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Uma Igreja na trilha do Cristo pastor - Arquidiocese de Maringá

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O que ninguém escreveu<br />

espetáculo<br />

Padre Júlio Hartmann, vigário <strong>de</strong> Tamboara, era um gaúcho imen-<br />

so. Além <strong>de</strong> alto como um pinheiro, ostentava uma gordura <strong>de</strong>scomu<strong>na</strong>l.<br />

Sua massa corpórea próxima <strong>do</strong>s 200kg tor<strong>na</strong>va-o uma ameaça para ca<strong>de</strong>iras<br />

e camas. Quan<strong>do</strong> vinha ao retiro espiritual no seminário, era preciso<br />

“importar” da Santa Casa uma cama <strong>de</strong> hospital, <strong>de</strong> estrutura <strong>de</strong> ferro,<br />

suficientemente forte para não arriar com o ocupante. Por um tempo,<br />

em 1967, esteve <strong>na</strong> paróquia <strong>de</strong> Mandaguaçu ajudan<strong>do</strong> padre Berniero<br />

Lauria. Por mais que tentassem, as pessoas não conseguiam disfarçar a<br />

curiosida<strong>de</strong>. Era volumoso <strong>de</strong>mais para não atrair os olhares. Cansa<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

servir <strong>de</strong> diversão, quan<strong>do</strong> via alguém tentan<strong>do</strong> disfarçar o riso, padre Júlio<br />

não perdia a calma: “Po<strong>de</strong> rir. Você provavelmente nunca se divertiu com<br />

algo tão honesto”.<br />

receitA<br />

Quem viajou, antes <strong>de</strong> 1960, pelas estradas <strong>de</strong>ste Norte <strong>do</strong> Paraná,<br />

jamais vai esquecer. Não era só a poeira, fi<strong>na</strong> como talco, que penetrava<br />

nos poros: ao fim <strong>de</strong> uma viagem <strong>de</strong> poucos quilômetros, <strong>do</strong> rosto <strong>do</strong> viajante<br />

se só se viam os olhos. Nem só a lama, que <strong>de</strong>ixava atola<strong>do</strong>s cente<strong>na</strong>s<br />

<strong>de</strong> carros. A consistência da terra era outro <strong>de</strong>safio. Duas horas <strong>de</strong>pois da<br />

chuva, o barro secava assumin<strong>do</strong> a rigi<strong>de</strong>z <strong>do</strong> vidro. Os veículos da época,<br />

quase sempre utilitários ru<strong>de</strong>s, não ofereciam o conforto nem a maciez <strong>de</strong><br />

hoje. Resulta<strong>do</strong>: problemas <strong>de</strong> colu<strong>na</strong>, lombalgias, o corpo inteiro <strong>do</strong>lori<strong>do</strong>.<br />

O mineiro <strong>do</strong>m Geral<strong>do</strong> Fer<strong>na</strong>n<strong>de</strong>s, bispo <strong>de</strong> Londri<strong>na</strong>, com <strong>do</strong>res<br />

<strong>na</strong>s costas, foi, um dia, ao médico, que diagnosticou: − “Com esses bicos-<br />

-<strong>de</strong>-papagaio, sua colu<strong>na</strong> não agüenta solavancos <strong>de</strong> jipe nessas estradas. É<br />

melhor o senhor andar <strong>de</strong> Impala” (carro da Chevrolet lança<strong>do</strong> em 1957,<br />

importa<strong>do</strong> por ricos). E o bispo, com ar maroto: − “Gostei <strong>do</strong> remédio,<br />

<strong>do</strong>utor. O senhor não tem amostra grátis?”.<br />

telefoNe<br />

Pai <strong>do</strong>s padres Antônio Carlos e José Maria, o construtor Marcos<br />

Baggio, com sua opa vermelha <strong>de</strong> irmão <strong>do</strong> Santíssimo, era figura obrigatória<br />

<strong>na</strong> catedral em to<strong>do</strong>s os pontificais <strong>de</strong> <strong>do</strong>m Manuel da Silveira<br />

Episódios pitorescos vivi<strong>do</strong>s por nossos padres<br />

<strong>do</strong>s primeiros tempos, alguns já chama<strong>do</strong>s à casa <strong>do</strong> Pai.<br />

253<br />

Os 50 anos da Diocese <strong>de</strong> <strong>Maringá</strong>

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