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departamento de taquigrafia, revisão e redação núcleo de redação ...

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CÂMARA DOS DEPUTADOS<br />

DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA, REVISÃO E REDAÇÃO<br />

NÚCLEO DE REDAÇÃO FINAL EM COMISSÕES<br />

TEXTO COM REDAÇÃO FINAL<br />

X CONFERÊNCIA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS<br />

EVENTO: Conferência N°: 0807/06 DATA: 02/06/06<br />

INÍCIO: 14h44min TÉRMINO: 18h22min DURAÇÃO: 03h38min<br />

TEMPO DE GRAVAÇÃO: 03h38min PÁGINAS: 84 QUARTOS: 44<br />

DEPOENTE/CONVIDADO - QUALIFICAÇÃO<br />

SUMÁRIO: X Conferência Nacional <strong>de</strong> Direitos Humanos — Plenária Final.<br />

Há oradores não i<strong>de</strong>ntificados.<br />

Há intervenções fora do microfone. Inaudíveis.<br />

Há intervenções simultâneas ininteligíveis.<br />

OBSERVAÇÕES


CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇÃO FINAL<br />

Nome: Outros Eventos - Conferência<br />

Número: 0807/06 Data: 02/06/06<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - Boa tar<strong>de</strong>, senhoras e<br />

senhores. Bem-vindos à plenária final da X Conferência Nacional <strong>de</strong> Direitos<br />

Humanos. Vejo que já há muitas pessoas mobilizando-se para ir embora, mas<br />

gostaríamos <strong>de</strong> contar com a paciência dos que po<strong>de</strong>m permanecer até o final para<br />

nos acompanharem na leitura dos relatórios <strong>de</strong> grupos, na leitura das moções que<br />

não foram lidas durante a parte da manhã e para que, no final, possamos fazer a<br />

leitura da Carta final da Conferência.<br />

Primeiro vou fazer uma consulta ao plenário: como temos muito pouco tempo,<br />

foi sugerido por algumas pessoas que, em vez <strong>de</strong> virem até aqui para ler os<br />

relatórios na íntegra, porque alguns relatórios estão um pouco extensos, os relatores<br />

fizessem só um breve comentário, e os relatórios já foram distribuídos para todo o<br />

mundo. Estamos consultando o plenário para que <strong>de</strong>pois não haja problemas.<br />

Aqueles que concordam com a proposta, por favor, levantem as mãos.<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Há uma questão <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m.<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - Pois não.<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Convido o companheiro para apresentar a sua questão<br />

<strong>de</strong> or<strong>de</strong>m. (Pausa.)<br />

O SR. JARBAS - Boa tar<strong>de</strong> a todos. Meu nome é Jarbas. Já falei pela manhã.<br />

Vejam, companheiros, estou opondo-me, nesta questão <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m, porque, mesmo<br />

sendo extenso, acho indispensável ler o relatório, por 2 motivos: primeiro, porque<br />

vamos aceitar tudo sem fazer discussão nem <strong>de</strong>staque, e isso é um problema;<br />

segundo, há uma questão <strong>de</strong> acessibilida<strong>de</strong>: esse relatório não foi fornecido em<br />

braile. Existem aqui duas pessoas cegas que, por essa <strong>de</strong>ficiência, não terão acesso<br />

ao conteúdo <strong>de</strong>sses relatórios e não po<strong>de</strong>rão posicionar-se e discutir. Então, essa é<br />

uma questão que não po<strong>de</strong> passar em branco <strong>de</strong>ntro do movimento <strong>de</strong> direitos<br />

humanos, nem <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma plenária que está discutindo direitos humanos.<br />

Obrigado. (Palmas.)<br />

O SR. DEPUTADO LUIZ EDUARDO GREENHALGH - Peço aos<br />

companheiros e às companheiras que se encontram lá fora que venham participar<br />

da plenária, tomando assento aqui, para que possamos dar início aos trabalhos<br />

<strong>de</strong>sta tar<strong>de</strong>. Esta é a plenária mais importante da nossa Conferência, porque é aqui<br />

que os grupos <strong>de</strong> trabalho vão apresentar seus relatórios, suas propostas, nossas<br />

resoluções <strong>de</strong> encaminhamento nos diversos grupos <strong>de</strong> trabalho.<br />

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇÃO FINAL<br />

Nome: Outros Eventos - Conferência<br />

Número: 0807/06 Data: 02/06/06<br />

Sugiro à companheira Mary e às companheiras que se encontram aqui na<br />

Mesa que aceitemos e acatemos a questão <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m levantada pelo nosso<br />

companheiro, porque senão vamos ficar discutindo a questão <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m e gastar<br />

assim mais tempo do que se fizéssemos a leitura dos relatórios. Então, vamos lê-los,<br />

vamos ver como estão, e se houver polêmica vamos enfrentá-la, se não houver<br />

vamos prosseguir. Nossa idéia é <strong>de</strong> que entre 17h e 17h30 façamos o encerramento<br />

e que saiamos todos unidos <strong>de</strong>sta Conferência, porque o pior que po<strong>de</strong> acontecer é<br />

começarmos uma plenária com mil participantes e terminá-la com 100, 150, porque<br />

os <strong>de</strong>mais foram embora. Então, vamos avançando nisso, está bem?<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - Bem, já que vamos<br />

proce<strong>de</strong>r à leitura dos relatórios como estão escritos aqui, quero apenas apresentar<br />

nossos pedidos aos relatores dos grupos: os senhores têm no máximo 10 minutos<br />

cada um para fazer essa apresentação, e as intervenções sobre o relatório, para<br />

corrigir texto, acrescentar o que esteja faltando ou algo assim, por favor, guar<strong>de</strong>m<br />

para o final. Quando já tivermos lido todos os relatórios, os comentários que os<br />

participantes quiserem fazer sobre os relatórios po<strong>de</strong>rão ser feitos, mas vamos<br />

primeiro proce<strong>de</strong>r à leitura <strong>de</strong> todos os relatórios.<br />

Convido o Relator dos Grupos <strong>de</strong> Trabalho nºs 1 e 2 que <strong>de</strong>rivaram dos<br />

Painel nºs 1, para ler o relatório.<br />

O SR. GUILLERMO CARDONA - Sou o Padre Guillermo Cardona, do MNDH.<br />

Os Grupos <strong>de</strong> Trabalhos nºs 1 e 2 formaram um único grupo; por isso aparecem aí<br />

as conclusões.<br />

“Grupo 1- Lei <strong>de</strong> Responsabilida<strong>de</strong> Social.<br />

1. Aprovação pela Conferência da mobilização política e social para a rápida<br />

aprovação do projeto <strong>de</strong> Lei <strong>de</strong> Responsabilida<strong>de</strong> Fiscal e Social, promovendo<br />

discussão da vinculação orçamentária <strong>de</strong> recursos para as ações sociais, bem como<br />

para acompanhamento do <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> metas e resultados, a exemplo do que<br />

ocorre na área econômica” — que tem metas, resultados e está bem montada.<br />

“Grupo 2 - Mo<strong>de</strong>lo Econômico e Direitos Humanos.<br />

2. Na promoção dos Direitos Humanos é indispensável a adoção <strong>de</strong> medidas<br />

concretas que possibilitem uma eqüitativa distribuição <strong>de</strong> riquezas e garantia da<br />

inclusão social, com a adoção <strong>de</strong> impostos sobre gran<strong>de</strong>s fortunas, garantia <strong>de</strong><br />

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇÃO FINAL<br />

Nome: Outros Eventos - Conferência<br />

Número: 0807/06 Data: 02/06/06<br />

participação nos lucros para o trabalhador e a redução das taxas <strong>de</strong> juros e<br />

bancárias praticadas no Brasil.<br />

3. Não se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r e preservar com serieda<strong>de</strong> os Direitos Humanos<br />

com o atual mo<strong>de</strong>lo econômico. Mister se faz alterá-lo substancialmente. Para<br />

transformá-lo são apresentadas as seguintes propostas:<br />

4. Criação <strong>de</strong> uma política social participativa até 2007, com expansão <strong>de</strong><br />

políticas públicas voltadas ao bem-estar coletivo, assegurando o cumprimento dos<br />

direitos sociais (art. 6º da Constituição Fe<strong>de</strong>ral);<br />

5. Não dissociar a política econômica do <strong>de</strong>bate político, nem subordinar as<br />

<strong>de</strong>cisões políticas aos interesses da dívida financeira;<br />

6. Auditoria da dívida pública;<br />

7. Elaboração <strong>de</strong> Lei Orçamentária que objetive reduzir as <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s<br />

sociais e regionais;<br />

8. Reestatização <strong>de</strong> empresas com ativida<strong>de</strong>s econômicas essenciais à<br />

dignida<strong>de</strong> humana, principalmente comunicação, água, luz;<br />

9. Rediscutir a política fiscal <strong>de</strong>vido à sua influência na dívida social, não<br />

<strong>de</strong>vendo ser <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rado o trabalho doméstico não remunerado <strong>de</strong>senvolvido<br />

principalmente pelas mulheres.<br />

10. Estabelecimento <strong>de</strong> metas, à semelhança da política econômica, para<br />

efetivação <strong>de</strong> políticas públicas no campo social:<br />

Metas:<br />

- Acesso à educação; acesso à saú<strong>de</strong> pública; acesso ao trabalho, com a<br />

valorização do salário mínimo; acesso à moradia; acesso à terra; acesso à<br />

previdência social, tendo em vista que 47% da população está excluída da<br />

previdência.<br />

- Aprovação pela Conferência da mobilização política e social para a rápida<br />

aprovação do projeto <strong>de</strong> Lei <strong>de</strong> Responsabilida<strong>de</strong> Fiscal e Social, promovendo<br />

discussão da vinculação orçamentária <strong>de</strong> recursos para as ações sociais, bem como<br />

para acompanhamento do <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> metas e resultados, a exemplo do que<br />

ocorre na área econômica.<br />

- Integrar na legislação <strong>de</strong> licenciamento <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s projetos, bem como na<br />

<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento econômico regionais e orçamento da<br />

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇÃO FINAL<br />

Nome: Outros Eventos - Conferência<br />

Número: 0807/06 Data: 02/06/06<br />

União, Estados e Municípios, o relatório <strong>de</strong> impacto para os direitos humanos,<br />

baseados nos direitos constitucionais e pactos internacionais.<br />

- Reformar o regime <strong>de</strong> gestão do Estado com sua mo<strong>de</strong>rnização<br />

administrativa vinculada às metas <strong>de</strong> inclusão social com a adoção do Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

Gestão Pública Matricial, principalmente na área social:<br />

a) Orçamento social impositivo e integrado <strong>de</strong> modo matricial” — matricial e<br />

regional, e que integre todas as áreas;<br />

sociais;<br />

social;<br />

“b) Reor<strong>de</strong>namento institucional do aparelho estatal, priorizando os fins<br />

c) Gestão integrada e transparente dos investimentos sociais com controle<br />

d) Priorida<strong>de</strong> orçamentária e <strong>de</strong> execução para os projetos <strong>de</strong> maior potencial<br />

<strong>de</strong> inclusão social;<br />

e) Re<strong>de</strong>finição das parcerias entre Po<strong>de</strong>r Público e o Terceiro Setor, segundo<br />

o alcance e o cumprimento <strong>de</strong> metas sociais, com a criação <strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong><br />

controle dos investimentos aplicados ;<br />

social.”<br />

f) Forte ênfase na educação e formação para a gestão do <strong>de</strong>senvolvimento<br />

Devo ler as moções também? Não, as moções ficam para <strong>de</strong>pois. E as<br />

recomendações para a carta, também não?<br />

(Intervenção fora do microfone. Inaudível.)<br />

O SR. GUILLERMO CARDONA - Depois. O.k.<br />

Então, aqui estão as propostas do Grupo 1, tanto <strong>de</strong> Lei <strong>de</strong> Responsabilida<strong>de</strong><br />

Social como também <strong>de</strong> Mo<strong>de</strong>lo Econômico e Direitos Humanos. (Palmas.)<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - Muito obrigada por ter<br />

seguido rigorosamente o tempo. Agra<strong>de</strong>cemos a colaboração.<br />

Chamo agora o Relator do Grupo <strong>de</strong> Trabalho nº 3, referente ao Painel 2 —<br />

Falcões, Racismo e Violência.<br />

A SRA. CRISTINA DE OXUM - Boa tar<strong>de</strong> a todos e a todas. Sou Cristina <strong>de</strong><br />

Oxum, representante da Re<strong>de</strong> Nacional <strong>de</strong> Religiões Afro-Brasileiras. Só quero<br />

explicar que tivemos problemas com o computador, e o texto ficou extenso. Então<br />

vou, <strong>de</strong>ntro do meu tempo, ler o que pu<strong>de</strong>r.<br />

Grupo <strong>de</strong> Trabalho 3, Falcões, Racismo e Violência.<br />

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇÃO FINAL<br />

Nome: Outros Eventos - Conferência<br />

Número: 0807/06 Data: 02/06/06<br />

Iniciamos o trabalho fazendo os informes, e <strong>de</strong>ntro disso fizemos uma moção<br />

<strong>de</strong> apoio à justiça restaurativa.<br />

criminal.<br />

“Recomendações:<br />

- Apoiar a implementação da justiça restaurativa no sistema <strong>de</strong> justiça<br />

A justiça restaurativa permitirá o exercício da <strong>de</strong>mocracia participativa no<br />

processo judicial e promoverá as pessoas envolvidas no conflito penal, que passam<br />

a ser sujeitos centrais na construção da resolução do conflito para a paz social, com<br />

dignida<strong>de</strong>.<br />

Trata-se <strong>de</strong> um procedimento voluntário, ou seja, só ocorrerá se for opção dos<br />

envolvidos, e constitui um salto quântico para a libertação do paradigma retributivo<br />

vigente, como faz o Estado, com o Direito Penal exclu<strong>de</strong>nte, seletivo e<br />

discriminatório, um meio <strong>de</strong> controle e dominação, no papel <strong>de</strong> “encarnação <strong>de</strong> uma<br />

divinda<strong>de</strong> vingativa sempre pronta a retribuir o mal com outro mal”.<br />

A inscrição <strong>de</strong> um marco legal permissivo da justiça restaurativa é necessária,<br />

porque nosso sistema não admite a mediação dos conflitos penais, em virtu<strong>de</strong> do<br />

princípio da indisponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ação pela razão. Que a X Confe<strong>de</strong>ração Nacional<br />

<strong>de</strong> Direitos Humanos apóie o Projeto <strong>de</strong> Lei nº 7.006/2006, que faculta o uso <strong>de</strong><br />

práticas restaurativas para crimes e contravenções penais quando indicadas e por<br />

opção das partes.<br />

- Recomendação à SENAPS: pena <strong>de</strong> inclusão obrigatória nos cursos <strong>de</strong><br />

formação e aperfeiçoamento dos agentes policiais, dar educação em direitos<br />

humanos que possa ser ministrada por entida<strong>de</strong>s e/ou organizações externas às<br />

corporações e com atuação reconhecida na <strong>de</strong>fesa dos direitos humanos.<br />

- Recomendação dirigida ao Conselho Nacional <strong>de</strong> Procuradores Gerais,<br />

conclamando a criação <strong>de</strong> Promotorias <strong>de</strong> Justiça ou <strong>núcleo</strong>s específicos <strong>de</strong><br />

enfrentamento à discriminação racial e <strong>de</strong> enfrentamento à discriminação por<br />

orientação sexual em todos os Estados e no Distrito Fe<strong>de</strong>ral.<br />

- Que a política <strong>de</strong> cotas seja estendida a todas as escolas cujo acesso seja<br />

por concurso.<br />

- Realizar uma pesquisa <strong>de</strong>mográfica populacional para i<strong>de</strong>ntificação da<br />

população negra no Amazonas, associando fenótipo e genótipo.<br />

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇÃO FINAL<br />

Nome: Outros Eventos - Conferência<br />

Número: 0807/06 Data: 02/06/06<br />

- Criar um <strong>núcleo</strong> <strong>de</strong> polícia cidadã em todas as <strong>de</strong>legacias <strong>de</strong> polícias civis,<br />

em todas as cida<strong>de</strong>s do Brasil, com biblioteca e material para cursos <strong>de</strong> direitos<br />

humanos voltados ao conhecimento da missão <strong>de</strong> uma política humanista, com<br />

ouvidoria familiar, policial e infanto-juvenil, através <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> ronda familiar<br />

estruturado no terceiro setor, com apoio dos Po<strong>de</strong>res Legislativo, Executivo e<br />

Judiciário, para ser colocado em prática o art. 144 da Constituição Fe<strong>de</strong>ral: a<br />

segurança publica é <strong>de</strong>ver do Estado, direito e responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> todos,<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> cor da pele, ida<strong>de</strong>, profissão, condições financeiras e local<br />

<strong>de</strong> moradia.<br />

- Não aceitar a <strong>de</strong>scaracterização do local on<strong>de</strong> ocorrem as chacinas com<br />

coleta <strong>de</strong> cápsulas das armas e lavagem do local, nem aceitar que os locais do<br />

sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> atestem que as mortes ocorreram no local que as recepcionam e<br />

sim que <strong>de</strong> fato chegaram, e não nas viaturas que levam pessoas já mortas.<br />

- Repudiar que órgãos do Estado e Municípios <strong>de</strong> São Paulo se neguem a<br />

prestar informações às entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa dos direitos humanos, fazer<br />

levantamento dos <strong>de</strong>saparecidos na chamada Semana Sangrenta <strong>de</strong> São Paulo e<br />

que seja informado.<br />

Propostas:<br />

- Comissões formadas pela socieda<strong>de</strong> civil, terceiro setor e po<strong>de</strong>r público que<br />

viabilizem metodologias <strong>de</strong> treinamento em direitos humanos com recorte étnico e<br />

<strong>de</strong> gênero para todos os setores <strong>de</strong> segurança pública e em todas as suas<br />

instâncias.<br />

- Inclusão do item “cor” em todos os mecanismos <strong>de</strong> pesquisas e cadastro do<br />

po<strong>de</strong>r público, com o objetivo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar estatisticamente as mazelas vividas pela<br />

população negra e, a partir <strong>de</strong>ssa pesquisa, construir mecanismos para combatê-la,<br />

a exemplo <strong>de</strong>: hospitais, funcionalismo público, IML, <strong>de</strong>legacias.<br />

- Criação <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong> comunicação que garantam a socialização das<br />

discussões e resoluções tiradas em conferências e congressos <strong>de</strong> direitos humanos<br />

para que as mesmas cheguem até as bases para serem implementadas.<br />

- Construção <strong>de</strong> políticas públicas para crianças e adolescentes com viés <strong>de</strong><br />

cor, raça, etnia e gênero.<br />

- Alterar o artigo V da Constituição Fe<strong>de</strong>ral, incluir um inciso ou artigo visando<br />

reger a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> culto religioso, garantindo os direitos das tradições religiosas <strong>de</strong><br />

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇÃO FINAL<br />

Nome: Outros Eventos - Conferência<br />

Número: 0807/06 Data: 02/06/06<br />

matriz africana <strong>de</strong> professarem livremente sua religião, inclusive po<strong>de</strong>ndo utilizar<br />

seus símbolos sagrados e trajes religiosos em locais públicos e instituições<br />

governamentais, punindo-se criminalmente a discriminação a essas manifestações<br />

religiosas.<br />

- Quilombos, reconhecimento só no papel não é suficiente. Geração <strong>de</strong> renda<br />

para combater a miséria dos mesmos, investimento via associação para a<br />

preservação da cultura <strong>de</strong>ste povo e reconstrução <strong>de</strong> sua história.<br />

- Criação da Re<strong>de</strong> Nacional <strong>de</strong> Combate à Violência Letal na Juventu<strong>de</strong>.<br />

- Desenvolvimento <strong>de</strong> ações que assegurem o respeito à obrigatorieda<strong>de</strong> do<br />

ensino laico nas instituições <strong>de</strong> ensino públicas, respeitando-se o art. 210 da<br />

Constituição Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> 1988 e a LDB, no seu art. 33, que <strong>de</strong>finem o ensino religioso<br />

público <strong>de</strong> forma não-confessional e não proselitista.<br />

- Recomendar ao Tribunal Regional Fe<strong>de</strong>ral da 2º Região que agilize o<br />

julgamento da apelação na sentença proferida pela Justiça Fe<strong>de</strong>ral do Espírito<br />

Santo, que extinguiu a “Scu<strong>de</strong>rie Le Coq”, e, ainda, que adote providências para<br />

fazer valer o <strong>de</strong>cidido na sentença, tendo em vista as recentes aparições <strong>de</strong> policiais<br />

e terceiros, no Estado <strong>de</strong> São Paulo, usando camisas portando símbolos do<br />

esquadrão da morte.<br />

- Recomendar que o Ministério da Educação assuma a capacitação dos<br />

docentes da re<strong>de</strong> pública e privada <strong>de</strong> ensino, no que tange à formação <strong>de</strong><br />

professores quanto aos conteúdos <strong>de</strong> história da África e cultura afro-brasileira, para<br />

aten<strong>de</strong>r efetivamente ao disposto na Lei Fe<strong>de</strong>ral nº 10.639/03, que é um importante<br />

instrumento <strong>de</strong> educação para a cidadania e prevenção <strong>de</strong> condutas<br />

discriminatórias/racistas.<br />

- Viabilização pelos Ministérios, juntamente ao INCRA, da posse <strong>de</strong> terra<br />

pelos quilombos urbanos e rurais, bem como a viabilização dos Ministérios<br />

juntamente à SENASP para garantir o julgamento dos casos raciais e <strong>de</strong> grupos<br />

vulneráveis, pois esses não chegam a ser julgados, na maioria das vezes, e até<br />

per<strong>de</strong>m o prazo legal.<br />

- Reforçar e garantir os trabalhos interministeriais na elaboração <strong>de</strong> políticas<br />

públicas para os grupos sociais vulneráveis, ex.: negros, mulheres, indígenas e<br />

outros, para o enfrentamento à criminalização dos movimentos sociais, tendo como<br />

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇÃO FINAL<br />

Nome: Outros Eventos - Conferência<br />

Número: 0807/06 Data: 02/06/06<br />

frente os casos das seguintes li<strong>de</strong>ranças: Gegê — São Paulo/SP, e Marcelo Geisnar<br />

<strong>de</strong> Paula/PE, entre outros.<br />

público.<br />

- Fortalecimento pelos secretários das campanhas das ações afirmativas.<br />

- Para que os Conselhos Tutelares não sejam por eleição, mas por concurso<br />

- Que nos Municípios do interior do Estado se criem presídios para que<br />

tenham condições a<strong>de</strong>quadas para cumprir a lei penal. Ex.: banho <strong>de</strong> sol, o trabalhar<br />

etc.<br />

- Que o Po<strong>de</strong>r Judiciário <strong>de</strong>termine que os juízes do interior do Estado do<br />

Amazonas estabeleçam portarias que obriguem as empresas a liberar passagem<br />

para os idosos.<br />

- Propor a criação do Fundo Nacional <strong>de</strong> Igualda<strong>de</strong> Racial.<br />

- Organizar uma <strong>de</strong>legação brasileira para apresentar na OEA a <strong>de</strong>núncia do<br />

extermínio da população negra, em especial da juventu<strong>de</strong> negra no Brasil.<br />

- Formação <strong>de</strong> um Fórum Nacional com o Ministério Público Fe<strong>de</strong>ral e<br />

Estaduais para <strong>de</strong>bater o sistema carcerário brasileiro, com participação <strong>de</strong><br />

representação das comunida<strong>de</strong>s vítimas <strong>de</strong>sse sistema e entida<strong>de</strong>s do movimento<br />

negro.<br />

- Recomendar que o Governo <strong>de</strong> São Paulo garanta o amplo e irrestrito<br />

fornecimento <strong>de</strong> informações sobre as vítimas do massacre ocorrido em maio <strong>de</strong><br />

2006. E repúdio ao conjunto <strong>de</strong> leis que a CCJ aprovou em resposta ao mesmo.<br />

- Ao Governo Fe<strong>de</strong>ral e os Governos Estaduais pela criminosa omissão<br />

<strong>de</strong>ssas instâncias do Po<strong>de</strong>r Executivo e pelo ineficiente combate às ações dos<br />

grupos <strong>de</strong> extermínio em território nacional.<br />

- Diagnosticar a situação dos imigrantes irregulares do País, e que o Grupo <strong>de</strong><br />

Direitos Humanos promova capacitações e sensibilizações <strong>de</strong> agentes estatais para<br />

a humanização do atendimento a esses imigrantes e refugiados.”<br />

Como recomendações finais, para apresentação aqui na plenária:<br />

“1 - Construção <strong>de</strong> um novo marco legal que permita a quebra da ca<strong>de</strong>ia<br />

dominial originada da Lei <strong>de</strong> Terras <strong>de</strong> 1850, para garantir a efetiva titulação das<br />

terras <strong>de</strong> quilombo;<br />

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇÃO FINAL<br />

Nome: Outros Eventos - Conferência<br />

Número: 0807/06 Data: 02/06/06<br />

2 - Criação do Fundo Nacional para Igualda<strong>de</strong> Racial com o objetivo <strong>de</strong><br />

financiar as políticas, programas e projetos visando reparar a histórica dívida da<br />

socieda<strong>de</strong> brasileira com os afro-<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes e os povos indígenas;<br />

3 - Criar uma CPI para examinar a questão dos grupos armados e o<br />

extermínio <strong>de</strong> jovens negros em todo o território nacional, que incorpore os<br />

resultados das investigações já realizadas pela antiga CPI dos grupos <strong>de</strong> extermínio<br />

do Nor<strong>de</strong>ste.”<br />

Obrigada. Não vou po<strong>de</strong>r ficar até o fim, vou ter <strong>de</strong> sair às 16h, mas agra<strong>de</strong>ço<br />

a toda a Comissão e a todos os presentes a participação. (Palmas.)<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - Somos nós que<br />

agra<strong>de</strong>cemos.<br />

Convidamos o Relator do Grupo <strong>de</strong> Trabalho nº 4, referente ao Painel 3:<br />

Desafios <strong>de</strong> uma Política Antimanicomial. (Pausa.)<br />

O Relator não está presente. Vou a palavra, então, ao Grupo <strong>de</strong> Trabalho nº<br />

5, Painel 3: Políticas Públicas sobre as Medidas Socioeducativas. Depois voltaremos<br />

ao outro grupo.<br />

A SRA. ESTHER ARANTES - Meu nome é Esther Arantes. Eu coor<strong>de</strong>no a<br />

Comissão <strong>de</strong> Direitos Humanos do Conselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Psicologia e fui a Relatora<br />

<strong>de</strong>ste Grupo. Elaboramos um relato das discussões e <strong>de</strong>pois as 3 propostas, para<br />

constarem da Carta <strong>de</strong> Brasília:<br />

“Inicialmente foi levantada a questão da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pensar a Justiça<br />

Restaurativa como procedimento judiciário. Enumeraram-se as vantagens da JR.<br />

Esclareceu-se que já existe um PL, cujo Relator é o Deputado Leonardo Monteiro.<br />

Em Minas Gerais já existe uma proposta para se exercitar a Justiça Restaurativa em<br />

caráter experimental. Um participante propôs que se fizesse uma moção <strong>de</strong> apoio à<br />

Justiça Restaurativa.<br />

Outro participante falou sobre a questão <strong>de</strong> uma pedagogia para o sistema<br />

socioeducativo. Como trabalhar com o adolescente autor <strong>de</strong> ato infracional? A<br />

escola não sabe trabalhar com esse adolescente, muitas vezes expondo-o e<br />

excluindo-o. Também em relação aos abrigos. Falou-se sobre a problemática dos<br />

profissionais, muitas vezes <strong>de</strong>spreparados para aten<strong>de</strong>r aos meninos. Pensar uma<br />

pedagogia e preparar os profissionais.<br />

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇÃO FINAL<br />

Nome: Outros Eventos - Conferência<br />

Número: 0807/06 Data: 02/06/06<br />

Uma participante disse que não se sentia suficientemente informada sobre a<br />

Justiça Restaurativa para aprovar alguma moção sobre isso.<br />

Foi esclarecido pelo proponente da moção que o projeto é encaminhado por<br />

Juízes da Infância e Juventu<strong>de</strong> e que vários países estão exercendo a Justiça<br />

Restaurativa.<br />

Alguns participantes disseram que em princípio não são contra a Justiça<br />

Restaurativa, em princípio. Apenas gostariam <strong>de</strong> se informar melhor, ler o projeto,<br />

antes <strong>de</strong> endossar uma moção.<br />

Foi discutida a criminalização dos adolescentes através da Lei <strong>de</strong><br />

Entorpecentes, responsável pelo crescimento tanto da massa carcerária como do<br />

sistema socioeducativo.<br />

Foi discutido que boas leis já existem e que o problema é efetivá-las. Ou seja,<br />

o que vamos propor na X Conferência vai ter eficácia? As pessoas que já estão no<br />

sistema vão aceitar mudar? O que precisamos fazer para obter mudanças?<br />

Foi apresentado um quadro sobre a realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> hoje: aproximadamente<br />

12.560 adolescentes em cumprimento <strong>de</strong> medida <strong>de</strong> privação <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>. Uma das<br />

gran<strong>de</strong>s dificulda<strong>de</strong>s é o acesso do adolescente ao advogado. Temos adolescentes<br />

internados por meses sem sentença judicial. Discutiu-se, também, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

haver Defensorias Públicas em todos os Estados, como instância <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa dos<br />

adolescentes.<br />

O assunto Justiça Restaurativa voltou a ser discutido. Foi esclarecido que<br />

nem todos os operadores do Direito aceitam-na. Quanto à questão do projeto<br />

pedagógico, foi dito que já existe, proposto pelas instâncias <strong>de</strong> representação<br />

governamental e não governamental, amplamente discutido, um conjunto <strong>de</strong><br />

parâmetros para tal. Falou-se então sobre o SINASE e também sobre o Projeto <strong>de</strong><br />

Execução <strong>de</strong> Medidas Socioeducativas. Falou-se da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> divulgação<br />

<strong>de</strong>sses instrumentos” — para serem mais conhecidos, inclusive questionados ou<br />

aceitos.<br />

“Discutiu-se a violação aos direitos dos adolescentes, a questão da Defesa<br />

Técnica precarizada do adolescente, que impossibilita que os adolescentes tenham<br />

<strong>de</strong>fesa a<strong>de</strong>quada e competente.<br />

Colocou-se novamente a questão da exigibilida<strong>de</strong> dos direitos. Como fazer<br />

para implementar as leis boas que já existem?<br />

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Nome: Outros Eventos - Conferência<br />

Número: 0807/06 Data: 02/06/06<br />

Falou-se dos sistemas socioeducativos. Foi dito que o DEGASE do Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro vem fazendo concurso para os funcionários. Foi abordada a questão das<br />

famílias dos adolescentes em conflito com a lei.<br />

Foi levantada uma preocupação com os adolescentes em liberda<strong>de</strong> assistida.<br />

Foi dito que a questão dos orientadores não funciona a contento em alguns lugares,<br />

que <strong>de</strong>ve existir maior controle sobre a escolha <strong>de</strong>sses orientadores. Falou-se sobre<br />

a precarieda<strong>de</strong> dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. O menino, muitas vezes, vive situação <strong>de</strong><br />

constrangimento nas instituições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e educacionais. Também a<br />

profissionalização é precária. Muitos meninos em liberda<strong>de</strong> assistida correm risco <strong>de</strong><br />

vida.<br />

Falou-se da questão do egresso do sistema socioeducativo. Que se garanta<br />

que o adolescente tenha a segurança <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r freqüentar os serviços públicos,<br />

como saú<strong>de</strong> e educação, sem constrangimento. O menino está excluído das<br />

políticas sociais básicas. Que tais políticas estejam asseguradas na comunida<strong>de</strong>,<br />

incluindo lazer e cultura.<br />

Voltou-se à questão das famílias. Nem todos concordam que esse é o<br />

problema fundamental. São 500 anos <strong>de</strong> exclusão. Faltam políticas públicas.<br />

Foi dito que o <strong>de</strong>safio é implementar as propostas. É necessário criar re<strong>de</strong>s,<br />

trabalhar em re<strong>de</strong>s. É necessário trabalhar com o egresso, fazer um monitoramento,<br />

um acompanhamento. Não é só o menino. É a comunida<strong>de</strong>. Foi <strong>de</strong>nunciada a<br />

existência <strong>de</strong> adolescentes cumprindo medidas <strong>de</strong> proteção encarcerados. Foi dito<br />

que a Defensoria tem que ser forte, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, para po<strong>de</strong>r tomar as medidas<br />

necessárias.<br />

Foi dito que o direito à convivência familiar e comunitária é um dos direitos<br />

importantes da criança e do adolescente, mas não é o único. O Estatuto da Criança<br />

e do Adolescente enumera uma série <strong>de</strong> direitos fundamentais, entre os quais o<br />

direito à vida, à educação, saú<strong>de</strong>, lazer, esporte etc.<br />

Foi esclarecido que, a partir <strong>de</strong> 1990, temos o Estatuto da Criança e não o<br />

Código <strong>de</strong> Menores, que traz o princípio da priorida<strong>de</strong> absoluta, que <strong>de</strong>ve traduzir-se<br />

nos orçamentos, para termos condição <strong>de</strong> fazer valer os direitos.<br />

Há o relato <strong>de</strong> uma das participantes sobre uma experiência que teve com um<br />

projeto em escola, e das dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> implementar projetos sem apoio financeiro.<br />

Falou também sobre a violência na escola.<br />

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Nome: Outros Eventos - Conferência<br />

Número: 0807/06 Data: 02/06/06<br />

Finalmente, foi feito um relato dos processos existentes na Corte<br />

Interamericana.”<br />

Bem, o grupo escolheu as seguintes 3 propostas:<br />

“1. Extinguir o atual mo<strong>de</strong>lo prisional vigente nas unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> internação <strong>de</strong><br />

adolescentes em conflito com a lei. Como alternativa, fornecer e priorizar o<br />

cumprimento <strong>de</strong> medidas socioeducativas em meio aberto, com projetos eficazes <strong>de</strong><br />

Liberda<strong>de</strong> Assistida e Prestação <strong>de</strong> Serviço à Comunida<strong>de</strong>, e maior empenho do<br />

Sistema <strong>de</strong> Justiça.<br />

2. Que crianças, adolescentes e jovens sejam priorida<strong>de</strong> absoluta na Lei <strong>de</strong><br />

Responsabilida<strong>de</strong> Social e nos orçamentos públicos para execução <strong>de</strong> políticas<br />

públicas da área, sob pena <strong>de</strong> responsabilização do Estado pelo <strong>de</strong>scumprimento.<br />

3. Garantir o direito à vida da criança, adolescentes e jovens, por meio <strong>de</strong>:<br />

fortalecimento das re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> proteção e promoção <strong>de</strong> direitos da socieda<strong>de</strong> civil; criar<br />

e fortalecer os programas <strong>de</strong> proteção da criança, adolescentes e jovens ameaçados<br />

<strong>de</strong> morte; cumprir as <strong>de</strong>cisões dos organismos internacionais relacionados à vida e à<br />

integrida<strong>de</strong> física dos adolescentes internados.”<br />

Muito obrigada. (Palmas.)<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - Antes que o Relator do<br />

Grupo <strong>de</strong> Trabalho nº 4, se estiver presente, venha aqui à frente para falar sobre<br />

Desafios <strong>de</strong> uma Política Manicomial, pedimos aos grupos que se seguem que não<br />

leiam a parte do relatório que contém os <strong>de</strong>bates, mas somente as propostas dos<br />

grupos, senão vamos per<strong>de</strong>r bastante tempo aqui. E também não leiam as moções,<br />

porque todas elas estão aqui anotadas e serão lidas em momento oportuno.<br />

O Relator do Grupo <strong>de</strong> Trabalho nº 4 já chegou?<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Não. Vamos passar para o outro, que é o Grupo <strong>de</strong><br />

Trabalho nº 6.<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - Antes <strong>de</strong> o Grupo nº 6<br />

começar, quero dizer que foi feita uma proposta aqui no sentido <strong>de</strong> que, enquanto<br />

ainda temos bastante gente aqui na plenária, nós interrompamos este momento <strong>de</strong><br />

leitura dos relatórios para lermos e comentarmos a Carta <strong>de</strong> Brasília, para então<br />

retomarmos os trabalhos dos grupos. Quero submeter isso à plenária.<br />

(Intervenções simultâneas fora do microfone. Inaudíveis.)<br />

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Número: 0807/06 Data: 02/06/06<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - Vamos continuar então<br />

com os relatórios dos grupos para <strong>de</strong>pois fazer a leitura da Carta <strong>de</strong> Brasília. Tudo<br />

bem.<br />

Então, chamo o Grupo <strong>de</strong> Trabalho nº 6: Sistema Prisional. É o grupo<br />

relacionado ao Painel 3.<br />

O grupo <strong>de</strong> trabalho não tem o mesmo número do painel. Há painéis que<br />

resultaram em mais grupos <strong>de</strong> trabalho, por isso algumas pessoas estão<br />

confundindo-se. Esse é relativo ao Painel 3, mais é o Grupo <strong>de</strong> Trabalho nº 6, sobre<br />

sistema prisional. O prazo é <strong>de</strong> 10 minutos.<br />

A SRA. VILMA - Meu nome é Vilma, do Movimento Nacional <strong>de</strong> Direitos<br />

Humanos <strong>de</strong> Pernambuco. O Grupo <strong>de</strong> Trabalho é o nº 6, o Painel é o 3, Sistema<br />

Prisional. Vamos ler as recomendações do grupo.<br />

“- Definição <strong>de</strong> uma Política Penitenciária Nacional e <strong>de</strong> Estaduais;<br />

- Reivindicar uma articulação das instituições do Estado que cuidam da<br />

questão prisional, para garantir a intersetorialida<strong>de</strong> das políticas<br />

penitenciárias;<br />

- Exigir total utilização das verbas previstas em orçamento, dos recursos<br />

dotados para o sistema prisional;<br />

- Trabalhar com a mídia sobre a questão dos direitos humanos/sistema <strong>de</strong><br />

prisão;<br />

- Articular com setores da imprensa um evento sobre o tema. inclusive com<br />

os sindicatos das categorias. Tentar estabelecer com eles um pacto com a<br />

imprensa;<br />

- Cobrar das autorida<strong>de</strong>s soluções emergenciais para superlotação nos<br />

presídios” — e inclusive a construção <strong>de</strong> novos presídios;<br />

- Solicitar ao TSE medidas efetivas para que os presos provisórios exerçam<br />

seu direito <strong>de</strong> voto;<br />

- Cobrar do Po<strong>de</strong>r Judiciário o uso mais efetivo das penas alternativas;<br />

- Consi<strong>de</strong>rar a tentativa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sjurisdicionalização da execução penal, que é<br />

a tentativa <strong>de</strong> retirar do Po<strong>de</strong>r Judiciário sua função jurisdicional na<br />

execução da pena;<br />

- Requerer do Conselho Nacional <strong>de</strong> Justiça inspeções nas VEPs, Varas <strong>de</strong><br />

Execução Penal, e nas Varas Criminais;<br />

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- Reivindicar uma melhor formação dos diretores <strong>de</strong> estabelecimentos<br />

prisionais e agentes penitenciários;<br />

- Cobrar do Estado <strong>de</strong> Mato Grosso do Sul e do Governo Fe<strong>de</strong>ral<br />

informações sobre o papel da força-tarefa no Mato Grosso do Sul, seu<br />

custo e qual o valor que o Governo Fe<strong>de</strong>ral está <strong>de</strong>stinando ao sistema<br />

prisional daquele Estado;<br />

- Cobrar do Po<strong>de</strong>r Judiciário e do Ministério Público o cumprimento do seu<br />

papel, que geralmente apenas homologa os autos <strong>de</strong> prisão em flagrante e<br />

inquéritos enviados pela polícia, sem a <strong>de</strong>vida observação da legalida<strong>de</strong><br />

da prisão;<br />

- Necessida<strong>de</strong> da criação <strong>de</strong> um plantão permanente do Ministério Público<br />

para se analisar a legalida<strong>de</strong> das prisões;<br />

- Estimular e reivindicar a criação <strong>de</strong> Varas Específicas <strong>de</strong> Penas<br />

Alternativas;<br />

- Exigir eficiência das instituições <strong>de</strong> controle no sistema penitenciário;<br />

- Necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acompanhamento e fiscalização da socieda<strong>de</strong> civil quanto<br />

ao uso do orçamento/verbas públicas <strong>de</strong>stinadas ao sistema prisional;<br />

- Constante vigília da socieda<strong>de</strong> civil para que as garantias previstas na Lei<br />

<strong>de</strong> Execuções Penais e Constituição Fe<strong>de</strong>ral sejam efetivadas em relação<br />

às especificida<strong>de</strong>s da mulher presa, como também aos egressos e presos<br />

em geral, com recomendação especial para ampliação da aplicação das<br />

penas e medidas alternativas;<br />

- Solicitar dotação orçamentária para projetos voltados para as questões <strong>de</strong><br />

direitos humanos no sistema prisional quando da elaboração do<br />

Orçamento da União, dos Estados e dos Municípios;<br />

- Exigir eficiência das corregedorias como um todo;<br />

- Criar os Conselhos Estaduais e Municipais <strong>de</strong> Direitos Humanos on<strong>de</strong><br />

ainda não existem e exigir dos gestores compromisso legal com a<br />

implementação e instalação <strong>de</strong>sses conselhos;<br />

- fazer funcionar os Conselhos Estaduais e Municipais existentes;<br />

- apoiar a criação, por lei, <strong>de</strong> ouvidorias in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes;<br />

- integrar a comunida<strong>de</strong> no <strong>de</strong>bate da questão prisional;<br />

- incentivar a criação e o funcionamento dos conselhos da comunida<strong>de</strong>;<br />

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- acabar com a existência <strong>de</strong> presos em estabelecimentos das secretarias<br />

<strong>de</strong> segurança pública — fim das carceragens;<br />

- tornar públicos os dados sobre o sistema prisional;<br />

- fortalecimento dos programas <strong>de</strong> proteção a testemunhas;<br />

- estímulo às APACs — Associação <strong>de</strong> Proteção e Assistência aos<br />

Con<strong>de</strong>nados, e maior divulgação do seu trabalho;<br />

- implementação do Plano Nacional <strong>de</strong> Segurança Pública;<br />

- estimular a participação <strong>de</strong> egressos nos movimentos <strong>de</strong> Direitos<br />

Humanos;<br />

- estimular a criação <strong>de</strong> associações <strong>de</strong> familiares <strong>de</strong> <strong>de</strong>tentos;<br />

- criação <strong>de</strong> instrumentos eficazes do tipo Justiça Restaurativa;<br />

- implementação <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong> mediação <strong>de</strong> conflitos na socieda<strong>de</strong><br />

civil e nos presídios;<br />

- aplicação da Lei <strong>de</strong> Execução Penal para mulheres presidiárias (porque<br />

existe um total <strong>de</strong>srespeito aos direitos das mulheres presas);<br />

- fortalecimento dos Conselhos previstos na Lei <strong>de</strong> Execução Penal<br />

(Conselho Nacional <strong>de</strong> Política Criminal e Penitenciária, Conselho da<br />

Comunida<strong>de</strong> e Conselho Penitenciário), que <strong>de</strong>verão ter caráter<br />

<strong>de</strong>liberativo e a participação, ao menos paritária, da socieda<strong>de</strong> civil na<br />

composição dos seus membros;<br />

- repúdio ao pacote <strong>de</strong> leis em tramitação no Congresso Nacional voltadas<br />

apenas para o endurecimento penal, como se essa fosse a única<br />

alternativa para a solução da crise do sistema prisional; criar comissões <strong>de</strong><br />

entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> direitos humanos para atuar junto aos Deputados e<br />

Senadores, propondo uma reflexão mais sensata sobre tais projetos <strong>de</strong> lei;<br />

- apoio à proposta <strong>de</strong> lei que cria critérios e normas gerais para a instituição<br />

e o funcionamento das <strong>de</strong>fensorias públicas estaduais e da União;<br />

- fortalecimento dos quadros das <strong>de</strong>fensorias: aumento do número <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>fensores e melhoria salarial;<br />

- exigir dos Governos urgência em legislação específica que garanta a<br />

autonomia das perícias oficiais forenses, com in<strong>de</strong>pendência<br />

administrativa, financeira e funcional, <strong>de</strong>svinculadas das Polícias Fe<strong>de</strong>ral e<br />

Estaduais;<br />

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- apoio à proposta <strong>de</strong> lei que cria a remição da pena do preso por estudo;<br />

- cobrar do Ministério Público sua atribuição <strong>de</strong> fiscalizador na execução<br />

penal e no controle da ativida<strong>de</strong> policial;<br />

- cobrar do Governo políticas públicas e investimentos voltados para o<br />

fortalecimento das instâncias <strong>de</strong> controle informal (famílias, igrejas,<br />

escolas etc.) para a prevenção da criminalida<strong>de</strong>.<br />

Nosso colega falará sobre as <strong>de</strong>mais propostas.<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Aprovamos, nesse Grupo, 3 itens prioritários.<br />

Primeiro item. Aprovação do protocolo facultativo contra a tortura, em<br />

tramitação no Senado Fe<strong>de</strong>ral, e implementação dos mecanismos internos, com<br />

realização <strong>de</strong> audiência pública para este fim. Com esse protocolo vigendo no Brasil<br />

como lei, teríamos um instrumento muito eficaz contra a tortura.<br />

Segundo item. Descontingenciamento das verbas do FUNPEN — Fundo<br />

Penitenciário Nacional, com utilização <strong>de</strong> todos os recursos previstos para a área<br />

prisional e criação dos Fundos Penitenciários Estaduais.<br />

Essa questão é muito séria, e, inclusive, precisamos solicitar ao Deputado<br />

Luiz Eduardo Greenhalgh que pressionemos o Ministério Público Fe<strong>de</strong>ral para que<br />

ele tome medidas nesse sentido.<br />

Terceiro item. Constante vigília da socieda<strong>de</strong> civil para que as garantias<br />

previstas na Lei <strong>de</strong> Execuções Penais e Constituição Fe<strong>de</strong>ral sejam efetivadas em<br />

relação às especificida<strong>de</strong>s da mulher presa, como também aos presos e egressos,<br />

com recomendação especial para ampliação da aplicação <strong>de</strong> penas e medidas<br />

alternativas.<br />

Era isso. (Palmas.)<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) – Passo a palavra ao<br />

relator do Grupo <strong>de</strong> Trabalho 4.<br />

O SR. EDMAR CARRUSCA - Meu nome é Edmar Carrusca. Sou da<br />

Comissão <strong>de</strong> Direitos Humanos do Conselho Regional <strong>de</strong> Psicologia da Primeira<br />

Região.<br />

O Grupo <strong>de</strong> Trabalho 4 fez as seguintes propostas:<br />

1. Garantir o efetivo cumprimento da reforma psiquiátrica (Lei nº 10.216, <strong>de</strong> 6<br />

<strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2001) em todos os Estados, criando-se a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> proteção: CAPS I, II e<br />

III (Centros <strong>de</strong> Atenção Psicossocial), Residências Terapêuticas e CECCO —<br />

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Centros <strong>de</strong> Convivência Comunitária, e a criação <strong>de</strong> vagas em hospitais gerais, com<br />

a garantia <strong>de</strong> um atendimento por equipe multiprofissional que atenda aos<br />

portadores <strong>de</strong> doença mental e seus familiares;<br />

2. Garantia <strong>de</strong> acesso à medicação psiquiátrica, inclusive as <strong>de</strong> alto custo,<br />

para melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida do(a) usuário(a) dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental;<br />

3. Garantir que as pessoas portadoras <strong>de</strong> transtornos mentais que cometem<br />

<strong>de</strong>litos e são consi<strong>de</strong>radas inimputáveis sejam tratadas com as mesmas condições<br />

<strong>de</strong>finidas na reforma psiquiátrica, ou seja: nos hospitais gerais e serviços<br />

substitutivos (CAPS, centros <strong>de</strong> convivência etc.);<br />

4. Recomendar ao Ministério da Saú<strong>de</strong> que institua mecanismos claros para a<br />

progressiva extinção dos manicômios;<br />

5. Rever os parâmetros para concessão dos benefícios <strong>de</strong> prestação<br />

continuada, estabelecidos no art. 22 do Capítulo IV da Lei Orgânica da Assistência<br />

Social.<br />

do Grupo 4.<br />

Muito obrigado. (Palmas.)<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - Agra<strong>de</strong>cemos ao relator<br />

Antes <strong>de</strong> passarmos para o próximo relatório, pergunto se todos já receberam<br />

a Carta <strong>de</strong> Compromisso dos Defensores <strong>de</strong> Direitos Humanos. Ela está sendo<br />

distribuída a todos. Vocês já po<strong>de</strong>m ir fazendo seus <strong>de</strong>staques, suas correções, e,<br />

se forem coisas pequenas, <strong>de</strong> ortografia, vírgula etc., po<strong>de</strong>m já passar para o Ivônio,<br />

porque ele está com o computador aberto e já vai corrigindo isso. Se forem questões<br />

<strong>de</strong> mérito, redijam, por favor, uma proposta e a entreguem também para o Ivônio,<br />

porque, assim, na hora da leitura, já iremos fazendo os <strong>de</strong>staques para ganharmos<br />

um pouco <strong>de</strong> tempo.<br />

Vamos passar, então, para o Grupo <strong>de</strong> Trabalho 7, que é <strong>de</strong>rivado do Painel<br />

IV — Situação Atual dos Indígenas no Brasil.<br />

Quem não recebeu ainda a Carta <strong>de</strong> Compromisso, leia, por favor, juntamente<br />

com a pessoa que está ao lado, até que consiga receber uma cópia. Estamos<br />

provi<strong>de</strong>nciando cópias, mas talvez elas não cheguem a tempo.<br />

O SR. JÚLIO MACUXI - Sou Júlio Macuxi, <strong>de</strong> Roraima, da terra indígena<br />

Raposa Serra do Sol, da comunida<strong>de</strong> indígena Maturuca. Estamos aqui para<br />

contribuir nessas discussões, mas também para dizer que a temática indígena <strong>de</strong>ve,<br />

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a partir <strong>de</strong> então, ser tratada como prioritária pelo Governo, em todos os Po<strong>de</strong>res,<br />

tanto o Executivo e o Legislativo — o Estatuto dos Povos Indígenas está há quase<br />

12 anos engavetado nesta Casa —, quanto o próprio Judiciário.<br />

Como o tempo é curto, leio a seguir as nossas propostas:<br />

Diante das muitas <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> <strong>de</strong>srespeito e violência apresentadas pelos<br />

representantes indígenas presentes, bem como das reflexões e análises<br />

apresentadas pelos expositores, o Grupo <strong>de</strong> Trabalho 7 apresenta, nesta X<br />

Conferência dos Direitos Humanos, as seguintes propostas:<br />

1) Sobre terras indígenas: Agilização do procedimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>marcação e<br />

regularização das terras indígenas, inclusive daquelas cujas <strong>de</strong>marcações excluíram<br />

in<strong>de</strong>vidamente partes do território tradicional, bem como a <strong>de</strong>sintrusão das mesmas<br />

e o reassentamento dos ocupantes <strong>de</strong> boa-fé;<br />

2) Reconhecimento dos Povos Indígenas em todo o território nacional,<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> estarem ou não em terras indígenas;<br />

3) Que o Governe instale imediatamente a Comissão Nacional <strong>de</strong> Política<br />

Indigenista, tendo em vista ter vencido o prazo estabelecido no <strong>de</strong>creto que a<br />

instituiu, na perspectiva <strong>de</strong> construir e consolidar o Conselho Nacional <strong>de</strong> Política<br />

Indigenista;<br />

4) Grupos indígenas em isolamento e ameaçados <strong>de</strong> extinção: são mais <strong>de</strong><br />

60 grupos indígenas que estão nessa situação na região amazônica. Necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> ação do Po<strong>de</strong>r Público para impedir a extinção, enfrentando os gran<strong>de</strong>s<br />

interesses econômicos da região;<br />

5) Criação da Secretaria Nacional Indigenista nos mol<strong>de</strong>s da Secretaria<br />

Nacional <strong>de</strong> Direitos Humanos da Presidência da República, da Secretaria <strong>de</strong><br />

Promoção da Igualda<strong>de</strong> Racial — SEPIR e da Secretaria Especial <strong>de</strong> Políticas para<br />

as Mulheres;<br />

6) Instalação <strong>de</strong> uma comissão nacional permanente <strong>de</strong> advogados<br />

especializados na questão indígena para atuação no âmbito nacional;<br />

7) Promoção <strong>de</strong> ampla campanha e divulgação dos direitos indígenas (em<br />

todas as mídias), através da Secretaria Especial <strong>de</strong> Direitos Humanos da<br />

Presidência da República, com objetivo <strong>de</strong> esclarecer a todos os cidadãos e<br />

membros dos po<strong>de</strong>res constituídos a respeito <strong>de</strong> quais são esses direitos, por que<br />

eles existem e por que <strong>de</strong>vem ser respeitados (pelo combate ao racismo, à<br />

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intolerância, ao <strong>de</strong>srespeito às comunida<strong>de</strong>s indígenas e à ameaça à integrida<strong>de</strong> da<br />

vida e dos territórios indígenas).<br />

Essas são as nossas propostas.<br />

Há ainda uma moção que eu gostaria <strong>de</strong> ler.<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - A moção será lida ao<br />

final, juntamente com as outras moções.<br />

O SR. JÚLIO MACUXI - Vai ser lida <strong>de</strong>pois, mas eu só gostaria <strong>de</strong> dizer que,<br />

em Roraima, um juiz fe<strong>de</strong>ral conce<strong>de</strong>u liminar favorável a um arrozeiro que fica<br />

<strong>de</strong>ntro da terra indígena, assim impedindo o trabalho da FUNAI e <strong>de</strong> outros órgãos<br />

públicos competentes.<br />

Então um juiz fe<strong>de</strong>ral conce<strong>de</strong> uma liminar favorecendo um arrozeiro contra<br />

as comunida<strong>de</strong>s indígenas. Isso é um absurdo! Os fazen<strong>de</strong>iros construíram um<br />

braço direito no Governo Fe<strong>de</strong>ral. (Palmas.)<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - Tem a palavra a relatora<br />

do Grupo <strong>de</strong> Trabalho 8, referente ao Painel V — Conselho Nacional <strong>de</strong> Direitos<br />

Humanos.<br />

A SRA. ALDENICE RODRIGUES TEIXEIRA – Senhoras e senhores, meu<br />

nome é Al<strong>de</strong>nice Rodrigues Teixeira. Sou do Centro <strong>de</strong> Cultura Luiz Freire, entida<strong>de</strong><br />

filiada ao Movimento Nacional <strong>de</strong> Direitos Humanos.<br />

O grupo responsável pelo <strong>de</strong>bate sobre os conselhos <strong>de</strong> direitos humanos foi<br />

bastante atuante na formulação <strong>de</strong> recomendações.<br />

A primeira questão, bastante polêmica, o grupo aprovou por maioria. Trata-se<br />

<strong>de</strong> projeto <strong>de</strong> lei que recomenda a imediata criação <strong>de</strong> um GT para preparar a<br />

reformulação do mesmo, fundado nos princípios <strong>de</strong> Pare<strong>de</strong>s.<br />

As <strong>de</strong>mais recomendações, todas consensuadas, são:<br />

1. Atualização do diagnóstico sobre o funcionamento dos Conselhos e<br />

cobrança à Secretaria Especial dos Direitos Humanos do cadastro atualizado sobre<br />

Conselhos, objetivando, entre outras coisas, resgatar o que há <strong>de</strong> melhor nas<br />

experiências existentes sobre Conselhos.<br />

2. O Ministério Público local <strong>de</strong>ve ser instado para que exerça a <strong>de</strong>fesa do<br />

regime <strong>de</strong>mocrático, através do fortalecimento e criação <strong>de</strong> conselhos.<br />

3. Que tenhamos um marco legal, com obrigatorieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> criação <strong>de</strong><br />

Conselhos Municipais e Estaduais <strong>de</strong> Direitos Humanos.<br />

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4. Criação <strong>de</strong> parâmetros nacionais que orientem a criação dos Conselhos<br />

Estaduais e Municipais <strong>de</strong> Direitos Humanos.<br />

5. Representação da socieda<strong>de</strong> civil, escolhida em espaço próprio.<br />

6. Não ter membros da socieda<strong>de</strong> civil previamente indicados nem que a<br />

presidência seja pre<strong>de</strong>terminada.<br />

Conselho.<br />

7. Garantir a pluralida<strong>de</strong> da representação da socieda<strong>de</strong> na composição do<br />

8. Os Conselhos <strong>de</strong> Direitos Humanos <strong>de</strong>vem congregar todos aqueles<br />

sujeitos políticos que tenham competência no processo <strong>de</strong> realização dos direitos<br />

humanos — Executivo, Legislativo, Judiciário, Ministérios e socieda<strong>de</strong> civil.<br />

9. Recomendação <strong>de</strong> que haja alternância na presidência dos Conselhos.<br />

10. Que nos Conselhos haja maioria da socieda<strong>de</strong> civil.<br />

11. Fortalecer os Conselhos <strong>de</strong> Direitos Humanos como espaço público cuja<br />

missão institucional seja <strong>de</strong> monitoramento, fiscalização, proposição, avaliação das<br />

ações dos órgãos públicos, políticas, instrumentos e mecanismos que visam à<br />

realização dos direitos humanos.<br />

12. Que sejam previstos os recursos no Orçamento público para que os<br />

Conselhos tenham estrutura <strong>de</strong> funcionamento e autonomia.<br />

13. Que haja prevalência dos direitos humanos na relação <strong>de</strong>sses conselhos<br />

com os <strong>de</strong>mais conselhos setoriais.<br />

14. Garantia da integralida<strong>de</strong> e indivisibilida<strong>de</strong> dos direitos humanos.<br />

Por último, sugestão do grupo para o documento final <strong>de</strong>sta conferência:<br />

- fortalecimento dos conselhos <strong>de</strong> direitos humanos como órgãos <strong>de</strong><br />

monitoramento, avaliação e proposição da política <strong>de</strong> direitos humanos e <strong>de</strong><br />

impulsionamento do Sistema Nacional <strong>de</strong> Direitos Humanos<br />

- aprovação imediata do projeto <strong>de</strong> lei que cria o novo Conselho Nacional <strong>de</strong><br />

Direitos Humanos.<br />

- importância <strong>de</strong> a composição do Conselho ter maioria da socieda<strong>de</strong> civil, e<br />

com a máxima <strong>de</strong> pluralida<strong>de</strong> com atuação autônoma e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte — e com<br />

orçamento próprio. (Palmas.)<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - Passamos à relatoria do<br />

Grupo <strong>de</strong> Trabalho nº 9, referente ao Painel V — Programa Plano Nacional <strong>de</strong><br />

Direitos Humanos.<br />

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇÃO FINAL<br />

Nome: Outros Eventos - Conferência<br />

Número: 0807/06 Data: 02/06/06<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Antes <strong>de</strong> mais nada, quero pedir a atenção das<br />

companheiras e dos companheiros, porque há propostas que acabaram não sendo<br />

incluídas no relatório final, mas que, <strong>de</strong> qualquer sorte, foram discutidas pelo nosso<br />

grupo. E, já que foram aprovadas, cumpre-nos fazer sua leitura:<br />

1. Reconhecer que a abertura dos arquivos da ditadura representa somente o<br />

início <strong>de</strong> todo o processo <strong>de</strong> resgate da memória histórica do povo brasileiro.<br />

2. Que as Comissões <strong>de</strong> Direitos Humanos, da Câmara e do Senado Fe<strong>de</strong>ral,<br />

investiguem, <strong>de</strong>nunciem, tomem providências cabíveis para fazer respeitar os<br />

direitos humanos nas instituições <strong>de</strong> educação superior, administradas por entida<strong>de</strong>s<br />

privadas.<br />

3. Que recomen<strong>de</strong>m ao Ministério da Educação suspen<strong>de</strong>r ou retirar a<br />

concessão às instituições que não respeitam os direitos humanos <strong>de</strong> livre<br />

associação com relação aos estudantes, docentes e funcionários.<br />

A seguir citamos outras propostas, também sem numeração, já que houve alteração<br />

do texto:<br />

Realizar ampla e <strong>de</strong>mocrática avaliação e proposição do Plano Nacional <strong>de</strong><br />

Direitos Humanos II, na perspectiva do Sistema Nacional <strong>de</strong> Direitos Humanos em 3<br />

momentos específicos: Primeiro, iniciar ainda em 2006, a partir <strong>de</strong> outubro, a<br />

sensibilização <strong>de</strong> todos(as) envolvidos(as), realizando um diagnóstico em cada área<br />

para <strong>revisão</strong>, atualização e inclusão do que falta sobre todos os direitos humanos;<br />

segundo, em 2007, <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar um intenso processo em todos os Estados para<br />

avaliar e fazer proposições ao Plano Programa; e, terceiro, na 11ª Conferência<br />

Nacional <strong>de</strong> Direitos Humanos, a partir do acumulado durante todo o processo,<br />

aprovar diretrizes para o Plano Nacional <strong>de</strong> Direitos Humanos III.<br />

Que a socieda<strong>de</strong> civil, através dos vários conselhos <strong>de</strong> direitos, em especial o<br />

<strong>de</strong> Direitos Humanos, incluindo o novo Conselho Nacional dos Direitos Humanos,<br />

faça o monitoramento da implementação do PNDH 3.<br />

A partir da perspectiva do Sistema Nacional <strong>de</strong> Direitos Humanos, que a<br />

Secretaria Especial <strong>de</strong> Direitos Humanos crie um fórum intergovernamental para<br />

trabalhar interdisciplinarmente e articuladamente com as políticas públicas <strong>de</strong><br />

direitos humanos.<br />

Criar o Ministério Nacional <strong>de</strong> Direitos Humanos, com secretarias <strong>de</strong><br />

segmentos específicos, sugerindo a criação <strong>de</strong> secretarias estaduais <strong>de</strong> direitos<br />

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Nome: Outros Eventos - Conferência<br />

Número: 0807/06 Data: 02/06/06<br />

humanos <strong>de</strong>svinculadas da Justiça e da Segurança, com coor<strong>de</strong>nadorias e<br />

segmentos específicos e comissões <strong>de</strong> direitos humanos nos Legislativos estaduais<br />

e municipais, on<strong>de</strong> não existam.<br />

Rejeição à proposta <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> inspetoria <strong>de</strong> direitos humanos para fazer<br />

monitoramento do Plano Nacional <strong>de</strong> Direitos Humanos, enten<strong>de</strong>ndo ser este papel<br />

e competência da socieda<strong>de</strong> civil, que participa <strong>de</strong> instâncias <strong>de</strong> controle social, que<br />

são os conselhos <strong>de</strong> direitos, ouvidorias, entre outros.<br />

Fortalecer os conselhos <strong>de</strong> direitos, aprimorando seu papel.<br />

Remeter para análise do Grupo <strong>de</strong> Educação e Direitos Humanos proposta<br />

para que a Secretaria Especial <strong>de</strong> Direitos Humanos disponibilize e/ou incentive a<br />

inclusão do curso a distância <strong>de</strong> conselheiros <strong>de</strong> direitos humanos, a partir da<br />

perspectiva do Sistema Nacional <strong>de</strong> Direitos Humanos, no currículo das instituições<br />

<strong>de</strong> ensino superior públicas e instituições comunitárias que possuem telecentro.<br />

Que o PNDH contemple e implemente ações <strong>de</strong> combate à corrupção, sendo<br />

esta entendida como uma violação aos direitos humanos.<br />

Reconhecimento <strong>de</strong> todas as iniciativas da socieda<strong>de</strong> civil pelo<br />

<strong>de</strong>sarmamento.<br />

necessário.<br />

Reconhecimento da <strong>de</strong>fesa do Estatuto do Desarmamento como vigente e<br />

Valorização e respeito dos servidores da segurança pública, no exercício <strong>de</strong><br />

suas ativida<strong>de</strong>s profissionais, nos marcos do Estado Democrático <strong>de</strong> Direito.<br />

Estimular as discussões no sentido <strong>de</strong> aprimorar a eficácia social do sistema<br />

<strong>de</strong> Justiça e Segurança Pública, principalmente sobre a divisão <strong>de</strong> atribuições entre<br />

a Polícia Judiciária, investigativa, e Militar, preventiva e repressiva, além da questão<br />

da maior integração entre a polícia e o MP, na condução das investigações<br />

criminais, bem como na busca <strong>de</strong> maior eficácia social, na ativida<strong>de</strong> jurisdicional do<br />

Estado, incluindo o aprimoramento institucional do Ministério Público e do Judiciário.<br />

Implementar alterações para a supressão na legislação disciplinar das<br />

polícias militares e bombeiros militares da pena privativa <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> para as<br />

transgressões disciplinares.<br />

Conceber a segurança pública que faz parte dos direitos dos seres humanos,<br />

como "segurança cidadã", significando investir no combate às causas sociais<br />

geradoras da violência.<br />

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Nome: Outros Eventos - Conferência<br />

Número: 0807/06 Data: 02/06/06<br />

Fortalecer, ampliar e instalar, on<strong>de</strong> não exista, tanto no âmbito da União<br />

quanto dos Estados, a Defensoria Pública como garantia <strong>de</strong> acesso à Justiça.<br />

Reelaborar o PNDH, trazendo presente eixos históricos com o intuito <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sconstituir o arraigado preconceito <strong>de</strong> que os direitos humanos são <strong>de</strong>fensores <strong>de</strong><br />

bandido.<br />

A<strong>de</strong>quar a Lei <strong>de</strong> Proteção a Testemunhas quanto ao tratamento privilegiado<br />

para vítimas incluídas no PRAVITA, no intuito <strong>de</strong> acelerar o andamento das ações<br />

penais.<br />

Criar mecanismos que evitem embaraços ao repasse <strong>de</strong> recursos às<br />

entida<strong>de</strong>s que executam o PRAVITA.<br />

Retomar o processo <strong>de</strong> ampliação do PRAVITA e implementá-lo nos Estados,<br />

on<strong>de</strong> não exista, e aumentar os recursos para sua execução.<br />

Reforçar a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> oitiva da socieda<strong>de</strong> civil quando da instalação <strong>de</strong><br />

megaprojetos que venham a lesar o meio ambiente e que o CNDH fiscalize as ações<br />

dos conselhos do Plano Diretor.<br />

Não aceitar nenhuma tentativa legislativa <strong>de</strong> redução da maiorida<strong>de</strong> penal.<br />

Garantir recursos para a execução do PNDH através <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> lei <strong>de</strong><br />

diretrizes orçamentárias.<br />

Reconhecer que a violência <strong>de</strong>corre <strong>de</strong> fatores tais como socioeconômicos,<br />

familiares, educativos, <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, emocionais, não sendo i<strong>de</strong>ntificados apenas como<br />

problemas <strong>de</strong> segurança pública.<br />

O reconhecimento <strong>de</strong> que o Estado e a socieda<strong>de</strong> foram vítimas do maior<br />

ataque do crime organizado enraizado no País como fruto da ausência <strong>de</strong> uma<br />

política nacional <strong>de</strong> direitos humanos, em que a segurança pública é um <strong>de</strong>les.<br />

Que a Secretaria Especial <strong>de</strong> Direitos Humanos mobilize todas as entida<strong>de</strong>s e<br />

movimentos da socieda<strong>de</strong> civil, estipulando metas para a implementação das ações<br />

previstas.<br />

Que sejam diretrizes para o PNDH: 1) o esforço para a pronta ratificação da<br />

convenção das pessoas com <strong>de</strong>ficiência; 2) inclusão <strong>de</strong> políticas públicas que<br />

prevejam os paradigmas internacionais previstos nessa convenção, levando em<br />

conta a transversalida<strong>de</strong> que o tema requer; 3) promover programas <strong>de</strong> capacitação<br />

e conscientização para implementar e garantir os direitos estabelecidos no tratado<br />

internacional.<br />

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Nome: Outros Eventos - Conferência<br />

Número: 0807/06 Data: 02/06/06<br />

Que o PNDH preveja como meta o esforço junto à OEA para a criação do<br />

Comitê <strong>de</strong> Monitoramento, previsto pela Convenção Interamericana, para eliminação<br />

<strong>de</strong> todas as formas <strong>de</strong> discriminação das pessoas com <strong>de</strong>ficiência, como está<br />

previsto no seu art. 6º, para a instauração após o <strong>de</strong>pósito do 10º instrumento <strong>de</strong><br />

ratificação junto à Organização dos Estados Americanos, o que ocorreu <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2002.<br />

Que o PNDH também preveja a campanha <strong>de</strong> divulgação dos direitos<br />

estabelecidos na convenção e a forma <strong>de</strong> acesso ao Sistema Interamericano <strong>de</strong><br />

Direitos Humanos.<br />

As recomendações finais são: fazer profunda avaliação da Política Nacional<br />

<strong>de</strong> Direitos Humanos, como subsídio para atualizar o Plano Nacional <strong>de</strong> Direitos<br />

Humanos; fortalecer o processo <strong>de</strong> monitoramento autônomo in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da<br />

Política Nacional <strong>de</strong> Direitos Humanos pela socieda<strong>de</strong> civil; e promover a atualização<br />

do Plano Nacional <strong>de</strong> Direitos Humanos com ampla participação da socieda<strong>de</strong> civil.<br />

(Palmas.)<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - Àqueles que não<br />

receberam os relatórios dos grupos e também não receberam a carta final da<br />

conferência gostaríamos <strong>de</strong> informar que esse material já está disponível lá fora no<br />

balcão on<strong>de</strong> pegamos os documentos.<br />

Passamos agora à relatoria do Grupo <strong>de</strong> Trabalho nº 10, referente ao Painel<br />

VI — Defensores <strong>de</strong> Direitos Humanos.<br />

O SR. FÁBIO LUIZ - Senhoras e senhores, sou Fábio Luiz, da Secretaria <strong>de</strong><br />

Direitos Humanos da Prefeitura <strong>de</strong> Recife, Pernambuco. Antes da leitura das<br />

recomendações prioritárias, quero fazer uma correção, que é importante, porque a<br />

gente ficou, eu e o Leonardo, com a relatoria do item 24 do nosso relatório<br />

(Defensores <strong>de</strong> Direitos Humanos). A Sra. Al<strong>de</strong>nice, <strong>de</strong> maneira equivocada, colocou<br />

um quadro, a realida<strong>de</strong> do projeto, mas não propôs, em nenhum momento... Peço<br />

<strong>de</strong>sculpas à Sra. Al<strong>de</strong>nice, aqui em público, mas ela não colocou a perspectiva <strong>de</strong><br />

moção <strong>de</strong> repúdio contra qualquer pessoa ou o próprio Governo em relação às<br />

verbas <strong>de</strong>stinadas ao programa <strong>de</strong> Defensores.<br />

Gostaria <strong>de</strong> fazer essa errata e pedir <strong>de</strong>sculpas, novamente, à Sra. Al<strong>de</strong>nice.<br />

Passo a palavra ao companheiro Leonardo Na<strong>de</strong>r.<br />

O SR. LEONARDO NADER - Senhoras e senhores, sou Presi<strong>de</strong>nte da<br />

Associação Mineira <strong>de</strong> Direitos Humanos, Segurança e Solução <strong>de</strong> Conflitos. Vou ler<br />

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Nome: Outros Eventos - Conferência<br />

Número: 0807/06 Data: 02/06/06<br />

as propostas do Grupo <strong>de</strong> Defensores <strong>de</strong> Direitos Humanos, que discutiu as causas<br />

da animosida<strong>de</strong>, dos ataques que existem contra os Defensores <strong>de</strong> Direitos<br />

Humanos:<br />

1. Projeto <strong>de</strong> lei que garanta o acesso, por parte das entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> direitos<br />

humanos, às perícias realizadas pelo Instituto Médico Legal.<br />

2. Elaboração <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> lei para introdução no Direito brasileiro do<br />

<strong>de</strong>nominado testemunho anônimo.<br />

3. Instar os Presi<strong>de</strong>ntes dos Tribunais a emendarem o seu Regimento Interno<br />

para facultar a nomeação <strong>de</strong> juízes para integrarem as Comissões <strong>de</strong> Direitos<br />

Humanos.<br />

4. O Po<strong>de</strong>r Executivo <strong>de</strong>verá ser instado a editar medidas provisórias que<br />

digam respeito aos direitos humanos civis e políticos, encaminhando projetos <strong>de</strong> lei<br />

que digam respeito às resoluções aprovadas nesta conferência.<br />

5. Os Estados membros, através da iniciativa do Tribunal <strong>de</strong> Justiça, <strong>de</strong>verão<br />

enviar projetos <strong>de</strong> lei para criar varas regionalizadas que tenham competência para o<br />

crime organizado e para os crimes contra os <strong>de</strong>fensores <strong>de</strong> direitos humanos.<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - Companheiro Leonardo<br />

Na<strong>de</strong>r, isso é acréscimo? Esse texto não consta aqui no relatório.<br />

O SR. LEONARDO NADER - Sim.<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - Era bom que o senhor<br />

tivesse dito primeiro que era acréscimo, porque todos estão acompanhando a leitura.<br />

Está todo mundo procurando esse texto.<br />

O SR. LEONARDO NADER - Perdão. Houve uma emenda do próprio autor<br />

da proposta que já foi passada.<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) – Está bem. Então, <strong>de</strong>pois,<br />

o senhor <strong>de</strong>ve entregar o texto escrito, porque senão ficará difícil.<br />

O SR. LEONARDO NADER - Está certo, <strong>de</strong>pois isso vai ser feito.<br />

6. Organização <strong>de</strong> um Plano Nacional <strong>de</strong> Proteção dos Defensores <strong>de</strong><br />

Direitos Humanos que seja integrado por objetivos, metas, ações responsáveis e<br />

prazos para que órgãos e sujeitos tenham claras suas responsabilida<strong>de</strong>s.<br />

7. Campanha nacional <strong>de</strong> valorização do trabalho <strong>de</strong>senvolvido pelos<br />

<strong>de</strong>fensores <strong>de</strong> direitos humanos, com cartazes, bottons, propagandas em TV, na<br />

mídia etc.<br />

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Nome: Outros Eventos - Conferência<br />

Número: 0807/06 Data: 02/06/06<br />

8. Definição <strong>de</strong> rubrica orçamentária para custear o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

medidas <strong>de</strong> proteção <strong>de</strong> Defensores <strong>de</strong> Direitos Humanos.<br />

9. A Polícia Fe<strong>de</strong>ral cumpre papel fundamental na proteção da or<strong>de</strong>m pública<br />

e <strong>de</strong>veria, portanto, ter papel semelhante na proteção dos Defensores <strong>de</strong> Direitos<br />

Humanos.<br />

10. Capacitação consistente <strong>de</strong> policiais para a proteção dos Defensores <strong>de</strong><br />

Direitos Humanos, inclusive por meio <strong>de</strong> ações capacitatórias promovidas pelos<br />

próprios e por ações contando com participação <strong>de</strong>les<br />

11. Que a proteção dos Defensores <strong>de</strong> Direitos Humanos seja elevada a<br />

programa <strong>de</strong>ntro da Secretaria Especial <strong>de</strong> Direitos Humanos, para que tenha<br />

rubrica orçamentária, gestores etc.<br />

<strong>de</strong>fensores.<br />

12. Formação <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> apoio para prestar solidarieda<strong>de</strong> e assistência aos<br />

13. Proposta <strong>de</strong> apoio à aprovação <strong>de</strong> projeto <strong>de</strong> lei da Deputada Iriny Lopes<br />

para instituição do Programa Nacional <strong>de</strong> Proteção aos Defensores <strong>de</strong> Direitos<br />

Humanos.<br />

14. Proposta que a XI Conferência Nacional <strong>de</strong> Direitos Humanos seja feita<br />

em etapas municipais e estaduais, com certa antecedência e com regulamento<br />

prévio, para que haja maior pluralida<strong>de</strong> e participações.<br />

15. Implementação <strong>de</strong> Ouvidoria no Conselho Nacional <strong>de</strong> Justiça.<br />

16. Alteração legislativa para elevação da pena dos con<strong>de</strong>nados por abuso <strong>de</strong><br />

autorida<strong>de</strong>, versando a impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transição da pena prevista em lei no art.<br />

9º, da Lei. 9.099, <strong>de</strong> 1995.<br />

17. Elaboração <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> lei que regulamente a responsabilização dos<br />

Estados membros pela União, quando esta for con<strong>de</strong>nada por violações <strong>de</strong> direitos<br />

humanos em instâncias internacionais como a Corte Interamericana <strong>de</strong> Direitos<br />

Humanos.<br />

18 Reiterar a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atendimento especial, nas <strong>de</strong>legacias e nas<br />

polícias, para homossexuais, lésbicas, bissexuais e transgêneros, inclusive nas<br />

<strong>de</strong>legacias <strong>de</strong> mulheres.<br />

Há também sugestão <strong>de</strong> projeto <strong>de</strong> lei que insira no Código Penal, nos<br />

dispositivo que tratam da “<strong>de</strong>núncia caluniosa”, as seguintes propostas: que seja<br />

causa <strong>de</strong> aumento <strong>de</strong> pena, ou qualificadora, para aqueles que acusam os<br />

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Número: 0807/06 Data: 02/06/06<br />

<strong>de</strong>fensores dos direitos humanos, levianamente, da prática <strong>de</strong> crimes, sabendo da<br />

inocência <strong>de</strong>les. (Palmas)<br />

(Não I<strong>de</strong>ntificado) - Substituindo a Relatora Eliceli, do mesmo painel, leio as<br />

proposições prioritárias.<br />

Item 1. Elevar a categoria da Secretaria Especial <strong>de</strong> Direitos Humanos para<br />

Ministério <strong>de</strong> Direitos Humanos e esten<strong>de</strong>r o programa Defensores <strong>de</strong> Direitos<br />

humanos para os <strong>de</strong>mais Estados da Fe<strong>de</strong>ração, bem como elevar <strong>de</strong> ação a<br />

categoria <strong>de</strong> programa permanente com dotação compatível às ativida<strong>de</strong>s e ações<br />

que esta executaria.<br />

Item 2. Elaboração <strong>de</strong> projeto <strong>de</strong> lei que regulamente a responsabilida<strong>de</strong> dos<br />

Estados membros da Fe<strong>de</strong>ração pela União, quando esta for con<strong>de</strong>nada por<br />

violação <strong>de</strong> direitos humanos <strong>de</strong>sses Estados membros em instâncias<br />

internacionais, como a Corte Internacional <strong>de</strong> Direitos Humanos.<br />

Item 3. Criar um gran<strong>de</strong> programa <strong>de</strong> diálogo com a socieda<strong>de</strong> civil por meio<br />

<strong>de</strong> uma formação educacional e <strong>de</strong> todas as mídias, com a participação <strong>de</strong> militantes<br />

<strong>de</strong> referência nacional e internacional, sobre não-criminalização e valorização dos<br />

<strong>de</strong>fensores <strong>de</strong> direitos humanos, a ser elaborado pelas instituições <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong><br />

direitos humanos e da socieda<strong>de</strong> civil, financiadas pelo Governo Fe<strong>de</strong>ral.<br />

Obrigada. (Palmas)<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) – Passamos à leitura do<br />

Grupo <strong>de</strong> Trabalho, referente ao Painel VII — Educação e Direitos Humanos.<br />

O SR. IVAN MORAES FILHO - Sou Ivan Moraes Filho, do Centro <strong>de</strong> Cultura<br />

Luiz Freire, e represento o Movimento Nacional <strong>de</strong> Diretos Humanos.<br />

Antes <strong>de</strong> ler, gostaria <strong>de</strong> usar 15 segundos para dizer que é muito bom<br />

discutirmos tudo isso, mas, se não cobrarmos, não adiantará nada; vamos voltar<br />

para casa e tudo vai continuar do mesmo jeito.<br />

Nosso grupo discutiu Educação e Direitos Humanos. Dentre os aspectos<br />

relevantes que foram discutidos, citamos:<br />

1. Urgência na <strong>de</strong>mocratização dos meios <strong>de</strong> comunicação, <strong>de</strong> modo a<br />

possibilitar maior compromisso das empresas da área com as propostas do Plano<br />

Nacional <strong>de</strong> Direitos Humanos.<br />

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Número: 0807/06 Data: 02/06/06<br />

2. Importância <strong>de</strong> garantir que a socieda<strong>de</strong> brasileira adote uma postura<br />

<strong>de</strong>mocrática e tolerante em relação à diferentes crenças, religiões e práticas<br />

espirituais.<br />

3. Abertura <strong>de</strong> diálogo interreligioso e interético permanente, <strong>de</strong> modo a<br />

favorecer a construção <strong>de</strong> uma cultura <strong>de</strong> paz.<br />

4. Vigilância junto ao material didático produzido por diferentes Ministérios<br />

setoriais, <strong>de</strong> modo a evitar qualquer tipo <strong>de</strong> discriminação ou violação <strong>de</strong> direitos;<br />

5. Atuação junto aos operadores <strong>de</strong> direito, vinculados ao Po<strong>de</strong>r Judiciário,<br />

tendo como objetivo garantir uma postura <strong>de</strong> promoção dos direitos humanos.<br />

6. Orientação do papel das Guardas Municipais como mediadoras <strong>de</strong> conflitos<br />

e promotoras <strong>de</strong> uma cultura <strong>de</strong> paz.<br />

humanos.<br />

professores.<br />

7. Definição <strong>de</strong> projetos comunitários voltados para educação em direitos<br />

8. Estabelecimento <strong>de</strong> <strong>núcleo</strong>s populares <strong>de</strong> mediação <strong>de</strong> conflitos.<br />

9. Priorida<strong>de</strong> para a educação da classe média por meio da formação dos<br />

10. Inclusão dos profissionais responsáveis por medidas socioeducativas no<br />

Plano Nacional <strong>de</strong> Educação em Direitos Humanos.<br />

Nossas principais conclusões foram:<br />

1. Implementar a temática dos direitos humanos nas esferas da educação<br />

formal e não-formal, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a educação infantil até a universida<strong>de</strong>, consi<strong>de</strong>rando<br />

todos os recortes <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> religião, raça, etnia, gênero, orientação sexual e<br />

geração, tendo como eixo a formação <strong>de</strong> professores com salários e condições <strong>de</strong><br />

trabalho dignos. Desse modo, é preciso garantir recursos suficientes para a efetiva<br />

implementação do Plano Nacional <strong>de</strong> Educação em Direitos Humanos,<br />

contemplando tanto a transversalida<strong>de</strong> das temáticas quanto a especificida<strong>de</strong> do<br />

processo pedagógico.<br />

2. Buscar o compromisso das universida<strong>de</strong>s com a promoção, proteção e<br />

<strong>de</strong>fesa dos direitos humanos, garantindo o cumprimento <strong>de</strong> sua responsabilida<strong>de</strong><br />

social nas esferas do ensino <strong>de</strong> graduação e pós-graduação, da pesquisa<br />

acadêmica e da extensão.<br />

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Número: 0807/06 Data: 02/06/06<br />

3. Garantir e promover o direito humano à comunicação como requisito<br />

fundamental para uma política <strong>de</strong> direitos humanos e como instrumento prioritário<br />

para efetivar o Plano Nacional <strong>de</strong> Educação em Direitos Humanos.<br />

4. Os sistemas <strong>de</strong> justiça e segurança <strong>de</strong>vem garantir o respeito e a<br />

promoção dos direitos humanos, priorizando ações <strong>de</strong> formação e capacitação, <strong>de</strong><br />

modo a garantir a valorização profissional em todos os níveis.<br />

Apresentamos também 2 moções, que já estão com a Mesa: uma sobre o processo<br />

<strong>de</strong> rádio e TV e outra em <strong>de</strong>fesa das rádios comunitárias.<br />

Obrigado. (Palmas).<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - Passamos agora à leitura<br />

do relatório do Grupo <strong>de</strong> Trabalho 12, referente ao Painel VIII — Exigibilida<strong>de</strong> dos<br />

Direitos Humanos Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais.<br />

A SRA. ORLENE BARROS - Senhoras e senhores, meu nome é Orlene<br />

Barros e sou da Comunida<strong>de</strong> Bahá’i do Brasil. Quero dizer, antes <strong>de</strong> tudo, que não<br />

fui eleita relatora <strong>de</strong> meu grupo em virtu<strong>de</strong> do retorno a seus Estados dos 2<br />

Relatores eleitos na tar<strong>de</strong> <strong>de</strong> ontem.<br />

Vou ler apenas as propostas e recomendações do Grupo 12, referente ao Painel VIII<br />

— Exigibilida<strong>de</strong> dos Direitos Humanos, Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais:<br />

1. Há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um maior controle social do Estado, que, <strong>de</strong> forma<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, através <strong>de</strong> instrumentos como a criação, on<strong>de</strong> não houver, <strong>de</strong><br />

conselhos e ouvidorias, fortalecendo-os e atribuindo funções <strong>de</strong>liberativas<br />

consultivas e vinculantes <strong>de</strong> forma qualitativa;<br />

2. Implementação e fortalecimento das audiências públicas para o<br />

aprimoramento <strong>de</strong> proteção dos DHESCA’s;<br />

3. Encaminhamento das recomendações e preocupações do comitê dos<br />

DHESCA’s 2005, em especial no que diz respeito à internalização dos tratados<br />

internacionais pelos operadores do direito, incluso aos membros do Po<strong>de</strong>r Judiciário,<br />

a todos os Presi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> Tribunais <strong>de</strong> Justiça, inclusive do Trabalho, Eleitoral e<br />

Militares, bem como a todos os Procuradores do Ministério Público brasileiro.<br />

4. Fortalecimento e criação, on<strong>de</strong> não existam, <strong>de</strong> conselhos tutelares com a<br />

finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> exigir a ampliação dos DESCAs, <strong>de</strong>vendo ter função ou atribuição<br />

vinculante <strong>de</strong> forma autônoma <strong>de</strong> suas <strong>de</strong>cisões aos po<strong>de</strong>res públicos;<br />

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Nome: Outros Eventos - Conferência<br />

Número: 0807/06 Data: 02/06/06<br />

5. Utilizar, a exemplo do Código <strong>de</strong> Defesa do Consumidor, como instrumento<br />

<strong>de</strong> exigibilida<strong>de</strong> dos DESCAs a ser utilizado <strong>de</strong> forma preventiva;<br />

6. Requerer da Secretaria Especial <strong>de</strong> Direitos Humanos, na pessoa do Sr.<br />

Ministro e Secretários, os relatórios que o Estado brasileiro enviou à ONU acerca<br />

dos DESCAs;<br />

7. Um maior estudo e conhecimento acerca dos orçamentos com a finalida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> intervenções positivas que possibilitem intervenções positivas a implementação, o<br />

monitoramento e aplicabilida<strong>de</strong> dos DESCAs;<br />

8. Construir, <strong>de</strong> forma organizada e unificada, mecanismos <strong>de</strong> proteção aos<br />

direitos do trabalhador, impedindo o retrocesso das conquistas sociais;<br />

9. I<strong>de</strong>ntificar e monitorar os novos atores privados <strong>de</strong> violação dos DESCAs,<br />

<strong>de</strong>vendo estar relacionado ou cobrando a atenção do Estado quando das violações<br />

por entida<strong>de</strong>s privadas;<br />

10. Provocar uma agenda <strong>de</strong> organização internacional dos povos para<br />

fixação <strong>de</strong> pautas estratégicas na perspectiva <strong>de</strong> mudanças <strong>de</strong>finitivas do paradigma<br />

<strong>de</strong>senvolvimentista, com vistas à proteção e discussão permanente acerca dos<br />

DESCAs;<br />

11. Provocar discussão e implementação do Sistema Nacional dos Direitos<br />

Humanos na sua forma multifacetária e <strong>de</strong> indivisibilida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>vendo ser pauta em<br />

todas as secretarias <strong>de</strong> governo para a produção <strong>de</strong> políticas públicas que<br />

promovam os DESCAs;<br />

12. Utilizar-se dos instrumentos peticionários em tratados internacionais,<br />

requerendo a regulamentação <strong>de</strong> petição individual para os DESCAs, propiciando<br />

sua maior exigibilida<strong>de</strong>;<br />

13. Criar mecanismos <strong>de</strong> divulgação acerca dos DESCAs à população em<br />

geral, bem como dos gran<strong>de</strong>s eventos acerca <strong>de</strong>sses temas.<br />

(Palmas.)<br />

Essas são as propostas e recomendações do grupo. Muito obrigada.<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - Muito obrigada às<br />

relatoras e aos relatores dos grupos.<br />

Vamos passar agora grupo por grupo, pedindo os <strong>de</strong>staques. Se não houver<br />

<strong>de</strong>staque para o relatório do grupo <strong>de</strong> trabalho, nós vamos passando adiante e<br />

então vamos terminar.<br />

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Nome: Outros Eventos - Conferência<br />

Número: 0807/06 Data: 02/06/06<br />

Com relação aos Grupos <strong>de</strong> Trabalho II e II, há algum <strong>de</strong>staque?<br />

Solicitamos que os senhores venham logo ao microfone para dizer que tipo<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>staque, se é <strong>de</strong> alteração, supressão ou inclusão. Se for <strong>de</strong> alteração <strong>de</strong> texto,<br />

que já se venha com a proposta formulada, para não ter que repensar isso agora.<br />

Por favor, falem ao microfone.<br />

(Não I<strong>de</strong>ntificado) - No texto “Na elaboração <strong>de</strong> leis orçamentárias que<br />

objetivam reduzir as <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s sociais e regionais” inclua-se “raciais e <strong>de</strong><br />

gênero”.<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) – Trata-se do Grupo I.<br />

Estamos abrindo a palavra para os <strong>de</strong>staques dos Grupos <strong>de</strong> Trabalho I e II —<br />

Painel 1. Foi isso, não foi? Eu só não entendi on<strong>de</strong> é que se encaixa essa inclusão<br />

<strong>de</strong> texto. Se o senhor pu<strong>de</strong>r redigir o texto e trazê-lo para a Mesa, para que<br />

possamos sistematizar...<br />

Não?<br />

Mais algum <strong>de</strong>staque para a questão do Painel 1?<br />

O SR. ROGÉRIO - A gente vota <strong>de</strong>pois. Mais algum <strong>de</strong>staque? GT 1 e 2.<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - Não? Tem um lá atrás.<br />

(Pausa.) Quem tiver <strong>de</strong>staque para os outros grupos e pu<strong>de</strong>r trazê-lo por escrito vai<br />

facilitar muito, porque, até que i<strong>de</strong>ntifiquemos a posição do <strong>de</strong>staque...<br />

(Não I<strong>de</strong>ntificado) - Destaque relativo a <strong>redação</strong> <strong>de</strong>ve ter uma or<strong>de</strong>m, um<br />

critério na unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>redação</strong> dos relatórios como um todo, do documento? É um<br />

pedido <strong>de</strong> esclarecimento. Vai ser publicado da forma como está aqui?<br />

O SR. ROGÉRIO - Não. Vai haver uma <strong>revisão</strong>, uma formatação, mas sem<br />

alterar conteúdo nenhum.<br />

(Não I<strong>de</strong>ntificado) - O.k. Mas é dar sistematização à proposta.<br />

O SR. ROGÉRIO - Então, é isso. Nenhum <strong>de</strong>staque mais? Destaque do<br />

Grupo 1, não é, Roseana? É supressão? Destaque <strong>de</strong> supressão on<strong>de</strong> exatamente?<br />

(Não I<strong>de</strong>ntificado) - Exatamente? Eu não... Olha, eu acho que peguei o<br />

grupo errado. (Risos.) Eu peguei o grupo errado. Relatório errado.<br />

O SR. ROGÉRIO - Guar<strong>de</strong> para <strong>de</strong>pois. Então, vamos lá. Temos que ter<br />

paciência agora e ser bem dinâmicos aqui. Só tem esse <strong>de</strong>staque. Vamos colocar<br />

em votação.<br />

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Nome: Outros Eventos - Conferência<br />

Número: 0807/06 Data: 02/06/06<br />

Alguém é contra a inclusão <strong>de</strong>ssas 2 palavras nesse ponto? (Pausa.) Não.<br />

Está o.k. Aprovada a inclusão <strong>de</strong>sses 2 termos.<br />

Vamos para o Grupo <strong>de</strong> Trabalho 3. Quem tem <strong>de</strong>staque, por favor,<br />

aproxime-se logo, diga o tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque e mostre on<strong>de</strong> é.<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - Grupo <strong>de</strong> Trabalho 3,<br />

Falcões, Racismo e Violência. Algum <strong>de</strong>staque? (Pausa.) Temos 2 <strong>de</strong>staques.<br />

O SR. ROGÉRIO - Vamos chegando ao microfone e apontando exatamente<br />

para on<strong>de</strong> e que tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque.<br />

(Não I<strong>de</strong>ntificado) - É uma supressão. Aqui se diz: “Para que os conselhos<br />

tutelares não sejam por eleição, mas por concurso público”. Essa é uma questão<br />

bastante divergente...<br />

no...<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - Companheira, estamos<br />

(Não I<strong>de</strong>ntificado) - Só suprimir, porque, se fosse para ser concursado, não<br />

precisávamos ter criado esse mecanismo in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte.<br />

O SR. ROGÉRIO - Essa é a proposta. Ainda não está em votação. Tem mais<br />

<strong>de</strong>staque aqui. É a mesma?<br />

Mais algum <strong>de</strong>staque no Grupo <strong>de</strong> Trabalho 3? No microfone. (Pausa.) É só<br />

para apresentar. Não precisa nem fazer <strong>de</strong>fesa. Qual é o <strong>de</strong>staque, senhora?<br />

A SRA. ELEONORA - Eleonora, do Conselho Municipal dos Direitos<br />

Humanos, <strong>de</strong> Recife. “Que nos Municípios do interior do Estado se criem presídios<br />

que tenham as condições a<strong>de</strong>quadas para cumprir a lei penal, banho <strong>de</strong> sol e<br />

trabalho”. Acho que não é necessário criar mais presídios, mas que possamos<br />

garantir que banho <strong>de</strong> sol, trabalho...<br />

O SR. ROGÉRIO - D. Eleonora, <strong>de</strong>sculpe-me, mas qual é o tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque?<br />

É supressão, alteração?<br />

A SRA. ELEONORA - Alteração.<br />

O SR. ROGÉRIO - Alteração. Exatamente nesse ponto é para tirar o quê?<br />

A SRA. ELEONORA - Que não sejam criados presídios e que sejam<br />

garantidos os banhos <strong>de</strong> sol.<br />

<strong>de</strong>fesa.<br />

O SR. ROGÉRIO - Beleza. A senhora fique perto, caso haja necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Companheiros, há mais <strong>de</strong>staques? Mais algum <strong>de</strong>staque?<br />

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Número: 0807/06 Data: 02/06/06<br />

(Não I<strong>de</strong>ntificado) - Nós nos enten<strong>de</strong>mos ali na escada, e, como os nossos<br />

<strong>de</strong>staques eram bem parecidos, a minha fala vai contemplar também o <strong>de</strong>staque do<br />

colega. Na verda<strong>de</strong>, o <strong>de</strong>staque seria que, todas as vezes em que forem adjetivadas<br />

as questões da etnia e do gênero, também fosse adjetivada a questão da<br />

<strong>de</strong>ficiência, para que possamos dar visibilida<strong>de</strong> para o público-alvo da <strong>de</strong>ficiência.<br />

Então, quando falamos na criação <strong>de</strong> metodologias <strong>de</strong> treinamento com<br />

recorte étnico e <strong>de</strong> gênero, que tenham também recorte que consi<strong>de</strong>re as pessoas<br />

com <strong>de</strong>ficiência. Quando falamos na inclusão do item cor no cadastro, que<br />

incluamos também a questão da <strong>de</strong>ficiência. O questionário que está sendo<br />

elaborado sobre a Conferência prevê cor, etnia e até orientação sexual, mas não<br />

prevê a <strong>de</strong>ficiência. Proposta inteira.<br />

O SR. ROGÉRIO - Inteira, para todos os relatórios. Enten<strong>de</strong>mos, e acho<br />

pertinente. Então, o primeiro <strong>de</strong>staque é a supressão do termo... Outro <strong>de</strong>staque.<br />

A SRA. JOELMA - Boa tar<strong>de</strong> a todos. Eu sou Joelma, do Coturno <strong>de</strong> Vênus,<br />

Brasília. Fazendo um a<strong>de</strong>ndo à alteração que ela solicitou. Também é <strong>de</strong> inclusão:<br />

LGBT em todo o texto.<br />

O SR. ROGÉRIO - Tudo bem, LGBT em todo o texto dos relatórios.<br />

Então, o primeiro <strong>de</strong>staque, que a Rosana apresentou, é para supressão do<br />

item “para que os conselhos tutelares não sejam por eleição, mas por concurso<br />

público”. Ela <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a supressão disso.<br />

Alguém é contra a supressão <strong>de</strong>sse item? Não? Beleza. Está aprovado. Esse<br />

texto vai ser suprimido do relatório. (Palmas.)<br />

Outro <strong>de</strong>staque.<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - O próximo <strong>de</strong>staque é<br />

logo abaixo, quando diz “que nos Municípios do interior do Estado se criem presídios<br />

que tenham as condições a<strong>de</strong>quadas para cumprir a lei penal”. A idéia é que não<br />

sejam criados presídios, mas que os já existentes sejam a<strong>de</strong>quados a isso. Alguma<br />

objeção?<br />

O SR. ROGÉRIO - Aprovado, então.<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - Terceiro <strong>de</strong>staque.<br />

Durante todo o texto, não só <strong>de</strong>ste Grupo <strong>de</strong> Trabalho, mas <strong>de</strong> todos os outros,<br />

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quando se falar <strong>de</strong> etnia, gênero e cor, que se incluam também as questões <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ficiência e LGBT. Alguma objeção? Aprovado.<br />

O SR. ROGÉRIO - Aprovado.<br />

Vamos para o GT 4, que é exatamente Desafios <strong>de</strong> uma Política<br />

Antimanicomial. Algum <strong>de</strong>staque nesse relatório, gente? Não? Tudo bem. Aprovado<br />

na íntegra .<br />

Vamos para o GT 5, Política Pública sobre Medidas Socioeducativas. Algum<br />

<strong>de</strong>staque nesse relatório? Não. Tranqüilo. Aprovado na íntegra.<br />

GT 6, Sistema Prisional. Algum <strong>de</strong>staque? Qual o tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque,<br />

exatamente on<strong>de</strong>, senhora?<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - É supressão. “Cobrar das autorida<strong>de</strong>s soluções<br />

emergenciais para a superlotação, inclusive construção <strong>de</strong> novos presídios.”<br />

O SR. ROGÉRIO - Está localizando isso aqui, senhora.<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetano Aune) - Po<strong>de</strong> mostrar on<strong>de</strong>?<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Na quinta recomendação.<br />

O SR. ROGÉRIO - Tudo bem, achamos. Enten<strong>de</strong>mos o <strong>de</strong>staque. Mais algum<br />

<strong>de</strong>staque, gente? Não. Então, beleza. Alguém é contra a supressão <strong>de</strong>sse item, que<br />

é o quinto do relatório? Não. Beleza. Aprovada a supressão. Vai ser encaminhada.<br />

Vamos para o GT 7, Situação Atual dos Indígenas no Brasil. Tem <strong>de</strong>staque<br />

aqui, companheiro. Por favor, diga o tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque e exatamente on<strong>de</strong>.<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Uma retificação no ponto 4, sobre os grupos indígenas.<br />

A situação dos grupos indígenas ameaçados <strong>de</strong> isolamento e <strong>de</strong> extinção. São mais<br />

<strong>de</strong> 60 grupos indígenas em situação <strong>de</strong> isolamento, dos quais 17 ameaçados <strong>de</strong><br />

extinção. Seria essa a retificação.<br />

O SR. ROGÉRIO - Ah, tudo bem. É <strong>de</strong>staque <strong>de</strong> alteração <strong>de</strong> texto. Mais<br />

algum <strong>de</strong>staque?<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Mais uma proposta <strong>de</strong> supressão do item 5, “os índios<br />

nas cida<strong>de</strong>s e outros resistentes”. O não-reconhecimento <strong>de</strong>sses grupos é<br />

justamente o contrário. Mas essa proposta já está contemplada na proposta nº 2.<br />

O SR. ROGÉRIO - Então, é supressão <strong>de</strong>sse item 5. É essa a proposta,<br />

companheiro? Mais algum <strong>de</strong>staque, gente? Beleza. Então, só tem a proposta <strong>de</strong><br />

alteração. Companheiro, só me corrija se eu não captei direitinho. A idéia é que são<br />

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Número: 0807/06 Data: 02/06/06<br />

mais <strong>de</strong> 60 grupos indígenas em isolamento, <strong>de</strong>ntre os quais 17 estão ameaçados<br />

<strong>de</strong> extinção.<br />

Alguém é contra essa <strong>redação</strong>? Tudo bem. Aprovada. A gente vai<br />

sistematizar aqui.<br />

<strong>de</strong>staque.<br />

Vamos para o Grupo <strong>de</strong> Trabalho 8.<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetano Aune) - Não. No 5 ainda há outro<br />

O SR. ROGÉRIO - Ah, <strong>de</strong>sculpem-me, há mais um item. A proposta é<br />

supressão do item “os índios nas cida<strong>de</strong>s e outros resistentes”. O<br />

não-reconhecimento <strong>de</strong> grupos e povos e o não-atendimento do direito à proteção<br />

específica a terra, educação e saú<strong>de</strong>.<br />

A proposta é supressão. Alguém é contra? Beleza. Aprovada a supressão.<br />

Vamos redigir aqui o relatório.<br />

Vamos para o GT 8, Conselho Nacional <strong>de</strong> Direitos Humanos. Algum<br />

<strong>de</strong>staque, gente? Não. Aprovado na íntegra.<br />

GT 9, Plano Nacional <strong>de</strong> Direitos Humanos, PNDH. Há <strong>de</strong>staque. Vamos<br />

chegando aqui, gente. Por favor, o tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque e exatamente on<strong>de</strong> é, para<br />

facilitar.<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Destaque para o item 4, sobre a criação do Ministério<br />

Nacional <strong>de</strong> Direitos Humanos. Nós, do Movimento <strong>de</strong> Mulheres e <strong>de</strong> Mulheres<br />

Negras, não temos nada contra a criação do Ministério Nacional <strong>de</strong> Direitos<br />

Humanos, a criação <strong>de</strong> um Ministério po<strong>de</strong> fortalecer a <strong>de</strong>fesa dos direitos humanos<br />

das mulheres, entre elas as negras. Mas somos contra que Secretarias <strong>de</strong><br />

segmentos específicos estejam anexadas a Ministério <strong>de</strong> Direitos Humanos.<br />

O SR. ROGÉRIO - Mas exatamente...<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - E somos contra também...<br />

O SR. ROGÉRIO - É supressão <strong>de</strong>sse item, coor<strong>de</strong>nadorias?<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - E somos contra também que coor<strong>de</strong>nadorias <strong>de</strong><br />

segmentos estejam vinculadas a Secretarias Estaduais <strong>de</strong> Direitos Humanos. Por<br />

quê?<br />

O SR. ROGÉRIO - Certo. Então, seria a supressão disso tudo ou alguma<br />

alteração, senhora?<br />

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(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Olha, eu não vou pedir supressão para a criação do<br />

Ministério Nacional <strong>de</strong> Direitos Humanos, porque a gente acha que po<strong>de</strong> ser<br />

interessante. E a gente <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a criação <strong>de</strong> um Ministério Nacional da Mulher<br />

também, o que não está colocado aqui como proposta. Não estou fazendo a<br />

proposição disso agora.<br />

O SR. ROGÉRIO - Eu pediria à companheira, então, que, enquanto a gente<br />

apresenta os outros <strong>de</strong>staques, formulasse o texto para esse item. Po<strong>de</strong> ser?<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Eu não preciso <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r?<br />

O SR. ROGÉRIO - Não. Só <strong>de</strong>pois, quando a gente for colocar em votação.<br />

Tudo bem? Vamos. Mais <strong>de</strong>staques, gente. Esse já está registrado. Peço que<br />

formule o texto para o item.<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Rapidinho. No item 13, acrescentar “recomendando às<br />

Comissões <strong>de</strong> Direitos Humanos das Assembléias Legislativas dos Estados para<br />

proce<strong>de</strong>r à discussão do tema com as representações <strong>de</strong> classe da categoria”.<br />

O SR. ROGÉRIO - É inclusão nesse item.<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Inclusão.<br />

O SR. ROGÉRIO - Beleza. Já está escrito?<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Não. Posso escrever.<br />

O SR. ROGÉRIO - Escreva, que vamos colocar em votação.<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetano Aune) - Mais algum <strong>de</strong>staque?<br />

O SR. ROGÉRIO - Tem mais um <strong>de</strong>staque aqui. Caio.<br />

O SR. CAIO - Também no item 4. Separação. Quando a gente fala <strong>de</strong><br />

Comissões <strong>de</strong> Direitos Humanos no Legislativo Estadual e Municipal on<strong>de</strong> não<br />

existam, é uma coisa; outra coisa é a criação <strong>de</strong> um Ministério. Eu entendi que não é<br />

o momento <strong>de</strong> fazer <strong>de</strong>fesa.<br />

O SR. ROGÉRIO - Não, ainda não. Eu queria que explicasse o <strong>de</strong>staque. Já<br />

que é o mesmo item, proponho que você se sente com a companheira que fez a<br />

proposta, para ambos formularem o texto.<br />

O SR. CAIO - A idéia é separar nesse item 4. Uma coisa é falar <strong>de</strong> Ministério,<br />

com ou sem Secretarias — a discussão é <strong>de</strong>pois. A discussão sobre Comissões <strong>de</strong><br />

Direitos Humanos dos Legislativos Estaduais e Municipais é outra.<br />

O SR. ROGÉRIO - Beleza. Você po<strong>de</strong> formular, que já a gente pega.<br />

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Companheiro, mais outro <strong>de</strong>staque.<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - No item 13, um acréscimo. “Implementar alterações para<br />

a supressão na legislação disciplinar...” Acrescentar “e das Forças Armadas, das<br />

Polícias Militares e Bombeiros Militares”.<br />

O SR. ROGÉRIO - Tudo bem. Eu pediria então que você se sentasse com o<br />

companheiro para formularem juntos, já que a mesma...<br />

<strong>de</strong>le.<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Não coli<strong>de</strong> com o <strong>de</strong>le, é um acréscimo, que absorve o<br />

O SR. ROGÉRIO - Então, formulem aí e tragam para a gente por escrito, para<br />

colocarmos em votação.<br />

Companheiro.<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Meu <strong>de</strong>staque é na proposta 5. Que não conste do<br />

documento algo que foi rejeitado no grupo. Na proposta está dizendo que foi<br />

rejeitado, então, não faz sentido constar aqui.<br />

O SR. ROGÉRIO - Tudo bem. Supressão. Mais algum? O Caio tinha uma<br />

retificação. É isso ou já é a proposta?<br />

O SR. CAIO - Desculpem, é que eu esqueci. No 22, “Garantir recursos para a<br />

execução do PNDH através do Projeto <strong>de</strong> Lei <strong>de</strong> Diretrizes Orçamentárias”. A gente,<br />

na verda<strong>de</strong>, garante os recursos na LOA. Então, aqui, a gente tem que dizer<br />

“garantir a priorida<strong>de</strong> das políticas <strong>de</strong> direitos humanos. Sugiro também — faço esta<br />

formulação — que não haja cortes, contingenciamento dos recursos das políticas<br />

voltadas para os direitos humanos. (Palmas.)<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Mais algum <strong>de</strong>staque? (Pausa.) Então<br />

po<strong>de</strong>mos passar para a votação.<br />

A companheira Carla já tem a formulação?<br />

A SRA. CARLA - Não ainda a final. Há esta: criar o Ministério <strong>de</strong> Direitos<br />

Humanos, Secretarias Estaduais <strong>de</strong> Direitos Humanos, com dotação orçamentária e<br />

recursos humanos suficientes para a implementação <strong>de</strong> uma política nacional <strong>de</strong><br />

direitos humanos.<br />

Além disso, as Comissões <strong>de</strong> Direitos Humanos nos Legislativos <strong>de</strong>vem ser<br />

consi<strong>de</strong>radas em outro item.<br />

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(Pausa.)<br />

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Número: 0807/06 Data: 02/06/06<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Alguém é contra essa formulação?<br />

Aprovada.<br />

Peço à Carla que nos traga por escrito a proposta.<br />

Proposta <strong>de</strong> supressão do item 5. Todos estão com o texto. Alguém é contra<br />

a supressão do item 5 do relatório? (Pausa.)<br />

Aprovada a supressão.<br />

Peço ao companheiro que traga a proposta relativa ao item 13.<br />

Enquanto isso, vamos ao item 22. Caio, já tem a proposta? Aqui tudo tem que<br />

ser voando. (Pausa.)<br />

Vamos passar, então, para outro relatório. Em seguida, voltamos a esse.<br />

Tudo bem? Não vamos esquecer isso.<br />

Solicito que os <strong>de</strong>staques e as propostas <strong>de</strong> alteração dos próximos relatórios<br />

já sejam formulados e trazidos até nós. Se tivermos <strong>de</strong> parar para fazer a<br />

formulação, vamos <strong>de</strong>morar muito.<br />

Neste caso, vamos abrir um prece<strong>de</strong>nte. A Mary tem um <strong>de</strong>staque.<br />

A SRA. MARY CAETANA AUNE - O item 25 diz que a Secretaria <strong>de</strong> Direitos<br />

Humanos <strong>de</strong>ve mobilizar todas as entida<strong>de</strong>s e movimentos da socieda<strong>de</strong> civil. A<br />

Secretaria não tem o papel <strong>de</strong> mobilizar; ela tem o papel <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nar a política <strong>de</strong><br />

direitos humanos. Eu sugiro que seja suprimido.<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Alguém é contra essa proposta <strong>de</strong><br />

supressão? (Pausa.)<br />

Suprimido o item.<br />

Então, vamos passar para outro relatório.<br />

Grupo <strong>de</strong> trabalho 10: <strong>de</strong>fensores <strong>de</strong> direitos humanos. Algum <strong>de</strong>staque<br />

<strong>de</strong>sse grupo <strong>de</strong> trabalho? (Pausa.) Nenhuma polêmica mesmo? Que beleza!<br />

Então, aprovado na íntegra.<br />

Grupo <strong>de</strong> trabalho 11: educação em direitos humanos.<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Meu <strong>de</strong>staque é para o item 9.<br />

Ou o proponente faz o esclarecimento, ou se propõe a supressão. Não dá<br />

para concordar com isto, priorida<strong>de</strong> para a educação da classe média.<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Destaque <strong>de</strong> supressão feito.<br />

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Número: 0807/06 Data: 02/06/06<br />

Mais algum <strong>de</strong>staque?<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Proposta <strong>de</strong> alteração do item 6.<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Certo.<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Está escrito: Orientação do papel das Guardas<br />

Municipais como mediadoras <strong>de</strong> conflitos e promotoras <strong>de</strong> uma cultura <strong>de</strong> paz.<br />

Estou propondo a seguinte <strong>redação</strong>: Orientação do papel das Guardas Municipais<br />

para atuarem prioritariamente no campo da prevenção, na mediação <strong>de</strong> conflitos, na<br />

promoção da cultura da paz e dos direitos humanos.<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Está formulado o texto. É um acréscimo.<br />

Traga-nos a proposta, por favor.<br />

Outro <strong>de</strong>staque.<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Destaque para o item 4. É relativo às principais<br />

conclusões. Seria uma inclusão: O sistema <strong>de</strong> justiça e o <strong>de</strong> segurança <strong>de</strong>vem<br />

garantir o respeito e a promoção dos direitos humanos, priorizando ações <strong>de</strong><br />

formação e capacitação <strong>de</strong> modo a garantir a valorização profissional em todos os<br />

níveis, com salários dignos e condições <strong>de</strong> trabalho para melhor aten<strong>de</strong>r a<br />

comunida<strong>de</strong>.<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Alteração <strong>de</strong> texto. Já está formulado.<br />

Mais algum <strong>de</strong>staque?<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Com esse se tenta mais uma vez dar visibilida<strong>de</strong> à<br />

<strong>de</strong>ficiência. Que a educação seja inclusiva! No texto, on<strong>de</strong> se fala em religião, raça,<br />

que se inclua também a <strong>de</strong>ficiência; e que o direito humano à comunicação seja<br />

acessível para que se torne, realmente, um direito <strong>de</strong> todos.<br />

repetir.<br />

(Intervenção ininteligível.)<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - É, mas, se não <strong>de</strong>rmos essa visibilida<strong>de</strong>, o ciclo vai se<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Não vamos discutir agora. Está feito o<br />

<strong>de</strong>staque. Traga, por favor, a proposta <strong>de</strong> <strong>redação</strong>, para encaminharmos a votação.<br />

Não há mais <strong>de</strong>staque. Então, vamos passar para a votação. O primeiro<br />

<strong>de</strong>staque feito refere-se à supressão do item 9 — priorida<strong>de</strong> para a educação da<br />

classe média por meio da formação dos professores.<br />

Alguém é contra a supressão <strong>de</strong>sse item?<br />

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(Intervenção ininteligível.)<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Na verda<strong>de</strong>, o senhor vai propor a<br />

alteração do texto. Então, apresente a formulação.<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Neste caso, a discussão é <strong>de</strong> que os direitos humanos,<br />

muitas vezes, são vistos como assistência social. A maioria das pessoas enten<strong>de</strong><br />

que o ECA é só para crianças necessitadas. Eu entendo o ECA não como um<br />

instrumento <strong>de</strong> direitos humanos, <strong>de</strong> direito fundamental, mas como questão <strong>de</strong><br />

assistência social.<br />

Então, na verda<strong>de</strong>, educação para a classe média em direitos humanos.<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Então, por favor, traga-nos o texto da<br />

proposta, senhor.<br />

Gostaria <strong>de</strong> saber se quem fez a proposta <strong>de</strong> supressão vai mantê-la, diante<br />

<strong>de</strong>ssa nova formulação.<br />

(Intervenção ininteligível.)<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Então, tudo bem.<br />

Profa. Nazaré, mais um <strong>de</strong>staque?<br />

A Profa. Nazaré estava na relatoria do grupo. Por favor, faça o<br />

esclarecimento.<br />

A SRA. NAZARÉ - Foram apresentadas 2 questões. Primeiro, priorida<strong>de</strong>, no<br />

que se refere à formação dos professores, para a educação básica — educação<br />

infantil até o ensino fundamental. Segundo, importância <strong>de</strong> se trabalhar com as<br />

escolas particulares.<br />

Sabemos que é um problema seriíssimo. A educação em direitos humanos<br />

tem que atingir também todo o campo da educação, principalmente o ensino<br />

superior, porque hoje a maioria das universida<strong>de</strong>s são privadas. A questão dos<br />

direitos humanos tem que transversalizar o ensino público e o privado. Mas, quando<br />

esse tema foi abordado pelo grupo, o enfoque maior da formação <strong>de</strong> professores foi<br />

para a educação básica.<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Professora, por favor, redija a proposta.<br />

Estamos consi<strong>de</strong>rando isso como uma outra formulação. Mas é pertinente. Eu<br />

estava no grupo, sei que realmente foi essa a discussão.<br />

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Número: 0807/06 Data: 02/06/06<br />

Vamos voltar aos <strong>de</strong>staques anteriores. Grupo <strong>de</strong> trabalho 9. O Caio está<br />

trazendo a formulação relativa ao item 13.<br />

A proposta é a seguinte:<br />

Implementar alterações para a supressão, na<br />

legislação disciplinar das Policiais Militares, Bombeiros<br />

Militares e Forças Armadas, da pena privativa <strong>de</strong><br />

liberda<strong>de</strong> para as transgressões disciplinares,<br />

recomendando às Comissões <strong>de</strong> Direitos Humanos das<br />

Assembléias Legislativas dos Estados a discussão do<br />

tema com as representações <strong>de</strong> classe da categoria.<br />

Alguém é contra essa proposta? (Pausa.)<br />

Aprovada.<br />

Vamos fazer a inclusão.<br />

Mais alguma formulação, Caio?<br />

O SR. CAIO - Eu não tenho o número do item.<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - É o 22.<br />

O SR. CAIO - Seria excluído esse item. A proposta consi<strong>de</strong>ra 3 pontos:<br />

1) garantia, no anexo <strong>de</strong> metas e priorida<strong>de</strong>s da Lei <strong>de</strong> Diretrizes<br />

Orçamentárias <strong>de</strong> 2007, da priorização <strong>de</strong> políticas <strong>de</strong> direitos humanos;<br />

2) garantia, no Anexo I da LDO <strong>de</strong> 2007, do não-contingenciamento das<br />

políticas públicas <strong>de</strong> direitos humanos;<br />

3) ampliação dos mecanismos <strong>de</strong> participação da socieda<strong>de</strong> civil organizada<br />

na formulação das políticas <strong>de</strong> direitos humanos na LOA <strong>de</strong> 2007, que é<br />

on<strong>de</strong> vamos garantir o recurso da política.<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Alguém é contra essa formulação do GT<br />

9, relativa ao item 22? (Pausa.)<br />

Aprovada.<br />

Vamos voltar ao GT 10. Desculpem-me, voltamos ao GT 11. Quanto ao grupo<br />

<strong>de</strong> trabalho 10, houve aprovação na íntegra.<br />

Item 6. Sugere-se a inclusão do seguinte texto: Orientação do papel das<br />

Guardas Municipais para atuarem prioritariamente no campo da prevenção, na<br />

mediação <strong>de</strong> conflitos, na promoção da cultura da paz e dos direitos humanos.<br />

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Número: 0807/06 Data: 02/06/06<br />

Alguém é contra essa formulação? (Pausa.)<br />

Aprovada.<br />

Ainda o GT 11, item 4, proposta do companheiro lá <strong>de</strong> Sergipe. O texto<br />

original é este: O sistema <strong>de</strong> justiça e o <strong>de</strong> segurança <strong>de</strong>vem garantir o respeito e a<br />

promoção dos direitos humanos, priorizando ações <strong>de</strong> formação e capacitação, <strong>de</strong><br />

modo a garantir a valorização profissional em todos os níveis. Ele propõe o<br />

acréscimo da expressão com salários dignos e condições <strong>de</strong> trabalho para melhor<br />

aten<strong>de</strong>r a comunida<strong>de</strong>.<br />

Alguém é contra a proposta? (Pausa.)<br />

Aprovada.<br />

Algum <strong>de</strong>staque a ser apresentado pelo GT 12? Desculpem-me, ainda há um<br />

referente ao GT 11. Diz respeito à classe média. On<strong>de</strong> está o companheiro que fez a<br />

proposta? (Pausa.)<br />

Profa. Nazaré, apresente-a, então, por favor.<br />

A SRA. NAZARÉ - Foi solicitada esta inclusão: Priorida<strong>de</strong> para a educação<br />

em direitos humanos voltada para a formação <strong>de</strong> professores do ensino básico,<br />

educação especial e ensino superior do ensino público e privado.<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Alguém é contra essa formulação,<br />

substituindo-se aquele item sobre priorida<strong>de</strong> para a classe média? No lugar do item<br />

que fala sobre educação prioritária para a classe média, entra o que dá priorida<strong>de</strong><br />

para a educação em direitos humanos, voltada para a formação <strong>de</strong> professores do<br />

ensino básico, educação especial e ensino superior do ensino público e privado. No<br />

caso, instituições públicas e privadas — vamos fazer a <strong>redação</strong> aqui.<br />

A SRA. LAÍS - Eu só queria que, antes que se vote a proposta sobre<br />

educação especial, fosse votada a que se refere à educação inclusiva, nesse item<br />

específico. Não sei se preciso ler ou apenas entregar a <strong>redação</strong> final.<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Po<strong>de</strong> fazer a leitura.<br />

A SRA. LAÍS - É que está todo mundo correndo.<br />

O texto é este: Garantir a plena implantação da educação inclusiva em todas<br />

as modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ensino, tanto no âmbito público quanto no privado, assegurando<br />

a acessibilida<strong>de</strong> física e <strong>de</strong> comunicação e informação.<br />

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O SR. COORDENADOR (Rogério) - A proposta da Laís, do Grupo <strong>de</strong><br />

Trabalho 11, é a inclusão <strong>de</strong> um item, o quinto, que seria este: Garantir a plena<br />

implantação da educação inclusiva em todas as modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ensino, tanto no<br />

âmbito público quanto no privado, assegurando a acessibilida<strong>de</strong> física e <strong>de</strong><br />

comunicação e informação.<br />

Alguém é contra essa formulação? (Pausa.)<br />

Aprovada.<br />

Há algum <strong>de</strong>staque ao último relatório, do GT 12, sobre a exigibilida<strong>de</strong> dos<br />

direitos humanos, econômicos, sociais, culturais e ambientais? (Pausa.) Não.<br />

Aprovado na íntegra.<br />

Assim, nós concluímos mais uma etapa da plenária final. (Palmas.)<br />

Agora, nós vamos passar à leitura e, obviamente, ao registro dos <strong>de</strong>staques à<br />

carta final do encontro, para <strong>de</strong>pois votar as moções dos grupos <strong>de</strong> trabalho.<br />

Ivônio vai fazer a leitura bem pausadamente, item por item. Nós perguntamos<br />

se há algum <strong>de</strong>staque. Se alguém tiver, por favor, levante o braço.<br />

O SR. DEPUTADO LUIZ EDUARDO GREENHALGH - Eu queria pedir<br />

permissão, antes <strong>de</strong> o Ivônio cumprir a <strong>de</strong>terminação da Coor<strong>de</strong>nação da Mesa,<br />

para sugerir que fosse dado um tempo ao nosso companheiro Deputado Remo<br />

Carlotto, da Argentina, que nos honrou nestes 3 dias com a sua presença nos<br />

grupos <strong>de</strong> trabalho e nas plenárias. S.Exa. tem <strong>de</strong> se retirar para o aeroporto, pois<br />

retorna hoje à Argentina.<br />

<strong>de</strong>spedir.<br />

Então, queria pedir permissão para que S.Exa. se dirigisse à Mesa para se<br />

Queremos agra<strong>de</strong>cer a sua presença, reafirmando que os direitos humanos<br />

não têm fronteira e que esperamos que os povos se unam em torno da nossa<br />

ban<strong>de</strong>ira.<br />

O SR. REMO CARLOTTO - (Exposição em espanhol. Palmas.)<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Com a palavra o Sr. Ivônio, para fazer a<br />

leitura da carta. Os <strong>de</strong>staques, por favor, <strong>de</strong>vem ser apresentados ao final da leitura.<br />

Não a interrompam, se não isso vai virar uma zona.<br />

A SRA. MARY CAETANA AUNE - A Mesa pe<strong>de</strong> <strong>de</strong>sculpas pela expressão<br />

usada por Rogério. (Palmas.)<br />

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O SR. COORDENADOR (Rogério) - Reconheço que não me expressei bem.<br />

Mas isso é para <strong>de</strong>scontrair. (Risos.)<br />

Vamos à leitura. Se alguém não tiver, eu ainda tenho algumas cópias da carta<br />

para distribuir.<br />

O SR. IVÔNIO BARROS - Companheira e companheiros, lembro a vocês que<br />

o documento distribuído, no geral, é o mesmo que eu vou ler agora, mas já há<br />

alterações. Enquanto estava sentado aqui, várias pessoas fizeram correções no<br />

texto. Então, o texto que eu vou ler é diferente, em alguns pontos, do que vocês têm<br />

aí. Prestem atenção, anotem as sugestões e <strong>de</strong>pois digam se concordam ou<br />

discordam com o que foi alterado.<br />

Os <strong>de</strong>staques <strong>de</strong>vem ser apresentados ao final da leitura. Se houver<br />

<strong>de</strong>staques relativos a correções ortográficas e gramaticais, po<strong>de</strong>m ser<br />

encaminhados diretamente, sem discussão. Só discutiremos questões que tenham<br />

impacto no posicionamento coletivo.<br />

Passo a ler a carta:<br />

“Carta compromisso <strong>de</strong> Defensores e Defensoras <strong>de</strong> Direitos Humanos<br />

X Conferência Nacional <strong>de</strong> Direitos Humanos<br />

Brasília — 2006<br />

1. Reunidos na X Conferência Nacional <strong>de</strong> Direitos<br />

Humanos, nós <strong>de</strong>fensoras e <strong>de</strong>fensores <strong>de</strong> direitos<br />

humanos, que militamos e lutamos todos os dias em<br />

nossas entida<strong>de</strong>s, movimentos sociais e instituições<br />

públicas para que sejam respeitados, protegidos,<br />

promovidos e garantidos os direitos humanos <strong>de</strong> todos os<br />

povos, mulheres e homens, crianças, jovens, idosos,<br />

migrantes, trabalhadoras e trabalhadores rurais, urbanos<br />

e domésticos, pessoas com <strong>de</strong>ficiências; nós que lutamos<br />

sem parar para que todas as pessoas tenham liberda<strong>de</strong><br />

para professar sua fé religiosa sem restrição, para que<br />

tenham a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> orientação sexual sem qualquer<br />

constrangimento; nós que lutamos para que educação <strong>de</strong><br />

qualida<strong>de</strong>, saú<strong>de</strong> acessível e <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, trabalho e<br />

renda, dignida<strong>de</strong> e respeito sejam garantidos a todos,<br />

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homens e mulheres, sem qualquer discriminação e<br />

exceção; nós que exigimos a regularização imediata das<br />

terras quilombolas e o reconhecimento dos direitos<br />

indígenas; nós que queremos um país sem racismo,<br />

sexismo e violência nos unimos para manifestar a nossa<br />

mais veemente indignação com os assassinatos e o<br />

extermínio dos quais São Paulo foi vítima por causa da<br />

ação do crime organizado, que matou <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong><br />

policiais civis e militares, mortes estas seguidas <strong>de</strong><br />

execuções sumárias <strong>de</strong> jovens pobres e negros da<br />

periferia, típicas <strong>de</strong> grupos <strong>de</strong> extermínio formados no<br />

interior do aparelho <strong>de</strong> segurança. O massacre <strong>de</strong> São<br />

Paulo é, infelizmente, só a pontinha, hoje a mais<br />

aparente, <strong>de</strong> um problema que atinge a todos e todas e<br />

que vem se transformando em uma questão fundamental<br />

a ser resolvida, se quisermos construir um país<br />

verda<strong>de</strong>iramente <strong>de</strong>mocrático, justo e solidário.<br />

2. A exclusão social tem sido a marca histórica e<br />

permanente do <strong>de</strong>senvolvimento econômico, político e<br />

social do País. Na última década, a política neoliberal<br />

adotada no Brasil tem agravado a predominância <strong>de</strong><br />

políticas que não priorizam a justiça social, com impacto<br />

forte sobre os direitos humanos. Precisamos inverter as<br />

priorida<strong>de</strong>s: em vez <strong>de</strong> aumentar e garantir o lucro dos<br />

banqueiros e das transnacionais, precisamos <strong>de</strong> recursos<br />

dirigidos a políticas públicas <strong>de</strong> educação <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>,<br />

para garantir o acesso humano e digno à saú<strong>de</strong>,<br />

programas <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> trabalho e renda, efetivação <strong>de</strong><br />

uma verda<strong>de</strong>ira reforma agrária; implementar a<br />

<strong>de</strong>marcação das terras indígenas e quilombolas; e<br />

respeitar e garantir os direitos dos povos da floresta e <strong>de</strong><br />

ribeirinhos. A violência é um fenômeno complexo que não<br />

se restringe às péssimas condições <strong>de</strong> vida dos pobres e<br />

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miseráveis. Mas essa condição em si já é marca da<br />

violência. A mudança nesse quadro exige que se<br />

<strong>de</strong>stinem recursos e orçamentos prioritariamente às<br />

políticas sociais e para que se tenha também a segurança<br />

pública como parte essencial das políticas sociais e <strong>de</strong><br />

construção da cidadania. Precisamos <strong>de</strong> um outro mo<strong>de</strong>lo<br />

econômico, uma outra lógica <strong>de</strong> políticas públicas.<br />

Queremos uma política <strong>de</strong> segurança com participação e<br />

controle social, que respeite a vida e a dignida<strong>de</strong> das<br />

pessoas livres e dos internos em instituições prisionais.<br />

3. A efetiva implementação dos direitos humanos,<br />

econômicos, sociais, culturais e ambientais requer a<br />

imediata aprovação <strong>de</strong> uma lei <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> social<br />

que vincule a administração pública a metas <strong>de</strong><br />

implementação <strong>de</strong> políticas públicas nessas áreas.<br />

Aprovar essa nova lei é criar uma política <strong>de</strong> Estado que<br />

permita avançar <strong>de</strong> forma sustentável e permanente na<br />

redução das <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s sociais.<br />

4. O extermínio <strong>de</strong> jovens negros, seletivo, dirigido<br />

e planejado, <strong>de</strong>ve ter fim. Não é possível existir<br />

<strong>de</strong>mocracia e cidadania com a permanência <strong>de</strong>ssa<br />

situação, que é resultado do racismo que se manifesta<br />

também na segregação no acesso à educação, ao<br />

trabalho, e se exprime também nos salários menores para<br />

negros e negras. O Po<strong>de</strong>r Legislativo po<strong>de</strong> ter um papel<br />

importante nesse processo, se criar e <strong>de</strong>r condições <strong>de</strong><br />

trabalho a uma Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito sobre<br />

o extermínio <strong>de</strong> negros e indígenas. A socieda<strong>de</strong> civil<br />

também tem papel nessa luta. A crítica, a vigilância e a<br />

pressão são fundamentais. Por isso recomendamos a<br />

criação da Re<strong>de</strong> Nacional <strong>de</strong> Combate à Violência Letal<br />

Juvenil, reunindo organizações não-governamentais,<br />

movimentos sociais, fóruns e articulações <strong>de</strong> direitos<br />

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humanos, <strong>de</strong> negros e negras, afro-<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes, <strong>de</strong><br />

mulheres e indígenas, entre outros.<br />

5. O resgate da dívida histórica com os afro-<br />

<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes, originada com a escravidão e a superação<br />

do racismo e da <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> racial, <strong>de</strong>ve ser uma<br />

priorida<strong>de</strong> do Estado e da socieda<strong>de</strong>, que será reforçado<br />

com a aprovação do Estatuto da Igualda<strong>de</strong> e a criação do<br />

Fundo Nacional para a Igualda<strong>de</strong> Racial, com o objetivo<br />

<strong>de</strong> financiar políticas, programas e projetos visando a<br />

reparar a dívida histórica e a promover a igualda<strong>de</strong> racial.<br />

6. A violência doméstica e familiar contra as<br />

mulheres constitui uma grave forma <strong>de</strong> violação dos<br />

direitos humanos. Portanto, recomendamos a aprovação<br />

imediata do Projeto <strong>de</strong> Lei nº 37, <strong>de</strong> 2006, que representa<br />

a tentativa <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> mecanismos efetivos para coibir<br />

a violência contra as mulheres.<br />

7. O racismo também atinge os indígenas, que<br />

continuam a sofrer violência exacerbada e ainda são<br />

vítimas <strong>de</strong> massacres e vivem sob a ameaça <strong>de</strong> extinção<br />

<strong>de</strong> vários povos. Denunciamos a violência contra<br />

indígenas, a criminalização das li<strong>de</strong>ranças e dos<br />

movimentos indígenas e reivindicamos que seja criada<br />

rapidamente pela Presidência da República uma<br />

Secretaria <strong>de</strong> Políticas Indigenistas, nos mol<strong>de</strong>s das<br />

Secretarias <strong>de</strong> Direitos Humanos e <strong>de</strong> Igualda<strong>de</strong> Social e<br />

<strong>de</strong> Políticas para as Mulheres e que se construa <strong>de</strong> forma<br />

participativa e <strong>de</strong>mocrática uma política indigenista que<br />

tenha por primazia o respeito aos direitos humanos.<br />

8. Há 16 anos, o povo brasileiro conquistou um<br />

novo marco legal e político <strong>de</strong> priorização da infância e<br />

juventu<strong>de</strong>, como <strong>de</strong>termina a nossa Constituição. As<br />

crianças e adolescentes têm <strong>de</strong> ser nossa priorida<strong>de</strong><br />

absoluta. O Estatuto da Criança e do Adolescente<br />

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<strong>de</strong>termina e dá os critérios para o tratamento <strong>de</strong> jovens<br />

em conflito com a lei. O que exigimos é o respeito à lei e<br />

ao Estatuto da Criança e do Adolescente, com a extinção<br />

dos atuais internatos-prisões e sua substituição por<br />

instituições verda<strong>de</strong>iramente socioeducativas, e a<br />

priorização <strong>de</strong> projetos em meio aberto <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong><br />

assistida e <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> serviços à socieda<strong>de</strong>. É<br />

fundamental a criação <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> proteção da<br />

criança e do adolescente ameaçados <strong>de</strong> morte, bem<br />

como o País <strong>de</strong>ve cumprir as <strong>de</strong>cisões dos organismos<br />

internacionais relacionadas à vida e à integrida<strong>de</strong> física<br />

dos adolescentes internados.<br />

9. É critério <strong>de</strong> justiça e respeito aos direitos<br />

humanos o acesso pleno à saú<strong>de</strong>, especificamente em<br />

relação aos portadores <strong>de</strong> sofrimento mental. O Ministério<br />

da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve instituir mecanismos claros para a<br />

progressiva extinção dos manicômios e para o efetivo<br />

cumprimento da reforma psiquiátrica. É necessário<br />

ampliar o acesso, sem que implique a interdição judicial<br />

dos benefícios <strong>de</strong> prestação continuada.<br />

É imperativo garantir o acesso gratuito ao<br />

tratamento necessário, inclusive aos <strong>de</strong> alto custo, e é<br />

essencial que se garanta que as pessoas portadoras <strong>de</strong><br />

transtornos mentais que cometam <strong>de</strong>litos e são<br />

consi<strong>de</strong>radas inimputáveis sejam tratadas com as<br />

mesmas condições <strong>de</strong>finidas na reforma psiquiátrica, ou<br />

seja, nos hospitais gerais e serviços substitutivos.<br />

10. Os presídios não <strong>de</strong>vem ser lugar on<strong>de</strong> a<br />

socieda<strong>de</strong> se vinga <strong>de</strong> pessoas que cometeram algum<br />

<strong>de</strong>lito, dos mais brandos e ligados à condição <strong>de</strong><br />

necessida<strong>de</strong> aos mais graves, aos crimes contra a vida.<br />

Não se trata <strong>de</strong> vingança, trata-se <strong>de</strong> justiça. Devemos<br />

manter constante vigilância da socieda<strong>de</strong> civil para que as<br />

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garantias previstas na Lei <strong>de</strong> Execuções Penais e na<br />

Constituição Fe<strong>de</strong>ral sejam efetivadas em relação às<br />

especificida<strong>de</strong>s da mulher presa, como também aos<br />

presos e egressos. Manifestamos especial recomendação<br />

para a ampliação da aplicação <strong>de</strong> penas e medidas<br />

alternativas.<br />

11. Precisamos <strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> direitos<br />

humanos ao mesmo tempo clara, publicizada,<br />

abrangente, permanente e possível <strong>de</strong> ser monitorada,<br />

com metas e prazos para serem cumpridos e respeitados.<br />

É necessário promover a atualização do Programa<br />

Nacional <strong>de</strong> Direitos Humanos, com ampla participação<br />

da socieda<strong>de</strong>. O novo posicionamento do Estado e da<br />

socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve incorporar <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os instrumentos legais<br />

para a responsabilização dos Estados brasileiros nos<br />

casos em que a União for con<strong>de</strong>nada por violação aos<br />

direitos humanos em instâncias internacionais, até <strong>de</strong><br />

promover a ampliação <strong>de</strong> espaços <strong>de</strong> justiciabilida<strong>de</strong><br />

internacional dos Direitos Humanos Econômicos, Sociais,<br />

Culturais e Ambientais (DHESCAS), e reforçando ações<br />

que garantam a divulgação e a informação a todos os<br />

órgãos e instituições do Executivo, Legislativo Judiciário e<br />

Ministério Público, para o conhecimento e a apropriação<br />

das <strong>de</strong>cisões e acordos internacionais e das<br />

recomendações do Comitê <strong>de</strong> Direitos Humanos<br />

Econômicos, Sociais e Culturais da Organização das<br />

Nações Unidas.<br />

12. Reafirmamos” — este é um item novo —<br />

“nosso compromisso com a política <strong>de</strong> <strong>de</strong>sarmamento<br />

como instrumento efetivo <strong>de</strong> diminuição dos itens <strong>de</strong><br />

criminalida<strong>de</strong> e violência, que <strong>de</strong>ve ser reforçada com<br />

uma profunda alteração nas políticas mantidas com base<br />

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na letalida<strong>de</strong> e na violência da ação dos aparelhos <strong>de</strong><br />

segurança.<br />

13. A institucionalida<strong>de</strong> dos direitos humanos<br />

requer a criação e o fortalecimento <strong>de</strong> conselhos <strong>de</strong><br />

direitos humanos no âmbito fe<strong>de</strong>ral, estadual e municipal,<br />

bem como <strong>de</strong> ouvidorias, com funções <strong>de</strong>liberativas e<br />

vinculantes, instituições <strong>de</strong>mocráticas, com participação<br />

da socieda<strong>de</strong> civil, com composição no mínimo paritária<br />

com orçamento e estruturas a<strong>de</strong>quadas. Os conselhos<br />

<strong>de</strong>vem ter função e responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> monitoramento,<br />

avaliação e formulação <strong>de</strong> políticas públicas <strong>de</strong> direitos<br />

humanos. Devem ser espaços <strong>de</strong> controle social,<br />

participação e construção dos direitos humanos.<br />

14. Recomendamos a aprovação imediata do<br />

projeto <strong>de</strong> lei que cria o Conselho Nacional <strong>de</strong> Direitos<br />

Humanos. Destacando, porém, que o Conselho Nacional<br />

<strong>de</strong>ve ser composto com maioria <strong>de</strong> membros<br />

representantes da socieda<strong>de</strong> civil, com orçamento próprio<br />

e atuação autônoma.<br />

15. A educação é terreno próprio e fecundo para a<br />

promoção e irradiação da cultura dos direitos humanos.<br />

Por isso, é importante a promoção da educação em<br />

direitos humanos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a educação infantil até a<br />

universida<strong>de</strong>, abrangendo a educação formal e não-<br />

formal, consi<strong>de</strong>rando todos os recortes <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

religião, raça, etnia, gênero, orientação sexual, <strong>de</strong>ficiência<br />

e geração, com focos na formação <strong>de</strong> professores e<br />

professoras, com salários e condições <strong>de</strong> trabalho dignos,<br />

contemplando a transversalida<strong>de</strong> das temáticas e a<br />

especificida<strong>de</strong> do processo pedagógico.<br />

16. É preciso garantir o direito humano à<br />

comunicação, requisito fundamental <strong>de</strong> uma política <strong>de</strong><br />

garantia e promoção dos direitos humanos, como<br />

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prioritária para o Programa Nacional <strong>de</strong> Educação em<br />

Direitos Humanos.<br />

17. Construir um país <strong>de</strong>mocrático pressupõe o<br />

resgate <strong>de</strong> nossa história, especialmente o conhecimento,<br />

reconhecimento e reconstituição do período recente da<br />

ditadura militar. Memória e verda<strong>de</strong> são condições<br />

necessárias para a permanência da <strong>de</strong>mocracia. Justiça e<br />

verda<strong>de</strong> são condições necessárias para o resgate<br />

histórico do regime militar. A abertura dos arquivos da<br />

ditadura já tarda. E <strong>de</strong>ve ser complementada com o<br />

respeito ao direito daquelas pessoas que ainda não<br />

tiveram seus processos <strong>de</strong> anistia analisados e daquelas<br />

cuja anistia ainda não foi completamente implementada.<br />

18. Vivemos um momento importante e <strong>de</strong>licado<br />

hoje no Brasil. Os <strong>de</strong>fensores e as <strong>de</strong>fensoras <strong>de</strong> direitos<br />

humanos, somos vítimas do rancor e da ação política<br />

retrógrada, anti-humana e anti<strong>de</strong>mocrática do<br />

ressurgimento <strong>de</strong> forças ultraconservadores que se<br />

aproveitam do sentimento <strong>de</strong> insegurança da população<br />

para criminalizar as pessoas e os movimentos que<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m que a segurança pública seja um direito<br />

<strong>de</strong>mocrático e cidadão <strong>de</strong> todos e todas, que a segurança<br />

seja integrada e relacionada com políticas <strong>de</strong> respeito e<br />

garantia dos direitos humanos, como educação, saú<strong>de</strong>,<br />

acesso à terra e trabalho, liberda<strong>de</strong> e justiça. Deixar que<br />

vença o conservadorismo é fazer o Brasil retroce<strong>de</strong>r na<br />

construção da <strong>de</strong>mocracia, é fazer vencer o racismo, a<br />

homofobia, a injustiça, o fundamentalismo.<br />

A valorização e o reconhecimento do papel dos<br />

<strong>de</strong>fensores e das <strong>de</strong>fensoras <strong>de</strong> direitos humanos é<br />

condição essencial para o avanço da <strong>de</strong>mocracia e da<br />

cidadania no Brasil. Temos consciência <strong>de</strong> nossa<br />

responsabilida<strong>de</strong>. Vamos continuar nossa luta!<br />

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Reafirmamos, como Fernando Pessoa:<br />

Valeu a pena?<br />

Tudo vale a pena<br />

Se a alma não é pequena!<br />

Plenário da X Conferência Nacional <strong>de</strong> Direitos<br />

Humanos”. (Palmas.)<br />

A SRA. MARY CAETANA AUNE - A Mesa pergunta se há <strong>de</strong>staques para o<br />

texto da Carta. (Pausa.) Então, já que há <strong>de</strong>staques, vamos fazer parágrafo por<br />

parágrafo.<br />

Parágrafo primeiro: há algum <strong>de</strong>staque? (Pausa.) Por favor, no microfone.<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Quem tiver mais <strong>de</strong>staque, aproxime-se<br />

do microfone, por favor.<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Quando fala do massacre <strong>de</strong> São Paulo, infelizmente é<br />

só a pontinha. Será que não ficaria melhor a expressão “pequena amostra”? É o que<br />

sugiro.<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Alguém é contra essa formulação?<br />

(Pausa.) O.k. Aprovada.<br />

A SRA. MARY CAETANA AUNE - Mais <strong>de</strong>staques a este primeiro item?<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Mais algum? (Pausa.) Não. Item 2.<br />

A SRA. MARY CAETANA AUNE - Próximo item. Algum <strong>de</strong>staque? (Pausa.)<br />

Item 3: algum <strong>de</strong>staque? (Pausa.) O seu <strong>de</strong>staque é em qual item? No 1?<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - No 2.<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Quem tiver <strong>de</strong>staque a apresentar,<br />

aproxime-se do microfone logo, por favor.<br />

Destaque ao item 2, companheiro, por favor.<br />

O SR. ANTÔNIO CARLOS - Antônio Carlos, <strong>de</strong> Sergipe.<br />

O meu <strong>de</strong>staque é ao item 2, para incluir a expressão “segurança pública” na<br />

frase “a prepon<strong>de</strong>rância <strong>de</strong> políticas que não priorizam”. Devemos incluir “educação,<br />

segurança pública, saú<strong>de</strong>, gestão do trabalho”.<br />

A segurança pública também não é priorizada neste País.<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Não localizamos.<br />

O SR. ANTÔNIO CARLOS - Item 2: “A exclusão social tem sido a marca<br />

histórica e permanente do <strong>de</strong>senvolvimento econômico, político e social do país (...)”.<br />

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Número: 0807/06 Data: 02/06/06<br />

Em seguida: “tem agravado a prepon<strong>de</strong>rância <strong>de</strong> políticas que não priorizam”. Sugiro<br />

que incluam “educação e segurança pública”.<br />

(Intervenção fora do microfone. Inaudível.)<br />

O SR. ANTÔNIO CARLOS - Po<strong>de</strong> ser. Por que não?<br />

E, no final do texto, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> “internos em instituições prisionais”, sugiro que<br />

incluam o seguinte: “enten<strong>de</strong>ndo que os operadores <strong>de</strong> segurança pública <strong>de</strong>vem ter<br />

salário digno e melhores condições para cumprir a sua missão”.<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Está formulado o <strong>de</strong>staque.<br />

Então, o primeiro <strong>de</strong>staque era <strong>de</strong> inclusão da expressão “segurança pública”.<br />

Ivônio sugere que se inclua a expressão “comunicação”.<br />

Alguém é contrário ao <strong>de</strong>staque? (Pausa.)<br />

(Intervenções simultâneas ininteligíveis.)<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Há alguém contrário ou não? (Pausa.)<br />

Vamos em frente.<br />

No final do item, ele sugere a inclusão dos seguintes termos: “segurança<br />

pública, enten<strong>de</strong>ndo que os operadores <strong>de</strong> segurança pública <strong>de</strong>vem ter salário<br />

digno e melhores condições para cumprir a sua missão”.<br />

Alguém é contrário à inclusão <strong>de</strong>sse texto? (Pausa.) Não.<br />

Aprovado.<br />

Item 3. Há algum <strong>de</strong>staque? (Pausa.) Não.<br />

Item 4. Nenhum <strong>de</strong>staque.<br />

Item 5.<br />

Item 6.<br />

Por favor, quem tiver <strong>de</strong>staque a apresentar aos itens 7, 8 ou 9, aproxime-se<br />

do microfone, para agilizarmos os trabalhos.<br />

da Câmara.<br />

Há um <strong>de</strong>staque ao item 6.<br />

A SRA. MILENA - Boa tar<strong>de</strong>. É um <strong>de</strong>staque <strong>de</strong> <strong>redação</strong>. O projeto <strong>de</strong> lei é<br />

O SR. IVÔNIO BARROS - São ultra<strong>de</strong>talhes. É só trazer até a Mesa, que<br />

faremos a correção. Não precisa...<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Há outro <strong>de</strong>staque.<br />

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Número: 0807/06 Data: 02/06/06<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Apresento a proposta <strong>de</strong> substituição do texto “violência<br />

doméstica e familiar” por “violência <strong>de</strong> gênero e intrafamiliar”, porque o termo<br />

“violência <strong>de</strong> gênero” é muito mais abrangente. Acho que contemplaria mais.<br />

lei.<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Alguém é contrário à inclusão? Não.<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Há pessoas contrárias, porque esse termo foi tirado da<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Não. Estou me referindo ao <strong>de</strong>staque<br />

anterior, da Milena, que vamos corrigir.<br />

Em relação à troca do termo “violência doméstica e familiar” por “violência <strong>de</strong><br />

gênero e intrafamiliar”...<br />

(Intervenção fora do microfone. Ininteligível.)<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - É contra? Por favor, Milena.<br />

A SRA. MARY CAETANA AUNE - Enquanto Milena não chega, informo que<br />

encontramos na plenária uma pasta do Sr. Luiz Henrique Ferraz. Por favor, Sr. Luiz,<br />

venha apanhá-la.<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Milena, quero um esclarecimento: você é<br />

contrária à proposta?<br />

A SRA. MILENA - Sou.<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Então, teremos <strong>de</strong> conce<strong>de</strong>r 1 minuto<br />

para a <strong>de</strong>fesa.<br />

Milena dispõe <strong>de</strong> 1 minuto para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a manutenção do texto original.<br />

(Pausa.) Não, <strong>de</strong>sculpem-me. É o contrário: <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> quem é contrário à alteração do<br />

texto. On<strong>de</strong> está a companheira que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a alteração do texto? (Pausa.) Abre<br />

mão da <strong>de</strong>fesa?<br />

(Intervenções simultâneas ininteligíveis.)<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Vamos passar para o item 7.<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Vou dar um recado. Eu não estava aqui na hora, mas<br />

soube que houve uma <strong>de</strong>núncia, feita por um índio pataxó. E a idéia era incluir no<br />

item 7 o seguinte texto: “Denunciamos o processo <strong>de</strong> esterilização imposto às<br />

mulheres indígenas e reivindicamos da Divisão <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Mulher, do Ministério da<br />

Saú<strong>de</strong>, especial atenção, com políticas específicas para proteger e garantir o<br />

exercício dos direitos reprodutivos das mulheres indígenas”. (Palmas.)<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Tem <strong>de</strong> trazer por escrito. Aqui não há taquígrafos.<br />

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O SR. COORDENADOR (Rogério) - A <strong>redação</strong> foi aprovada. É isso o que a<br />

Mesa enten<strong>de</strong>.<br />

Então, vamos para o item 8. Algum <strong>de</strong>staque?<br />

Com a palavra a Sra. Raquel.<br />

A SRA. RAQUEL - Queria sugerir para o item 8 uma formulação mais<br />

coerente com o texto do Estatuto. Na frase: “O Estatuto da Criança e do Adolescente<br />

<strong>de</strong>termina e dá os critérios para o tratamento <strong>de</strong> jovens em conflito com a lei”. Eu<br />

proponho a substituição para “adolescentes em conflito com a lei”. E, quando se fala<br />

<strong>de</strong> “prestação <strong>de</strong> serviços à socieda<strong>de</strong>”, que se substitua por “prestação <strong>de</strong> serviços<br />

à comunida<strong>de</strong>”, conforme consta do Estatuto. Finalmente, em vez <strong>de</strong> “é fundamental<br />

a criação <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> proteção <strong>de</strong> crianças e adolescentes ameaçados <strong>de</strong><br />

morte”, proponho a inserção dos termos “crianças, adolescentes e jovens<br />

ameaçados <strong>de</strong> morte”.<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Alguém é contrário à formulação <strong>de</strong><br />

Raquel? (Pausa.)<br />

Aprovada.<br />

Raquel, traga para nós por escrito, por favor. Entregue a Ivônio. Foi aprovada.<br />

Voltando ao item 6, como ficou a formulação?<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - A proposta é <strong>de</strong> inclusão da seguinte frase: “A violência<br />

<strong>de</strong> gênero doméstica e intrafamiliar contra as mulheres constitui uma grave forma <strong>de</strong><br />

violação aos direitos humanos”. E daí em diante continua igual.<br />

Não.<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Alguém é contrário à proposta? (Pausa.)<br />

Aprovada.<br />

Item 9.<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Companheiros e companheiras, a nossa proposta é a <strong>de</strong><br />

inclusão <strong>de</strong> um parágrafo sobre a pessoa com <strong>de</strong>ficiência. Já estamos formulando<br />

esse parágrafo e daqui a alguns minutos apresentaremos a vocês.<br />

apresentado.<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Vamos colocá-lo em votação quando for<br />

Item 9: algum <strong>de</strong>staque? (Pausa.) Não. Aprovado.<br />

Item 10: algum <strong>de</strong>staque? (Pausa.) Não. Aprovado.<br />

Item 11. Caio, apresente o seu <strong>de</strong>staque.<br />

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O SR. CAIO - No final do item lemos o seguinte: “para o reconhecimento e<br />

apropriação das <strong>de</strong>cisões e acordos internacionais e das recomendações do comitê<br />

<strong>de</strong> direitos humanos econômicos e sociais”. Sugiro que fique assim: “das<br />

recomendações do sistema internacional <strong>de</strong> proteção dos direitos humanos”.<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Alguém é contrário a essa formulação?<br />

(Intervenção fora do microfone. Inaudível.)<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - É no final do item 11. Ele está propondo<br />

trocar a expressão “comitê <strong>de</strong> direitos humanos, econômicos e sociais” por...<br />

O SR. CAIO - Na penúltima linha. Sugiro o seguinte: “(...) e das<br />

recomendações do sistema internacional <strong>de</strong> proteção dos direitos humanos”.<br />

(Pausa.)<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Alguém é contrário a essa formulação?<br />

Aprovada a alteração.<br />

Item 12: algum <strong>de</strong>staque? (Pausa.) Aprovado.<br />

Item 13: algum <strong>de</strong>staque? (Pausa.) Aprovado.<br />

Item 14: algum <strong>de</strong>staque? (Pausa.) Aprovado.<br />

Item 15: algum <strong>de</strong>staque?<br />

Com a palavra a Sra. Luciana.<br />

A SRA. LUCIANA - A idéia aqui foi a <strong>de</strong> propor uma substituição <strong>de</strong> texto<br />

que dê maior abrangência ao direito à comunicação.<br />

A proposta é a seguinte:<br />

“É preciso garantir a <strong>de</strong>fesa e promoção do direito<br />

humano à comunicação, cuja importância está ligada à<br />

construção <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s e subjetivida<strong>de</strong>s, bem como à<br />

conformação das relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r. Sua realização<br />

passa pela garantia <strong>de</strong> meios e <strong>de</strong> condições para que os<br />

diversos segmentos da população possam ouvir, falar e<br />

ser ouvidos. Para isso, é preciso reconhecer o direito<br />

humano à comunicação, na construção da política<br />

nacional <strong>de</strong> direitos humanos”. (Palmas.)<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Alguém é contrário? Nas verda<strong>de</strong>, eu<br />

tenho uma proposta.<br />

(Manifestação no plenário.)<br />

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O SR. COORDENADOR (Rogério) - Calma! Eu peço respeito, por favor, à<br />

liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão.<br />

Para que não se perca o sentido <strong>de</strong>ssa proposta feita pelo grupo <strong>de</strong> trabalho<br />

<strong>de</strong> educação e direitos humanos, sugiro que o item tenha no final <strong>redação</strong> sobre a<br />

priorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criação do Programa Nacional <strong>de</strong> Educação e Direitos Humanos.<br />

Alguém é contrário?<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Há pessoas contrárias.<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Faço isso para que não se perca o<br />

contexto em que foi formulada a proposta, o que consi<strong>de</strong>ro importante.<br />

contrárias.<br />

A SRA. MARY CAETANA AUNE - Você está <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo isso? Há pessoas<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Com tudo o que a Luciana apresentou,<br />

<strong>de</strong>ixando isso para o final do item.<br />

A SRA. MARY CAETANA AUNE - Há pessoas contrárias. Peço que venham<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r sua opinião aqui.<br />

A SRA. LUCIANA - Muito embora se reconheça que a comunicação, como<br />

está formulada no grupo, seja absolutamente fundamental, são 2 termos que se<br />

coadunam <strong>de</strong> forma absolutamente harmônica, há que se reconhecer que a<br />

comunicação é muito maior enquanto direito humano fundamental, enquanto<br />

liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão, para o próprio processo <strong>de</strong>mocrático. Portanto, não é que<br />

haja contrarieda<strong>de</strong> em se vinculá-la à educação. Obviamente, ela <strong>de</strong>ve estar<br />

vinculada à educação, como a todos os <strong>de</strong>mais setores, porque faz parte da<br />

construção da <strong>de</strong>mocracia no Brasil. Seria reduzir a importância <strong>de</strong>sse direito<br />

fundamental. Não há contrarieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> fundo. (Muito bem. Apoiada. Palmas.)<br />

A SRA. MARY CAETANA AUNE - Aprovada a proposta.<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Item 15.<br />

Com a palavra o Deputado Luiz Eduardo Greenhalgh.<br />

O SR. DEPUTADO LUIZ EDUARDO GREENHALGH - Ainda sobre o tema<br />

Comunicação, além daquelas questões levantadas pela companheira e aprovadas<br />

pelo Plenário, eu queria sugerir um a<strong>de</strong>ndo, que não vi em nossa Carta<br />

Compromisso: diz respeito aos crimes praticados contra os direitos humanos via<br />

Internet. Essa é uma situação grave que vivemos em nosso País.<br />

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Eu acho que a Conferência Nacional <strong>de</strong> Direitos Humanos <strong>de</strong>veria<br />

estabelecer, nesse parágrafo sobre a comunicação, a seguinte <strong>redação</strong>: “Reforçar a<br />

adoção <strong>de</strong> medidas que visem coibir o uso da Internet para a prática <strong>de</strong> crimes<br />

contra os direitos humanos”. (Palmas.)<br />

isso.<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Ivan tem também uma proposta sobre<br />

O SR. IVAN - O Deputado vai compreen<strong>de</strong>r que a Internet é um meio <strong>de</strong><br />

comunicação muito usado para violar direitos humanos, mas não é o único. Então,<br />

propomos que seja adicionada a seguinte <strong>redação</strong>: “em todos os meios <strong>de</strong><br />

comunicação, inclusive a Internet”. Porque televisão, rádio e jornal violam direitos<br />

humanos todos os dias. (Palmas.)<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Contemplado?<br />

Temos mais uma proposta sobre esse item.<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Sobre comunicação, no item em que o companheiro<br />

acrescentou os outros meios <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong>fendo que fique explicitado que a<br />

TV digital no Brasil <strong>de</strong>ve ser implementada em plataforma livre e sem patente, para<br />

que todos a ela tenham acesso. O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> TV digital que está chegando...<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Companheira, existe uma moção<br />

específica sobre TV digital.<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Mas não falaram sobre isso ainda.<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Mas já está feita. É uma moção. Não<br />

está na Carta, mas...<br />

(Intervenção fora do microfone. Ininteligível.)<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Certo.<br />

Agora tenho um <strong>de</strong>staque para o item 16.<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Calma, ainda vamos chegar ao item 16.<br />

A senhora po<strong>de</strong> ficar aí.<br />

Po<strong>de</strong>remos acrescentar essa sua proposta à moção, caso ela não esteja<br />

contemplada.<br />

Para o item 15, a <strong>redação</strong> será formulada pelo Deputado Luiz Eduardo<br />

Greenhalgh e por Ivan.<br />

(Intervenção fora do microfone. Ininteligível.)<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Já está formulada.<br />

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(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Nesse item, nada tenho contra — o que abunda não<br />

prejudica — em incluir outros meios <strong>de</strong> comunicação. O problema é que, em relação<br />

aos outros meios <strong>de</strong> comunicação, já existe uma legislação que prevê e pune os<br />

crimes contra a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> imprensa...<br />

(Intervenção simultâneas ininteligíveis.)<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Vamos respeitar o companheiro que faz<br />

a sua intervenção. Abriremos <strong>de</strong>pois o <strong>de</strong>bate.<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - A gravida<strong>de</strong> da questão da Internet é que, por ser um<br />

veículo novo, os crimes cometidos não são contemplados pela legislação penal. Fica<br />

difícil, muitas vezes, constituir o próprio processo.<br />

Sendo assim, <strong>de</strong>vemos começar pela criação <strong>de</strong> leis próprias. Mas, enquanto<br />

elas não existem, os Po<strong>de</strong>res Executivo e Judiciário têm <strong>de</strong> se adaptar aos novos<br />

tempos.<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Eu proponho que seja explicitado assim:<br />

“Os crimes cometidos pela Internet e por outros meios <strong>de</strong> comunicação”.<br />

Contempla?<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Sim, tudo bem. Mas quero apenas esclarecer a questão<br />

da Internet, que tem maior gravida<strong>de</strong>.<br />

O Deputado Luiz Eduardo Greenhalgh propôs a inclusão da palavra “coibir”.<br />

Eu sugeriria a expressão “coibir e penalizar”.<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Vai ser acrescentada. Ficaria assim: “(...)<br />

da Internet e <strong>de</strong> outros meios <strong>de</strong> comunicação”.<br />

Item 16.<br />

Há <strong>de</strong>staque.<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Em relação ao item 16, concordamos com o primeiro<br />

parágrafo. Porém, quanto à expressão “memória e verda<strong>de</strong> são condições<br />

necessárias para a permanência da <strong>de</strong>mocracia; justiça e verda<strong>de</strong> são condições<br />

necessárias para o resgate histórico do regime militar”, discordamos. Eu acho que<br />

temos <strong>de</strong> fazer o resgate histórico da resistência contra a ditadura militar, com o<br />

julgamento e a punição dos torturadores, a exemplo do que está sendo feito nos<br />

<strong>de</strong>mais países da América Latina, inclusive Chile e Argentina.<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - A senhora já tem isso escrito?<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Claro. Eu passo a limpo e lhe dou.<br />

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O SR. COORDENADOR (Rogério) - Alguém é contrário a essa formulação?<br />

Ficou clara? (Pausa.)<br />

Aprovada, ela será incorporada ao texto.<br />

Há outros <strong>de</strong>staques ao item 16.<br />

A SRA. MARY CAETANA AUNE - Eu queria fazer um <strong>de</strong>staque em relação à<br />

inclusão <strong>de</strong> mais um parágrafo. Eu queria que ele entrasse antes da questão dos<br />

<strong>de</strong>fensores, que eu acho que fecha muito bem o documento.<br />

(Pausa.)<br />

formulado.<br />

O parágrafo seria lido assim:<br />

“Manifestamos o nosso apoio ao Comitê Brasileiro<br />

<strong>de</strong> Direitos Humanos e Política Externa, aumentando a<br />

participação da socieda<strong>de</strong> civil, do Legislativo e do<br />

Judiciário nos processos <strong>de</strong> elaboração, monitoramento e<br />

avaliação da política externa brasileira, que, juntamente<br />

com o Executivo, <strong>de</strong>verão assegurar que seja respeitado<br />

o princípio constitucional da prevalência dos direitos<br />

humanos”.<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Alguém é contrário a essa formulação?<br />

Aprovada. Mary a incorporará ao texto, junto com Ivônio.<br />

Pergunto ao companheiro <strong>de</strong>ficiente visual se o seu acréscimo já está<br />

(Intervenção fora do microfone. Inaudível.)<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Falta um item. Depois nós o<br />

apresentamos.<br />

A SRA. DEISE - Boa tar<strong>de</strong> a todos. Sou Deise, do Grupo Estruturação e Liga<br />

Brasileira <strong>de</strong> Lésbicas.<br />

Em consenso com alguns companheiros da plenária, gostaria que fossem<br />

incluídas duas propostas relacionadas à comunida<strong>de</strong> LGBT.<br />

Recomendamos a aprovação do PL nº 1.151, <strong>de</strong> 1995, que disciplina a união<br />

civil entre pessoas do mesmo sexo.<br />

Outra proposta é a <strong>de</strong> que o Programa Brasil sem Homofobia, atualmente<br />

com ações interministeriais, seja tornado plano nacional com fundo próprio, a fim <strong>de</strong><br />

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promover ações <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconstrução do preconceito contra orientação sexual e<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gênero.<br />

(Pausa.)<br />

então.<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Alguém é contrário a essas propostas?<br />

Aprovadas.<br />

Item 17: algum <strong>de</strong>staque? É o último item. (Pausa.)<br />

Aprovado, então.<br />

Falta apenas a formulação do companheiro <strong>de</strong>ficiente visual.<br />

(Intervenção fora do microfone. Inaudível.)<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - A companheira apresenta a proposta,<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - A idéia é a <strong>de</strong> inclusão <strong>de</strong> um parágrafo, que seria o<br />

oitavo, mais ou menos — pela lógica da Carta —, após o item sobre racismo:<br />

“As pessoas com <strong>de</strong>ficiência continuam fazendo<br />

parte do ciclo <strong>de</strong> invisibilida<strong>de</strong> que encobre o seu<br />

contingente populacional <strong>de</strong> 600 milhões <strong>de</strong> pessoas no<br />

mundo inteiro, sendo 24,5% só no Brasil, o que<br />

correspon<strong>de</strong>, em nossa realida<strong>de</strong>, a 14,5% da população.<br />

Essa situação não po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rada pelo discurso<br />

e pelas políticas <strong>de</strong> direitos humanos.<br />

No âmbito da ONU, já foi reconhecida a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> garantia <strong>de</strong> direitos específicos e <strong>de</strong><br />

visibilida<strong>de</strong> do segmento, tendo sido instaurado, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

2002, um comitê ad hoc para a elaboração da Convenção<br />

Internacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência,<br />

cujo texto estará sendo finalizado na 8ª sessão, <strong>de</strong> agosto<br />

<strong>de</strong> 2006.<br />

É preciso trabalhar a temática <strong>de</strong> direitos humanos<br />

<strong>de</strong> forma transversal e inclusiva, garantindo o acesso <strong>de</strong><br />

todos aos direitos civis e políticos, econômicos, sociais e<br />

culturais, além dos direitos peculiares <strong>de</strong> cada segmento.<br />

A eficácia das normas, no entanto, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da<br />

mudança <strong>de</strong> paradigmas culturais e, por isso, a gran<strong>de</strong><br />

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importância da inclusão das pessoas com <strong>de</strong>ficiência<br />

como público-alvo <strong>de</strong> direitos humanos.<br />

Ressaltamos a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que, nos relatórios<br />

<strong>de</strong> monitoramento <strong>de</strong> direitos humanos, seja consi<strong>de</strong>rado<br />

o recorte específico das pessoas com <strong>de</strong>ficiência,<br />

consi<strong>de</strong>rando também a dupla vulnerabilida<strong>de</strong>.”<br />

Não terminamos, mas é essa a idéia. (Palmas.)<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Alguém é contrário a esse acréscimo?<br />

(Intervenção fora do microfone. Inaudível.)<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Na verda<strong>de</strong>, há uma formulação<br />

exatamente contrária a essa.<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Não é exatamente uma formulação contrária. Sugiro<br />

eliminarmos a expressão “público-alvo” <strong>de</strong> todos os documentos da Conferência. É<br />

uma expressão beligerante e não aconselhável. Usemos a expressão “público<br />

beneficiário”.<br />

Obrigado. (Palmas.)<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Bem lembrado. Acho que está<br />

contemplado.<br />

Alguém é contrário à inclusão <strong>de</strong>sse parágrafo? (Pausa.)<br />

Aprovado esse item.<br />

Há mais uma companheira para falar. A senhora quer fazer uma proposta?<br />

(Pausa.) Então, apresente a proposta.<br />

A SRA. SEVERINA - Boa tar<strong>de</strong>. Meu nome é Severina. Eu sou do Conselho<br />

Regional <strong>de</strong> Psicologia, da Comissão <strong>de</strong> Direitos Humanos, e tenho assento também<br />

no Movimento Nacional <strong>de</strong> Direitos Humanos e no Conselho Municipal <strong>de</strong> Direitos<br />

Humanos <strong>de</strong> Recife. Eu trabalho com o segmento infanto-juvenil, com os casos <strong>de</strong><br />

abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes.<br />

Eu gostaria <strong>de</strong> propor a inclusão na Carta <strong>de</strong> um item que contemplasse essa<br />

violação <strong>de</strong> direitos.<br />

Eu fiz um texto.<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Precisaremos <strong>de</strong>ssa formulação.<br />

Apresente-a, por favor.<br />

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A SRA. SEVERINA - Quanto à violência sexual contra crianças e<br />

adolescentes, lembro também da pornografia via Internet, citada por Eduardo, uma<br />

das muitas formas <strong>de</strong> exploração sexual.<br />

(Pausa.)<br />

Eu apresento a seguinte <strong>redação</strong>:<br />

A violência sexual contra crianças e adolescentes<br />

constitui uma das mais cruéis formas <strong>de</strong> violação dos<br />

direitos. É preciso efetivar políticas públicas <strong>de</strong> prevenção<br />

e enfrentamento <strong>de</strong>ssa realida<strong>de</strong> no sentido <strong>de</strong> garantir os<br />

direitos <strong>de</strong>sse segmento infanto-juvenil.<br />

O SR. COORDENADOR (Rogério) - Alguém é contrário a essa formulação?<br />

Aprovada.<br />

A Carta <strong>de</strong> Brasília está aprovada. (Palmas.)<br />

A SRA. MARY CAETANA AUNE - Vamos dar prosseguimento à leitura das<br />

moções trazidas pelos grupos <strong>de</strong> trabalho.<br />

Antes <strong>de</strong> falar sobre as moções, eu gostaria <strong>de</strong> dizer que recebemos 2<br />

documentos que não são exatamente moções, mas <strong>de</strong>núncias. Uma se refere aos<br />

shoppings do Paraná que estão barrando a entrada <strong>de</strong> jovens do hip-hop por causa<br />

das suas roupas. Essa <strong>de</strong>núncia será incluída no relatório, feita durante a<br />

Conferência.<br />

A outra também é uma carta <strong>de</strong> <strong>de</strong>núncia contra a <strong>de</strong>cisão do Juiz da 1ª Vara<br />

Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Roraima, que mandou suspen<strong>de</strong>r ações promovidas pela FUNAI e outras<br />

que visem retirar produtores <strong>de</strong> arroz das áreas que ocupam.<br />

Também será anexada ao relatório da Conferência.<br />

Vamos passar agora às moções, que serão lidas <strong>de</strong> forma resumida. Cada<br />

moção lida será aprovada ou rejeitada. E vamos dar andamento bastante rápido a<br />

esse processo.<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Lerei as moções:<br />

“Moção <strong>de</strong> apoio para reafirmar a importância do<br />

po<strong>de</strong>r investigatório e criminal do Ministério Público<br />

brasileiro, como importante instrumento <strong>de</strong> garantia dos<br />

direitos humanos civis, políticos, econômicos, sociais,<br />

culturais e ambientais”.<br />

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Nome: Outros Eventos - Conferência<br />

Número: 0807/06 Data: 02/06/06<br />

Alguém é contrário a essa moção? (Pausa.)<br />

A SRA. MARY CAETANA AUNE - Aprovada a moção. (Palmas.)<br />

Leio outra moção:<br />

Aprovada a moção.<br />

“Moção <strong>de</strong> repúdio à violência praticada contra os<br />

povos indígenas.<br />

Repudiamos a violência e o <strong>de</strong>srespeito aos<br />

direitos indígenas, que, nos últimos anos, têm alcançado<br />

níveis assustadores, chegando a caracterizar situações<br />

<strong>de</strong> genocídio.<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Leio outra moção:<br />

Diante da realida<strong>de</strong> acima <strong>de</strong>scrita” — e tem todos<br />

os parágrafos que explicam essas violações — “o<br />

Plenário do grupo indica ao Plenário da Conferência<br />

Nacional dos Direitos Humanos a aprovação <strong>de</strong> moção <strong>de</strong><br />

repúdio, que seja encaminhada ao Ministério da Justiça, à<br />

Secretaria Especial dos Direitos Humanos, ao<br />

Departamento <strong>de</strong> Polícia Fe<strong>de</strong>ral, à Procuradoria-Geral da<br />

República, ao Ministério do Meio Ambiente, à FUNAI, ao<br />

Conselho Nacional <strong>de</strong> Justiça e à AGU”. (Palmas.)<br />

“Moção <strong>de</strong> apoio à implantação e difusão do<br />

método APAC como alternativa ao falido e fracassado<br />

sistema prisional tradicional.<br />

Em Minas, o Tribunal <strong>de</strong> Justiça abraçou essa<br />

causa e está difundindo e implantando um método em<br />

diversas Comarcas, tendo um exemplo promissor: a<br />

APAC <strong>de</strong> Itaúna”.<br />

Quem fez a moção po<strong>de</strong>ria esclarecer o assunto.<br />

(Intervenção fora do microfone. Inaudível.)<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Trata-se da Associação <strong>de</strong> Proteção e Assistência aos<br />

Con<strong>de</strong>nados — APAC. É o que estão dizendo.<br />

(Intervenção fora do microfone. Inaudível.)<br />

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Número: 0807/06 Data: 02/06/06<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Companheiro, venha esclarecer porque as pessoas<br />

querem saber mais sobre a moção, para aprová-la ou não.<br />

Quem formulou essa moção po<strong>de</strong> vir esclarecê-la? (Pausa.)<br />

A SRA. MARY CAETANA AUNE - Como a pessoa não está presente, vamos<br />

passar à próxima moção.<br />

(Intervenção fora do microfone. Inaudível.)<br />

A SRA. MARY CAETANA AUNE - O companheiro vai esclarecer, para<br />

vermos se aprovamos ou não.<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - A APAC é composta por organizações, com a<br />

participação da socieda<strong>de</strong> civil, que fazem um trabalho em conjunto com o Estado.<br />

Há alto índice <strong>de</strong> recuperação dos prisioneiros e baixíssima reincidência. E<br />

essas APAC custam muito pouco ao Estado. Existem muitos recursos da socieda<strong>de</strong><br />

civil, doações <strong>de</strong> empresários. Muitas pessoas contribuem para criar condições mais<br />

humanas no cumprimento da pena. Consi<strong>de</strong>ro isso benéfico para todo mundo.<br />

A APAC é a Associação <strong>de</strong> Proteção e Assistência ao Con<strong>de</strong>nado.<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Alguém é contrário à moção? (Pausa.)<br />

Aprovada.<br />

A SRA. MARY CAETANA AUNE - Passo a ler outra moção:<br />

Aprovada a moção? (Pausa.)<br />

Sim. (Palmas.)<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Leio outra moção:<br />

“Moção <strong>de</strong> apoio ao Núcleo <strong>de</strong> Combate ao Crime<br />

Organizado, pelas ações que vem <strong>de</strong>senvolvendo na<br />

solução <strong>de</strong> crimes até então consi<strong>de</strong>rados insolúveis”.<br />

“Moção <strong>de</strong> apoio para que seja adotada, com<br />

máxima urgência, pelo Governo Fe<strong>de</strong>ral, através do<br />

Ministério da Previdência Social, do Ministério do<br />

Desenvolvimento Social e Combate à Fome, da<br />

Secretaria Especial dos Direitos Humanos e do Banco<br />

Central, uma campanha publicitária para ser veiculada em<br />

rádio e televisão, criando mecanismos eficazes para<br />

difundir o Estatuto do Idoso e o Código <strong>de</strong> Defesa do<br />

Consumidor”.<br />

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Alguém é contrário a essa moção? (Pausa.)<br />

Aprovada.<br />

A SRA. MARY CAETANA AUNE - Lerei a moção seguinte:<br />

Aprovada? (Pausa.)<br />

“Moção para implantação do Programa <strong>de</strong><br />

Defensores <strong>de</strong> Direitos Humanos em todos os Estados.<br />

Por extrema necessida<strong>de</strong>, no Pará, o referido<br />

programa já foi implantado, com a participação <strong>de</strong> 17<br />

instituições governamentais e não-governamentais, sob a<br />

coor<strong>de</strong>nação da Defensoria Pública. Por ser um programa<br />

novo, ainda não temos resultados, mas já existe um<br />

gran<strong>de</strong> trabalho sendo realizado. E, na próxima<br />

conferência, <strong>de</strong>certo, esperamos apresentar resultados<br />

positivos pelo fato <strong>de</strong> que as pessoas envolvidas no<br />

programa têm gran<strong>de</strong> comprometimento com a causa”.<br />

(Intervenção fora do microfone. Inaudível.)<br />

A SRA. MARY CAETANA AUNE - Realmente, isso aqui saiu do grupo <strong>de</strong><br />

trabalho <strong>de</strong> <strong>de</strong>fensores. A <strong>redação</strong> não está em formato <strong>de</strong> moção, mas pe<strong>de</strong> a<br />

implantação do Programa <strong>de</strong> Defensores em todos os Estados.<br />

(Intervenção fora do microfone. Inaudível.)<br />

A SRA. MARY CAETANA AUNE - Rejeitado esse texto.<br />

(Manifestação do plenário.)<br />

A SRA. MARY CAETANA AUNE - Então, vai entrar como proposta do grupo<br />

<strong>de</strong> trabalho. (Palmas.)<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Outra moção:<br />

“Moção à Governadora do Distrito Fe<strong>de</strong>ral, à<br />

Câmara Legislativa do Distrito Fe<strong>de</strong>ral e ao Procurador-<br />

Geral <strong>de</strong> Justiça do Ministério Público do Distrito Fe<strong>de</strong>ral<br />

e Territórios, para que adotem medidas <strong>de</strong> a<strong>de</strong>quação do<br />

Conselho <strong>de</strong> Direitos da Criança e do Adolescente do<br />

Distrito Fe<strong>de</strong>ral e dos Conselhos Tutelares aos<br />

parâmetros da Constituição da República, da Lei Orgânica<br />

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do Distrito Fe<strong>de</strong>ral, do Estatuto da Criança e do<br />

Adolescente”. (Palmas.)<br />

A SRA. MARY CAETANA AUNE - Implantar e dar autonomia financeira e<br />

administrativa às Defensorias Públicas.<br />

(Intervenção fora do microfone. Inaudível.)<br />

A SRA. MARY CAETANA AUNE - Vou ler a próxima:<br />

“Moção <strong>de</strong> repúdio ao Governo <strong>de</strong> São Paulo pela<br />

criminalização dos <strong>de</strong>fensores <strong>de</strong> direitos humanos...”<br />

(Intervenção fora do microfone. Inaudível.)<br />

A SRA. MARY CAETANA AUNE - A anterior já foi aprovada como proposta<br />

do grupo <strong>de</strong> trabalho. Ela só não vai ser uma moção.<br />

Outra moção:<br />

“Moção <strong>de</strong> repúdio ao Governo do Estado <strong>de</strong> São<br />

Paulo, pela criminalização dos <strong>de</strong>fensores <strong>de</strong> direitos<br />

humanos, tendo como mártir a Sra. Maria Conceição<br />

Paganelli, representando as mães <strong>de</strong> adolescentes<br />

internos da FEBEM”. (Palmas.)<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Moção <strong>de</strong> recomendação:<br />

“Nós, da Liga Lésbica Brasileira — Núcleo<br />

Estruturação; Grupo LGBT <strong>de</strong> Brasília —, vimos, por meio<br />

<strong>de</strong>sta, pedir apoio à inclusão, na próxima conferência, das<br />

temáticas <strong>de</strong> orientação sexual e violência praticada<br />

contra LBGT, tráfico <strong>de</strong> pessoas, exploração sexual e<br />

comercial <strong>de</strong> crianças e adolescentes”. (Palmas.)<br />

A SRA. MARY CAETANA AUNE - Leio outra moção:<br />

“Consi<strong>de</strong>rando que a impunida<strong>de</strong> é uma das<br />

causas que encorajam a execução e criminalização dos<br />

direitos humanos, manifestamos a nossa indignação com<br />

a <strong>de</strong>mora no julgamento e no trânsito em julgado da<br />

Chacina <strong>de</strong> Eldorado do Carajás, que, em abril <strong>de</strong> 2006,<br />

completou 10 anos.<br />

Essa <strong>de</strong>mora na prestação jurisdicional aumenta a<br />

sensação <strong>de</strong> impunida<strong>de</strong> no Estado do Pará. E, como<br />

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conseqüência, vulnerabiliza o trabalho dos <strong>de</strong>fensores <strong>de</strong><br />

direitos humanos, como o caso Dorothy Stang e muitos<br />

outros”. (Palmas.)<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Leio o que segue:<br />

Aprovada.<br />

“Moção <strong>de</strong> repúdio ao Governo do Estado do<br />

Paraná, por manipulação <strong>de</strong> estatística do sistema<br />

prisional, escon<strong>de</strong>ndo as superlotações <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ias<br />

públicas e prisões ina<strong>de</strong>quadas, <strong>de</strong>sumanas e cruéis <strong>de</strong><br />

mulheres, crianças e adolescentes”. (Palmas.)<br />

A SRA. MARY CAETANA AUNE - Passo a ler outra moção:<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Leio o seguinte:<br />

“Moção <strong>de</strong> repúdio à censura pública à mídia<br />

brasileira, por tachar os <strong>de</strong>fensores <strong>de</strong> bandidos, como<br />

ocorrido recentemente em São Paulo”. (Palmas.)<br />

“Moção <strong>de</strong> apoio ao Comitê Goiano pelo Fim da Violência Policial, a todas as<br />

famílias vítimas <strong>de</strong>sta violência, às entida<strong>de</strong>s que compõem o comitê, bem como aos<br />

<strong>de</strong>fensores <strong>de</strong> direitos humanos que fazem parte do grupo”. (Palmas.)<br />

A SRA. MARY CAETANA AUNE - Leio o seguinte:<br />

“Moção <strong>de</strong> repúdio à criminalização das 37<br />

companheiras do MMC — Movimento das Mulheres<br />

Camponesas, feita pelas autorida<strong>de</strong>s do Rio Gran<strong>de</strong> do<br />

Sul, da área <strong>de</strong> segurança.<br />

Repudiamos ainda a <strong>de</strong>squalificação pública e a<br />

tentativa <strong>de</strong> colocar a opinião pública contra as mulheres<br />

e os movimentos sociais como um todo. Neste caso, as<br />

mulheres camponesas do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul.<br />

O sistema <strong>de</strong> justiça, que, em geral, é lento e<br />

ineficaz e não garante o legítimo acesso à Justiça, foi<br />

extremamente rápido, eficiente e ágil, <strong>de</strong> forma truculenta.<br />

Essa ação toda não com a intenção <strong>de</strong> fazer justiça, mas<br />

sim para criminalizar as organizações da socieda<strong>de</strong> civil<br />

que lutam e brigam por seus direitos.<br />

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Por isso tudo, manifestamos nosso apoio às<br />

companheiras criminalizadas no Rio Gran<strong>de</strong>, ao<br />

Movimento <strong>de</strong> Mulheres Camponesas e a todos os<br />

movimentos que sofrem situações iguais. (Palmas.)<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - “Moção <strong>de</strong> repúdio aos atos omissos e irresponsáveis do<br />

Governo Municipal <strong>de</strong> São Paulo no que se refere ao atendimento <strong>de</strong> pessoas com<br />

<strong>de</strong>ficiência ou doença, sobretudo na saú<strong>de</strong> mental, por falta <strong>de</strong> acesso a<br />

equipamentos <strong>de</strong> habilitação e reabilitação, principalmente para as pessoas com<br />

<strong>de</strong>ficiência, e <strong>de</strong> transporte a<strong>de</strong>quado para as pessoas com outros tipos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ficiência.<br />

Repudiamos a omissão e a irresponsabilida<strong>de</strong> do Governo Municipal <strong>de</strong> São<br />

Paulo — e sua Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> — no que se refere às pessoas com <strong>de</strong>ficiência<br />

ou doença, sobretudo aquelas relacionadas à saú<strong>de</strong> mental, que, além <strong>de</strong> não<br />

aten<strong>de</strong>r tais usuários como <strong>de</strong>terminam as leis, ainda lhes tira os direitos até então<br />

adquiridos.” (Palmas.)<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Reconhecimento dos direitos da Dra. Cristina Leonardo<br />

na questão do direito <strong>de</strong> resposta que não lhe foi concedido quando os jornais<br />

publicaram em março <strong>de</strong> 2006 a participação da citada acima em contratos com o<br />

Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

O processo citado já havia sido objeto <strong>de</strong> suspensão em acordo com a<br />

Procuradoria do Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro para término do projeto. Portanto, não há<br />

coor<strong>de</strong>nação.<br />

Requeremos o retorno da Dra. Cristina Leonardo à Comissão <strong>de</strong> Direitos<br />

Humanos do Senado, sob pena <strong>de</strong> configurar-se a maior falta <strong>de</strong> cumprimento do<br />

que se <strong>de</strong>stina a Comissão <strong>de</strong> Direitos Humanos Nacional, <strong>de</strong>scaracterizando sua<br />

função.<br />

Como iremos nós acreditar na fé em que converte a violação dos direitos <strong>de</strong><br />

seus próprios membros?<br />

Apenso a esse pedido <strong>de</strong> moção-reintegração cópia do processo sobre o<br />

tema para consulta e verificação das provas concretas e reais do fato.<br />

Isso foi apresentado durante a plenária <strong>de</strong> manhã. É um caso concreto do<br />

qual não tenho conhecimento.<br />

Acho que ninguém foi contra. Está aprovado.<br />

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(Não i<strong>de</strong>ntificado) - “Moção <strong>de</strong> apoio à comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Costa do Arara no<br />

sentido <strong>de</strong> conseguir audiência com o Prefeito <strong>de</strong> Manaus para solucionar o<br />

problema <strong>de</strong> 500 famílias que resi<strong>de</strong>m na área do parque e estão sendo proibidas <strong>de</strong><br />

pescar, <strong>de</strong> caçar, <strong>de</strong> plantar, enfim, <strong>de</strong> prover o sustento <strong>de</strong> seus familiares.”<br />

(Palmas.)<br />

A Humanitas — Minas Gerais pe<strong>de</strong> uma moção pelo fim da violência por<br />

todos os envolvidos no conflito agrário brasileiro, pelo uso da não-violência como<br />

método <strong>de</strong> reivindicação, pelo fim da criminalização seletiva dos movimentos sociais<br />

e pelo compromisso <strong>de</strong> todos com o Estado Democrático <strong>de</strong> Direito.” (Palmas.)<br />

Recomendação ao Tribunal Superior Eleitoral no sentido <strong>de</strong> que provi<strong>de</strong>ncie<br />

regulamentação em âmbito nacional para as eleições <strong>de</strong> Conselheiros Tutelares,<br />

assegurando a participação da Justiça Eleitoral no processo <strong>de</strong> escolha, para que<br />

sejam observados também pela Justiça Eleitoral os princípios da priorida<strong>de</strong> absoluta<br />

e proteção integral <strong>de</strong> crianças e adolescentes. (Palmas.)<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - O senhor é contrário a<br />

essa proposta?<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Boa tar<strong>de</strong>.<br />

É só uma questão <strong>de</strong> improprieda<strong>de</strong>. O Estatuto da Criança e do Adolescente<br />

dispõe que o processo <strong>de</strong> escolha <strong>de</strong> Conselho Tutelar é regido por lei municipal,<br />

presidido pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança, que tem composição<br />

paritária, e fiscalizado pelo MP. Não tem nada a ver com Justiça Eleitoral. Parece-<br />

me, com todo o respeito, equivocado nesse aspecto. (Palmas.)<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Peço permissão à Mesa para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a moção.<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Po<strong>de</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r.<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Essa moção parte <strong>de</strong> uma reflexão mais profunda. Não<br />

po<strong>de</strong>mos aplicar <strong>de</strong> forma simplista o Estatuto da Criança e do Adolescente. Quando<br />

o Estatuto da Criança...<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - Um instante. A Mesa<br />

pe<strong>de</strong> aos companheiros silêncio, para que possamos ouvir a <strong>de</strong>fesa da moção.<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Quando o Estatuto da Criança e do Adolescente coloca o<br />

Conselho Tutelar como uma <strong>de</strong>rivação da Constituição da República, aqueles<br />

princípios da representação, da participação popular – art. 227, priorida<strong>de</strong> absoluta;<br />

no § 7º do art. 227 há uma remissão à aplicação do art. 204, que fala da questão da<br />

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Número: 0807/06 Data: 02/06/06<br />

participação <strong>de</strong> centralização político-administrativa e participação da população por<br />

meio <strong>de</strong> organizações representativas. Os i<strong>de</strong>alizadores do Estatuto fizeram essa<br />

obra magnífica e colocaram, originalmente, os conselheiros tutelares eleitos pela<br />

comunida<strong>de</strong>, com a participação do juiz eleitoral. Em 1991, o Tribunal Regional<br />

Eleitoral do Estado <strong>de</strong> São Paulo disse, equivocadamente, que esse dispositivo do<br />

Estatuto era inconstitucional. Não viram os nobres juízes do Tribunal Regional<br />

Eleitoral <strong>de</strong> São Paulo que ali, naquele dispositivo, estava o direito <strong>de</strong> voto do<br />

cidadão. Para assegurar o direito <strong>de</strong> voto, temos toda uma história — construída<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o Império, e, <strong>de</strong>pois, durante a República —, que coloca a Justiça Eleitoral<br />

como garantidora do direito <strong>de</strong> voto do cidadão. Quando se fala em escolha pela<br />

comunida<strong>de</strong>, o único meio <strong>de</strong> escolha é através do voto. Não existe outro meio: voto<br />

direto, secreto, garantido pela Justiça Eleitoral. Não é concebível que em nosso<br />

País, que gasta recursos para manter a Justiça Eleitoral, esse cargo <strong>de</strong> Conselheiro<br />

Tutelar não seja importante.<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - Solicito a todos que<br />

garantam ao companheiro o direito da <strong>de</strong>fesa da moção.<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - É por isso que hoje, dos mais <strong>de</strong> 5.660 Municípios<br />

brasileiros, apenas em pouco mais <strong>de</strong> 3.000 Municípios existem conselhos tutelares.<br />

Falta visibilida<strong>de</strong> a este órgão, que será dada pela regulamentação baixada pelo<br />

Tribunal Superior Eleitoral.<br />

Muito obrigado. (Palmas.)<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - Pergunto ao companheiro<br />

que foi contra a moção se mantém sua opinião.<br />

(Intervenções simultâneas ininteligíveis.)<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - Mantida a moção.<br />

Em votação.<br />

(Intervenções simultâneas ininteligíveis.)<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Ninguém está tirando...<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - Companheiro, já houve<br />

uma <strong>de</strong>fesa a favor e outra contra. Agora, vamos votar.<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Há a terceira proposta.<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - Moção não é proposta.<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Mas tem que haver uma discussão.<br />

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Número: 0807/06 Data: 02/06/06<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - Moção é moção: ou é<br />

aprovada ou é rejeitada, não há uma terceira.<br />

Em votação.<br />

Aqueles que votam pela aprovação...<br />

(Intervenção inaudível.)<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - Tudo bem, abriremos<br />

uma <strong>de</strong>fesa e uma contra<strong>de</strong>fesa, na verda<strong>de</strong>, não é <strong>de</strong>fesa. Portanto, companheiro,<br />

é para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a moção e não fazer nova proposta.<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Veja só, na verda<strong>de</strong>, temos que manter o TRE, porque<br />

somente ele tem o cadastro. A eleição para Conselho Tutelar tem que ser para toda<br />

a cida<strong>de</strong>. Então, só o TRE mantém o cadastro dos eleitores da cida<strong>de</strong> e do País.<br />

Nenhum outro órgão <strong>de</strong>tém esses dados. (Palmas.)<br />

contra<strong>de</strong>fesa?<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - Quem fará a<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Peço <strong>de</strong>sculpas aos companheiros por ter que voltar,<br />

mas o que tenho a dizer é basicamente o seguinte: o Conselho Tutelar é um órgão<br />

exclusivamente municipal. Foi pensado <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> garantia <strong>de</strong> direitos.<br />

O colega que me antece<strong>de</strong>u fez observação a respeito das diretrizes <strong>de</strong>sse<br />

sistema <strong>de</strong> centralização político-administrativo e participação popular. Isso é<br />

representado, em âmbito dos conselhos tutelares, que são procuraturas sociais,<br />

órgãos vocacionados à i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> situações <strong>de</strong> risco e à aplicação <strong>de</strong> medidas<br />

protetivas, com a perspectiva <strong>de</strong> que a comunida<strong>de</strong> daquele Município tenha total<br />

<strong>de</strong>terminação sobre seu formato, sobre a questão do processo <strong>de</strong> escolha. Tanto<br />

isso é verda<strong>de</strong>, o viés <strong>de</strong>mocratizante veio na perspectiva <strong>de</strong> que é o Conselho<br />

Municipal dos Direitos da Criança, o órgão também constitucionalmente <strong>de</strong>terminado<br />

para ser a instância <strong>de</strong> controle e <strong>de</strong>liberação das políticas <strong>de</strong> atendimento,<br />

disciplinará, por resolução, <strong>de</strong> acordo com a lei municipal, a forma <strong>de</strong> escolha, <strong>de</strong><br />

participação. Isso tem se aprimorado.<br />

Chamo atenção, também, que <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sse sistema <strong>de</strong> garantias <strong>de</strong> direitos<br />

já existe uma resolução do CONANDA disciplinando o processo <strong>de</strong> escolha <strong>de</strong><br />

conselhos tutelares. Portanto, o órgão nacional encarregado das regras gerais sobre<br />

isso já dispõe e reforça os exatos termos do Estatuto da Criança e do Adolescente.<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - Conclua, companheira.<br />

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(Não i<strong>de</strong>ntificado) - A eleição é <strong>de</strong>finida na forma da lei municipal, com<br />

resolução da presidência do conselho municipal, não há interferência da justiça<br />

eleitoral. Entendo a perspectiva, mas ela contrariará duplamente. O próprio Estatuto<br />

dispõe <strong>de</strong>ssa forma, sem justiça eleitoral. Portanto, contrariaremos, se aprovarmos,<br />

a resolução do CONANDA, que é o Conselho que <strong>de</strong>termina as regras gerais nessa<br />

área.<br />

(Pausa.)<br />

(Pausa.)<br />

Muito obrigada.<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - Em votação.<br />

Aqueles que votam pela aprovação <strong>de</strong>ssa moção, levantem as mãos.<br />

Aqueles que votam contrariamente a essa moção, levantem as mãos.<br />

Rejeitada a moção. (Palmas.)<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Questão <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m, Sra. Coor<strong>de</strong>nadora.<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - Antes <strong>de</strong> voltarmos às<br />

discussões, há uma questão <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m com relação àquela moção que foi lida sobre<br />

os direitos da Dra. Cristina Leonardo.<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Tenho até que pedir <strong>de</strong>sculpas pela minha ignorância,<br />

mas não conhecemos esse caso da Dra. Cristina Leonardo. Passou-me pela<br />

cabeça, no momento em que li, se não era a advogada do Marcos Camacho, Maria<br />

Cristina <strong>de</strong> Souza Leonardo, salvo engano. Preocupa-me, seja a Maria Cristina ou<br />

outra pessoa, a Conferência Nacional dos Direitos Humanos aprovar uma resolução<br />

<strong>de</strong> acordo com um caso concreto que não conhecemos. Para fazermos isso, seria<br />

interessante, importante que nos explicassem qual é o caso, para aprovarmos ou<br />

não. (Palmas.)<br />

moção?<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - A proposta é retirar essa<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Retirar essa moção.<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - Se o plenário concorda...<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - A não ser que o caso seja muito bem explicado. É difícil<br />

conhecermos um caso na sua inteireza só numa explicação, parcial, <strong>de</strong> uma pessoa.<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - Se o Plenário concorda,<br />

retiraremos a moção. (Palmas.)<br />

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Número: 0807/06 Data: 02/06/06<br />

“Moção <strong>de</strong> repúdio à exploração sexual <strong>de</strong> crianças e adolescentes, no<br />

Estado do Ceará, que sofrem com o turismo sexual, o <strong>de</strong>scaso e a omissão das<br />

autorida<strong>de</strong>s, em <strong>de</strong>srespeito à Constituição Fe<strong>de</strong>ral e ao Estatuto da Criança e do<br />

Adolescente. Que tal situação é oriunda <strong>de</strong> falta <strong>de</strong> uma política pública<br />

comprometida e eficaz na preservação dos direitos dos menores.”<br />

(Intervenções simultâneas ininteligíveis.)<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - Não fui eu quem a<br />

redigiu, só estou lendo.<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - É só uma questão <strong>de</strong> terminologia.<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - Tudo bem,<br />

consertaremos.<br />

Aprovada. (Palmas.)<br />

A Humanitas, Minas Gerais, pe<strong>de</strong> uma moção para divulgação do i<strong>de</strong>al da<br />

segurança humana nas instituições <strong>de</strong> segurança do País e dos Estados, criando<br />

uma segurança que tenha emancipação humana dos indivíduos como meta<br />

prioritária.<br />

Em votação.<br />

O Plenário aprova a moção ou a retira? (Pausa.)<br />

(Intervenções simultâneas ininteligíveis.)<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - Justamente. A Humanitas<br />

— Minas Gerais pe<strong>de</strong> uma moção para divulgação do i<strong>de</strong>al da segurança humana<br />

nas instituições <strong>de</strong> segurança do País e dos Estados, criando uma segurança que<br />

tenha emancipação humana dos indivíduos como meta prioritária.<br />

Pergunto ao Plenário se está esclarecido sobre isso.<br />

Há alguém para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r essa proposta?<br />

(Intervenção inaudível.)<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - Então, retiraremos essa<br />

proposta por falta <strong>de</strong> conhecimento da plenária. Posso retirar essa proposta?<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Espere um instante. Alguém quer manter essa moção? O<br />

companheiro, aqui do lado, quer manter a moção.<br />

(Intervenção inaudível.)<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Está certo. Então, V.Sa. está aceitando a consi<strong>de</strong>ração...<br />

(Intervenção inaudível.)<br />

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇÃO FINAL<br />

Nome: Outros Eventos - Conferência<br />

Número: 0807/06 Data: 02/06/06<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - Tudo bem. Então,<br />

pergunto mais uma vez: a plenária é a favor da manutenção <strong>de</strong>ssa moção?<br />

Obrigada.<br />

“Moção <strong>de</strong> repúdio às graves violações <strong>de</strong> direitos humanos sofridas pelas<br />

mulheres no Estado do Ceará. O IBRADEC — Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Defesa da<br />

Cidadania — vem repudiar, veementemente, os crimes <strong>de</strong> morte, exploração sexual<br />

e violência em geral acometidos contra as mulheres, no Estado do Ceará, on<strong>de</strong><br />

ocorreram uma média <strong>de</strong> 11 mortes <strong>de</strong> mulheres, por mês, no período <strong>de</strong> janeiro a<br />

maio <strong>de</strong> 2006, em especial na região do Cariri, na qual a violência contra a mulher é<br />

gritantemente maior; que tal discriminação dos direitos da mulher, no Estado do<br />

Ceará, expõe as vísceras da política <strong>de</strong> segurança pública do Estado, <strong>de</strong>monstrando<br />

a total falência do mo<strong>de</strong>lo praticado.”<br />

Em votação.<br />

Aprovado. (Palmas.)<br />

“Moção <strong>de</strong> repúdio à Secretaria <strong>de</strong> Segurança Pública do Estado <strong>de</strong> São<br />

Paulo pelos atos praticados pelo crime organizado do PCC. Em sintonia com o<br />

pensamento do editorial do jornal O Povo, escrito por Val<strong>de</strong>mar Menezes, em 28 <strong>de</strong><br />

maio <strong>de</strong> 2006:<br />

“Não se po<strong>de</strong> tolerar execuções sumárias, pois na<br />

hora que se resolve fazer justiça com as próprias mãos,<br />

passando por cima da lei, quem termina pagando são os<br />

cidadãos inocentes. (...) O po<strong>de</strong>r embriaga e tira o senso<br />

<strong>de</strong> medida. O po<strong>de</strong>r arbitrário resulta em tirania e terror.<br />

Cidadãos sem registro criminal, ao que tudo indica, foram<br />

executados ‘por simples suspeição ou vindita<br />

indiscriminada’, com tiros na nuca e no coração, ou<br />

fuzilados quando conversavam na porta <strong>de</strong> casa. É<br />

preciso barrar esse <strong>de</strong>scalabro, enquanto é possível.”<br />

Esse é o teor do editorial que substancia a moção.<br />

Em sintonia com o pensamento do editorial acima e preocupado com a<br />

violação dos direitos humanos no episódio ocorrido no Estado <strong>de</strong> São Paulo, entre<br />

os dias 13 e 18 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2006, venho apresentar repúdio às mortes <strong>de</strong> inocentes<br />

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇÃO FINAL<br />

Nome: Outros Eventos - Conferência<br />

Número: 0807/06 Data: 02/06/06<br />

e cobrar das autorida<strong>de</strong>s instituídas o <strong>de</strong>vido respeito à Declaração Universal dos<br />

Direitos Humanos e à Constituição Fe<strong>de</strong>ral do Brasil.<br />

Outrossim, repudiamos veementemente os atos praticados pelo crime<br />

organizado do PCC, que <strong>de</strong>flagrou uma onda <strong>de</strong> violência sem prece<strong>de</strong>ntes na<br />

história brasileira, <strong>de</strong>ixando aterrorizada a população <strong>de</strong> todo o País que, aliada à<br />

ação <strong>de</strong>sastrosa da polícia do Estado <strong>de</strong> São Paulo, culminou na morte <strong>de</strong> mais <strong>de</strong><br />

172 pessoas, entre agentes públicos, civis — inocentes e ou suspeitos <strong>de</strong><br />

envolvimento com a facção criminosa do PCC.<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Po<strong>de</strong>mos modificar a moção?<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Companheira, não po<strong>de</strong>mos modificar a moção: ou a<br />

aprovamos ou não a aprovamos, porque não fomos nós que a redigimos. O autor,<br />

sim, po<strong>de</strong>ria fazê-lo.<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - No caso, a <strong>redação</strong> é a seguinte: (...) Agentes públicos,<br />

civis (inocentes e ou suspeitos <strong>de</strong> envolvimento). Não está necessariamente<br />

dizendo... (Palmas.)<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - Ainda há 2 moções a<br />

serem lidas. A primeira: “Moção <strong>de</strong> repúdio ao Governo do Estado do Ceará e ao<br />

Po<strong>de</strong>r Judiciário do Estado do Ceará pela não implantação do Conselho Estadual <strong>de</strong><br />

Segurança Pública. A Lei nº 12.120, <strong>de</strong> 1993, sancionada pelo então Governador<br />

Ciro Gomes, instituiu o Conselho Estadual <strong>de</strong> Segurança Pública, atribuindo funções<br />

consultivas e <strong>de</strong> fiscalização a respeito da política <strong>de</strong> segurança pública do Estado<br />

do Ceará, colocando como conselheiros as seguintes entida<strong>de</strong>s: Polícia Militar do<br />

Ceará; Polícia Civil; Corpo <strong>de</strong> Bombeiros; Secretaria <strong>de</strong> Segurança Pública; Centro<br />

<strong>de</strong> Defesa dos Direitos Humanos da Arquidiocese <strong>de</strong> Fortaleza; Comissão <strong>de</strong><br />

Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Ceará; Comissão <strong>de</strong> Direitos<br />

Humanos da Câmara Municipal <strong>de</strong> Fortaleza; Conselho Estadual da Criança e do<br />

Adolescente e Associação dos Municípios do Estado do Ceará. Porém, a inércia<br />

estabelecida junto ao Governo do Estado faz com que o Conselho Estadual <strong>de</strong><br />

Segurança Pública não funcione, inexistindo convocação <strong>de</strong> seus representantes e,<br />

conseqüentemente, o seu não-funcionamento, em <strong>de</strong>srespeito à lei vigente<br />

estabelecida. A socieda<strong>de</strong> civil organizada pleiteou, administrativamente, a<br />

instalação imediata do Conselho, através <strong>de</strong> petição, assinada por mais <strong>de</strong> 30<br />

entida<strong>de</strong>s diversas, <strong>de</strong>monstrando total falta <strong>de</strong> compromisso do Governo com o<br />

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇÃO FINAL<br />

Nome: Outros Eventos - Conferência<br />

Número: 0807/06 Data: 02/06/06<br />

pleito da socieda<strong>de</strong> e seus problemas mais urgentes. Este nem ao menos<br />

respon<strong>de</strong>u a tal pedido, <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rando as entida<strong>de</strong>s representativas.<br />

Em respeito à nossa Carta Magna e à Constituição Estadual do Ceará, o<br />

IBRADEC informa aos presentes a esta conferência que ingressou, em julho <strong>de</strong><br />

2005, com medida cautelar e ação civil pública, com pedido <strong>de</strong> urgência<br />

urgentíssima, para instalação imediata do Conselho Estadual <strong>de</strong> Segurança Pública,<br />

que ainda <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> julgamento do Po<strong>de</strong>r Judiciário Estadual e do STF, e vem<br />

expor, neste cenário <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates que trata <strong>de</strong> direitos humanos, o repúdio ao<br />

<strong>de</strong>scaso do Governo do Ceará e à omissão do Po<strong>de</strong>r Judicial local com relação à<br />

não implementação do necessário Conselho, que po<strong>de</strong>rá minimizar o problema<br />

crônico da segurança pública do Ceará.<br />

Em votação.<br />

Há alguém contra? (Pausa.)<br />

Aprovada. (Palmas.)<br />

A próxima moção é repetição da que já vimos anteriormente, sobre aquele<br />

editorial do Val<strong>de</strong>mar Menezes.<br />

(Intervenção inaudível.)<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Não é a mesma? Então, farei a leitura. Como o editorial<br />

já foi lido, tendo em mente a crítica que foi feita com relação à ação no Estado <strong>de</strong><br />

São Paulo...<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - Companheira, vamos<br />

terminar essa última moção?<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Agora, é a última: “Moção <strong>de</strong> repúdio à Secretaria <strong>de</strong><br />

Segurança Pública do Estado do Ceará e Defesa Social. O IBRADEC, em sintonia<br />

com o pensamento do editorial acima e preocupado com as graves violações <strong>de</strong><br />

direitos humanos praticados por um suposto grupo <strong>de</strong> extermínio envolvendo<br />

policiais militares, a serviços da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> farmácias Pague Menos, pertencente ao<br />

grupo empresarial Pague Menos, que vitimou, segundo investigações da Polícia<br />

Fe<strong>de</strong>ral e o Ministério Público, cerca <strong>de</strong> 30 pessoas — jovens, adolescentes em sua<br />

maioria, pobres e mestiços —, em Fortaleza, capital do Estado do Ceará, entre os<br />

anos <strong>de</strong> 2000 e 2003. Até hoje, apenas 3 dos casos foram instaurados nos <strong>de</strong>vidos<br />

processos. Porém, é público e notório o tráfico <strong>de</strong> influência das partes envolvidas<br />

nas ações criminosas, o que levou uma comissão do CCDPH a ir, por 3 vezes, ao<br />

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇÃO FINAL<br />

Nome: Outros Eventos - Conferência<br />

Número: 0807/06 Data: 02/06/06<br />

Ceará para cobrar e pedir das autorida<strong>de</strong>s locais o empenho necessário nas<br />

investigações dos crimes, até então sem inquéritos, e, nos processos já existentes, a<br />

sua conclusão.<br />

Por isso, vimos apresentar repúdio às mortes <strong>de</strong> inocentes e cobrar das<br />

autorida<strong>de</strong>s instituídas o <strong>de</strong>vido respeito à Declaração Universal <strong>de</strong> Direitos<br />

Humanos, à Constituição Fe<strong>de</strong>ral do Brasil e ao Estado Democrático <strong>de</strong> Direito, no<br />

qual vivemos.”<br />

Em votação.<br />

Alguém discorda <strong>de</strong>ssa moção? (Pausa.)<br />

Aprovada. (Palmas.)<br />

Chegou-nos aqui a última moção — que estava aqui por <strong>de</strong>baixo. Trata-se <strong>de</strong><br />

questão <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m?<br />

(Intervenção inaudível.)<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Elas foram aprovadas no período da manhã.<br />

(Intervenção inaudível.)<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - O quê?<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Ela está atrasada.<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - Mas aqui não é uma<br />

moção. É um informe.<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Sim, mas ela vai só citar...<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - Bom, nós estamos<br />

recebendo aqui da comunida<strong>de</strong> Quilombola, vítima <strong>de</strong> racismo no Maranhão, um<br />

informe.<br />

Acredito que a melhor forma <strong>de</strong> se fazer isso, já que não está em formato <strong>de</strong><br />

moção, é acrescentar a um relatório como uma <strong>de</strong>núncia. É uma <strong>de</strong>núncia feita<br />

durante a conferência.<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - (Ininteligível) uma moção <strong>de</strong> repúdio, à juíza da<br />

Comarca. E a menina ia digitar o texto. Assim ficou combinado no grupo.<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - Não chegou para nós.<br />

(Não I<strong>de</strong>ntificado) - Como o texto não chegou, nós vamos anexar...<br />

(Intervenção fora do microfone. Inaudível.)<br />

(Não i<strong>de</strong>ntificado) - Moção pelos Direitos Fundamentais do Padre Francisco<br />

Antonio Ca<strong>de</strong>na Collazos.<br />

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇÃO FINAL<br />

Nome: Outros Eventos - Conferência<br />

Número: 0807/06 Data: 02/06/06<br />

Solicitamos a intervenção <strong>de</strong> V.Exa., para que, o mais breve possível, seja<br />

restabelecido o Estado Democrático <strong>de</strong> Direito, bem como os direitos como pessoa<br />

humana do padre Francisco Antonio Ca<strong>de</strong>na Collazos, também conhecido como<br />

Olivério Medina. O referido padre está preso há 9 meses, <strong>de</strong>vido a um pedido <strong>de</strong><br />

extradição política solicitado pelo Governo da Colômbia. Já há mais <strong>de</strong> 5 meses na<br />

Papuda, presídio do Distrito Fe<strong>de</strong>ral, o padre Francisco se encontra numa cela com<br />

cerca <strong>de</strong> 30 metros quadrados, com mais <strong>de</strong> 5 outros presos, com direito somente a<br />

1 hora <strong>de</strong> sol por semana, atitu<strong>de</strong> que afronta a legislação vigente. (Palmas.)<br />

Nós recebemos uma Carta Aberta pelo Grito da Paz, pela brutalida<strong>de</strong> da<br />

chacina da Baixada, que foi lida hoje <strong>de</strong> manhã.<br />

uma moção.<br />

Nós só estamos comunicando que vai ser anexada aos documentos. Não é<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - Finalizamos, então, esse<br />

momento da nossa plenária magna da Conferência <strong>de</strong> Direitos Humanos.<br />

obrigado.<br />

Haverá o encerramento agora.<br />

O Ministro Paulo <strong>de</strong> Tarso Vanucchi já está presente.<br />

Eu acho que o Sr. Ivônio Barros vai conduzir esta Mesa, não é isso?<br />

O SR. IVÔNIO BARROS - Será conduzida pelo Deputado.<br />

A SRA. COORDENADORA (Mary Caetana Aune) - Pelo Deputado. (Palmas.)<br />

O SR. COORDENADOR (Deputado Luiz Eduardo Greenhalgh) - Muito<br />

Parabéns à Mesa da nossa X Conferência. Parabéns à conferência pela<br />

resolução, pelo conjunto <strong>de</strong> propostas que foram aprovadas.<br />

coisas.<br />

Mas ainda não acabou. Há mais 5 minutinhos. São só para levantar algumas<br />

Eu queria aproveitar a chance para chamar a Dra. Ela Wiecko V. <strong>de</strong> Castilho,<br />

que ali está, que compôs a Mesa inaugural e vai compor também a Mesa <strong>de</strong><br />

encerramento.<br />

Eu queria chamar o Ministro Paulo <strong>de</strong> Tarso Vanucchi, nosso companheiro,<br />

Secretário Especial dos Direitos da Pessoa Humana.<br />

Queria chamar nosso companheiro Ivônio Barros, para quem também há uma<br />

salva <strong>de</strong> palmas, pelo tempo que ficou, pelo jeito que atuou, pela <strong>de</strong>dicação e pelo<br />

esforço, para nós chegarmos a bom termo aqui.<br />

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇÃO FINAL<br />

Nome: Outros Eventos - Conferência<br />

Número: 0807/06 Data: 02/06/06<br />

Então, a Dra. Ela Wiecko V. <strong>de</strong> Castilho está aqui presente.<br />

O Presi<strong>de</strong>nte Aldo Rebelo está em Alagoas.<br />

O nosso companheiro da Comissão <strong>de</strong> Legislação Participativa, Deputado<br />

Geraldo Tha<strong>de</strong>u, também já viajou.<br />

Nós vamos, então, representar aqui a Comissão <strong>de</strong> Direitos Humanos e<br />

Minorias e o Parlamento.<br />

Eu queria que ficassem aqui conosco, Sr. Ivônio Barros, Dra. Ela Wiecko V.<br />

<strong>de</strong> Castilho, Ministro Paulo <strong>de</strong> Tarso Vanucchi.<br />

Nessa hora já não existe mais nem cerimonial.<br />

Está aqui o Ministro Paulo <strong>de</strong> Tarso Vanucchi.(Palmas.)<br />

Então, eu vou passar rapidamente a palavra a nossa companheira Ela Wiecko<br />

V. <strong>de</strong> Castilho para sua intervenção final.<br />

Peço a atenção <strong>de</strong> todos por mais alguns minutos, para não sairmos meio<br />

<strong>de</strong>sengonçados <strong>de</strong>ste plenário.<br />

A SRA. ELA WIECKO VOLKMER DE CASTILHO - Bom, eu lembro que, no<br />

primeiro dia, eu pedi, exortei todos, a fim <strong>de</strong> que se aprofundassem nos temas.<br />

Desejei um bom trabalho. Então, eu vi que, realmente, isso foi feito <strong>de</strong> uma forma<br />

muito séria.<br />

Trata-se <strong>de</strong> uma carta que procura abranger todos os aspectos, todos os<br />

temas que foram discutidos.<br />

Nós, então, voltamos para as nossas casas com a sensação do <strong>de</strong>ver<br />

cumprido, revigorados para a continuida<strong>de</strong> da luta.<br />

obrigado.<br />

Um gran<strong>de</strong> abraço a todos. (Palmas.)<br />

O SR. COORDENADOR (Deputado Luiz Eduardo Greenhalgh) - Muito<br />

Companheiro Ivônio Barros com a palavra, para suas consi<strong>de</strong>rações finais<br />

nesta plenária <strong>de</strong> encerramento.<br />

O SR. IVÔNIO BARROS - Bonda<strong>de</strong> do Deputado Luiz Eduardo Greenhalgh,<br />

que pediu aplausos para a minha pessoa. Na verda<strong>de</strong>, tanto nos aplausos que foram<br />

manifestados na abertura quanto em outros momentos da conferência, eu consi<strong>de</strong>ro<br />

que são aplausos às entida<strong>de</strong>s, às pessoas que trabalham na Coor<strong>de</strong>nação Geral<br />

do Fórum <strong>de</strong> Entida<strong>de</strong>s Nacionais. A coor<strong>de</strong>nação não é composta só por mim. Eu<br />

represento o IBASE. Mas há a representação da Justiça Global, com a companheira<br />

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇÃO FINAL<br />

Nome: Outros Eventos - Conferência<br />

Número: 0807/06 Data: 02/06/06<br />

Sandra Carvalho; o INESC, com o companheiro Caio Varela; a Articulação <strong>de</strong><br />

Mulheres Brasileiras, com a companheira Kaká; e a Comunida<strong>de</strong> Bahá’í, com a<br />

companheira Mary Caetana Aune, que presidiu a última Mesa aqui também.<br />

(Palmas.)<br />

Nós somos um fórum que <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> as coisas sempre <strong>de</strong> forma coletiva, com a<br />

máxima participação das entida<strong>de</strong>s. Mesmo as entida<strong>de</strong>s que não têm<br />

representação, se<strong>de</strong>, em Brasília participam ativamente do processo <strong>de</strong>liberativo.<br />

O documento que eu li na abertura foi produzido não só pela coor<strong>de</strong>nação,<br />

pela coor<strong>de</strong>nação ampliada, mas por uma série <strong>de</strong> instituições, organizações e<br />

movimentos que fazem parte do fórum, pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais<br />

Sem Terra, assim como pela Terra <strong>de</strong> Direitos, enfim, por várias organizações<br />

nacionais e regionais no Brasil.<br />

Elas, sim, eu consi<strong>de</strong>ro aplaudidas em todo esse processo.<br />

Eu sou mais um dos militante Aqui se encontram <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> outros militantes<br />

que merecem esses aplausos.<br />

No nosso entendimento, a conferência foi um sucesso. É um momento<br />

importante da nossa caminhada.<br />

Mas nós, militantes dos direitos humanos, sabemos que todo dia é importante<br />

na nossa caminhada. Todas as causas que nós conseguimos vencer, comemoramos<br />

como gran<strong>de</strong>s causas. As causas que nós per<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>ramos uma perda<br />

temporária. Porque nós vamos dar a volta por cima. E nós sabemos que vamos<br />

construir uma socieda<strong>de</strong> mais justa, mais igualitária, mais comprometida com os<br />

direitos humanos.<br />

No documento final que todos receberam, com os 23 parágrafos, está<br />

faltando só o parágrafo que a companheira apresentou e foi aprovado, que diz<br />

respeito às pessoas com <strong>de</strong>ficiência. Então, daqui a pouco, na Internet, no<br />

documento final, haverá 24 pontos que foram aprovados na Declaração <strong>de</strong> Brasília.<br />

Eu me senti muito feliz por participar das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sta conferência.<br />

Quero agra<strong>de</strong>cer a todos o esforço que tiveram <strong>de</strong> vir a Brasília se <strong>de</strong>dicar a<br />

esse processo.<br />

Contem não só comigo, mas uns com os outros. É esse o sentimento que nós<br />

temos sempre nas conferências. É esse o sentimento que eu sinto que sai reforçado<br />

<strong>de</strong>ssa X Conferência Nacional <strong>de</strong> Direitos Humanos.<br />

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Nome: Outros Eventos - Conferência<br />

Número: 0807/06 Data: 02/06/06<br />

Muito obrigado. (Palmas.)<br />

O SR. COORDENADOR (Deputado Luiz Eduardo Greenhalgh) - Passo a<br />

palavra ao Ministro Paulo <strong>de</strong> Tarso Vanucchi.<br />

O SR. MINISTRO PAULO DE TARSO VANUCCHI - Prezada Dra. Ela Wiecko<br />

V. <strong>de</strong> Castilho, companheira e colega <strong>de</strong> tantas lutas comuns e cotidianas aqui em<br />

Brasília, em vários colegiados; prezado Sr. Ivônio Barros, do Fórum <strong>de</strong> Entida<strong>de</strong>s<br />

Nacionais <strong>de</strong> Direitos Humanos; companheiro, querido amigo e irmão Luiz Eduardo<br />

Greenhalgh; também quero dizer algo aqui, conforme já combinamos anteontem. A<br />

nossa presença, em primeira mão, é para buscar tomar conhecimento do resultado;<br />

colher, levar, estudar com muita atenção o resultado <strong>de</strong>sses 3 dias <strong>de</strong> trabalho.<br />

Evi<strong>de</strong>ntemente, como já dito aqui na Mesa, foi um trabalho <strong>de</strong> sucesso claro, pela<br />

riqueza dos <strong>de</strong>bates, pelo quorum e pela <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> do documento que tive<br />

oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ler quando estava com 17 itens. À primeira vista, causa-me uma<br />

impressão muito boa.<br />

Para a autorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> direitos humanos do Governo Fe<strong>de</strong>ral, tem essa função<br />

primordial, que é a atualização que representa, sintetiza, da percepção da<br />

sensibilida<strong>de</strong> das <strong>de</strong>mandas e das propostas que este fórum altamente<br />

representativo reúne e vai divulgar agora pelo Brasil.<br />

Infelizmente, há que se lamentar a baixa repercussão na imprensa. Não sei<br />

se é uma coisa marcadamente intencional, <strong>de</strong> boicotar, ou se cabe a nós o <strong>de</strong>safio<br />

<strong>de</strong> prosseguir, para tentar cercar mais a imprensa e obrigá-la a divulgar esse tipo <strong>de</strong><br />

coisa. Nesses dias, eu tive esse sensação triste <strong>de</strong> pegar os jornais todo o dia e<br />

procurar para ver um pouco <strong>de</strong> informações nesse sentido. De fato, escon<strong>de</strong> a<br />

realização <strong>de</strong> um encontro altamente significativo.<br />

Ele tem esse sentido: para frente é que se anda. Eram 17, mas agora são 24<br />

itens. Trata-se <strong>de</strong> projetar uma luta que é para conquistas imediatas, para a<br />

concentração <strong>de</strong> esforços, nesse <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> uma hegemonia mais<br />

larga na <strong>de</strong>fesa dos direitos humanos no nosso País.<br />

Então, está aqui reafirmado o nosso compromisso <strong>de</strong> tratar essas resoluções,<br />

bem como os anais, que são um <strong>de</strong>talhamento dos grupos <strong>de</strong> trabalho, como uma<br />

valiosíssima fonte <strong>de</strong> orientação e balizamento das nossas ações.<br />

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇÃO FINAL<br />

Nome: Outros Eventos - Conferência<br />

Número: 0807/06 Data: 02/06/06<br />

Então, nós queremos que continue também um contato direto, imediato, com<br />

a Secretaria, para o encaminhamento, para a pressão e para a cobrança <strong>de</strong> cada<br />

um <strong>de</strong>sses itens.<br />

Muito obrigado a todos. (Palmas.)<br />

O SR. COORDENADOR (Deputado Luiz Eduardo Greenhalgh) -<br />

Companheiro Ivônio Barros, Dra. Ela Wiecko V. <strong>de</strong> Castilho, Ministro Paulo <strong>de</strong> Tarso<br />

Vanucchi, Srs. Márcio Marques <strong>de</strong> Araújo, Augustino Pedro Veit, Antônio José dos<br />

Santos, Carlos Magno Lisboa, Juarez Aires Sampaio , Luiz <strong>de</strong> Oliveira Campos,<br />

Luciana Miranda Lima, Clotil<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Jesus Vasco, Al<strong>de</strong>nir Áurea da Silva, Maria da<br />

Consolação Soares, Maria Ximenes <strong>de</strong> Souza Oliveira, Sônia Palhares Marinho,<br />

Amarildo Geraldo Formentini, Sônia Hipólito Lichtenstein, Washington Carlos Maciel<br />

da Silva, Juracema Camapum Barroso, Maria do Carmo <strong>de</strong> Souza, Ana Lúcia<br />

Dornelles, Norma Rejane, Wilma Rodrigues Pires, Carlos Alexandre Mota, Daniela<br />

Lima Ramos, Fre<strong>de</strong>rico Jardim Lisboa, Marina Braga Lima Albano, Miriam Cristina<br />

Gonçalves Quintas, Mirna <strong>de</strong> Castela Carvalho Pessoa, Francisca <strong>de</strong> Fátima Moura<br />

Campos, Amílcar Amaral Couto, Anne Martins <strong>de</strong> Paula, José Henrique Freitas <strong>de</strong><br />

Araújo, Érica Pimentel Brito <strong>de</strong> Souza, Gilvan Men<strong>de</strong>s da Silva, Eliana Teixeira Gaia,<br />

Severino Carrera da Silva, Marilena Tavares Nunes, Akimi Watanabe, Rosângela<br />

Batista Tavares e Elaine Marinho.<br />

Peço a todos uma salva <strong>de</strong> palmas para essas pessoas, integrantes da<br />

Assessoria da Comissão <strong>de</strong> Direitos Humanos, que ajudaram durante mais <strong>de</strong> 6<br />

meses na construção da X Conferência.<br />

(Palmas.)<br />

Integrantes também da Comissão <strong>de</strong> Participação Legislativa, essas pessoas<br />

ficaram nos bastidores — ocultas da imprensa, sem usar o microfone — orientando<br />

o esforço para que fosse possível a realização <strong>de</strong>sta Conferência. Muito obrigado a<br />

vocês.<br />

Viemos daqui e dali, <strong>de</strong> todo lugar que se tem para partir. Chegamos aqui mil<br />

pessoas na consciência <strong>de</strong> que representamos milhões <strong>de</strong> brasileiros e <strong>de</strong> que daqui<br />

a algum tempo esses milhões vão <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r o direito <strong>de</strong> todos. Chegamos aqui,<br />

<strong>de</strong>batemos e aprovamos nossas propostas, um guia prático na ação <strong>de</strong> cada um <strong>de</strong><br />

nós, e assumimos o compromisso <strong>de</strong> levar até o fim as resoluções, as sugestões, as<br />

propostas, as moções aprovadas aqui.<br />

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇÃO FINAL<br />

Nome: Outros Eventos - Conferência<br />

Número: 0807/06 Data: 02/06/06<br />

Muito obrigado a todos.<br />

Está encerrada a Convenção. (Palmas.)<br />

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