos orgânicos, bactérias<br />
anaeróbias, como Desulfovibrio <strong>de</strong>sulfuricans, são capazes <strong>de</strong> reduzir íons sulfatos a<br />
sulfetos com a conseqüente precipitação <strong>de</strong> compostos metálicos insolúveis (sulfetos)<br />
(Muñoz et al, 1995a):<br />
2−<br />
+ 2−<br />
SO4 + 8 e + 8H<br />
⇔ S + 4H<br />
2O<br />
Esta capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adaptação ao ambiente, junto com outros fatores que<br />
influenciam nesta conversão, tais como pH, fontes <strong>de</strong> energia, a presença <strong>de</strong> compostos<br />
orgânicos etc., influencia a composição bacteriana das águas <strong>de</strong> mina até que a<br />
proporção ótima dos microrganismos seja alcançada, a qual será responsável pelo<br />
processo <strong>de</strong> biolixiviação (Muñoz et al, 1995b). A tabela 1 mostra os diferentes<br />
microrganismos presentes no processo <strong>de</strong> biolixiviação e suas respectivas<br />
características:<br />
15<br />
(7)
Microrganismo Característica<br />
Acidithiobacillus<br />
ferrooxidans<br />
Tabela 1 – Características <strong>de</strong> diferentes microrganismos<br />
Oxida: Fe 2+ , S 0 , U 4+ ,<br />
Cu + , Se 2+ , tiosulfato,<br />
tetrationato, S<br />
Necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Carbono<br />
Necessida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> Oxigênio<br />
Q.O. A.<br />
pH<br />
(ótimo)<br />
1,2 – 6,0<br />
(2,5 – 2,8)<br />
Leptospirilum<br />
ferrooxidans<br />
Oxida: Fe 2+ , pirita Q.O. A.<br />
1,5 – 4,5<br />
(2,5 – 3,0)<br />
Sulfolobus<br />
thermosulfooxidans Oxida: Fe2+ , S 0 , S = Q.F. A.<br />
1,9 – 3,0<br />
(1,9 – 2,4)<br />
Sulfolobus<br />
acidocaldarius<br />
Oxida: Fe 2+ , S 0 Q.F.<br />
2,0 – 7,0<br />
(2,0 – 3,0)<br />
Pseudonomas sp. Acumula U, Cu, Pb<br />
intracelular<br />
H. A.E. 7 – 8,5<br />
Desulfovibrio<br />
<strong>de</strong>sulfuricans<br />
Remove U e Cu por<br />
dissolução<br />
H. A.n. (4,0 – 7,0)<br />
Q.O. = quimiolitotrófico obrigatório; Q.F. = quimiolitotrófico facultativo; H. = heterotrófico;<br />
A. = aeróbico; A.E. = aeróbico estrito; A.n. = anaeróbico.<br />
Fonte: Muñoz et al, 1995b.<br />
16<br />
T (ºC)<br />
(ótimo)<br />
5 – 40<br />
(28 – 35)<br />
20 – 40<br />
(30)<br />
20 – 60<br />
(50)<br />
55 – 85<br />
(70 – 75)<br />
4 – 43<br />
(30)<br />
0 – 44<br />
(25 – 30)<br />
O ataque da calcopirita, principal espécie mineralógica do concentrado <strong>de</strong><br />
flotação dos sulfetos <strong>de</strong> cobre em estudo, pelo uso <strong>de</strong> soluções estéreis <strong>de</strong> sulfato férrico<br />
(Fe2(SO4)3), obe<strong>de</strong>ce a seguinte estequiometria:<br />
CuFeS 2<br />
o<br />
2 + 2Fe2 ( SO4<br />
) 3 ⇔ CuSO4<br />
+ 5FeSO4<br />
+ S<br />
(8)<br />
O enxofre elementar liberado forma um filme na superfície das partículas dos<br />
sulfetos, em processo <strong>de</strong> dissolução, impedindo a continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse processo. No<br />
entanto, na presença <strong>de</strong> A. ferrooxidans, esse enxofre é oxidado a sulfato. O cobre e o<br />
ferro são elevados aos seus estados <strong>de</strong> oxidação máximos e, na faixa <strong>de</strong> pH na qual tal<br />
bactéria se mostra mais ativa (2 a 3,5), gran<strong>de</strong> parte do ferro dissolvido é hidrolisado:<br />
6CuFeS + 25,<br />
5O<br />
+ 9H<br />
O ⇔ 6CuSO<br />
+ 2HFe<br />
( SO ) ( OH ) + 2H<br />
SO (9)<br />
2<br />
2<br />
2<br />
4<br />
3.4.1 – Características dos Microrganismos Envolvidos na Biolixiviação<br />
3.4.1.1 - Acidithiobacillus ferrooxidans:<br />
As bactérias têm sido ativas na dissolução <strong>de</strong> sulfetos <strong>de</strong> cobre e na extração<br />
comercial <strong>de</strong>sse elemento, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1670. O papel fundamental <strong>de</strong>ssas bactérias, na<br />
lixiviação <strong>de</strong> sulfetos minerais, tem sido <strong>de</strong>monstrado (Colmer & Hinkle, 1947; Temple<br />
& Colmer, 1951) e a linhagem A. ferrooxidans mostra ser a mais promissora na<br />
3<br />
4<br />
2<br />
6<br />
2<br />
4
dissolução <strong>de</strong>sses sulfetos, sendo, essa bactéria, encontrada, mais comumente, em água<br />
ácidas <strong>de</strong> mina.<br />
Essa espécie po<strong>de</strong> utilizar como fonte <strong>de</strong> energia, além do íon ferroso, enxofre<br />
(<strong>de</strong>rivados), como mostram as equações a seguir (Suzuki, 2001):<br />
2+<br />
Fe 1<br />
+<br />
3+<br />
2 + 2 O2<br />
+ 2H<br />
→ 2Fe<br />
+ H 2O<br />
S o<br />
+ 4H<br />
O → SO + 6e<br />
+ 8H<br />
2−<br />
+<br />
2 4<br />
(11)<br />
As bactérias da espécie A. ferrooxidans são organismos unicelulares,<br />
quimiossintetizantes, autotróficos, Gram-negativos e com formato em bastão; algumas<br />
têm flagelos, e possuem tamanho <strong>de</strong> célula <strong>de</strong> 0,3 a 0,5 µm <strong>de</strong> diâmetro e 1,0 a 1,7 µm<br />
<strong>de</strong> comprimento (Brewis, 1996; Esteban & Domic, 2001).<br />
A espécie A. ferrooxidans cresce no intervalo <strong>de</strong> pH <strong>de</strong> 1,0 a 6,0, sendo a faixa<br />
ótima <strong>de</strong> pH, para alcançar a máxima velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> crescimento, <strong>de</strong> 2,0 a 2,5 e <strong>de</strong> modo<br />
análogo, sobrevive em um intervalo <strong>de</strong> temperatura <strong>de</strong> 2 a 40ºC, sendo o intervalo <strong>de</strong> 28<br />
a 35ºC o mais favorável. Enquanto o A. ferrooxidans cresce em pH baixo, seu pH<br />
citoplasmático interno está próximo da neutralida<strong>de</strong>, e o gradiente <strong>de</strong> pH através da sua<br />
membrana citoplasmática é um dos maiores <strong>de</strong> todos os organismos (Brewis, 1996).<br />
3.4.1.2 - Acidithiobacillus thiooxidans:<br />
Tais bactérias oxidam enxofre e são utilizadas na lixiviação <strong>de</strong> minerais que não<br />
contenham ferro, po<strong>de</strong>ndo atuar pelo mecanismo indireto <strong>de</strong> lixiviação (Suzuki, 2001).<br />
Apresentam temperatura ótima entre 25 e 30°C e pH ótimo para o crescimento máximo<br />
igual a 2,0. As células se movimentam através <strong>de</strong> um tufo <strong>de</strong> flagelos polares e a a<strong>de</strong>são<br />
a superfícies po<strong>de</strong> se dar por meio do glicocálice.<br />
Sua energia po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>rivada através da oxidação <strong>de</strong> um ou mais compostos <strong>de</strong><br />
enxofre reduzido, incluindo sulfetos, enxofre, tiosulfatos, politionatos e tiocianatos,<br />
sendo sulfato obtido como resultado <strong>de</strong>ssa oxidação (Holt et al, 1994).<br />
17<br />
(10)
3.4.1.3 – Leptospirilum ferrooxidans:<br />
A espécie Leptospirilum ferrooxidans oxida apenas íons ferrosos, mas po<strong>de</strong><br />
crescer em temperaturas maiores que as possíveis para A. ferrooxidans e A. thiooxidans.<br />
Este também é um microrganismo acidófilo, com seu pH ótimo em torno <strong>de</strong> 1,3,<br />
inibindo, assim, o crescimento <strong>de</strong> A. ferrooxidans, cujo pH ótimo situa entre 2,0 – 2,5<br />
(Norris, 1990).<br />
L. ferrooxidans po<strong>de</strong>m apresentar forma <strong>de</strong> vibrião ou espirilo e sua<br />
movimentação se dá por meio <strong>de</strong> um único flagelo polar. Suas células se divi<strong>de</strong>m por<br />
fissão e alcançam um tamanho <strong>de</strong> 0,2 a 0,4 x 0,9 a 1,1 µm. É quimiolitotrófico<br />
obrigatório e utiliza Fe 2+ como fonte <strong>de</strong> energia, além <strong>de</strong> utilizar sulfetos interagindo<br />
com Acidithiobacillus. Os microrganismos acidofílicos po<strong>de</strong>m crescer em pH entre 1,5<br />
e 4,0, porém possuem pH ótimo entre 2,5 e 3,0. São aeróbicos e algumas cepas são<br />
termófilos mo<strong>de</strong>rados. Po<strong>de</strong>m ser encontrados comumente em <strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong> minérios<br />
sulfetados on<strong>de</strong> há predominância <strong>de</strong> A. ferrooxidans <strong>de</strong>vido à alta afinida<strong>de</strong> com íons<br />
ferrosos (Holt et al, 1994).<br />
Além das características supracitadas e por apresentar maior afinida<strong>de</strong> por Fe 2+ ,<br />
quando comparado com A. ferroxidans, e menor afinida<strong>de</strong> por Fe 3+ ; L. ferrooxidans<br />
apresenta características que fazem com que possa ser utilizado em lixiviação <strong>de</strong><br />
minerais sob alta temperatura, baixo pH e alta relação Fe 3+ /Fe 2+ (Norris, 1990)<br />
3.4.2 - Mecanismo <strong>de</strong> Biolixiviação<br />
É bem conhecido que a temperatura, velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> agitação, tamanho <strong>de</strong><br />
partícula (área superficial), aci<strong>de</strong>z, nutrientes e aditivos afetam a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
dissolução dos sulfetos minerais por via microbiana. Há dois mecanismos envolvidos no<br />
ataque bacteriano <strong>de</strong>sses sulfetos: o ataque direto e o indireto. No mecanismo direto, a<br />
bactéria atua diretamente no sulfeto mineral. No mecanismo indireto, a bactéria<br />
converte, simplesmente, Fe 2+ a Fe 3+ e enxofre elementar em sulfato, enquanto os íons<br />
Fe 3+ atuam diretamente na oxidação do sulfeto mineral (Smith & Misra, 1991), como<br />
mostrado, a seguir:<br />
18
Inicialmente, a calcopirita é oxidada pelo ar:<br />
CuFeS + +<br />
(12)<br />
2 4O2 → CuSO4<br />
FeSO4<br />
O sulfato ferroso produzido é rapidamente oxidado pelo oxigênio na presença <strong>de</strong><br />
bactérias:<br />
Bactérias<br />
4 FeSO + 2H<br />
SO + O ⎯⎯⎯→2Fe<br />
( SO ) + 2H<br />
O<br />
(13)<br />
4<br />
2<br />
4<br />
2<br />
2<br />
O sulfato férrico produzido ataca a calcopirita formando, ainda, mais sulfato<br />
ferroso que repete o ciclo <strong>de</strong> oxidação:<br />
CuFeS +<br />
+<br />
2<br />
4<br />
3<br />
3+<br />
2+<br />
2+<br />
o<br />
4 Fe → Cu + 5Fe<br />
S<br />
(14)<br />
O enxofre elementar, formado pela dissolução indireta da calcopirita, é oxidado<br />
por ativida<strong>de</strong> biológica a ácido sulfúrico que mantém o ferro em solução:<br />
S<br />
o<br />
Bactéria<br />
+ 1, 5O<br />
+ H O ⎯⎯⎯→HSO<br />
(15)<br />
2<br />
2<br />
2<br />
4<br />
Visto que a oxidação da calcopirita pelo oxigênio se dá lentamente, a velocida<strong>de</strong><br />
inicial <strong>de</strong> lixiviação é relativamente lenta.<br />
Logo, esses dois mecanismos <strong>de</strong> lixiviação <strong>de</strong> metais pesados por A.<br />
ferrooxidans po<strong>de</strong>m ser expressos <strong>de</strong> acordo com as reações a seguir (Smith &<br />
Misra,1991):<br />
3.4.2.1 – Mecanismo Direto:<br />
O mecanismo direto, ainda não foi comprovado cientificamente, porem este<br />
ocorreria <strong>de</strong> forma que os sulfetos presentes no mineral são oxidados com geração <strong>de</strong><br />
íons sulfato pela bactéria.<br />
Acidithiobacillus sp.<br />
MS + 2O → MSO<br />
(16)<br />
2<br />
4<br />
2<br />
19
3.4.2.2 – Mecanismo Indireto:<br />
On<strong>de</strong> os íons férricos produzidos pela oxidação dos íons ferrosos, pela bactéria,<br />
reagem quimicamente com os sulfetos metálicos para produzir Fe(II), fechando o ciclo.<br />
A. ferrooxidans<br />
2+<br />
Fe 1<br />
+<br />
3+<br />
2 + 2 O2<br />
+ 2H<br />
→ 2Fe<br />
+ H 2O<br />
O íon férrico é um oxidante potente e como tal é usado na hidrometalurgia para<br />
dissolução <strong>de</strong> vários minerais. No entanto, durante as reações, o íon férrico é reduzido a<br />
íon ferroso, uma espécie química não oxidante. Para formar o ferro trivalente, ele tem<br />
que ser re-oxidado ao estado <strong>de</strong> oxidação mais elevado, como mostra a Figura 4. Isto é<br />
feito geralmente na presença <strong>de</strong> O2 e em meio ácido (vi<strong>de</strong> reação 10), por ativida<strong>de</strong><br />
microbiana (Takamatsu, 1995).<br />
Mecanismo Indireto Mec. Direto<br />
Figura 4 – Mecanismos <strong>de</strong> Biolixiviação: Direto e Indireto (Smith & Misra,1991)<br />
3.4.2.3 – A<strong>de</strong>são do Microrganismo a Superfície do Minério e Ca<strong>de</strong>ia Respiratória.<br />
Um pré-requisito para a a<strong>de</strong>são inicial da célula na superfície do mineral é a<br />
formação do EPS (Substâncias extracelulares poliméricas). Este EPS, em A.<br />
ferrooxidans, é composto basicamente por açúcares (glicose, ramnose, fucose, xilose,<br />
manose), lipí<strong>de</strong>os, ácido glucurônico, C12-C20 lipí<strong>de</strong>os saturados e íons <strong>de</strong> ferro (III).<br />
A complexação <strong>de</strong> íons <strong>de</strong> ferro(III) no EPS, serve como matriz para algumas reações<br />
(Rohwer<strong>de</strong>r et al, 2003; Gehrke et al, 1998).<br />
Segundo Rohwer<strong>de</strong>r et al. (2003) a remoção dos elétrons da pirita é medida por<br />
íons do ferro (III) complexados pelos resíduos <strong>de</strong> ácidos glucurônicos (G−) situados no<br />
20<br />
(17)
EPS. O complexo resultante do ferro (II), <strong>de</strong>vido ao enfraquecimento das forças ligantes<br />
do complexo, libera os íons livres do ferro (II) que são (re)oxidados na membrana<br />
exterior pelo citocromo Cyc2 . Os elétrons são transferidos então através <strong>de</strong> outra<br />
proteína <strong>de</strong>nominada rusticianina (Rus) e/ou citocromo periplasmático Cyc1 ao limite<br />
da membrana citoplasmática ao citocromo oxidase (Cox).<br />
A. ferrooxidans utiliza a rusticianina como uma proteína <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong><br />
elétron na sua ca<strong>de</strong>ia respiratória oxidativa. Esta proteína pertence ao grupo I da<br />
superfamíla <strong>de</strong> proteínas azuis com cobre e representa cerca <strong>de</strong> 5% do total <strong>de</strong> proteínas<br />
solúveis sintetizadas (Blake & Shute, 1994)<br />
3.5 – Fatores Importantes no Processo <strong>de</strong> Biolixiviação<br />
3.5.1 - Influência da Granulometria do Concentrado <strong>de</strong> Flotação<br />
De acordo com Dutrizac, (1981) e Majima et al, (1985), a taxa <strong>de</strong> lixiviação<br />
aumenta com a diminuição da granulometria da fase sólida (minério ou concentrado <strong>de</strong><br />
flotação), <strong>de</strong>vido ao aumento da área superficial para a reação química entre o agente<br />
lixiviante e a fase sólida em questão.<br />
Porém, a observação <strong>de</strong> amostras <strong>de</strong> concentrado <strong>de</strong> flotação ao microscópio<br />
eletrônico <strong>de</strong> varredura mostra que a calcopirita em uma granulometria entre – 315 +<br />
200 µm não representa o tamanho real, <strong>de</strong>vido à a<strong>de</strong>rência das partículas finas aos<br />
aglomerados maiores. Em solução, esses aglomerados são dispersos e os agregados<br />
menores são lixiviados mais rapidamente. A diminuição da área <strong>de</strong> contato resulta em<br />
uma significante redução da taxa <strong>de</strong> dissolução. Com isso, algumas plantas <strong>de</strong><br />
tratamento diminuem a granulometria do concentrado <strong>de</strong> flotação obtido, a fim <strong>de</strong><br />
minimizar os custos <strong>de</strong> lixiviação, como mostra Havlík et al, (1994), ao se referir a uma<br />
planta <strong>de</strong> Cuba.<br />
3.5.2 - Influência da Adição <strong>de</strong> Nutrientes<br />
Do ponto <strong>de</strong> vista econômico e biológico é necessário i<strong>de</strong>ntificar as exigências<br />
mínimas <strong>de</strong> nutrientes na solução lixiviante para a obtenção <strong>de</strong> um meio favorável à<br />
ativida<strong>de</strong> microbiana. De acordo com McCready et al. (1986), a adição <strong>de</strong> certos<br />
21
nutrientes na solução lixiviante po<strong>de</strong> causar diminuição da taxa <strong>de</strong> lixiviação <strong>de</strong>vido à<br />
formação e precipitação <strong>de</strong> jarosita, que é um hidro-sulfato básico férrico com fórmula<br />
+<br />
MFe 3 ( SO4<br />
) 2 ( OH ) 6 , on<strong>de</strong> M po<strong>de</strong> ser = K + , Na + , NH + 4, Ag + ou H3O + .<br />
As plantas industriais evitam a adição <strong>de</strong> nutrientes e tentam usar o próprio<br />
minério para prover tal necessida<strong>de</strong> ao crescimento microbiano, pois, <strong>de</strong>ssa maneira, é<br />
possível prevenir a precipitação <strong>de</strong> sólidos que prejudicam o processo <strong>de</strong> lixiviação<br />
(McCready et al, 1986).<br />
3.5.3 - Concentração <strong>de</strong> Íons Ferrosos (Fe 2+ )<br />
Para a lixiviação/oxidação <strong>de</strong> sulfetos, é essencial a presença <strong>de</strong> íons férricos<br />
(Fe 3+ ). Esse oxidante po<strong>de</strong> ser gerado biologicamente através da abertura/dissolução da<br />
calcopirita (CuFeS2) ou pela adição <strong>de</strong> íons ferrosos (Fe 2+ ) em solução.<br />
No trabalho realizado por Muñoz et al (1995b) foi constatado que concentrações<br />
elevadas <strong>de</strong> Fe 2+ (na faixa <strong>de</strong> 2 a 10g/L), não garantiram maiores rendimentos finais na<br />
dissolução <strong>de</strong> urânio. A comparação com os resultados da experiência sem Fe 2+ mostrou<br />
que a melhora no rendimento <strong>de</strong> solubilização <strong>de</strong> urânio, quando comparado com os<br />
ensaios <strong>de</strong> maior concentração <strong>de</strong> Fe 2+ , era insignificante, visto que melhores resultados<br />
foram obtidos apenas nas primeiras 50 h. A explicação <strong>de</strong>ste comportamento po<strong>de</strong>ria ser<br />
a seguinte: o Fe 2+ favorece, primeiramente, o crescimento microbiano, produzindo Fe 3+<br />
e/ou uma queda no pH, logo, a cinética <strong>de</strong> dissolução <strong>de</strong> urânio também é favorecida.<br />
Porém esta ativida<strong>de</strong> microbiana produz uma gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> íons férricos que é<br />
precipitado, em parte, como jarosita. Tal afirmação é corroborada pela diminuição da<br />
concentração <strong>de</strong> ferro total na solução. Logo, sabe-se que uma pequena quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
íons férricos é necessária para melhorar a solubilização <strong>de</strong> sulfetos metálicos (Muñoz et<br />
al, 1995b).<br />
Estudos prévios concluíram que os íons férricos inibem competitivamente a<br />
oxidação <strong>de</strong> íons ferrosos pelo A. ferrooxidans, um efeito inibidor que po<strong>de</strong> ser<br />
minimizado pelo aumento da concentração <strong>de</strong> células do microrganismo em questão<br />
(Nyavor et al., 1996).<br />
22
3.5.4 – Potencial Redox - Eh<br />
O potencial redox é <strong>de</strong>finido como o potencial reversível <strong>de</strong> um eletrodo <strong>de</strong><br />
oxidação-redução medido contra um eletrodo <strong>de</strong> referência, corrigido ao eletrodo <strong>de</strong><br />
hidrogênio, em um <strong>de</strong>terminado eletrólito. Esse potencial expressa, em volts, as<br />
condições <strong>de</strong> equilíbrio entre espécies iônicas, <strong>de</strong> um mesmo elemento, em meio<br />
aquoso.<br />
Qualquer reação <strong>de</strong> oxidação-redução (redox) po<strong>de</strong> ser dividida em duas semireações:<br />
uma das espécies químicas sofre oxidação e a outra espécie química sofre<br />
redução. Se uma semi-reação é escrita no sentido <strong>de</strong> uma redução, a força motriz é o<br />
potencial <strong>de</strong> redução. Se a semi-reação é escrita no sentido <strong>de</strong> uma oxidação, a força<br />
motriz é o potencial <strong>de</strong> oxidação, relacionado ao potencial <strong>de</strong> redução por uma mudança<br />
<strong>de</strong> sinal. Assim o potencial redox é o potencial <strong>de</strong> redução/oxidação <strong>de</strong> um composto<br />
medido em condições padrão contra uma semi-pilha padrão <strong>de</strong> referência (Boon, 1996).<br />
A oxidação biológica <strong>de</strong> íons ferrosos tem sido <strong>de</strong>monstrada ser uma função da<br />
razão dos íons férrico/ferroso (Boon, 1996).<br />
A lixiviação férrica dos sulfetos em estudo, mais especificamente calcopirita e<br />
bornita, é, também, uma função <strong>de</strong>ssa razão dos íons <strong>de</strong> ferro. Embora haja um volume<br />
substancial <strong>de</strong> dados publicados sobre a lixiviação férrica <strong>de</strong> sulfetos metálicos, a<br />
velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lixiviação tem sido raramente relacionada ao potencial redox.<br />
O potencial redox está relacionado com a razão dos íons férrico/ferroso pela<br />
equação <strong>de</strong> Nernst:<br />
E<br />
3+<br />
o RT [ Fe ]<br />
E 2 + 3 + ln (Eq. 1)<br />
Fe , Fe<br />
2+<br />
nF [ Fe ]<br />
= +<br />
23
3.6 - Formação <strong>de</strong> Jarosita<br />
A partir da reação <strong>de</strong> oxidação do íon ferroso (Fe 2+ ) (18), ocorre o consumo <strong>de</strong><br />
íons hidrogênio (H + ) e o conseqüente aumento do pH do meio; porém, esse aumento <strong>de</strong><br />
pH é contrabalançado pela hidrólise do íon férrico (Daoud & Karamanev, 2006).<br />
Fe<br />
2+<br />
2+<br />
+<br />
+ H 2O<br />
⇔ FeOH + H<br />
Fe 2<br />
3+<br />
+ +<br />
+ 2H 2O<br />
⇔ Fe(<br />
OH ) 2 + H<br />
3+<br />
Fe 3H 2O<br />
⇔ Fe(<br />
OH ) 3 + 3<br />
+ H<br />
+<br />
Portanto, é bastante visível que o pH do sistema sofre variações com o aumento<br />
das reações <strong>de</strong> oxidação e <strong>de</strong> hidrólise. Além disso, há uma reação <strong>de</strong> competição com a<br />
reação <strong>de</strong> hidrólise resultando em produtos como o hidro-sulfato básico férrico com<br />
fórmula<br />
24<br />
(18)<br />
(19)<br />
(20)<br />
+<br />
MFe 3 ( SO4<br />
) 2 ( OH ) 6 , on<strong>de</strong> M po<strong>de</strong> ser = K + , Na + , NH + 4, Ag + ou H3O + . O pH<br />
ótimo para a formação <strong>de</strong> jarosita está em torno <strong>de</strong> 1,6 e 1,7 com temperatura ótima em<br />
35°C.<br />
Esses precipitados <strong>de</strong> hidro-sulfatos são conhecidos como jarosita. A reação<br />
(21), a seguir, mostra como a jarosita po<strong>de</strong> ser formada.<br />
3+<br />
+<br />
−<br />
+<br />
3Fe + M + 2HSO4<br />
+ 6H<br />
2O<br />
→ MFe3<br />
( SO4<br />
) 2 ( OH ) 6 + 8H<br />
Consi<strong>de</strong>rando que o meio <strong>de</strong> cultura 9K ((NH4)2SO4 – 3,0 g; MgSO4 . 7H2O –<br />
0,5 g; K2HPO4 – 0,5 g; KCl – 0,1 g; Ca(NO3)2 – 0,01 g; H2SO4 1N – 1 mL; H2O 700<br />
mL e FeSO4 . 7 H2O 44,22 g; H2O - 300 mL) (Garcia Jr., 1991), assim como o meio <strong>de</strong><br />
cultura T&K (Monteiro, 1998) é composto <strong>de</strong> uma alta concentração <strong>de</strong> íons amônio<br />
(NH4 + ), a jarosita produzida é a amoniojarosita (NH4Fe3(SO4)2(OH)2) (Daoud &<br />
Karamanev, 2006).<br />
3.6.1 - O Efeito da Presença da Jarosita<br />
A jarosita formada se a<strong>de</strong>re às partículas do minério, formando uma camada<br />
“protetora” impedindo o contato <strong>de</strong>ssas partículas com a solução, acarretando a<br />
paralisação do processo <strong>de</strong> lixiviação (Muñoz et al, 1995b).<br />
(21)
A formação <strong>de</strong> jarosita tem efeitos negativos em muitas aplicações que requerem<br />
o uso <strong>de</strong> A. ferrooxidans, especialmente no processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sulfurização <strong>de</strong> gás biológico.<br />
Dentre esses efeitos negativos, po<strong>de</strong>-se incluir a diminuição da concentração <strong>de</strong> íons<br />
férricos, usado como absorvente (oxidante) para ácido sulfídrico (H2S) (gás sulfídrico),<br />
entupindo bombas, válvulas, tubos etc., e a formação <strong>de</strong> barreiras cinéticas <strong>de</strong>vido à<br />
pequena difusão <strong>de</strong> reagentes e produtos em zonas <strong>de</strong> precipitação (Jensen e Webb,<br />
1995).<br />
3.6.2 – A Composição Química da Jarosita<br />
Para a caracterização dos diferentes tipos <strong>de</strong> composição <strong>de</strong> jarosita, produzida<br />
biologicamente, utiliza-se a técnica <strong>de</strong> difração <strong>de</strong> raio-X. Em estudos realizados por<br />
Sasaki e Konno, (2000), encontrou-se uma composição, em peso elementar, <strong>de</strong><br />
amoniojarosita com 14,6% <strong>de</strong> NH4 + , 29,1% <strong>de</strong> Fe e 11,2% <strong>de</strong> S.<br />
25
4 - MATERIAIS E MÉTODOS<br />
4.1 - Água Ácida <strong>de</strong> Mina<br />
A água ácida <strong>de</strong> mina, utilizada nos ensaios, foi coletada diretamente da mina <strong>de</strong><br />
cobre da Mineração Caraíba, on<strong>de</strong> foi extraído o concentrado <strong>de</strong> flotação a ser<br />
biolixiviado. Esta água apresentou um pH ≅ 2,0 e foi preservada, por refrigeração, por<br />
no máximo 2 meses ou até o início <strong>de</strong> cada batelada <strong>de</strong> testes.<br />
4.2 - Concentrado <strong>de</strong> Flotação<br />
O concentrado <strong>de</strong> sulfetos utilizado nos experimentos é resultado do processo <strong>de</strong><br />
flotação <strong>de</strong> sulfetos <strong>de</strong> cobre a partir <strong>de</strong> um minério bruto da mineração subterrânea<br />
(minério primário). O concentrado <strong>de</strong> flotação <strong>de</strong> sulfetos <strong>de</strong> cobre, foco do estudo,<br />
contém cerca <strong>de</strong> 30% <strong>de</strong> bornita (Cu5FeS4) e 70% <strong>de</strong> calcopirita (CuFeS2), resultado das<br />
operações <strong>de</strong> classificação granulométrica e separação em meio <strong>de</strong>nso.<br />
4.2.1 – Determinação do Teor <strong>de</strong> Cobre no Concentrado <strong>de</strong> Flotação<br />
O teor <strong>de</strong> cobre no concentrado foi <strong>de</strong>terminado pela Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Análises<br />
Minerais do CETEM – COAM, através do processo <strong>de</strong> fusão <strong>de</strong> uma amostra <strong>de</strong>sse<br />
concentrado, seguida <strong>de</strong> solubilização apropriada do material sólido, resultado <strong>de</strong>sse<br />
processo, sendo o cobre, disponibilizado na fase aquosa, analisado pela técnica <strong>de</strong><br />
Espectrometria <strong>de</strong> Absorção Atômica com Chama (C2H2).<br />
4.2.2 – Fração Granulométrica<br />
A análise granulométrica foi feita por peneiramento a úmido, utilizando peneiras<br />
padronizadas da série Tyler (0,106 a 0,043 mm).<br />
4.2.3 - Caracterização Mineralógica do Concentrado <strong>de</strong> Flotação (Sulfetos <strong>de</strong> Cobre)<br />
Foi realizada a caracterização do concentrado <strong>de</strong> flotação através <strong>de</strong> análise por<br />
difração <strong>de</strong> raios-X, para se <strong>de</strong>finir quais espécies mineralógicas estavam presentes no<br />
concentrado, on<strong>de</strong> o resultado obtido, através do método do pó, foi coletado em um<br />
equipamento Bruker-AXS D5005 equipado com espelho <strong>de</strong> Goeble para feixe paralelo<br />
<strong>de</strong> raios X, nas seguintes condições <strong>de</strong> operação: radiação Co Kα (35 kV/40 mA);<br />
velocida<strong>de</strong> do goniômetro <strong>de</strong> 0,02 o 2θ por passo com tempo <strong>de</strong> contagem <strong>de</strong> 1,0<br />
26
segundo por passo e coletados <strong>de</strong> 5 a 80º 2θ. A interpretação qualitativa <strong>de</strong> espectro foi<br />
efetuada por comparação com padrões contidos no banco <strong>de</strong> dados PDF02 (ICDD,<br />
1996) em software Bruker Diffrac Plus .<br />
A análise semiquantitativa dos constituintes metálicos, por fluorescência <strong>de</strong><br />
raios-X, foi expressa na forma <strong>de</strong> espécies químicas moleculares, através <strong>de</strong> análise<br />
química obtida por uma varredura semi-quantitativa em um equipamento mo<strong>de</strong>lo S-4<br />
Explorer da Bruker-axs do Brasil equipado com tubo <strong>de</strong> Ródio. A amostra foi moída<br />
abaixo <strong>de</strong> 0,044 mm e transformada em pastilha sob 20 toneladas <strong>de</strong> pressão.<br />
4.3- Meio <strong>de</strong> Cultura – T & K<br />
Para a propagação do inóculo microbiano, foi utilizado o meio <strong>de</strong> cultura T&K,<br />
<strong>de</strong>senvolvido por Tuovinen & Kelly (1973), com pequenas modificações (Monteiro<br />
1998). Este meio é específico para o cultivo da espécie A. ferrooxidans. O referido meio<br />
é composto por duas soluções (A e B), cujas composições po<strong>de</strong>m ser vistas nas Tabelas<br />
2 e 3.<br />
Tabela 2 – Composição da solução <strong>de</strong> nutrientes do meio T&K<br />
Solução A<br />
(NH4)2SO4 0,625 g/L<br />
K2HPO4 0,625 g/L<br />
MgSO4.7H2O 0,625 g/L<br />
Tabela 3 - Composição da solução <strong>de</strong> sulfato ferroso do meio T&K<br />
Solução B<br />
FeSO4.7H2O 166,5 g/L<br />
Para o preparo do meio <strong>de</strong> cultura T&K, as soluções A e B foram preparadas,<br />
aciduladas com H2SO4 10N até pH 1,8 e esterilizadas separadamente.<br />
A solução <strong>de</strong> sais (solução A) foi esterilizada em autoclave, a uma temperatura<br />
<strong>de</strong> 120ºC, durante 20 minutos, ao passo que a solução <strong>de</strong> sulfato ferroso (solução B) foi<br />
filtrada em membrana Millipore (0,45 µm).<br />
A finalização do preparo do meio <strong>de</strong> cultura consistiu na mistura das soluções A<br />
e B em uma proporção <strong>de</strong> 4:1, respectivamente.<br />
27
4.4 – Ensaios <strong>de</strong> Lixiviação Utilizando Água Ácida <strong>de</strong> Mina como Inóculo.<br />
Para estes ensaios foram feitos diversos testes variando-se os seguintes<br />
parâmetros:<br />
– quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> concentrado <strong>de</strong> flotação (relação sólido-líquido)<br />
– tempo <strong>de</strong> lixiviação<br />
– adição da água <strong>de</strong> mina (em relação ao meio <strong>de</strong> cultura – v/v)<br />
Em todos os experimentos do item 4.4 a água ácida <strong>de</strong> mina foi empregada<br />
como inóculo do processo, porém não houve a manutenção do pH nestes ensaios.<br />
4.4.1 - Teste 1: Ensaios <strong>de</strong> Lixiviação Biológica com 100 g/L e 500 g/L <strong>de</strong> Relação<br />
sólido-líquido.<br />
Com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> potencializar o emprego das bactérias nativas do<br />
concentrado <strong>de</strong> flotação, assumindo a presença das mesmas nesse material, o<br />
concentrado foi adicionado diretamente ao meio <strong>de</strong> cultura T&K nas condições<br />
<strong>de</strong>scritas abaixo:<br />
– quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> concentrado <strong>de</strong> flotação (relação sólido-líquido): 100 g/L e 500 g/L<br />
– tempo <strong>de</strong> reação: 5 e 15 dias<br />
– meio <strong>de</strong> cultura: 45 mL<br />
– adição <strong>de</strong> água da mina: 10% em relação ao volume <strong>de</strong> meio <strong>de</strong> cultura<br />
– velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> agitação: 150 rpm<br />
4.4.2 - Teste 2: Ensaio <strong>de</strong> Lixiviação Biológica com 100 g/L e 50 g/L <strong>de</strong> Relação<br />
sólido-líquido<br />
Visando <strong>de</strong>terminar a melhor relação sólido (concentrado <strong>de</strong> flotação): líquido<br />
(solução lixiviante) a ser empregada na biolixiviação, foram realizados ensaios com<br />
50 g/L e 100 g/L <strong>de</strong> relações sólido-líquido. Em paralelo, realizou-se, também, uma<br />
lixiviação sem a adição <strong>de</strong> água <strong>de</strong> mina, que foi consi<strong>de</strong>rada o controle químico do<br />
processo. Esses ensaios foram executados consi<strong>de</strong>rando os seguintes parâmetros:<br />
– quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> concentrado <strong>de</strong> flotação (relação sólido-líquido): 100 g/L e 50 g/L<br />
28
– tempo <strong>de</strong> lixiviação: 1h, 1 dia, 2 dias, 3 dias, 4 dias, 5 dias, 6 dias, 7 dias, 10 dias, 20<br />
dias<br />
– meio <strong>de</strong> cultura: 45 mL<br />
– adição <strong>de</strong> água da mina: 10% em relação ao volume <strong>de</strong> meio <strong>de</strong> cultura<br />
– velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> agitação: 150 rpm<br />
Este ensaio foi realizado com o acompanhamento <strong>de</strong> seu respectivo controle, ou<br />
seja, lixiviação do concentrado <strong>de</strong> flotação apenas com o meio <strong>de</strong> cultura T&K, sem a<br />
adição <strong>de</strong> água ácida <strong>de</strong> mina, porém foram respeitadas as relações sólido-líquido.<br />
Adicionalmente, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> observar a atuação do agente lixiviante na<br />
dissolução da calcopirita, um cubo <strong>de</strong>ste mineral foi inserido no sistema meio <strong>de</strong> cultura<br />
T&K / água ácida <strong>de</strong> mina, possibilitando assim, observar possíveis mudanças na<br />
superfície do mesmo, e colocado em agitação por 10 dias.<br />
4.4.3 – Teste 3: Ensaios <strong>de</strong> Lixiviação Ácida (pH = 1,8), ajustado com solução <strong>de</strong><br />
H2SO4 10N )<br />
O ensaio <strong>de</strong> lixiviação ácida foi realizado com uma solução inicial <strong>de</strong> ácido<br />
sulfúrico em pH = 1,8, por ser este o pH do meio <strong>de</strong> cultura utilizado anteriormente. Os<br />
ensaios foram realizados, <strong>de</strong> acordo com os parâmetros a seguir:<br />
– quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> concentrado <strong>de</strong> flotação (relação sólido-líquido): 50 g/L<br />
– tempo <strong>de</strong> lixiviação: 1h, 1 dia, 2 dias, 3 dias, 4 dias, 5 dias e 10 dias<br />
– água acidificada (pH = 1,8 – H2SO4 10N): 50 mL<br />
– velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> agitação: 150 rpm<br />
4.4.4 - Teste 4: Ensaio <strong>de</strong> Lixiviação Ácida com Manutenção Diária <strong>de</strong> pH (1,8).<br />
Os ensaios do teste 4 foram realizados com um controle diário do pH da polpa,<br />
visando <strong>de</strong>terminar o tempo necessário para estabilização <strong>de</strong>sse parâmetro. O pH foi<br />
ajustado em 1,8, utilizando H2SO4 10N. Os testes foram conduzidos <strong>de</strong> acordo com os<br />
parâmetros <strong>de</strong>scritos abaixo:<br />
– quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> concentrado <strong>de</strong> flotação (relação sólido-líquido): 50 g/L<br />
– tempo <strong>de</strong> lixiviação: 1h, 1 dia, 2 dias, 3 dias, 4 dias, 5 dias e 10 dias<br />
– água acidificada (pH = 1,8 – H2SO4 10N): 50 mL<br />
29
– velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> agitação: 150 rpm<br />
4.4.5 - Teste 5: Ensaio <strong>de</strong> Lixiviação Seqüencial<br />
Para avaliar o benefício da lixiviação seqüencial do concentrado <strong>de</strong> flotação, foi<br />
planejada uma lixiviação que no seu décimo dia sofreria uma renovação <strong>de</strong> meio <strong>de</strong><br />
cultivo e o processo <strong>de</strong> extração <strong>de</strong> cobre, se esten<strong>de</strong>ria até o vigésimo dia. Desta forma,<br />
o concentrado <strong>de</strong> flotação, empregado no presente experimento, foi separado do meio<br />
líquido, por filtração, e reutilizado, recebendo o meio T&K fresco.<br />
Com isso, foram realizados ensaios <strong>de</strong> biolixiviação, com polpas <strong>de</strong> 50 g/L e 100<br />
g/L <strong>de</strong> concentrado <strong>de</strong> flotação, consi<strong>de</strong>rando os seguintes parâmetros:<br />
– quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> concentrado <strong>de</strong> flotação (relação sólido-líquido): 100 e 50 g/L<br />
– tempo total <strong>de</strong> lixiviação: 20 dias (10 dias + 10 dias)<br />
– meio <strong>de</strong> cultura: 45 mL<br />
– adição <strong>de</strong> água da mina: 10% em relação ao meio <strong>de</strong> cultura<br />
– velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> agitação: 150 rpm<br />
Após os 10 primeiros dias <strong>de</strong> biolixiviação, a lixívia resultante foi encaminhada<br />
para análise, para <strong>de</strong>terminação da concentração <strong>de</strong> cobre. O concentrado <strong>de</strong> flotação<br />
lixiviado foi reutilizado em novo ensaio <strong>de</strong> biolixiviação, utilizando-se os mesmos<br />
parâmetros <strong>de</strong>scritos acima.<br />
Ao final <strong>de</strong> mais <strong>de</strong>z dias (20º dia <strong>de</strong> ensaio), foi retirada uma nova alíquota<br />
(lixívia) para a <strong>de</strong>terminação da concentração <strong>de</strong> cobre extraído.<br />
4.4.6 - Teste 6: Ensaios <strong>de</strong> Reutilização da Lixívia em Nova Amostra <strong>de</strong> Concentrado<br />
Visando a utilização futura do processo Geocoat® (Harvey et al, 2002), on<strong>de</strong><br />
ocorre o aproveitamento do agente lixiviante, através da sua recirculação, o presente<br />
ensaio foi realizado visando observar o comportamento da lixívia na extração <strong>de</strong> cobre<br />
quando da reutilização da mesma. Para isso, o concentrado <strong>de</strong> flotação foi lixiviado por<br />
10 dias, sendo que, a seguir, a mesma lixívia foi aplicada a uma nova amostra <strong>de</strong><br />
concentrado. Tais ensaios foram realizados nas seguintes condições:<br />
30
– quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> concentrado <strong>de</strong> flotação (relação sólido-líquido): 100 e 50 g/L<br />
– tempo <strong>de</strong> lixiviação: 20 dias (10 dias + 10 dias)<br />
– meio <strong>de</strong> cultura: 45 mL<br />
– adição <strong>de</strong> água da mina: 10% em relação ao meio <strong>de</strong> cultura<br />
– velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> agitação: 150 rpm<br />
4.4.7 – Ensaios <strong>de</strong> Biolixiviação com Monitoramento das Variáveis do Processo<br />
Foram realizados quatro novos testes, porém nesta etapa, com o monitoramento<br />
das variáveis do processo, como pH, sendo constantemente corrigido para a faixa <strong>de</strong> 1,8<br />
a 2,2, potencial redox, <strong>de</strong>terminação das concentrações das espécies iônicas Fe 2+ (íon<br />
ferroso) e Fe 3+ (íon férrico) e percentual <strong>de</strong> extração <strong>de</strong> cobre. Os ensaios foram<br />
mantidos sob agitação a 150 rpm e a 30ºC por um período <strong>de</strong> 30 dias.<br />
As condições experimentais empregadas estão <strong>de</strong>scritas a seguir.<br />
4.4.7.1 – Teste 7: Ensaio em Meio <strong>de</strong> Cultura T&K sem Fe 2+ .<br />
Esse teste consistiu em uma lixiviação utilizando o meio <strong>de</strong> cultura T&K, sem a<br />
presença da solução <strong>de</strong> sulfato ferroso, ou seja, isenta <strong>de</strong> Fe 2+ , em dois tipos <strong>de</strong> ensaio:<br />
um inoculado, on<strong>de</strong> se utilizou 10% v/v <strong>de</strong> água ácida <strong>de</strong> mina e, paralelamente, um<br />
teste controle, sem água ácida <strong>de</strong> mina. Os ensaios foram conduzidos <strong>de</strong> acordo com os<br />
parâmetros abaixo:<br />
– concentrado <strong>de</strong> flotação: 50 g/L<br />
– solução A (nutrientes) do meio <strong>de</strong> cultura T&K: 90mL<br />
– água ácida <strong>de</strong> mina (inóculo): 10% v/v<br />
– velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> agitação: 150 rpm<br />
Nos ensaios <strong>de</strong>nominados controles, o inóculo (água ácida <strong>de</strong> mina) não foi<br />
adicionado, sendo mantida a relação sólido-líquido (50 g/L), ou seja, 90 mL da solução<br />
A do meio <strong>de</strong> cultura T&K, 10 mL <strong>de</strong> água <strong>de</strong>stilada e 5 g <strong>de</strong> concentrado <strong>de</strong> flotação.<br />
31
4.4.7.2 - Teste 8: Ensaio em Meio <strong>de</strong> Cultura T&K Completo<br />
Nesse ensaio, o concentrado <strong>de</strong> flotação foi lixiviado com o meio <strong>de</strong> cultura<br />
T&K completo, ou seja, contendo as soluções A e B. Foi realizada uma série inoculada<br />
e outra, sem inóculo. As condições experimentais <strong>de</strong>sse ensaio estão <strong>de</strong>scritas abaixo:<br />
– concentrado <strong>de</strong> flotação: 50 g/L<br />
– meio <strong>de</strong> cultura T&K: 90 mL<br />
– água ácida <strong>de</strong> mina (inóculo): 10% v/v<br />
– velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> agitação: 150 rpm<br />
Nos ensaios <strong>de</strong>nominados controles, o inóculo (água ácida <strong>de</strong> mina) não foi<br />
adicionado, sendo mantida a relação sólido-líquido (50 g/L), ou seja, 90 mL <strong>de</strong> meio <strong>de</strong><br />
cultura T&K, 10 mL <strong>de</strong> água <strong>de</strong>stilada e 5 g <strong>de</strong> concentrado <strong>de</strong> flotação.<br />
4.4.7.3 - Teste 9: Ensaio em Meio <strong>de</strong> Cultura T&K Previamente Oxidado.<br />
Os experimentos <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> teste foram executados com o meio T&K<br />
previamente oxidado, ou seja, o meio foi inoculado (10% v/v) com água ácida <strong>de</strong> mina,<br />
sendo este sistema agitado a 150 rpm por cerca <strong>de</strong> 2 dias em incubadora a 30ºC.<br />
– concentrado <strong>de</strong> flotação: 50 g/L<br />
– meio <strong>de</strong> cultura T&K oxidado (conforme <strong>de</strong>scrito acima): 90mL<br />
– água <strong>de</strong> mina (inóculo): 10% v/v<br />
– velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> agitação: 150 rpm<br />
4.4.7.4 - Teste 10: Ensaio em Meio <strong>de</strong> Cultura T&K Previamente Oxidado Isento <strong>de</strong><br />
Biomassa<br />
Para a realização <strong>de</strong>ste ensaio, utilizou-se o meio <strong>de</strong> cultura oxidado conforme<br />
<strong>de</strong>scrito anteriormente (item 4.4.7.3), seguida da filtração <strong>de</strong>ste em membrana 0,22 µm,<br />
com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> separar as células bacterianas do sistema, bem como utilizar como<br />
agente lixiviante apenas o Fe 3+ que supostamente tenha sido gerado biologicamente. Os<br />
ensaios foram conduzidos <strong>de</strong> acordo com as seguintes condições experimentais:<br />
– concentrado <strong>de</strong> flotação: 50 g/L<br />
– meio <strong>de</strong> cultura T&K oxidado e filtrado (conforme <strong>de</strong>scrito acima): 90 mL<br />
32
– velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> agitação: 150 rpm<br />
4.5 – Ensaios <strong>de</strong> Biolixiviação Utilizando Linhagem Pura <strong>de</strong> Acidithiobacillus<br />
ferrooxidans<br />
Nos ensaios apresentados no íten 4.4, foi utilizada a água ácida <strong>de</strong> mina como<br />
inóculo microbiano, porém durante as tentativas <strong>de</strong> plaqueamento da mesma, não foi<br />
observado o crescimento <strong>de</strong> colônias, além da baixa extração (solubilização) <strong>de</strong> cobre.<br />
Logo, optou-se pela utilização <strong>de</strong> cepas isoladas e i<strong>de</strong>ntificadas <strong>de</strong> Acidithiobacillus<br />
ferrooxidans como inóculo microbiano.<br />
4.5.1 - Linhagens <strong>de</strong> Microrganismos – A.f. - S<br />
A linhagem <strong>de</strong> Acidithiobacillus ferrooxidans utilizada nesta etapa do trabalho<br />
foi doada pelo Prof. Dr. Oswaldo Garcia Júnior, UNESP – Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong><br />
São Paulo, do Instituto <strong>de</strong> Química – Departamento <strong>de</strong> Bioquímica. A cultura foi<br />
isolada <strong>de</strong> uma mina <strong>de</strong> cobre em Surubim – Bahia, e está catalogada como A. f. – S. .<br />
4.5.2 – Ensaios <strong>de</strong> Respirometria<br />
A respirometria é um teste baseado na medida <strong>de</strong> oxigênio consumido por uma<br />
suspensão celular. A partir <strong>de</strong>ste ensaio é possível avaliar se o concentrado <strong>de</strong> flotação é<br />
passível <strong>de</strong> sofrer biolixiviação. Este teste foi conduzido com a cultura do item anterior.<br />
4.5.2.1 – Preparo da Suspensão Celular<br />
A suspensão celular utilizada nos ensaios <strong>de</strong> respirometria foi preparada a partir<br />
da linhagem <strong>de</strong> A. ferrooxidans – S (isolada da mina <strong>de</strong> cobre <strong>de</strong> Surubim) crescida em<br />
200 mL <strong>de</strong> meio T&K à temperatura <strong>de</strong> 30 o C em mesa agitadora com rotação <strong>de</strong> 150<br />
rpm. Após o crescimento da bactéria (2 dias), indicado pela oxidação visual <strong>de</strong> Fe 2+ ,<br />
filtrou-se a suspensão, em papel <strong>de</strong> filtro comum, para a retirada <strong>de</strong> precipitados do<br />
meio, e, em seguida, coletou-se as células por filtração em membrana (0,45 µm <strong>de</strong><br />
diâmetro <strong>de</strong> poro). As células, assim coletadas, foram lavadas com água acidificada (pH<br />
1,8) e ressuspensas em 20 mL <strong>de</strong>sta mesma solução. Centrifugou-se a suspensão a 4000<br />
rpm, por 15 minutos sob refrigeração, <strong>de</strong>sprezou-se o sobrenadante e as células foram<br />
ressuspensas em um volume <strong>de</strong> 5,0 mL <strong>de</strong> água acidificada (pH 1,8).<br />
33
4.5.2.2 – Dosagem <strong>de</strong> proteínas totais<br />
Centrifugou-se 1 mL da suspensão celular por 15 minutos a 1500 rpm. O<br />
sobrenadante foi <strong>de</strong>sprezado e o sedimento (células) foi suspenso em 1 mL <strong>de</strong> NaOH 1<br />
mol L -1 e levado para hidrolisar por fervura em banho-maria por 30 minutos. Alíquotas<br />
<strong>de</strong>ssa solução, diluídas a<strong>de</strong>quadamente, foram utilizadas na dosagem protéica.<br />
Tabela 4 : Reagentes utilizados no procedimento <strong>de</strong> dosagem <strong>de</strong> proteína total<br />
Soluções Reagentes Quantida<strong>de</strong>s<br />
KNaC4H4O6.4H2O 25g<br />
Na2CO3<br />
NaOH 1 Mol L<br />
0,5g<br />
-1 Solução A<br />
125mL<br />
Água <strong>de</strong>stilada q.s.p. 250 mL<br />
KNaC4H4O6.4H2O 0,2g<br />
CuSO4.5H2O<br />
NaOH 1 mol L<br />
0,1g<br />
-1 Solução B<br />
1,0 mL<br />
Água <strong>de</strong>stilada 9,0 mL<br />
Solução C<br />
Reagente <strong>de</strong> Folin-Ciocalteu<br />
Água <strong>de</strong>stilada<br />
10,0 mL<br />
30,0 mL<br />
Obs.: A solução C <strong>de</strong>ve ser preparada no momento do uso.<br />
4.5.2.3 - Procedimento <strong>de</strong> dosagem <strong>de</strong> proteína total<br />
Num tubo <strong>de</strong> ensaio adicionou-se 0,9 mL da solução A à 1 mL <strong>de</strong> solução <strong>de</strong> proteínas,<br />
em diluição apropriada, e incubou-se em banho-maria à 50ºC por 10 minutos,<br />
resfriando-se, a seguir, à temperatura ambiente. Adicionou-se 0,1 mL da solução B e<br />
incubou-se por 10 minutos em temperatura ambiente. Finalmente, adicionou-se 3 mL<br />
da solução C e incubou-se por 10 minutos a 50ºC. Sendo a leitura realizada em<br />
espectrofotômetro no comprimento <strong>de</strong> onda <strong>de</strong> 650 nanometros.<br />
Para a construção da curva padrão utilizou-se soroalbumina bovina.<br />
34
Figura 5: Soluções padrões para a confecção <strong>de</strong> curva padrão para dosagens <strong>de</strong> proteína total.<br />
4.5.2.4 – Descrição dos Ensaios <strong>de</strong> Respirometria<br />
Pesquisas relacionadas às técnicas <strong>de</strong> calorimetria e respirometria servem <strong>de</strong><br />
suporte para a observação do comportamento microbiano, como por exemplo, diferentes<br />
taxas <strong>de</strong> respiração celular para diferentes minérios (Tuovinen & Dispiito, 1984).<br />
Os ensaios foram realizados <strong>de</strong> acordo com as seguintes condições<br />
experimentais:<br />
Teste 1: Concentrado <strong>de</strong> flotação em água acidificada com H2SO4 até pH 1,8.<br />
Teste 2: Concentrado <strong>de</strong> flotação em tampão glicina (ácido aminoetanoico –<br />
COOHCH2NH2)– pH 1,8<br />
Cálculo para o preparo <strong>de</strong> 50 mL <strong>de</strong> tampão glicina: 0,75g <strong>de</strong> glicina + 7 mL <strong>de</strong><br />
H2SO4 (1 N) + água <strong>de</strong>stilada até completar 50 mL.<br />
Teste 3: Concentrado <strong>de</strong> flotação modificado em contato com água acidificada<br />
com H2SO4 até pH 1,8.<br />
Para a realização <strong>de</strong>ste teste, o concentrado <strong>de</strong> flotação recebeu um tratamento<br />
químico visando a estabilização do consumo <strong>de</strong> ácido, verificado através do pH.<br />
Este tratamento consistiu no preparo <strong>de</strong> uma suspensão aquosa, na qual foi<br />
realizada a verificação e manutenção do pH com H2SO4 1N, periodicamente,<br />
como mostra a tabela 5.<br />
Os parâmetros do tratamento <strong>de</strong>scrito po<strong>de</strong>m ser vistos abaixo:<br />
35
– massa <strong>de</strong> amostra <strong>de</strong> concentrado <strong>de</strong> flotação: 10 g<br />
– volume <strong>de</strong> água <strong>de</strong>stilada: 100 mL<br />
– concentração do H2SO4 utilizado: 1 N<br />
A verificação e manutenção do pH estão <strong>de</strong>scritas na Tabela 5 a seguir:<br />
Tabela 5: Controle e estabilização do pH da suspensão em 1,8 (concentrado <strong>de</strong> flotação/água<br />
<strong>de</strong>stilada) para a realização dos ensaios <strong>de</strong> respirometria.<br />
Tempo pH V ácido<br />
(hora)<br />
(mL)<br />
0h 6,79 10,5<br />
1h 3,09 2,5<br />
2h 2,15 1,5<br />
4h 2,06 1,0<br />
5h 1,91 0,5<br />
6h 1,80 -<br />
16h 2,56 2,5<br />
17h 1,83 -<br />
18h 1,83 -<br />
19h 1,84 -<br />
4.5.2.5 – Condução dos Ensaios <strong>de</strong> Respirometria<br />
Os testes <strong>de</strong> respirometria foram realizados utilizando-se o respirômetro <strong>de</strong><br />
Warburg, mostrado na Figura 8. Esse equipamento consiste <strong>de</strong> um frasco <strong>de</strong> reação<br />
(Figuras 6 e 7) com um reservatório lateral, para a adição das células, e um poço central<br />
no qual é colocado uma tira <strong>de</strong> papel <strong>de</strong> filtro, embebido com 0,1 mL <strong>de</strong> solução <strong>de</strong><br />
KOH 20% p/v para retenção <strong>de</strong> CO2 atmosférico. O compartimento principal do frasco<br />
comporta o concentrado <strong>de</strong> flotação e nele ocorrem as reações a serem estudadas.<br />
36
A<br />
Figura 6: (A)Frasco <strong>de</strong> reações utilizado no respirômetro <strong>de</strong> Warburg: (B) poço central, (C) reservatório<br />
lateral para a adição das células.<br />
D<br />
B<br />
Figura 7: Frasco <strong>de</strong> reação, com rolha do braço lateral acoplada (D), contendo orifício <strong>de</strong> saída para<br />
gaseificação.<br />
C<br />
37
E<br />
Figura 8: (E) Respirômetro <strong>de</strong> Warburg, (F) Manômetro on<strong>de</strong> é acoplado o frasco <strong>de</strong> reação.<br />
4.5.3 – Experimentos <strong>de</strong> Lixiviação<br />
Para todos esses ensaios foi empregado como inóculo a cultura pura <strong>de</strong><br />
Acidithiobacillus ferrooxidans – S. obtida a partir do crescimento em meio <strong>de</strong> cultura<br />
T&K (10% v/v <strong>de</strong> inóculo microbiano), por 48 horas a 30ºC e agitadas a uma<br />
velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 150 rpm.<br />
4.5.3.1 - Teste 11: Ensaio em Meio <strong>de</strong> Cultura T&K sem íons ferrosos( Fe 2+ ).<br />
O procedimento adotado para a realização do teste 11 está <strong>de</strong>scrito no item<br />
4.4.7.1, porém como inóculo microbiano foi utilizada a cultura A. f. – S.<br />
– concentrado <strong>de</strong> flotação: 50 g/L<br />
– solução A (nutrientes) do meio <strong>de</strong> cultura T&K: 90 mL<br />
– inóculo: 10% v/v<br />
– velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> agitação: 150 rpm<br />
F<br />
38
Nos ensaios <strong>de</strong>nominados controles, o inóculo não foi adicionado, sendo<br />
mantida a relação sólido-líquido (50 g/L), ou seja, 90 mL da solução A do meio <strong>de</strong><br />
cultura T&K, 10ml <strong>de</strong> água <strong>de</strong>stilada e 5g <strong>de</strong> concentrado <strong>de</strong> flotação.<br />
4.5.3.2 - Teste 12: Ensaio em Meio <strong>de</strong> cultura T&K Completo<br />
A <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong>ste ensaio po<strong>de</strong> ser verificada no item 4.4.7.2, porém, sendo<br />
utilizado como inóculo microbiano a cultura A. f. – S.<br />
– concentrado <strong>de</strong> flotação: 50 g/L<br />
– meio <strong>de</strong> cultura T&K: 90 mL<br />
– inóculo: 10% v/v<br />
– velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> agitação: 150 rpm<br />
Nos ensaios <strong>de</strong>nominados controles, o inóculo não foi adicionado, sendo<br />
mantida a relação sólido-líquido (50 g/L), ou seja, 90 mL <strong>de</strong> meio <strong>de</strong> cultura T&K,<br />
10mL <strong>de</strong> água <strong>de</strong>stilada e 5 g <strong>de</strong> concentrado <strong>de</strong> flotação.<br />
4.5.3.3 - Teste 13: Ensaio em Meio <strong>de</strong> Cultura T&K Previamente Oxidado.<br />
O teste 13 foi conduzido <strong>de</strong> acordo com a <strong>de</strong>scrição do ensaio 9 no item 4.4.9.3.<br />
– concentrado <strong>de</strong> flotação: 50 g/L<br />
– meio <strong>de</strong> cultura T&K oxidado (conforme <strong>de</strong>scrito acima): 90 mL<br />
– inóculo: 10% v/v<br />
– velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> agitação: 150 rpm<br />
4.5.3.4 - Teste 14: Ensaio em Meio <strong>de</strong> cultura T&K previamente oxidado isento <strong>de</strong><br />
biomassa<br />
O procedimento para a oxidação <strong>de</strong> meio <strong>de</strong> cultura T&K é <strong>de</strong>scrito no item<br />
4.4.7.4, porém com a utilização da cultura A. f. – S. O meio <strong>de</strong> cultura, após a oxidação,<br />
apresentou uma coloração avermelhada (Figura 9).<br />
39
Figura 9 – Meio <strong>de</strong> Cultura T&K oxidado por Acidithiobacillus ferrooxidans – S.<br />
– concentrado <strong>de</strong> flotação: 5% p/v<br />
– meio <strong>de</strong> cultura T&K oxidado: 90 mL<br />
– inóculo: 10% v/v<br />
– velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> agitação: 150 rpm<br />
4.6 - Quantificação Microbiana<br />
4.6.1 - Quantificação Microbiana na Água Ácida <strong>de</strong> Mina.<br />
Com o objetivo <strong>de</strong> quantificar as células <strong>de</strong> A. ferrooxidans, supostamente<br />
existentes na água <strong>de</strong> mina, utilizada nos ensaios <strong>de</strong> biolixiviação, foram feitos ensaios<br />
utilizando a Norma CETESB / L5.217 Thiobacillus – Determinação do número mais<br />
provável (NMP) pela técnica <strong>de</strong> tubos múltiplos. O meio <strong>de</strong> cultura empregado neste<br />
ensaio foi o 9K ((NH4)2SO4 – 3,0 g; MgSO4 . 7H2O – 0,5 g; K2HPO4 – 0,5 g; KCl – 0,1<br />
g; Ca(NO3)2 – 0,01 g; H2SO4 1N – 1 mL; H2O 700 mL e FeSO4 . 7 H2O 44,22 g; H2O -<br />
300 mL) (Garcia Jr., 1991) e o cultivo permaneceu por 21 dias em estufa com<br />
temperatura <strong>de</strong> 30ºC.<br />
4.6.2 - Contagem Microbiana (UFC) <strong>de</strong> Acidithiobacillus ferrooxidans a partir do<br />
Cultivo da Cultura Pura (A.f. – S) Utilizando Plaqueamento “Spread Plate”.<br />
A contagem microbiana foi realizada para a padronização do inóculo inicial a ser<br />
empregado nos experimentos do item 4.5.<br />
Foi realizada por plaqueamento utilizando o meio <strong>de</strong> cultura T&K sólido. Essa<br />
40
contagem foi feita apenas para a padronização do inóculo inicial empregado nos ensaios<br />
<strong>de</strong> lixiviação. Tal procedimento foi realizado da seguinte forma:<br />
– Uma amostra do inóculo microbiano foi diluída <strong>de</strong> 10 -1 para 10 -6 em solução<br />
<strong>de</strong> Tween 80 a 0,45% v/v;<br />
– Para o plaqueamento “Spread Plate”, realizado em duplicata, foram retiradas<br />
alíquotas <strong>de</strong> 0,1 mL <strong>de</strong> cada diluição, e, após inoculação em placas <strong>de</strong> Petri<br />
contendo o meio <strong>de</strong> cultura T&K sólido, cada alíquota foi espalhada com auxílio<br />
<strong>de</strong> uma alça <strong>de</strong> Drigalsky, previamente esterilizada em álcool a 70% e flambada<br />
na chama do bico <strong>de</strong> Bunsen;<br />
As placas foram mantidas em incubadora por 10 dias a uma temperatura <strong>de</strong> 30 o C.<br />
4.6.2.1 - Solidificação do Meio <strong>de</strong> Cultura para Plaqueamento do A. ferrooxidans.<br />
Após a realização <strong>de</strong> ensaios <strong>de</strong> biolixiviação e o suposto <strong>de</strong>senvolvimento das<br />
culturas bacterianas os experimentos foram direcionados para a obtenção do meio <strong>de</strong><br />
cultura sólido para o plaqueamento e i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> A. ferrooxidans presentes nas<br />
lixívias obtidas durante o processo.<br />
4.6.3 – Detecção <strong>de</strong> Presença <strong>de</strong> Biomassa Durante o Ensaio <strong>de</strong> Lixiviação Empregando<br />
Cultura Pura.<br />
A <strong>de</strong>terminação da presença microbiana nos experimentos <strong>de</strong> lixiviação foi feita<br />
pela técnica <strong>de</strong> plaqueamento. Essa técnica foi feita nos experimentos <strong>de</strong> lixiviação não<br />
para fins <strong>de</strong> contagem e sim para <strong>de</strong>tecção das bactérias lixiviantes.<br />
Foram preparadas placas <strong>de</strong> Petri com meio <strong>de</strong> cultura T&K, solidificado com<br />
agarose, para plaqueamento da lixívia proveniente do ensaio <strong>de</strong> biolixiviação. Para a<br />
solidificação do meio <strong>de</strong> cultura T&K, os ensaios foram realizados com os seguintes<br />
parâmetros:<br />
41
Preparo da agarose:<br />
– concentração <strong>de</strong> agarose – 0,9% p/v (em relação à água <strong>de</strong>stilada)<br />
– água <strong>de</strong>stilada<br />
Após a esterilização da solução <strong>de</strong> agarose, em autoclave, a mesma foi vertida<br />
em um erlenmeyer com meio <strong>de</strong> cultura T&K em dupla concentração, previamente<br />
preparado e esterilizado, na proporção <strong>de</strong> 1:1.<br />
Ao término <strong>de</strong> 62 dias <strong>de</strong> ensaio, foram realizados plaqueamentos, sendo<br />
utilizado como inóculo a fase líquida do sistema <strong>de</strong> biolixiviação. O procedimento<br />
experimental foi feito em duplicata com a adição <strong>de</strong> 0,1 mL da suspensão (após<br />
agitação) em Placa <strong>de</strong> Petri contendo meio <strong>de</strong> cultura T&K sólido. A alíquota foi<br />
espalhada com auxílio <strong>de</strong> uma alça <strong>de</strong> Drigalsky previamente esterilizada em álcool<br />
etílico a 70% v/v e ligeiramente flambada na chama do bico <strong>de</strong> Bunsen. As placas foram<br />
mantidas em incubadora a 30 o C durante 10 dias.<br />
4.7 - Determinações Analíticas <strong>de</strong> Parâmetros <strong>de</strong> Controle<br />
4.7.1 – Manutenção do pH<br />
Para a manutenção do pH, na faixa <strong>de</strong> 1,8 a 2,2, foi utilizada uma solução estéril<br />
<strong>de</strong> H2SO4 10N. Para a medição do pH, o eletrodo foi previamente esterilizado (30<br />
minutos <strong>de</strong> imersão em solução <strong>de</strong> formal<strong>de</strong>ído 5% v/v) e, para evitar contaminação das<br />
amostras, as medições foram sempre iniciadas pelas amostras “controle”, ou seja, pelas<br />
amostras que não continham o inóculo microbiano.<br />
4.7.2 – Medição do Potencial Redox – Eh<br />
A medição do potencial redox foi conduzida utilizando-se um eletrodo <strong>de</strong> platina<br />
e como referência o eletrodo <strong>de</strong> Ag/AgCl, porém, conduzida com as mesmas precauções<br />
do item anterior quanto a esterilização do eletrodo e a não contaminação das amostras.<br />
A reação entre os sulfetos e os íons férricos, em meio <strong>de</strong> ácido sulfúrico, foi<br />
acompanhada pelo monitoramento do potencial redox da suspensão <strong>de</strong>sses sulfetos na<br />
42
solução ácida mencionada. A pilha que representa a medida do potencial redox é<br />
mostrada a seguir:<br />
Pt|Fe 3+ ,Fe 2+ ||Cl - ,AgCl|Ag<br />
4.7.3 – Controle da Evaporação<br />
Os erlenmeyers empregados nos testes <strong>de</strong> biolixiviação foram pesados a cada 3<br />
dias, para o <strong>de</strong>vido controle da evaporação. Quando necessária, a reposição foi feita<br />
com água <strong>de</strong>ionizada estéril.<br />
4.7.4 – Análise da Concentração <strong>de</strong> Íons Ferrosos (Fe 2+ )<br />
A análise <strong>de</strong> Fe 2+ foi conduzida <strong>de</strong> imediato, ainda no laboratório, on<strong>de</strong> os<br />
ensaios <strong>de</strong> biolixiviação foram realizados, para que a amostra não sofresse nenhuma<br />
interferência, já que os íons Fe 2+ são facilmente oxidados a Fe 3+ pelo oxigênio<br />
dissolvido na fase aquosa. As análises foram conduzidas <strong>de</strong> acordo com os<br />
procedimentos <strong>de</strong>scritos abaixo:<br />
Para análise <strong>de</strong> Fe 2+ , pipetou-se uma alíquota <strong>de</strong> 2 mL da amostra e transferiu-se<br />
para um erlenmeyer <strong>de</strong> 250 mL contendo 1 mL da solução 1:1 <strong>de</strong> H3PO4 85% p/v :<br />
H2SO4 95–99% p/v, completando o volume, com água <strong>de</strong>stilada, para 50 mL<br />
adicionando-se, em seguida, 8 gotas (0,4 mL) do indicador C24H2OBaN2O6S2<br />
(difenilaminosulfonato <strong>de</strong> bário) na concentração <strong>de</strong> 0,3% p/v.<br />
Após o preparo da amostra, a titulação foi realizada utilizando-se solução <strong>de</strong> K2Cr2O7<br />
(dicromato <strong>de</strong> potássio) 0,01N e a concentração <strong>de</strong> Fe 2+ aferida em função do volume<br />
<strong>de</strong>sse agente oxidante utilizado:<br />
– 1mL <strong>de</strong> K2Cr2O7 0,01N = 0,0005585g <strong>de</strong> Fe 2+<br />
– 1mL <strong>de</strong> K2Cr2O7 0,01N = 0,0007185g <strong>de</strong> FeO<br />
A reação iônica que traduz o processo <strong>de</strong> oxidação dos íons Fe 2+ a Fe 3+ pelo dicromato<br />
(Cr2O7 2- ) é:<br />
43
2−<br />
2+<br />
+<br />
3+<br />
3+<br />
Cr2O7 + 6 Fe + 14H<br />
⇔ 2Cr<br />
+ 6Fe<br />
+ 7H<br />
2O<br />
4.7.5 – Análises das concentrações <strong>de</strong> Cu e Fe total<br />
As análises <strong>de</strong> cobre e ferro total foram realizadas na Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Análises<br />
Minerais do CETEM – COAM, através da técnica <strong>de</strong> Espectrometria <strong>de</strong> Absorção<br />
Atômica com Chama (C2H2).<br />
44<br />
(22)
5 – DISCUSSÃO DE RESULTADOS<br />
5.1 - Caracterização Tecnológica do Concentrado <strong>de</strong> Flotação<br />
De acordo com a técnica <strong>de</strong> Espectrometria <strong>de</strong> Absorção Atômica com Chama<br />
(C2H2), para a verificação do teor <strong>de</strong> cobre presente no concentrado <strong>de</strong> flotação, obtevese<br />
o resultado mostrado na tabela 6.<br />
Tabela 6 – Teor <strong>de</strong> Cu encontrado no concentrado <strong>de</strong> flotação.<br />
Teor (%) Concentração (g/L)<br />
Cu 37,3 373,3<br />
5.2 - Caracterização Granulométrica do Concentrado <strong>de</strong> Flotação<br />
A análise granulométrica do concentrado <strong>de</strong> flotação apresentou o seguinte<br />
resultado:<br />
Tabela 7 - Resultados da análise granulométrica realizada com o concentrado <strong>de</strong><br />
flotação.<br />
Intervalo <strong>de</strong> diâmetro Tamanho Fração pon<strong>de</strong>ral retida<br />
(# - mesh)<br />
(mm)<br />
(%)<br />
150 0,106 10,7<br />
200 0,074 23,0<br />
325 0,043 27,6<br />
> 325 < 0,043 38,7<br />
Analisando a Tabela 7, é possível observar que cerca <strong>de</strong> 60% das partículas do<br />
concentrado <strong>de</strong> flotação, encontra-se com granulometria igual ou menor que 325 mesh,<br />
o que torna esse concentrado mais reativo, já que quanto menor a partícula, maior será a<br />
área <strong>de</strong> contato, favorecendo o processo <strong>de</strong> biolixiviação.<br />
5.3 - Caracterização Mineralógica do Concentrado <strong>de</strong> Flotação (Sulfetos <strong>de</strong> Cobre)<br />
A Figura 10, a seguir, mostra o difratograma correspon<strong>de</strong>nte à análise<br />
semiquantitativa das espécies mineralógicas presentes no concentrado <strong>de</strong> flotação em<br />
estudo.<br />
45
Figura 10 - Difratograma correspon<strong>de</strong>nte à análise semiquantitativa das espécies mineralógicas<br />
constituintes do concentrado <strong>de</strong> flotação. (C=calcopirita; D=dolomita; B=bornita).<br />
De acordo com o difratograma acima é possível observar a presença <strong>de</strong> bornita,<br />
sendo o constituinte mineralógico majoritário a calcopirita (CuFeS2), sulfeto refratário<br />
aos processos oxidativos, em particular ao processo iniciado por espécies biológicas que<br />
transformam íons ferrosos (Fe 2+ ) em férricos (Fe 3+ ). Esse íon, em presença <strong>de</strong> íons H +<br />
(pH ácido), age como agente oxidante na abertura dos sulfetos <strong>de</strong> cobre presentes com<br />
liberação <strong>de</strong> íons cúpricos para a fase aquosa. Tal fase aquosa é, convencionalmente,<br />
submetida ao processo <strong>de</strong> extração por solventes, on<strong>de</strong> ocorre a purificação/remoção <strong>de</strong><br />
impurezas metálicas e concentração dos íons cúpricos. A solução resultante <strong>de</strong>sse<br />
processo é encaminhada à etapa <strong>de</strong> eletrorrecuperação on<strong>de</strong> se obtém o cobre<br />
eletrolítico. Por outro lado, observa-se a presença <strong>de</strong> dolomita (CaMg(CO3)2), que é<br />
uma espécie mineralógica utilizada no processo <strong>de</strong> flotação para ajuste do pH, sendo<br />
bastante reativa na presença <strong>de</strong> ácidos, em particular do ácido sulfúrico, produzindo gás<br />
carbônico, que atua como fonte <strong>de</strong> carbono no meio reacional, essencial para a ativida<strong>de</strong><br />
bacteriana, e sais insolúveis <strong>de</strong> cálcio e magnésio (CaSO4 e MgSO4).<br />
C<br />
D<br />
B<br />
46
Foi realizada, simultaneamente, uma análise química quantitativa, por<br />
fluorescência <strong>de</strong> raios-X, dos constituintes metálicos do concentrado em estudo, na<br />
forma <strong>de</strong> compostos moleculares. A tabela 8, a seguir, mostra os resultados <strong>de</strong>ssa<br />
análise instrumental para uma massa <strong>de</strong> 100 g <strong>de</strong>sse concentrado.<br />
Tabela 8- Análise química por fluorescência <strong>de</strong> raios-X dos elementos constituintes do<br />
concentrado <strong>de</strong> flotação.<br />
Espécie<br />
Química<br />
Teor (%)<br />
MnO 0,03<br />
Cr2O3<br />
0,06<br />
NiO 0,10<br />
TiO2<br />
0,12<br />
K2O 0,13<br />
P2O5<br />
0,28<br />
Na2O 0,30<br />
CaO 1,0<br />
Al2O3<br />
1,7<br />
MgO 4,8<br />
SiO2<br />
11,0<br />
Fe2O3<br />
19,0<br />
SO3<br />
29,0<br />
CuO 32,0<br />
SeO2<br />
0,03<br />
Em consonância com o resultado da análise semiquantitativa, por difração <strong>de</strong><br />
raios-X, das espécies mineralógicas constituintes do concentrado <strong>de</strong> flotação, a análise<br />
por fluorescência <strong>de</strong> raios-x mostra que o concentrado em estudo contém alto teor em<br />
cobre, elemento <strong>de</strong> interesse nesse estudo, fato que é corroborado pelo alto teor em<br />
enxofre e ferro, elementos associados aos sulfetos <strong>de</strong> cobre presentes (calcopirita e<br />
bornita).<br />
47
5.4 – Ensaios <strong>de</strong> Lixiviação<br />
5.4.1 – Ensaios <strong>de</strong> Lixiviação Utilizando Água Ácida <strong>de</strong> Mina como Inóculo<br />
5.4.1.1 - Teste 1: Ensaios com 100 e 500 g/L <strong>de</strong> Relação sólido-líquido<br />
A biolixiviação do concentrado <strong>de</strong> flotação, com relação sólido-líquido <strong>de</strong> 100 e<br />
500 g/L, foi realizada avaliando tempos <strong>de</strong> reação <strong>de</strong> 5 e 15 dias em meio <strong>de</strong> cultura<br />
T&K. Conforme a tabela 9 abaixo, é possível observar que a maior extração <strong>de</strong> Cu<br />
(15,40%) ocorreu na condição 3. Porém, ao realizar as médias diárias <strong>de</strong> extração, como<br />
mostrado ainda na tabela 9, po<strong>de</strong>mos observar que o experimento 1 foi mais favorável,<br />
pois apresentou um valor <strong>de</strong> 2,21% <strong>de</strong> extração diária, contra 1,02% <strong>de</strong> extração diária<br />
na condição 3. Um outro fator favorável, no experimento 1, foi o tempo do processo <strong>de</strong><br />
lixiviação, que foi <strong>de</strong> 5 dias, enquanto que o do experimento 3 foi <strong>de</strong> 15 dias.<br />
Tabela 9 – Resultados referentes, com média diária, à extração <strong>de</strong> cobre (II) durante o ensaio <strong>de</strong><br />
biolixiviação do concentrado <strong>de</strong> flotação utilizando meio <strong>de</strong> cultura T&K.<br />
Teste 1 Minério<br />
(g/L)<br />
Tempo Meio T&K Água <strong>de</strong><br />
(dias) (mL) Mina (v/v)<br />
Cu Lixívia Extração<br />
(g/L) (%)<br />
Média diária<br />
(%)<br />
1 100 5 45 10% 4,1 11,08 2,21<br />
2 500 5 45 10% 5,5 2,97 0,59<br />
3 100 15 45 10% 5,7 15,40 1,02<br />
4 500 15 45 10% 3,3 1,78 0,11<br />
Como po<strong>de</strong> ser observado nos resultados apresentados, apesar da refratarieda<strong>de</strong> da<br />
calcopirita, foram obtidas extrações <strong>de</strong> cobre <strong>de</strong> até 15%, possivelmente por conta da<br />
maior susceptibilida<strong>de</strong> da bornita aos processos oxidativos, como referido na literatura.<br />
(Mascarin, 1999)<br />
5.4.1.2 - Teste 2: Ensaio com 100 e 50 g/L <strong>de</strong> Relação sólido-líquido<br />
Os ensaios do Teste 2 foram realizados utilizando duas concentrações <strong>de</strong><br />
concentrado <strong>de</strong> flotação (100 e 50 g/L), meio <strong>de</strong> cultura e água <strong>de</strong> mina em 20 dias <strong>de</strong><br />
processo. Na tabela 10, foi feita uma comparação dos resultados <strong>de</strong> extração <strong>de</strong> cobre<br />
obtidos durante a lixiviação biológica dos concentrados <strong>de</strong> flotação, nas condições<br />
especificadas acima.<br />
48
Tabela 10 – Comparação dos resultados <strong>de</strong> extração <strong>de</strong> cobre dos ensaios <strong>de</strong> biolixiviação do<br />
concentrado <strong>de</strong> flotação <strong>de</strong> cobre em duas razões sólido-líquido.<br />
100 g/L<br />
Tempo<br />
(% <strong>de</strong> extração <strong>de</strong> Cu)<br />
50 g/L<br />
(% <strong>de</strong> extração <strong>de</strong> Cu)<br />
1h 7,03 9,19<br />
1 dia 8,65 11,89<br />
2 dias 8,11 11,35<br />
3 dias 10,27 12,97<br />
4 dias 10,81 13,51<br />
5 dias 11,89 14,05<br />
10 dias 15,68 20,54<br />
20 dias 23,24 26,49<br />
É possível observar na tabela 10, acima, que quando da utilização <strong>de</strong> uma<br />
relação sólido-líquido <strong>de</strong> 50 g/L, obteve-se melhor extração <strong>de</strong> cobre do concentrado <strong>de</strong><br />
flotação. Tal resultado está relacionado a uma maior quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> solução lixiviante<br />
por massa <strong>de</strong> concentrado, <strong>de</strong> acordo com Brandl H. (2001), que evi<strong>de</strong>nciou que em<br />
uma menor <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> polpa (50 g/L), se obtém melhores resultados no processo <strong>de</strong><br />
biolixiviação. No gráfico 1, a seguir, é possível observar que embora a relação sólidolíquido<br />
50 g/L tenha apresentado uma extração <strong>de</strong> cobre 23,66% mais elevada do que a<br />
obtida com a relação sólido-líquido 100 g/L, ocorreu ,em ambos ensaios, uma tendência<br />
crescente <strong>de</strong> extração ainda mais acentuada a partir dos 5 dias <strong>de</strong> lixiviação, sendo este<br />
um provável indicativo <strong>de</strong> que a microbiota presente, tanto na água ácida quanto no<br />
concentrado, tenha se adaptado melhor às condições dos ensaios após esse tempo.<br />
Extração (%)<br />
30<br />
25<br />
20<br />
15<br />
10<br />
5<br />
0<br />
100 g/L<br />
50 g/L<br />
1/2 1 2 3 4 5 10 20<br />
Tempo (dias)<br />
Gráfico 1 – Extração <strong>de</strong> cobre dos ensaios <strong>de</strong> biolixiviação do concentrado <strong>de</strong> flotação,<br />
utilizando relações <strong>de</strong> 100 g/L e 50 g/L.<br />
49
O ensaio utilizando uma relação sólido-líquido <strong>de</strong> 100 g/L <strong>de</strong> concentrado <strong>de</strong><br />
flotação foi prolongado por 50 dias, visando avaliar o comportamento cinético do<br />
processo. A tabela 11, a seguir, mostra os resultados da biolixiviação na relação sólidolíquido<br />
<strong>de</strong> 100 g/L.<br />
Tabela 11 – Resultado da extração <strong>de</strong> cobre do concentrado <strong>de</strong> flotação, através da<br />
biolixiviação com uma relação sólido-líquido <strong>de</strong> 100 g/L.<br />
% <strong>de</strong> extração<br />
Tempo<br />
<strong>de</strong> cobre<br />
Conc. <strong>de</strong> cobre (g/L)<br />
1h 7,03 2,6<br />
1dia 8,65 3,2<br />
2 dias 8,11 3,0<br />
3 dias 10,27 3,8<br />
4 dias 10,81 4,0<br />
5 dias 11,89 4,4<br />
6 dias 5,41 2,0<br />
7 dias 11,62 4,3<br />
10 dias 15,68 5,8<br />
15 dias 17,83 6,6<br />
20 dias 23,24 8,6<br />
30 dias 23,24 8,6<br />
40 dias 29,73 11,0<br />
50 dias 31,89 11,8<br />
De acordo com os resultados <strong>de</strong>scritos na tabela 11 acima, po<strong>de</strong>mos observar<br />
que houve um acréscimo na concentração do cobre solubilizado no transcurso <strong>de</strong> 50<br />
dias, observando uma tendência <strong>de</strong> estabilização no quadragésimo dia.<br />
Partindo da premissa que ocorre a presença <strong>de</strong> microrganismos na água ácida <strong>de</strong><br />
mina, da espécie A. ferrooxidans, buscou-se a comprovação da participação das<br />
mesmas. Para isso foi realizado outro ensaio em paralelo ao ensaio supracitado,<br />
referente a uma lixiviação química (“controle”), ou seja, sem o uso <strong>de</strong> água <strong>de</strong> mina,<br />
que conteria as bactérias responsáveis pelo incremento da biolixiviação. Tais resultados<br />
po<strong>de</strong>m ser observados no gráfico 2 abaixo.<br />
50
Remoção (%)<br />
35<br />
30<br />
25<br />
20<br />
15<br />
10<br />
5<br />
0<br />
Biológico<br />
Químico<br />
1 10 20 30 40 50<br />
Tempo (dias)<br />
Gráfico 2 – Comparação entre a lixiviação química e biológica do concentrado <strong>de</strong> flotação, com<br />
uma concentração <strong>de</strong> 100 g/L <strong>de</strong>ste material.<br />
Conforme observado no gráfico 2, o emprego da água <strong>de</strong> mina contribuiu para a<br />
lixiviação do concentrado, uma vez que obtivemos um incremento na extração <strong>de</strong> cobre<br />
6 vezes maior do que quando a amostra foi testada/oxidada sem a água <strong>de</strong> mina (ensaio<br />
químico), possivelmente pela presença <strong>de</strong> microrganismos na mesma.<br />
A figura 11, a seguir, mostra, para efeito comparativo, aspectos superficiais <strong>de</strong><br />
uma amostra <strong>de</strong> calcopirita antes e após submetê-la ao processo <strong>de</strong> lixiviação, visto que<br />
neste processo foi utilizada água <strong>de</strong> mina, que provavelmente apresentava bactéria da<br />
espécie A. ferrooxidans. Não foi possível afirmar a presença do microrganismo <strong>de</strong>vido a<br />
dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> quantificá-lo na água ácida <strong>de</strong> mina. Como po<strong>de</strong> ser observada nessa<br />
figura, a superfície da amostra lixiviada, utilizando meio <strong>de</strong> cultura T&K e água <strong>de</strong><br />
mina, se apresenta bem atacada, o que evi<strong>de</strong>ncia a lixiviação superficial da calcopirita.<br />
51
Antes da Lixiviação<br />
52<br />
Após Lixiviação<br />
Figura 11 - Aspecto superficial <strong>de</strong> uma amostra <strong>de</strong> calcopirita antes e após ser submetida ao<br />
processo <strong>de</strong> lixiviação bacteriana (Aumento – 500 x).<br />
5.4.1.3 - Teste 3: Ensaios <strong>de</strong> Lixiviação Ácida (pH = 1,8, ajustado com solução <strong>de</strong><br />
H2SO4 10N )<br />
É possível observar na tabela 12 que houve uma queda na extração <strong>de</strong> Cu após o<br />
quarto dia. Tal resultado po<strong>de</strong> estar associado ao consumo do ácido pela formação <strong>de</strong><br />
hidróxidos.<br />
Tabela 12 – Porcentagem <strong>de</strong> solubilização <strong>de</strong> cobre <strong>de</strong> concentrado <strong>de</strong> flotação por lixiviação<br />
ácida (H2SO4 – pH=1,8) com relação sólido/líquido <strong>de</strong> 50 g/L.<br />
Tempo (% <strong>de</strong> extração <strong>de</strong> Cu)<br />
1h 5,95<br />
1dia 5,95<br />
2 dias 5,95<br />
3 dias 6,49<br />
4 dias 10,27<br />
5 dias 5,35<br />
10 dias 0,01<br />
O gráfico 3, abaixo, mostra a curva <strong>de</strong> extração <strong>de</strong> Cu no ensaio supracitado.
Extração (%)<br />
12<br />
10<br />
8<br />
6<br />
4<br />
2<br />
0<br />
Cu<br />
0 1 2 3 4 5 10<br />
Tempo (dias)<br />
Gráfico 3 – Curva do comportamento da solubilização <strong>de</strong> cobre no ensaio <strong>de</strong> lixiviação ácida<br />
do concentrado <strong>de</strong> flotação, em razão sólido-líquido = 50 g/L.<br />
Com os resultados do ensaio <strong>de</strong> lixiviação com ácido, foi possível observar a<br />
necessida<strong>de</strong> da manutenção da concentração <strong>de</strong> ácido sulfúrico livre. Para confirmar tal<br />
fato, foi realizado, então, o experimento a seguir.<br />
Na tabela 13, foi feita uma comparação da porcentagem <strong>de</strong> extração do cobre,<br />
durante a biolixiviação, on<strong>de</strong> foi utilizada água ácida <strong>de</strong> mina, e da lixiviação química<br />
(controle), sem o uso <strong>de</strong>ssa água <strong>de</strong> mina, numa relação sólido-líquido <strong>de</strong> 50 g/L <strong>de</strong><br />
concentrado <strong>de</strong> flotação, com 10 dias <strong>de</strong> lixiviação com a lixiviação ácida sem ajuste <strong>de</strong><br />
pH. É possível supor a ocorrência e ativida<strong>de</strong> microbiana, visto que com a biolixiviação<br />
a extração <strong>de</strong> cobre duplicou quando comparada à obtida com a lixiviação química.<br />
Tabela 13 – Comparação entre os resultados <strong>de</strong> extração <strong>de</strong> cobre, em porcentagem, por<br />
diferentes tipo <strong>de</strong> lixiviação do concentrado <strong>de</strong> flotação <strong>de</strong> sulfeto <strong>de</strong> cobre na razão sólidolíquido<br />
<strong>de</strong> 50 g/L.<br />
Tempo<br />
Químico<br />
Biológico<br />
Ácido - Teste 3<br />
(sem água ác. <strong>de</strong> mina) (com água ác. <strong>de</strong> mina) (água acidificada com H2SO4)<br />
1h 6,49 9,19 5,95<br />
1 dia 8,11 11,89 5,95<br />
2 dias 9,73 11,35 5,95<br />
3 dias 9,19 12,97 6,49<br />
4 dias 10,27 13,51 10,27<br />
5 dias 9,73 14,05 5,35<br />
10 dias 10,81 20,54 0,01<br />
53
Extração (%)<br />
25<br />
20<br />
15<br />
10<br />
5<br />
0<br />
Quimico<br />
Biológico<br />
Ácido<br />
1/2 1 2 3 4 5 10<br />
Tempo (dias)<br />
Gráfico 4 – Comparação entre os resultados <strong>de</strong> solubilização <strong>de</strong> cobre, por meio <strong>de</strong> diferentes<br />
tipo <strong>de</strong> lixiviação do concentrado <strong>de</strong> flotação <strong>de</strong> sulfeto <strong>de</strong> cobre na relação sólido-líquido<br />
<strong>de</strong> 50 g/L.<br />
5.4.1.4 - Teste 4: Ensaio <strong>de</strong> Lixiviação Ácida com Manutenção Diária <strong>de</strong> pH (1,8)<br />
Neste teste, foi realizada uma lixiviação utilizando o concentrado <strong>de</strong> flotação (na<br />
relação sólido-líquido <strong>de</strong> 50 g/L) e água acidificada e ajuste <strong>de</strong> pH em 1,8.<br />
Nos primeiros 5 dias, o pH das lixívias encontrava-se em torno <strong>de</strong> 4,5, apesar do<br />
controle diário, mostrando, assim, o consumo <strong>de</strong> ácido durante o processo <strong>de</strong> oxidação<br />
da calcopirita. Na tabela 14 po<strong>de</strong>-se observar a porcentagem <strong>de</strong> extração <strong>de</strong> Cu no<br />
ensaio ácido com manutenção do pH na faixa <strong>de</strong> 1,8 a 2,2.<br />
O gráfico 5 refere-se a um teste <strong>de</strong> lixiviação ácida, realizado por 10 dias,<br />
mostrando a importância do monitoramento e ajuste do pH, quando comparado com o<br />
ensaio sem o controle <strong>de</strong>sse parâmetro. É possível confirmar que ocorreu uma queda na<br />
extração <strong>de</strong> cobre a partir <strong>de</strong> 96 horas (4 dias), sem controle <strong>de</strong> pH, po<strong>de</strong>ndo também ser<br />
observado, na mesma curva, que a máxima extração <strong>de</strong> cobre, nessa condição, foi <strong>de</strong><br />
cerca <strong>de</strong> 10% (1,9 g/L <strong>de</strong> Cu na relação sólido-líquido <strong>de</strong> 50 g/L). Diferentemente, no<br />
teste com controle do pH em que se observa uma extração crescente, atingindo em 240<br />
horas (10 dias) uma extração equivalente a 18% (3,4 g/L <strong>de</strong> Cu na relação sólidolíquido<br />
<strong>de</strong> 100 g/L), ou seja, 55% maior do que a alcançada no teste sem o controle <strong>de</strong><br />
pH.<br />
54
Foi observado, durante os ensaios, que a queda na extração <strong>de</strong> cobre, no teste<br />
realizado sem o ajuste do pH, ocorreu quando o mesmo se encontrava na faixa <strong>de</strong> 4,5 a<br />
5,0.<br />
Tabela 14 – Resultado da porcentagem <strong>de</strong> extração <strong>de</strong> cobre durante a lixiviação ácida do<br />
concentrado <strong>de</strong> flotação, na relação sólido-líquido <strong>de</strong> 50 g/L, com manutenção diária <strong>de</strong> pH.<br />
Extração <strong>de</strong> Cu (%)<br />
20<br />
18<br />
16<br />
14<br />
12<br />
10<br />
8<br />
6<br />
4<br />
2<br />
0<br />
Manutenção diária <strong>de</strong> pH<br />
Tempo<br />
Cu<br />
(%)<br />
Cu<br />
(g/L)<br />
1 dia 5,95 1.1<br />
5 dias 9,73 1.8<br />
6 dias 12,97 2.4<br />
7 dias 15,14 2.8<br />
8dias 16,76 3.1<br />
9 dias 16,76 3.1<br />
10 dias 18,38 3.4<br />
11 dias 18,92 3.5<br />
12 dias 18,38 3.4<br />
13 dias 18,92 3.5<br />
14 dias 19,46 3.6<br />
15 dias 18,92 3.5<br />
Sem controle do pH<br />
Com controle do pH<br />
1/2 1 2 3 4 5 10<br />
Tempo (dias)<br />
Gráfico 5 - Curva <strong>de</strong> comparação da extração <strong>de</strong> cobre no ensaio <strong>de</strong> lixiviação ácida do<br />
concentrado <strong>de</strong> flotação, 50 g/L, com e sem ajuste do pH.<br />
55
5.4.1.5 - Teste 5: Ensaio <strong>de</strong> Lixiviação Seqüencial<br />
No Teste 5, foram utilizadas duas relações sólido-líquido (100 g/L e 50 g/L),<br />
água <strong>de</strong> mina e meio <strong>de</strong> cultura T&K. Tal processo transcorreu durante 20 dias, dividido<br />
em duas etapas por causa da mudança para novo meio <strong>de</strong> cultura após o décimo dia.<br />
Vale salientar que a amostra <strong>de</strong> concentrado utilizada nos 20 dias <strong>de</strong> experimento foi a<br />
mesma, sendo o sistema apenas filtrado para a sua reutilização.<br />
Observando os resultados na tabela 15, obtidos com os meios reacionais nas<br />
relações sólido-líquido <strong>de</strong> 100 g/L e 50 g/L <strong>de</strong> concentrado <strong>de</strong> flotação, e a renovação<br />
do agente lixiviante após o transcurso <strong>de</strong> 10 dias, po<strong>de</strong>mos constatar que houve<br />
continuida<strong>de</strong> da ativida<strong>de</strong> microbiana.<br />
Para verificar a eficiência <strong>de</strong>ste método, foi feita uma comparação com outros<br />
resultados obtidos anteriormente, relatados no teste 2, com os mesmos parâmetros:<br />
Tabela 15 – Renovação do agente lixiviante após o transcurso <strong>de</strong> 10 dias e comparação com<br />
testes realizados anteriormente com os mesmos parâmetros.<br />
Relação<br />
sólido-líquido<br />
(minério - meio T&K)<br />
g/L<br />
% Extração<br />
parcial <strong>de</strong> Cu<br />
nos 1 os 10 dias<br />
Conc.<br />
parcial<br />
Cu (g/L)<br />
10 dias<br />
% Extração<br />
parcial <strong>de</strong> Cu<br />
nos 10 últimos<br />
dias<br />
Conc.<br />
parcial<br />
Cu (g/L)<br />
+ 10 dias<br />
100 14,05 5,20 4,43 1,63<br />
50 17,03 3,14 5,05 0,93<br />
% Extração<br />
total <strong>de</strong> Cu<br />
20 dias<br />
18,43<br />
(14,05 + 4,43)<br />
22,08<br />
(17,03 + 5,05)<br />
56<br />
% <strong>de</strong> Extração<br />
<strong>de</strong> Cu em ensaios<br />
anteriores<br />
23,24<br />
(Teste 2)<br />
26,49<br />
(Teste 2)<br />
De acordo com os dados da tabela 15, acima, é possível observar, na relação<br />
sólido-líquido <strong>de</strong> 100 g/L, que a renovação do agente lixiviante não foi muito eficiente.<br />
Isto pô<strong>de</strong> ser confirmado observando os resultados <strong>de</strong> ensaios anteriores (teste 2), on<strong>de</strong><br />
a porcentagem <strong>de</strong> extração <strong>de</strong> Cu do concentrado <strong>de</strong> flotação, sem renovação <strong>de</strong> lixívia,<br />
foi superior, ou seja, não havendo a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma renovação do agente lixiviante,<br />
já que no Testes 2, a lixiviação não foi interrompida, ocorrendo durante os 20 dias<br />
seguidos. O mesmo po<strong>de</strong> ser observado no teste realizado com relação sólido-líquido <strong>de</strong><br />
50 g/L, on<strong>de</strong> em testes realizados anteriormente, sem renovação da lixívia, a<br />
porcentagem <strong>de</strong> extração do Cu foi superior (26,49%).
5.4.1.6 - Teste 6: Ensaios <strong>de</strong> Reutilização da Lixívia em Nova Amostra <strong>de</strong> Concentrado<br />
A reutilização da lixívia ocorreu utilizando as mesmas relações sólido-líquido do<br />
teste anterior (100 g/L e 50 g/L), meio <strong>de</strong> cultura T&K e água ácida <strong>de</strong> mina, sendo esse<br />
ensaio conduzido até o vigésimo dia.<br />
Analisando a tabela 16, é possível observar que as lixívias <strong>de</strong> ambos os testes<br />
realizados, obtidas após 10 dias <strong>de</strong> ensaio, ainda mantêm suas proprieda<strong>de</strong>s lixiviantes,<br />
sendo possível reutilizá-las em novas amostras <strong>de</strong> concentrado <strong>de</strong> flotação por mais 10<br />
dias. Assim, po<strong>de</strong>mos inferir que é plausível sua reutilização no processo contínuo em<br />
colunas.<br />
Tabela 16 – Resultado do ensaio <strong>de</strong> reutilização da lixívia para um novo ensaio <strong>de</strong><br />
biolixiviação.<br />
Relação sólido-líquido<br />
(minério - meio T&K)<br />
g/L<br />
Conc. Cu % Conc. Cu (g/L) % Extração<br />
(g/L) 10 dias Extração + 10 dias total <strong>de</strong> Cu<br />
(200 mL) <strong>de</strong> Cu (100 mL) 20 dias<br />
% Extração <strong>de</strong> Cu<br />
no 2º Tratamento<br />
100 5,0 13,51 6,8 18,38 18,38 – 13,51 = 4,87<br />
50 2,4 14,59 4,6 24,86 24,86 – 14,59 = 10,27<br />
Na última coluna da tabela 16, po<strong>de</strong>-se observar a porcentagem <strong>de</strong> extração <strong>de</strong><br />
cobre, após o segundo tratamento, ou seja, a lixívia manteve suas proprieda<strong>de</strong>s<br />
lixiviantes. Tal processo está evi<strong>de</strong>nciado ao avaliar os resultados obtidos nas colunas 3<br />
e 5 <strong>de</strong>sta tabela, on<strong>de</strong>, na coluna 3, observa-se o resultado dos primeiros 10 dias <strong>de</strong><br />
lixiviação e na coluna 5 o resultado total dos 20 dias <strong>de</strong> lixiviação. Portanto, fazendo<br />
uma subtração dos valores da coluna 5 com os valores da coluna 3, se obtém a<br />
porcentagem <strong>de</strong> extração <strong>de</strong> cobre atingida no segundo tratamento (coluna 6).<br />
5.4.1.7 - Ensaios <strong>de</strong> Biolixiviação com Monitoramento das Variáveis do Processo<br />
Esse monitoramento foi conduzido nos ensaios ensaios 7, 8, 9 e 10.<br />
5.4.1.7.1 – Manutenção do pH<br />
Todos os ensaios realizados iniciaram com pH=1,8, visto que este é o pH do<br />
meio <strong>de</strong> cultura utilizado para o processo <strong>de</strong> lixiviação. Na tabela 17 estão indicados os<br />
valores inicialmente <strong>de</strong>tectados, ou seja, antes do ajuste com H2SO4.<br />
57
Observa-se que nos 3 primeiros dias ocorre uma elevação do pH (3,0 entre 4,3)<br />
mais evi<strong>de</strong>nte nos ensaios do teste 7, porém nos ensaios on<strong>de</strong> foi utilizado o meio T&K<br />
oxidado previamente (testes 9 e 10) essa elevação é menos acentuada (2,6 – 2,8).<br />
Tabela 17 – Média do pH inicial em cada amostra antes do ajuste do mesmo na faixa <strong>de</strong> 1,8 –<br />
2,0.<br />
Testes<br />
1 3 6 7 9 13 15 20<br />
Dias<br />
23 26 29 33 36 39 46 49 60<br />
Sol.A (T&K)+Inóculo<br />
Teste 7<br />
Sol.A (T&K)+Conc<br />
4,16 3,05 2,41 2,43 2,04 2,04 2,17 2,30 2,13 2,19 2,13 2,09 2,04 2,25 2,91 2,23 3,20<br />
4,37 3,04 2,44 2,63 2,10 2,10 2,21 2,19 2,12 2,15 2,22 2,07 2,10 2,20 2,20 1,94 3,42<br />
T&K+Inóculo<br />
Teste 8<br />
T&K+Conc<br />
3,08 2,93 2,69 2,60 2,19 2,19 2,43 2,27 2,27 2,20 2,28 2,18 2,16 2,53 2,56 2,10 2,61<br />
3,04 2,91 2,68 2,51 2,25 2,25 2,25 2,24 2,23 2,29 2,22 2,19 2,14 2,31 2,30 2,05 2,49<br />
Teste 9 Cultivo oxidado+Conc 2,44 2,81 2,84 2,61 2,35 2,35 2,39 2,22 2,32 2,29 2,31 2,25 2,21 2,44 2,01 1,98 2,33<br />
Teste 10 Cultivo Estéril+Conc 2,67 2,84 2,79 2,60 2,31 2,31 2,37 2,23 2,29 2,27 2,29 2,23 2,19 2,42 2,11 2,00 2,38<br />
É possível avaliar que todos os ensaios não apresentam diferença significativa<br />
entre os ensaios inoculados com água ácida <strong>de</strong> mina e seus respectivos controles.<br />
5.4.1.7.2 – Medição do Potencial Redox – Eh<br />
A evolução do monitoramento do potencial redox po<strong>de</strong> ser observada no gráfico<br />
6 abaixo, on<strong>de</strong> se po<strong>de</strong> concluir que não houve diferença significativa entre os ensaios<br />
inoculados e seus respectivos controles.<br />
Eh (mv vs (EPH)<br />
800<br />
750<br />
700<br />
650<br />
600<br />
550<br />
500<br />
Sol.A (T&K)+Inoculo<br />
Sol.A (T&K)+Conc<br />
T&K+Inoculo<br />
T&K+Conc<br />
Cultivo Estéril+Conc<br />
Cultivo oxidado+Conc<br />
1 9 19 29 39 49 60<br />
Tempo (dias)<br />
Gráfico 6 – Leitura do potencial redox em mV vs. EPH, dos ensaios referentes ao item 4.4.<br />
58
Tabela 18 – Média da leitura do potencial redox, em mV vs. EPH, realizadas nas amostras dos<br />
ensaios <strong>de</strong> lixiviação utilizando água ácida <strong>de</strong> mina como inóculo.<br />
Testes<br />
1 3 7 9 15<br />
Dias<br />
19 23 29 36 39 49 60<br />
Sol.A (T&K)+Inóculo 559,6 557,2 572,9 572,6 570,75 573,2 580,7 579,05 595,7 609,75 605,85 727,75<br />
Sol.A (T&K)+Conc 546,75 565,45 579,15 577,5 574,9 579,7 583,5 580,5 593,7 592,4 593,3 767<br />
T&K+Inóculo 541,2 565,1 589,75 590,3 592 591,8 595,45 595,45 601,8 606,4 602,5 620,85<br />
T&K+Conc 535 565,45 590,9 593,4 590,75 590,7 597,05 591,6 594,5 601,2 600,25 616,5<br />
Cultivo Estéril+Conc 537,1 548,4 560,2 581,2 591,2 585,7 589,3 590,9 604 609,5 605,1 609<br />
Cultivo oxidado+Conc 537,9 545,8 555 591 588,3 587,5 589,4 593,3 602 598,8 607,4 610<br />
Observando o gráfico 6 nota-se que por volta do quadragésimo nono dia, o<br />
potencial redox do teste 7 (Solução A do meio T&K) aumentou consi<strong>de</strong>ravelmente em<br />
relação aos outros testes. Esta elevação po<strong>de</strong> estar associada à ausência <strong>de</strong> íons ferrosos<br />
(Fe 2+ ) no sistema.<br />
5.4.1.7.3 – Análise da Concentração <strong>de</strong> Íons Ferrosos (Fe 2+ )<br />
Assim como nos resultados referentes ao potencial redox (Item 5.4.1.7.2), os<br />
resultados da concentração <strong>de</strong> Fe 2+ não evi<strong>de</strong>nciam que a oxidação do concentrado <strong>de</strong><br />
flotação seja <strong>de</strong>vido à atuação dos microrganismos, como mostra o gráfico 7, a seguir.<br />
g/L<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
Sol.A (T&K)+Inoculo<br />
Sol.A (T&K)+Conc<br />
T&K+Inoculo<br />
T&K+Conc<br />
Cultivo Estéril+Conc<br />
Cultivo oxidado+Conc<br />
1 9 20 30 41 46 60<br />
Tempo (h)<br />
Gráfico 7 – Concentração <strong>de</strong> Fe 2+ , em g/L, obtida a partir da lixiviação do concentrado <strong>de</strong><br />
flotação com água ácida <strong>de</strong> mina.<br />
59
Tabela 19 – Média da concentração <strong>de</strong> Fe 2+ , em g/L, nas lixívias obtidas a partir da lixiviação<br />
do concentrado <strong>de</strong> flotação utilizando água ácida <strong>de</strong> mina como inóculo.<br />
Testes<br />
Dias<br />
60<br />
1/24 1 3 9 15 20 25 30 35 41 46 60<br />
Sol.A (T&K)+Inóculo 0,21 0,13 0,28 0,38 0,38 0,42 0,29 0,60 0,32 0,35 0,37 0,40<br />
Teste 7 Sol.A (T&K)+Conc 0,19 0,03 0,19 0,33 0,30 0,25 0,22 0,35 0,25 0,38 0,41 0,11<br />
T&K+Inóculo 5,01 4,82 4,59 4,89 4,69 4,72 4,70 4,66 3,90 4,01 3,54 2,62<br />
Teste 8 T&K+Conc 5,57 5,06 4,85 5,07 4,68 4,82 4,76 4,74 4,58 4,76 4,31 2,78<br />
Teste 9 Cultivo oxidado+Conc 4,77 4,10 4,35 3,73 4,32 4,17 4,48 4,65 3,71 3,84 3,52 3,25<br />
Teste 10 Cultivo Estéril+Conc 4,88 4,35 4,63 4,06 4,32 4,14 4,32 4,76 3,67 3,73 3,00 2,80<br />
Com auxílio da tabela 19, observa-se que nos testes 8, 9 e 10 ocorre uma queda<br />
na concentração <strong>de</strong> Fe 2+ a partir do trigésimo dia, o que mostra a oxidação dos sulfetos<br />
em questão.<br />
5.4.1.7.4 – Análise da concentração <strong>de</strong> Ferro Total<br />
O gráfico 8 mostra os resultados obtidos na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Ferro total, on<strong>de</strong><br />
observa-se que a concentração <strong>de</strong>sse elemento manteve-se baixa nos ensaios referentes<br />
ao teste 7, porém nos <strong>de</strong>mais ensaios esta concentração manteve-se constante, o que era<br />
esperado.<br />
g/L<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
Sol.A (T&K)+Inoculo<br />
Sol.A (T&K)+Conc<br />
T&K+Inoculo<br />
T&K+Conc<br />
Cultivo Estéril+Conc<br />
Cultivo oxidado+Conc<br />
1 9 20 30 41 51 60<br />
Tempo (dias)<br />
Gráfico 8 – Concentração <strong>de</strong> Fe total, em g/L, obtida na lixiviação do concentrado <strong>de</strong> flotação<br />
com a utilização da água ácida <strong>de</strong> mina como inóculo.
Tabela 20 – Média da Concentração <strong>de</strong> Fe total, em g/L, obtida na lixiviação do concentrado <strong>de</strong><br />
flotação com a utilização da água ácida <strong>de</strong> mina como inóculo.<br />
Testes<br />
1/24 1 3 9 15<br />
Dias<br />
20 25 30 35 41 46 60<br />
Sol.A (T&K)+Inóculo<br />
Teste 7<br />
0,21 0,13 0,28 0,38 0,38 0,42 0,29 0,60 0,32 0,35 0,37 0,40<br />
Sol.A (T&K)+Conc 0,19 0,03 0,19 0,33 0,30 0,25 0,22 0,35 0,25 0,38 0,41 0,11<br />
T&K+Inóculo<br />
Teste 8<br />
5,01 4,82 4,59 4,89 4,69 4,72 4,70 4,66 3,90 4,01 3,54 2,62<br />
T&K+Conc 5,57 5,06 4,85 5,07 4,68 4,82 4,76 4,74 4,58 4,76 4,31 2,78<br />
Teste 9 Cultivo oxidado+Conc 4,77 4,10 4,35 3,73 4,32 4,17 4,27 4,65 4,20 3,60 3,52 3,25<br />
Teste 10 Cultivo Estéril+Conc 4,88 4,35 4,63 4,06 4,32 4,14 4,20 4,76 4,60 4,42 3,00 2,80<br />
5.4.1.7.5 – Análise da concentração <strong>de</strong> Cu<br />
Através da análise por espectrometria <strong>de</strong> absorção atômica, foi <strong>de</strong>terminada a<br />
concentração <strong>de</strong> cobre nas lixívias dos ensaios. Avaliando o gráfico 9, a seguir, po<strong>de</strong>-se<br />
observar que não se obteve resultados com diferenças significativas entre os ensaios<br />
inoculados e seus respectivos controles durante todo o processo <strong>de</strong> lixiviação e sim uma<br />
ligeira melhora na eficiência quando a água ácida <strong>de</strong> mina foi utilizada.<br />
Cu(%)<br />
70<br />
60<br />
50<br />
40<br />
30<br />
20<br />
10<br />
0<br />
Sol.A (T&K)+Inoculo<br />
Sol.A (T&K)+Conc<br />
T&K+Inoculo<br />
T&K+Conc<br />
Cultivo Estéril+Conc<br />
Cultivo oxidado+Conc<br />
1 9 20 30 41 51 60<br />
Tempo (dias)<br />
Gráfico 9 – Porcentagem <strong>de</strong> extração <strong>de</strong> cobre, durante o processo <strong>de</strong> lixiviação com utilização<br />
<strong>de</strong> água ácida <strong>de</strong> mina como inóculo.<br />
61
Tabela 21 – Médias das concentrações <strong>de</strong> cobre, em g/L, nas lixívias obtidas durante o processo<br />
<strong>de</strong> lixiviação com a utilização <strong>de</strong> água ácida <strong>de</strong> mina.<br />
Testes<br />
1/24 1 3 9 15<br />
Dias<br />
20 24 30 35 41 51 60<br />
Sol.A (T&K)+Inóculo<br />
Teste 7<br />
0,60 0,56 0,24 3,26 3,51 3,49 3,19 3,35 3,56 3,99 7,58 12,50<br />
Sol.A (T&K)+Conc 0,67 0,58 0,19 3,27 3,59 3,71 3,11 3,38 3,52 3,52 4,34 9,67<br />
T&K+Inóculo<br />
Teste 8<br />
1,51 2,20 5,01 3,48 4,02 4,38 4,07 4,23 4,74 4,96 5,61 8,41<br />
T&K+Conc 1,57 2,32 5,02 3,58 3,97 4,35 3,95 4,08 4,56 4,29 4,68 6,96<br />
Teste 9 Cultivo oxidado+Conc 1,53 2,01 2,23 2,64 3,05 3,67 4,12 4,47 3,84 4,21 5,81 6,22<br />
Teste<br />
Cultivo Estéril+Conc<br />
10<br />
1,61 2,12 2,30 2,88 3,28 3,74 4,23 4,52 4,09 5,36 7,21 7,30<br />
A tabela 21 mostra as concentrações <strong>de</strong> cobre na lixívia do processo <strong>de</strong><br />
biolixiviação, em g/L, on<strong>de</strong> é possível observar que o teste 7 apresentou maior extração<br />
<strong>de</strong> cobre no sexagésimo dia, com cerca <strong>de</strong> 12 g/L em cobre. Porém, os <strong>de</strong>mais ensaios<br />
apresentaram valores <strong>de</strong> extração <strong>de</strong> cobre muito próximos durante todo o processo, não<br />
evi<strong>de</strong>nciando a eficiência do uso da água ácida <strong>de</strong> mina como inóculo microbiano.<br />
Possivelmente nos ensaios <strong>de</strong>scritos a partir do ítem 4.4.7.1, a presença <strong>de</strong><br />
biomassa responsável pela lixiviação, na água ácida <strong>de</strong> mina, era muito baixa para<br />
permitir uma resposta mais efetiva que o sistema não “inoculado”.<br />
5.5 – Ensaios <strong>de</strong> Biolixiviação Utilizando Linhagem Pura <strong>de</strong> A. ferrooxidans<br />
5.5.1 – Resultados da Respirometria<br />
A utilização dos sulfetos <strong>de</strong> cobre, calcopirita e bornita, como substratos<br />
oxidáveis por A. ferroxidans, foi investigada, preliminarmente, através <strong>de</strong> ensaios <strong>de</strong><br />
respirometria, utilizando suspensão <strong>de</strong> células em repouso, ou seja, células que por<br />
limitação <strong>de</strong> CO2, não estavam em divisão.<br />
62
Teste 1: Concentrado <strong>de</strong> flotação em água acidificada (pH 1,8);<br />
Observando o gráfico 10, obtido a partir da realização do teste 1, po<strong>de</strong>-se<br />
concluir que o sistema sugerido (concentrado <strong>de</strong> flotação + água acidificada) não foi<br />
favorável ao metabolismo bacteriano, visto que, quando avaliado o consumo <strong>de</strong><br />
oxigênio percebeu-se que a oxidação bacteriana ocorreu <strong>de</strong> forma lenta. Tal fato <strong>de</strong>ve-se<br />
ao aumento do consumo <strong>de</strong> ácido, que acarretou elevação do pH para 4,5.<br />
Consumo <strong>de</strong> oxigênio<br />
µL<br />
18<br />
16<br />
14<br />
12<br />
10<br />
8<br />
6<br />
4<br />
2<br />
0<br />
Respirometria - Conc. <strong>de</strong> Flotação + Água ácida<br />
0 20 40 60 80 100 120 140<br />
Tempo (min)<br />
inoc(1)<br />
inoc(2)<br />
Cont(1,2)<br />
Gráfico 10 – Curva <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> oxigênio durante o ensaio <strong>de</strong> respirometria utilizando<br />
concentrado <strong>de</strong> flotação e água acidificada (pH=1,8)<br />
Teste 2: Concentrado <strong>de</strong> flotação em tampão glicina (ácido aminoetanoico –<br />
COOHCH2NH2) ;<br />
Tomando como base o resultado do Teste 1, on<strong>de</strong> o sistema proporcionou<br />
elevação do pH, procurou-se uma alternativa para a estabilização do mesmo. Sendo<br />
assim, no ensaio do Teste 2, o concentrado <strong>de</strong> flotação foi utilizado em solução <strong>de</strong><br />
tampão glicina, garantindo a estabilização do pH em 1,8, sendo este o pH ótimo para o<br />
metabolismo microbiano. Além da sua capacida<strong>de</strong> tamponante, po<strong>de</strong>-se verificar que a<br />
glicina não inibiu a ativida<strong>de</strong> bacteriana.<br />
63
Consumo <strong>de</strong> Oxigênio<br />
(µL)<br />
700<br />
600<br />
500<br />
400<br />
300<br />
200<br />
100<br />
0<br />
Respirometria - Concentrado <strong>de</strong> flotação + Tampão<br />
Glicina<br />
0 15 30 45 60 75 90 105<br />
Tempo (min)<br />
inoc(1)<br />
inoc(2)<br />
Cont(1,2)<br />
Gráfico 11 – Curva <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> oxigênio durante o ensaio <strong>de</strong> respirometria utilizando<br />
concentrado <strong>de</strong> flotação e tampão glicina.<br />
O gráfico 11 mostra que o sistema proposto (concentrado <strong>de</strong> flotação em tampão<br />
glicina) foi favorável à oxidação bacteriana, visto que o consumo <strong>de</strong> oxigênio foi levado<br />
até um valor <strong>de</strong> aproximadamente 600 µL, enquanto o controle manteve-se constante.<br />
Ao final do ensaio o pH da solução era <strong>de</strong> 2,2.<br />
Teste 3: Concentrado <strong>de</strong> flotação modificado em contato com água acidificada<br />
(pH 1,8).<br />
Analisando o gráfico 12, é possível observar um consumo <strong>de</strong> oxigênio,<br />
evi<strong>de</strong>nciando a oxidação bacteriana. Porém, quando comparado com o gráfico 11, notase<br />
que o consumo <strong>de</strong> oxigênio foi inferior ao resultado anteriormente obtido. Este fato<br />
<strong>de</strong>ve-se ao aumento do pH do sistema, que foi verificado, ao final do ensaio, estar em<br />
4,5.<br />
64
Consumo <strong>de</strong> oxigênio (µL)<br />
250<br />
200<br />
150<br />
100<br />
50<br />
0<br />
0 15 30 45 60 75 90 105 120<br />
Tempo (min)<br />
65<br />
Inóculo 1<br />
Inóculo 2<br />
Controle 1/2<br />
Gráfico 12 – Curva <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> oxigênio durante o ensaio <strong>de</strong> respirometria utilizando<br />
concentrado <strong>de</strong> flotação modificado (tratamento da suspensão para estabilização do pH em 1,8 e<br />
água acidificada - pH=1,8).<br />
5.5.2 – Manutenção do pH<br />
O pH inicial do processo foi 1,8, visto que este é o valor <strong>de</strong> pH do meio <strong>de</strong><br />
cultura utilizado. Porém a tabela abaixo mostra os valores <strong>de</strong> pH verificados antes do<br />
ajuste do mesmo.<br />
A tabela 22 mostra a média dos valores <strong>de</strong> pH <strong>de</strong> cada uma das amostras dos<br />
quatro ensaios propostos. Cada medição foi obtida a partir <strong>de</strong> amostras ajustadas na<br />
faixa <strong>de</strong> 1,8 a 2,1, após intervalos <strong>de</strong> tempos variáveis, como mostrados na tabela<br />
abaixo:<br />
Tabela 22: Média do pH inicial em cada amostra antes do ajuste do mesmo na faixa <strong>de</strong> 1,8 a<br />
2,0.<br />
Dias<br />
Teste<br />
1 3 4 7 9 16 18 21 24 35 39 47 62<br />
Teste Sol. A + Ino + Conc 4,01 3,71 3,45 3,31 2,06 2,22 2,08 2,27 2,89 3,19 2,69 2,56 2,20<br />
11<br />
Sol. A + Conc 4,22 4,54 3,32 3,21 2,27 2,15 2,24 1,47 1,31 2,13 1,84 1,90 2,29<br />
Teste T&K + Ino + Conc 3,27 2,56 2,84 2,85 2,25 2,28 2,17 2,43 2,33 2,67 2,59 2,57 2,49<br />
12 T&K + Conc 3,33 2,57 2,85 2,93 2,41 2,26 2,20 2,33 2,13 2,54 2,41 2,69 2,60<br />
Teste<br />
13<br />
T&K Ino + Conc 2,73 2,51 2,73 2,66 2,42 2,56 2,46 2,51 2,11 2,32 2,15 2,18 2,2<br />
Teste<br />
14<br />
T&K Oxid. + Conc 2,84 2,56 2,65 2,69 2,42 2,35 2,34 2,41 2,22 2,65 2,39 2,44 2,51
É possível avaliar que, nos primeiros dias <strong>de</strong> ensaio, o pH do testes 11 e 12<br />
sofreu um acréscimo significativo, evi<strong>de</strong>nciando a importância <strong>de</strong> realizar a manutenção<br />
<strong>de</strong>ste <strong>de</strong> maneira intensa nas primeiras horas após o início do teste.<br />
Entretanto, a partir do 9° dia <strong>de</strong> lixiviação po<strong>de</strong>-se constatar que houve uma<br />
estabilização do pH, preferencialmente no Teste 11, visto que o mesmo encontra-se na<br />
faixa 2,2. Isto ocorreu <strong>de</strong>vido ao consumo <strong>de</strong> ácido que não está mais tão evi<strong>de</strong>nte<br />
quanto no início do processo. Nos resultados do Teste 11 (controle), foi, ainda,<br />
observada uma queda no pH a partir do 21º, o que po<strong>de</strong> estar relacionado a uma<br />
possível contaminação do sistema ou ainda, uma diminuição na velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reação.<br />
Tal afirmação po<strong>de</strong> ser avaliada ao se observar os valores <strong>de</strong> potencial e outros<br />
parâmetros que serão apresentados adiante.<br />
5.5.3 – Medição do Potencial Redox – Eh<br />
O monitoramento do potencial redox foi realizado e sua evolução po<strong>de</strong> ser<br />
observada no gráfico 13 abaixo. É possível constatar, no gráfico 13, que no Teste 13,<br />
on<strong>de</strong> o meio T&K é inoculado e completamente oxidado, ocorre uma maior elevação do<br />
Eh em menor tempo, atingindo valores entre 770 e 800mV vs EPH; sendo o Teste 13 o<br />
mais beneficiado com a adição celular.<br />
66
Eh (mv vs EPH)<br />
850<br />
800<br />
750<br />
700<br />
650<br />
600<br />
550<br />
500<br />
Sol. A + Ino + Conc<br />
Sol. A + Conc<br />
T&K + Ino + Conc<br />
T&K + Conc<br />
T&K Oxid. + Conc<br />
T&K Inoculado + Conc<br />
1 9 21 35 39 47 62<br />
Tempo (dias)<br />
Gráfico 13 – Leitura do potencial redox em mV vs. EPH.<br />
Tabela 23 – Média da leitura do potencial redox, em mV vs. EPH, realizada em todas as<br />
amostras dos ensaios <strong>de</strong> lixiviação.<br />
Testes<br />
1 3 4 7 9 16<br />
Dias<br />
21 24 35 39 47 62<br />
Teste Sol. A + Ino + Conc 549,0 558,5 554,0 558,5 569,6 573,5 587,7 626,2 691,8 763,7 811,0 811,0<br />
11 Sol. A + Conc 546,0 542,7 559,6 558,9 565,9 569,5 579,3 580,3 684,6 756,7 810,5 810,5<br />
Teste T&K + Ino + Conc 540,0 552,6 556,8 567,7 582,6 589,8 610,3 712,0 688,8 707,6 728,0 728,0<br />
12 T&K + Conc 535,0 556,9 554,9 564,5 579,1 588,0 599,1 594,5 646,4 666,4 602,0 602,0<br />
Teste<br />
13<br />
T&K Ino + Conc 562,0 566,2 572,5 579,3 587,2 606,0 638,2 784,3 760,8 772,0 790,7 790,7<br />
Teste<br />
14<br />
T&K Oxid. + Conc 556,0 560,9 568,2 576,3 585,4 591,3 600,8 594,1 593,1 595,3 594,3 594,3<br />
Avaliando a tabela 23, observa-se que a partir do vigésimo quarto dia <strong>de</strong><br />
lixiviação, ocorre um aumento significativo no potencial redox no teste 13,<br />
evi<strong>de</strong>nciando, assim, um aumento consi<strong>de</strong>rável no processo oxidativo. Po<strong>de</strong>-se concluir<br />
que, a partir <strong>de</strong>sse período, o processo oxidativo esteja ocorrendo <strong>de</strong> forma mais intensa,<br />
provavelmente, <strong>de</strong>vido à aclimatação dos microrganismos. É possível também averiguar<br />
a diferença do valor do potencial redox nos sistemas inoculados e em seus respectivos<br />
controles.<br />
67
Porém, os valores referentes ao controle do Teste 11, a partir do 35º dia, estão<br />
próximos aos valores do ensaio inoculado. Tal observação po<strong>de</strong> estar relacionada a uma<br />
possível contaminação do sistema, assim como foi mencionado, anteriormente, quando<br />
avaliados os valores <strong>de</strong> pH. Avaliando também os resultados do Teste 13, observa-se<br />
que este é o que apresenta maior potencial redox. Este resultado é esperado, já que o<br />
mesmo contém uma maior <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> microrganismos e maior concentração <strong>de</strong> íons<br />
férricos (Fe +3 ). Esses potenciais registrados foram bem inferiores àqueles mantidos<br />
pelas bactérias no sistema reacional. É necessário <strong>de</strong>terminar a velocida<strong>de</strong> da lixiviação<br />
química dos sulfetos em estudo em potenciais similares àqueles dos processos bioassistidos<br />
para concluir que a bactéria não causa diretamente um aumento na velocida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> lixiviação, mas que a velocida<strong>de</strong> é uma função do potencial redox, o qual é mantido<br />
pela ação bacteriana.<br />
5.5.4 – Análise da Concentração <strong>de</strong> Íons Ferrosos (Fe 2+ )<br />
O mecanismo <strong>de</strong> oxidação do íon ferroso (Fe 2+ ) por A. ferrooxidans tem sido<br />
muito estudado (Daud & Karamanev, 2006; Sasaki & Konno, 2000; Mascarin, 1999). A<br />
estequiometria da reação <strong>de</strong> oxidação dos íons ferrosos (Fe 2+ ), pela bactéria <strong>de</strong>scrita<br />
acima, po<strong>de</strong> ser observada na equação a seguir:<br />
A.<br />
ferrooxidans<br />
4 FeSO + O + 2H<br />
SO ⎯⎯⎯⎯<br />
⎯ →2Fe<br />
( SO ) + 2H<br />
O<br />
(23)<br />
4<br />
2<br />
2<br />
4<br />
2<br />
Além do Fe 2+ , a espécie bacteriana oxida, ainda, formas reduzidas <strong>de</strong> enxofre<br />
para produção <strong>de</strong> energia.<br />
2S o + 3O2 + 2H2O → 2H2SO4 (24)<br />
Segundo a reação abaixo, a bactéria gera, através <strong>de</strong> um mecanismo indireto, um<br />
lixiviante que oxida quimicamente o sulfeto mineral.<br />
MeS + Fe2(SO4)3 → MeSO4 + FeSO4 + S o (25)<br />
4<br />
3<br />
2<br />
68
Os íons ferrosos e o enxofre elementar produzidos, segundo a reação acima,<br />
serão oxidados pelas bactérias a íon férrico e ácido sulfúrico, respectivamente, e<br />
participarão novamente do processo <strong>de</strong> oxidação dos sulfetos minerais.<br />
Neste mecanismo indireto, a bactéria não necessita estar em contato com a<br />
superfície do mineral. Esta tem somente uma função catalítica, uma vez que as reações<br />
(14) e (15) são muito lentas na ausência <strong>de</strong> bactérias.<br />
A tabela 24 mostra os resultados obtidos a partir da titulação da lixívia para a<br />
<strong>de</strong>terminação da concentração <strong>de</strong> Fe 2+ , em g/L.<br />
Testes<br />
Tabela 24 – Concentração <strong>de</strong> Fe (II), em g/L, nas lixívias obtidas nas biolixiviações.<br />
Dias<br />
1h 1 3 7 9 17 25 35 39 46 62<br />
Teste Sol. A + Ino + Conc 0,151 0,207 0,035 0,410 0,732 0,767 0,130 0,145 0,000 0,065 0,052<br />
11 Sol. A + Conc 0,165 0,203 0,037 0,123 0,249 0,310 0,511 0,000 0,000 0,302 0,203<br />
Teste T&K + Ino + Conc 6,029 5,412 4,560 4,462 4,507 3,999 0,165 0,105 0,092 0,137 0,154<br />
12 T&K + Conc 6.079 5.563 4.778 4.452 4,584 3,958 4,453 3,498 3,023 3,171 3,321<br />
Teste<br />
13<br />
Teste<br />
14<br />
T&K Ino + Conc 3,898 3,926 3,842 4,029 4,087 3,310 0,053 0,079 0,140 0,046 0,057<br />
T&K Oxid. + Conc 4,295 4,329 3,967 4,277 4,338 4,188 4,360 4,784 4,395 4,413 4,427<br />
Avaliando o gráfico 14 é possível observar que no Teste 12 (inoculado) e no<br />
Teste 13, ocorre uma queda na concentração <strong>de</strong> íon ferroso. Este resultado já era<br />
esperado, visto que as bactérias presentes no sistema estão atuando sobre o concentrado<br />
<strong>de</strong> flotação e auxiliando na oxidação do íon ferroso a férrico. Porém, não era esperada<br />
tal queda na concentração <strong>de</strong> Fe 2+ com relação aos resultados do Teste 11 (controle),<br />
quando, a partir do 25º dia, ocorre um significativo acréscimo <strong>de</strong>sta concentração,<br />
acompanhado <strong>de</strong> uma queda na concentração superior em comparação ao mesmo teste<br />
inoculado. Po<strong>de</strong>ndo assim configurar uma possível contaminação do sistema durante o<br />
processo.<br />
Po<strong>de</strong>-se observar, também, que nos ensaios controles, a concentração <strong>de</strong> Fe 2+<br />
manteve-se pouco alterada, porém no controle do Teste 12 e Teste 14, ambos sem<br />
inóculo microbiano e com o meio <strong>de</strong> cultura T&K completo (com Fe 2+ ), a concentração<br />
69
<strong>de</strong> Fe 2+ foi a maior obtida ao final do processo <strong>de</strong> biolixiviação, cerca <strong>de</strong> 3 e 4 g/L,<br />
respectivamente.<br />
Fe(II) g/L<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
Sol. A + Ino + Conc<br />
Sol. A + Conc<br />
T&K + Ino + Conc<br />
T&K + Conc<br />
T&K Oxid. + Conc<br />
T&K Inoculado + Conc<br />
1 9 17 25 39 46 62<br />
Tempo (dias)<br />
Gráfico 14 – Concentração <strong>de</strong> Fe (II), em g/L, obtida a partir da lixiviação do concentrado <strong>de</strong><br />
flotação.<br />
5.5.5 – Análise da Concentração <strong>de</strong> Ferro Total<br />
A tabela 25 mostra os resultados obtidos na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Ferro total, por<br />
espectrometria <strong>de</strong> absorção atômica, para que, a partir <strong>de</strong>sta, a concentração <strong>de</strong> Fe 3+ seja<br />
<strong>de</strong>terminada.<br />
Tabela 25 - Concentração <strong>de</strong> Fe total, em g/L, na lixívia obtida a partir do processo <strong>de</strong><br />
lixiviação.<br />
Teste 11<br />
Testes<br />
70<br />
1 3 7<br />
Dias<br />
9 17 25 35 39<br />
Sol. A + Ino + Conc 0,18 0,03 0,41 0,73 0,77 0,69 0,15 0,17<br />
Sol. A + Conc 7,82 11,57 0,12 0,42 0,31 0,51 0,01 0,14<br />
T&K + Ino + Conc 5,91 4,58 4,58 4,69 4,54 4,05 3,12 2,48<br />
Teste 12 T&K + Conc 9,71 4,78 4,45 4,59 4,56 4,45 3,93 3,99<br />
Teste 13 T&K Inoculado + Conc 4,26 3,84 4,05 4,30 4,09 3,66 3,59 1,99<br />
Teste 14 T&K Oxid. + Conc 4,70 4,23 4,30 4,53 4,60 4,75 4,78 4,79<br />
O gráfico 15 mostra a variação da concentração <strong>de</strong> Fe total, em g/L, na lixívia,<br />
on<strong>de</strong> é possível observar que nas amostras referentes ao Teste 11, sem a adição da
solução B do meio <strong>de</strong> cultura T&K – Fe 2+ , a concentração <strong>de</strong> Fe total manteve-se baixa,<br />
porém nos <strong>de</strong>mais ensaios, a concentração <strong>de</strong>ste íon apresentou-se mais elevada, com<br />
queda nos últimos dias do ensaio <strong>de</strong>vido a provável precipitação <strong>de</strong> uma das duas<br />
espécies <strong>de</strong> ferro encontradas no sistema reacional e a possível formação <strong>de</strong> jarosita<br />
((K + , Na + , NH4 + , H3O + ) Fe3(SO4)2 (OH)6).<br />
Fe Total (g/L)<br />
7<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
Sol. A + Ino + Conc<br />
Sol. A + Conc<br />
T&K + Ino + Conc<br />
T&K + Conc<br />
T&K Oxid. + Conc<br />
T&K Inoculado + Conc<br />
1 9 17 25 39 46 62<br />
Tempo (dias)<br />
Gráfico 15 - Concentração <strong>de</strong> Fe total, em g/L, obtida a partir da lixiviação do concentrado <strong>de</strong><br />
flotação.<br />
5.5.6 – Concentração <strong>de</strong> Fe 3+<br />
De posse dos resultados das concentrações <strong>de</strong> Fe 2+ e Fe total, pô<strong>de</strong>-se obter a<br />
concentração <strong>de</strong> Fe 3+ , por diferença, como mostra a tabela 26, abaixo. Percebe-se que<br />
os melhores resultados foram atingidos empregando o meio <strong>de</strong> cultura T&K completo<br />
(Teste 12) e o meio previamente oxidado (Teste 13), ambos inoculados com A.<br />
ferrooxidans.<br />
71
Tabela 26 - Concentração <strong>de</strong> Fe (III), em g/L, obtida a partir da lixiviação do concentrado <strong>de</strong><br />
flotação.<br />
Testes<br />
Dias<br />
72<br />
1 3 7 9 17 25 35 39 46 52<br />
Sol. A + Ino + Conc 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,56 0,00 0,17 0,18 0,18<br />
Teste 11 Sol. A + Conc 0,00 0,00 0,00 0,17 0,00 0,00 0,01 0,14 0,15 0,14<br />
T&K + Ino + Conc 0,49 0,02 0,11 0,18 0,54 3,88 3,02 2,39 2,01 1,93<br />
Teste 12 T&K + Conc 0,00 0,00 0,00 0,00 0,60 0,00 0,43 0,97 3,90 3,87<br />
Teste 13 T&K Inoculado + Conc 0,33 0,00 0,02 0,21 0,78 3,61 3,51 1,85 1,87 1,84<br />
Teste 14 T&K Oxid. + Conc 0,37 0,27 0,03 0,19 0,41 0,38 0,00 0,40 4,77 4,75<br />
O gráfico 16, abaixo, mostra a evolução da concentração do íon férrico durante o<br />
processo <strong>de</strong> lixiviação, evi<strong>de</strong>nciando que o íon ferroso está sendo oxidado, aumentando,<br />
conseqüentemente, a concentração <strong>de</strong> Fe 3+ na lixívia.<br />
Fe+3 g/L<br />
4,50<br />
4,00<br />
3,50<br />
3,00<br />
2,50<br />
2,00<br />
1,50<br />
1,00<br />
0,50<br />
0,00<br />
-0,50<br />
Teste 11 - Ino<br />
Teste 11 - Controle<br />
Teste 12 - Ino<br />
Teste 12 - Controle<br />
Teste 13 - Oxid.<br />
Teste 14 - Ino<br />
1 9 17 25 39<br />
Tempo (dias)<br />
Gráfico 16 - Concentração <strong>de</strong> Fe (III), em g/L, obtida a partir da lixiviação do concentrado <strong>de</strong><br />
flotação.<br />
Ao realizarmos a comparação entre as concentrações <strong>de</strong> íon ferroso e íon férrico,<br />
como mostra o gráfico 17, é possível concluir, que a concentração <strong>de</strong> Fe 2+ diminui,<br />
enquanto a <strong>de</strong> Fe 3+ aumenta, (Testes 12 e 13), evi<strong>de</strong>nciando, assim, a ativida<strong>de</strong><br />
biológica no que tange a oxidação do concentrado <strong>de</strong> flotação.
Ao final dos experimentos, a concentração <strong>de</strong> Fe 3+ está diminuindo e espera-se<br />
que a concentração <strong>de</strong> Fe 2+ aumente, porém tal comportamento não é observado.<br />
Avaliando o potencial redox, nota-se que o mesmo se manteve crescente, o que nos leva<br />
a crer que o íon férrico está precipitando e não reduzindo, como o esperado. Esta<br />
precipitação do íon férrico po<strong>de</strong> estar ocorrendo <strong>de</strong>vido a formação <strong>de</strong> jarosita (K + , Na + ,<br />
NH4 + , H3O + ) Fe3(SO4)2 (OH)6. (Mascarin, 1999).<br />
g/L<br />
6,00<br />
5,00<br />
4,00<br />
3,00<br />
2,00<br />
1,00<br />
0,00<br />
Teste 12 Ino Fe3+<br />
Teste 14 Fe3+<br />
Teste 12 Ino Fe2+<br />
Teste 14 Fe 2+<br />
1 9 17 25 35 39<br />
Tempo (dias)<br />
Gráfico 17 – Comparação das concentrações <strong>de</strong> Fe 2+ e Fe 3+ , em g/L, na lixívia obtida a partir<br />
do processo <strong>de</strong> biolixiviação.<br />
73
5.5.7 – Análise da Concentração <strong>de</strong> Cu<br />
Os resultados das concentrações <strong>de</strong> cobre obtidas a partir das lixívias po<strong>de</strong>m ser<br />
observados na tabela 27.<br />
Tabela 27 – Concentração <strong>de</strong> cobre, em g/L, na lixívia durante o processo <strong>de</strong> biolixiviação do<br />
concentrado <strong>de</strong> flotação.<br />
Testes<br />
1 3 7 9 15<br />
Dias<br />
17 25 34 38 45 62<br />
Teste Sol. A + Ino + Conc 2,28 2,22 2,90 3,15 3,13 3,22 4,99 9,55 11,52 12,38 12,48<br />
11 Sol. A + Conc 1,78 1,61 2,91 2,95 2,94 2,97 3,33 7,80 9,33 11,04 12,96<br />
Teste T&K + Ino + Conc 2,31 2,38 3,11 3,18 3,33 3,33 5,89 10,56 12,48 11,52 12,00<br />
12 T&K + Conc 2,18 2,38 3,03 3,11 3,31 3,38 3,54 4,36 4,76 12,00 11,52<br />
Teste<br />
13<br />
T&K Ino + Conc 3,37 3,17 3,52 3,77 3,86 4,20 5,75 9,92 10,56 10,56 11,20<br />
Teste<br />
14<br />
T&K Oxid. + Conc 3,28 3,12 3,43 3,39 3,53 3,49 2,60 4,24 4,49 4,51 5,38<br />
A tabela 27 mostra que no trigésimo oitavo dia todos os testes inoculados<br />
apresentaram uma extração <strong>de</strong> cobre superior a 60%. Por outro lado, avaliando os<br />
ensaios não inoculados (linhas 2, 4 e 6) é possível observar a diferença <strong>de</strong> extração, pois<br />
estes apresentam resultados inferiores, em torno <strong>de</strong> 25% <strong>de</strong> extração, evi<strong>de</strong>nciando a<br />
presença <strong>de</strong> um processo biológico, visto que nas amostras inoculadas obteve-se maior<br />
extração <strong>de</strong> cobre. Com exceção do controle do Teste 11, pois como já visto<br />
anteriormente, houve, possivelmente, contaminação do sistema reacional. Portanto, fica<br />
evi<strong>de</strong>nciada a presença <strong>de</strong> um processo biológico nos testes inoculados.<br />
74
Cu (%)<br />
80<br />
70<br />
60<br />
50<br />
40<br />
30<br />
20<br />
10<br />
0<br />
Sol. A + Ino + Conc<br />
Sol. A + Conc<br />
T&K + Ino + Conc<br />
T&K + Conc<br />
T&K Oxid. + Conc<br />
T&K Inoculado + Conc<br />
1 9 17 25 38 45 62<br />
Tempo (dias)<br />
Gráfico 18 – Porcentagem <strong>de</strong> extração <strong>de</strong> cobre, durante o processo <strong>de</strong> lixiviação.<br />
O gráfico 18 mostra a evolução da extração <strong>de</strong> cobre, em porcentagem, on<strong>de</strong> no<br />
Teste 12, obteve-se o máximo <strong>de</strong> extração, com cerca <strong>de</strong> 67% no ensaio inoculado e<br />
25% para o controle do mesmo.<br />
A porcentagem <strong>de</strong> extração <strong>de</strong> cobre alcançada está próximo aos resultados<br />
obtidos por Agate & Khinvasara (1986), on<strong>de</strong> foi utilizado um concentrado <strong>de</strong> flotação<br />
contendo 25,2% <strong>de</strong> cobre. Tal concentrado foi lixiviado utilizando meio <strong>de</strong> cultura 9K e<br />
inóculo microbiano A. ferrooxidans. Em seus ensaios, Agate & Khinvasara (1986)<br />
alcançaram uma extração <strong>de</strong> cobre <strong>de</strong> 68,2%, porém vale ressaltar que o concentrado<br />
por eles utilizado continha 25,2% cobre, enquanto que o concentrado <strong>de</strong> flotação<br />
utilizado neste trabalho contém 37,7% <strong>de</strong> cobre, sendo este oriundo <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 70% <strong>de</strong><br />
calcopirita. Agate e Khinvasara (1986) concluíram que o percentual <strong>de</strong> extração <strong>de</strong><br />
cobre, em seus ensaios, não foi superior <strong>de</strong>vido a formação <strong>de</strong> jarosita sendo <strong>de</strong>positada<br />
na superfície <strong>de</strong> calcopirita, impedindo assim a ação das bactérias.<br />
75
5.6 – Quantificação Microbiana<br />
5.6.1 - Quantificação Microbiana na Água Ácida <strong>de</strong> Mina.<br />
Este ensaio foi realizado por três vezes consecutivas, porém os resultados não<br />
foram coerentes com o exposto na Norma CETESB / L5.217, já que após 21 dias as<br />
soluções <strong>de</strong>veriam apresentar coloração “vermelha acastanhada”. Nos ensaios<br />
realizados encontramos uma coloração alaranjada, como po<strong>de</strong> ser visto na figura 12, em<br />
todas as diluições, invalidando, assim, os ensaios.<br />
Figura 12 – Teste realizado seguindo a Norma CETESB / L5.217 Thiobacillus – Determinação<br />
do número mais provável pela técnica <strong>de</strong> tubos múltiplos.<br />
5.6.2 - Contagem Microbiana (UFC) <strong>de</strong> A. ferrooxidans a Partir do Cultivo da Cultura<br />
Pura (A.f. – S)<br />
Estes resultados foram obtidos, conforme já relatado, para quantificar e<br />
padronizar o inóculo inicial da cultura pura a ser empregada nos ensaios <strong>de</strong> lixiviação<br />
<strong>de</strong>scritos a seguir.<br />
Portanto, a partir do cultivo inicial do inóculo e após incubação das placas<br />
inoculadas, por 10 dias, a uma temperatura <strong>de</strong> 30ºC, foi possível observar a presença <strong>de</strong><br />
colônias, como mostra a figura 13, e realizada a contagem <strong>de</strong>stas, on<strong>de</strong> o valor<br />
encontrado foi <strong>de</strong> 9 x 10 8 UFC/mL.<br />
76
Figura 13 - Aparência da placa <strong>de</strong> Petri contendo colônias <strong>de</strong> A. ferrooxidans -S durante a<br />
quantificação do cultivo utilizado – diluição 10 -5 .<br />
5.6.3 - Detecção <strong>de</strong> Presença <strong>de</strong> Biomassa Durante os Testes <strong>de</strong> Lixiviação Empregando<br />
Cultura Pura<br />
Após plaqueamento das lixívias resultantes do processo, o crescimento dos<br />
microrganismos mesófilos em questão ocorreu em todas as placas referentes aos ensaios<br />
inoculados e em uma placa referente ao controle do teste 11, o mesmo ocorrendo com o<br />
controle do teste 12, on<strong>de</strong> foram utilizadas somente a solução A do meio <strong>de</strong> cultura<br />
T&K (teste 11) e meio <strong>de</strong> cultura T&K completo (teste 12), respectivamente. A<br />
presença dos A. ferrooxidans nos ensaios controle evi<strong>de</strong>ncia que ocorreu uma<br />
contaminação do sistema o que acarretou em percentuais elevados (67%) <strong>de</strong> extração <strong>de</strong><br />
cobre nesses ensaios.<br />
A figura 14, a seguir, mostra o aspecto da placa on<strong>de</strong> foi inoculado o sistema <strong>de</strong><br />
biolixiviação do Teste 12 (T&K e inóculo microbiano).<br />
77
Figura 14 - Aparência da placa <strong>de</strong> Petri contendo colônias <strong>de</strong> A. ferrooxidans durante a<br />
quantificação do sistema <strong>de</strong> biolixiviação após 60 dias.<br />
Com as finalizações dos testes, lavou-se o concentrado <strong>de</strong> flotação remanescente<br />
<strong>de</strong> cada ensaio, utilizando água <strong>de</strong>ionizada em pH 1,8, e, após secagem, uma amostra <strong>de</strong><br />
cada teste, assim como <strong>de</strong> seus respectivos controles, foram encaminhadas para a<br />
análise por Difração <strong>de</strong> Raios-X (DRX) e Microscopia Eletrônica <strong>de</strong> Varredura (MEV).<br />
As figuras 15, 16, 17 e 18 mostram a superfície do concentrado <strong>de</strong> flotação antes<br />
e após o processo <strong>de</strong> biolixiviação. É possível observar que os resíduos provenientes das<br />
lixiviações microbianas, na presença <strong>de</strong> inóculo (figura 16 A, figura 17 C e figura 18 E),<br />
apresentaram partículas maiores, e os resíduos provenientes das lixiviações, sem o<br />
inóculo microbiano, possuem partículas menores, evi<strong>de</strong>nciando que o processo <strong>de</strong><br />
lixiviação utilizando microrganismos foi mais eficiente no que tange à oxidação dos<br />
sulfetos em questão.<br />
78
Figura 15 – Superfície do concentrado <strong>de</strong> flotação antes <strong>de</strong> processo <strong>de</strong><br />
biolixiviação.<br />
A B<br />
Figura 16 - A – Concentrado <strong>de</strong> flotação lixiviado com a Solução A do Meio <strong>de</strong> Cultura<br />
T&K e inóculo microbiano; B - Concentrado <strong>de</strong> flotação lixiviado com a Solução A do<br />
Meio <strong>de</strong> Cultura T&K e sem inóculo microbiano.<br />
79
C D<br />
Figura 17 - C – Concentrado <strong>de</strong> flotação lixiviado com Meio <strong>de</strong> Cultura T&K completo e<br />
inóculo microbiano; D - Concentrado <strong>de</strong> flotação lixiviado com Meio <strong>de</strong> Cultura T&K<br />
completo sem inóculo microbiano.<br />
E F<br />
Figura 18 - E – Concentrado <strong>de</strong> flotação lixiviado com Meio <strong>de</strong> Cultura T&K oxidado<br />
(com microrganismos); F - Concentrado <strong>de</strong> flotação lixiviado com Meio <strong>de</strong> Cultura T&K<br />
previamente oxidado e estéril (filtrado).<br />
De acordo com a técnica <strong>de</strong> Difração <strong>de</strong> raios-X, po<strong>de</strong>mos observar no<br />
concentrado <strong>de</strong> flotação original, Figura 19A, ou seja, antes <strong>de</strong> ser submetido a<br />
biolixiviação, que este apresenta picos referentes aos sulfetos <strong>de</strong> cobre (calcopirita e<br />
bornita). Porém, nota-se que todos os resíduos lixiviados biologicamente (figura 19 – B<br />
nas linhas 6, 3 e 1), apresentam picos referentes à jarosita, o que é corroborado pela<br />
coloração dos mesmos, como po<strong>de</strong> ser visto na figura 20 B 1 , C 1 e D já que se trata <strong>de</strong><br />
uma espécie que contém íons ferrosos.<br />
80
A<br />
B<br />
Intensida<strong>de</strong> (u. a)<br />
Intensida<strong>de</strong> (u. a)<br />
Intensida<strong>de</strong> (u. a)<br />
Intensida<strong>de</strong> (u. a)<br />
Intensida<strong>de</strong> (u. a)<br />
Intensida<strong>de</strong> (u. a)<br />
450<br />
300<br />
150<br />
0<br />
450<br />
300<br />
150<br />
0<br />
450<br />
300<br />
150<br />
0<br />
450<br />
300<br />
150<br />
0<br />
450<br />
300<br />
150<br />
0<br />
450<br />
300<br />
150<br />
0<br />
J<br />
0 10 20 30 40 50 60 70<br />
0 10 20 30 40 50 60 70<br />
0 10 20 30 40 50 60 70<br />
J<br />
2 θ<br />
2 θ<br />
2 θ<br />
0 10 20 30 40 50 60 70<br />
2 θ<br />
0 10 20 30 40 50 60 70<br />
2 θ<br />
0 10 20 30 40 50 60 70<br />
2 θ<br />
T&K/Inoc.<br />
81<br />
T&K Oxi/Inoc. 6<br />
T & K O xi/C ont.<br />
T&K/Cont. 4<br />
Sol. A/Cont.<br />
Sol. A/Inoc. 1<br />
Figura 19 – A - Difratograma correspon<strong>de</strong>nte à análise semiquantitativa das espécies<br />
mineralógicas constituintes do concentrado <strong>de</strong> flotação; B – Difratogramas do resíduos<br />
lixiviados e seus respectivos ensaios (J=jarosita, D=dolomita, C= calcopirita, B=bornita)<br />
C<br />
C<br />
D<br />
B<br />
C<br />
C<br />
C<br />
5<br />
3<br />
2
B 1<br />
C 1<br />
D<br />
Figura 20 – Aparência do resíduo (concentrado <strong>de</strong> flotação) após a lixiviação utilizando a<br />
cultura A. f. – S como inóculo microbiano, on<strong>de</strong> A= concentrado <strong>de</strong> flotação antes do processo<br />
<strong>de</strong> lixiviação; B 1 = resíduo referente ao Teste 11 inoculado; B 2 = resíduo referente ao Teste 11<br />
controle; C 1 = resíduo referente ao Teste 12 inoculado; C 2 = resíduo referente ao Teste 12<br />
controle; D = resíduo referente ao Teste 13 (inoculado) e E = resíduo referente ao Teste 14<br />
(estéril).<br />
A<br />
B 2<br />
C 2<br />
E<br />
82
6 – CONCLUSÕES<br />
Foi verificada a importância da manutenção/ajuste do pH durante a lixiviação ácida,<br />
pois durante esta etapa não ocorre a geração <strong>de</strong> ácido pelo concentrado <strong>de</strong> flotação,<br />
propiciando, assim, a precipitação do cobre como hidróxido <strong>de</strong>vido ao aumento do pH<br />
(aproximadamente 7,0).<br />
A relação sólido-líquido <strong>de</strong> 50 g/L foi a melhor para o processo empregado, pois se<br />
mostra satisfatória em relação a extração <strong>de</strong> cobre por apresentar maior quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
solução lixiviante por massa <strong>de</strong> concentrado <strong>de</strong> flotação, logo, menor <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> polpa.<br />
A lixiviação seqüencial do concentrado <strong>de</strong> flotação não propiciou o aumento da<br />
lixiviação. Da mesma forma, a reutilização da lixívia em nova amostra <strong>de</strong> concentrado <strong>de</strong><br />
flotação, não mostrou resultados mais promissores.<br />
Quando utilizadas as cepas <strong>de</strong> A. ferrooxidans como inóculo microbiano observa-se,<br />
até o trigésimo quinto dia, que as variáveis apresentam diferenças entre os resultados dos<br />
ensaios inoculados e seus respectivos controles, evi<strong>de</strong>nciando a atuação da linhagem<br />
empregada.<br />
Devido à natureza refratária da calcopirita (componente majoritário do concentrado<br />
<strong>de</strong> flotação), a sua oxidação biológica mostra-se mais intensa após um período <strong>de</strong><br />
aproximadamente 24 dias, quando o Eh do meio reacional atinge o valor <strong>de</strong> 784 mV vs<br />
EPH, alcançando, neste momento aproximadamente 32 % (6 g/L) <strong>de</strong> extração <strong>de</strong> cobre.<br />
É possível observar que com a utilização do microorganismo Acidithiobacillus<br />
ferrooxidans foram alcançadas extrações <strong>de</strong> cobre <strong>de</strong> 67% (12,4 g/L), e 64% (12 g/L) para<br />
os testes 12 e 13, respectivamente. Porém, ao fazer a comparação com os ensaios on<strong>de</strong> a<br />
água ácida <strong>de</strong> mina foi utilizada, se obteve, como resultado da extração <strong>de</strong> cobre, um valor<br />
superior a 64% (12,5 g/L) nos ensaios do teste 8 (similar ao teste 12) e 43% (8,41 g/L) nos<br />
ensaios do teste 9 (similar ao teste 13). Por outro lado, avaliando ambas condições<br />
83
(utilizando água ácida <strong>de</strong> mina ou A. ferrooxidans como inóculo microbiano), po<strong>de</strong>-se<br />
concluir que com água ácida <strong>de</strong> mina não se obteve diferença nos resultados <strong>de</strong> extração <strong>de</strong><br />
cobre entre os ensaios inoculados (com água ácida <strong>de</strong> mina) e seus respectivos controles<br />
(sem água ácida <strong>de</strong> mina). Logo, o processo <strong>de</strong> biolixiviação ficou evi<strong>de</strong>nciado quando<br />
utilizada a cepa <strong>de</strong> A. ferrooxidans.<br />
De acordo com a Microscopia Eletrônica <strong>de</strong> Varredura (MEV) dos resíduos<br />
provenientes das lixiviações, é possível observar que os resíduos, on<strong>de</strong> foram utilizados<br />
inóculo microbiano, possuem partículas maiores se comparados com aqueles on<strong>de</strong> não<br />
foram usados os microrganismos, evi<strong>de</strong>nciando que as bactérias do gênero<br />
Acidithiobacillus ferrooxidans atuaram com maior eficiência na oxidação dos sulfetos em<br />
estudo.<br />
A técnica <strong>de</strong> Difração <strong>de</strong> raios-X mostra que o concentrado <strong>de</strong> flotação, antes <strong>de</strong> ser<br />
submetido à lixiviação, apresenta picos referentes a espécies <strong>de</strong> calcopirita e bornita, porém<br />
após a lixiviação, em todos os ensaios, o pico referente a bornita não é mais i<strong>de</strong>ntificado. É<br />
possível observar, também, a formação <strong>de</strong> jarosita nos ensaios biológicos (em presença <strong>de</strong><br />
microrganismos) e a comprovação da presença <strong>de</strong>ssa espécie po<strong>de</strong> ser corroborada pela<br />
coloração dos respectivos resíduos.<br />
84
7 - SUGESTÃO PARA CONTINUIDADE DESSA PESQUISA<br />
Consi<strong>de</strong>rando a utilização tão somente das linhagens <strong>de</strong> Acidithiobacillus<br />
ferrooxidans, visando avaliar o alcance <strong>de</strong>ssa espécie <strong>de</strong> microrganismo na abertura, em<br />
especial, da calcopirita, espécie mineralógica majoritária no concentrado <strong>de</strong> flotação <strong>de</strong><br />
sulfetos <strong>de</strong> cobre, vislumbramos, como etapa posterior ao estudo realizado, a utilização <strong>de</strong><br />
um consórcio <strong>de</strong> bactérias mesófilas, termófilas mo<strong>de</strong>radas e extremófilas, visando agilizar<br />
a abertura da calcopirita no sentido <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r as expectativas da mineração <strong>de</strong> cobre que<br />
necessita extrair esse elemento, das espécies mineralógicas contidas no concentrado <strong>de</strong><br />
flotação (calcopirita e bornita), com a brevida<strong>de</strong> necessária a um custo <strong>de</strong> processamento<br />
atraente. Essa extensão do trabalho realizado será executado numa unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> laboratório<br />
<strong>de</strong> biolixiviação em coluna, simulando uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> biolixiviação em pilha, num sistema<br />
reacional automático e computadorizado com a aquisição, em tempo real, dos parâmetros<br />
operacionais (pH, Eh, temperatura, vazão <strong>de</strong> ar), com ajuste automático <strong>de</strong> pH e<br />
temperatura e, adicionalmente, com um sistema remoto <strong>de</strong> alteração dos parâmetros<br />
operacionais. A foto <strong>de</strong> tal unida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser vista na Figura 21 a seguir:<br />
Figura 21 – Unida<strong>de</strong> operacional <strong>de</strong> biolixiviação em coluna<br />
85
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