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Atenção a Si e Psicoterapia Corporal: - UFRJ

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Entretanto, a onda de difusão de seus escritos e as reflexões por eles suscitadas não parecem<br />

ter produzido maiores conseqüências para o debate em torno das questões essenciais avançadas por<br />

Reich acerca das relações entre os indivíduos, a sociedade e as linhas de força implicadas na<br />

produção do mal-estar na subjetividade, pois “A imagem de Reich tornou-se mais variegada, mas<br />

também mais contraditória e, certamente, não ficou mais clara.” (LASKA. 2004, p. 19).<br />

Assim, a julgar pela descrição do autor, a repercussão da segunda retomada acaba<br />

restringindo-se a uma cooptação pragmática das técnicas terapêuticas desenvolvidas por Reich, o que<br />

confinava o seu impacto ao campo das assim chamadas terapias alternativas:<br />

“Depois de uma breve floração, a Nova Esquerda foi carcomida por uma<br />

ruína progressiva, não só no terreno político, mas principalmente no teórico. Da<br />

massa falida, alguns se transferiram para o movimento terapêutico que estava então<br />

em franca ascensão. Lá, se lembraram de Reich, sem aspirações teóricas, mas<br />

também sem maiores escrúpulos. Pragmaticamente se apropriaram de algumas<br />

técnicas terapêuticas eficientes encontradas na sua obra e as comercializaram<br />

juntamente com muitas outras. Depois que alguns fundadores de bem-sucedidas<br />

escolas terapêuticas – como Alexander Lowen (Bioenergética) e Fritz Perls<br />

(Gestalt), por exemplo - fizeram referência à sua origem parcialmente reichiana,<br />

Reich começou a ter a fama duvidosa de ser o ‘pai da psicoterapia corporal’”.<br />

(LASKA. 2004, p. 19)<br />

No Brasil, a década de 70 é o momento em que os pioneiros do movimento corporalista<br />

dirigem-se principalmente à Inglaterra e aos Estados Unidos em busca de treinamentos em técnicas<br />

específicas, geradas sob a égide do personalismo subjetivista. Alguns partem em busca de Lowen e<br />

sua bioenergética; outros dirigem-se a Londres em busca do saber empírico de futuros ícones do<br />

movimento corporalista, como Gerda Boyesen (biodinâmica) e David Boadella (biossíntese). Outros,<br />

ainda, migram para o México, em busca dos ensinamentos disponibilizados na Universidad<br />

Autonoma de Mexico nas figuras de Gerard Gouasch e Blanca Rosa.<br />

As conseqüências da falta de maiores aspirações teóricas, apontada por Laska como a marca<br />

registrada desta segunda tentativa de retomada das contribuições de Reich, parece fazer sentido, uma<br />

vez que se observam duas tendências nas escolas clínicas que formam o campo das psicoterapias<br />

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