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Processos projetuais para a criação em Design de Moda: pesquisas ...

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<strong>Processos</strong> <strong>projetuais</strong> <strong>para</strong> a <strong>criação</strong> <strong>em</strong> <strong>Design</strong> <strong>de</strong> <strong>Moda</strong>: <strong>pesquisas</strong> teóricas e referenciais<br />

Portanto, a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> qual corpo humano – gênero masculino ou f<strong>em</strong>inino – usará<br />

o que será projetado, e <strong>em</strong> qual cultura ele está inserido, será a norteadora <strong>de</strong> toda<br />

<strong>criação</strong> e materialização <strong>de</strong>ste projeto <strong>em</strong> moda.<br />

Em entrevista ao site Santa <strong>Moda</strong> i , Ronaldo Fraga, <strong>de</strong>signer <strong>de</strong> moda mineiro, que se<br />

auto<strong>de</strong>nomina “costureiro” afirma:<br />

Meu consumidor t<strong>em</strong> que ter um mínimo <strong>de</strong> um <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>.<br />

Liberda<strong>de</strong> no sentido <strong>de</strong> se livrar dos padrões, se distanciar dos padrões, se<br />

distanciar das amarras, se distanciar das imposições do mercado e t<strong>em</strong> que ter<br />

um mínimo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> voar, <strong>de</strong> brincar e ver que além da escolha da roupa,<br />

da escolha da máscara, po<strong>de</strong> ser algo muito mais divertido <strong>de</strong> como as<br />

pessoas costumam fazer. Eu não consigo pensar no meu consumidor por<br />

faixa etária (as pessoas são cada vez mais jovens), po<strong>de</strong>r aquisitivo (...). Não<br />

dá mais <strong>para</strong> falar <strong>em</strong> consumidor com <strong>de</strong>terminado po<strong>de</strong>r aquisitivo e faixa<br />

etária. É muito mais o espírito <strong>de</strong>sse consumidor. (FRAGA, 2006).<br />

Observar e compreen<strong>de</strong>r o “espírito” do usuário, conforme <strong>de</strong>scrito por FRAGA é,<br />

portanto, consi<strong>de</strong>rar os aspectos psicológicos, econômicos, culturais, morais e sociais<br />

que norteiam os seus valores e também suas <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> uso e consumo. Não que<br />

chegar a esta compreensão seja fácil, pois <strong>de</strong> uma ou outra forma há processos <strong>de</strong><br />

i<strong>de</strong>alização do sujeito <strong>em</strong> questão. Mas, coloca-se uma <strong>de</strong>vida atenção à probl<strong>em</strong>ática<br />

do público-alvo, pois um total <strong>de</strong>sconhecimento ou distanciamento daquele que seria o<br />

usuário do produto <strong>de</strong> um <strong>de</strong>signer <strong>de</strong> moda gera conflitos na ord<strong>em</strong> mercadológica e <strong>de</strong><br />

natureza projetual.<br />

Em conjunto com a i<strong>de</strong>ntificação do usuário, o <strong>de</strong>signer <strong>de</strong>ve também <strong>de</strong>finir <strong>em</strong> qual<br />

segmento <strong>de</strong> mercado produtor ele atuará. Por segmentos <strong>de</strong> mercado produtor <strong>em</strong><br />

moda, utilizam-se os termos: beachwear, casualwear, jeanswear, un<strong>de</strong>rwear,<br />

sportswear, etc., i<strong>de</strong>ntificando e dividindo, <strong>de</strong>ssa forma, o mercado produtor e<br />

consumidor no que diz respeito a ocasiões e formas <strong>de</strong> uso e também <strong>em</strong> gênero:<br />

masculino e f<strong>em</strong>inino.<br />

As <strong>pesquisas</strong> <strong>de</strong>stinadas à i<strong>de</strong>ntificação do comportamento humano, como as <strong>de</strong><br />

consumo, originam-se <strong>em</strong> um projeto, estabelec<strong>em</strong> uma metodologia e criam processos<br />

a fim <strong>de</strong> organizar dados e informações coletadas que são utilizadas pelo <strong>de</strong>signer.<br />

Empresas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte possu<strong>em</strong> seus próprios <strong>de</strong>partamentos <strong>de</strong> <strong>pesquisas</strong> <strong>de</strong><br />

comportamento <strong>de</strong> consumo e <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> usuários. As informações geradas por<br />

essas <strong>pesquisas</strong> são <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valor criativo, pois são <strong>em</strong> sua maioria b<strong>em</strong> específicas e<br />

aprofundadas. Porém não são acessíveis a todos. Mário Queiroz, <strong>de</strong>signer carioca<br />

radicado <strong>em</strong> São Paulo, que trabalha com moda masculina aponta que “somente as<br />

<strong>em</strong>presas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte têm condição <strong>de</strong> elaborar <strong>pesquisas</strong> aprofundadas e<br />

confiáveis, pois estas têm um custo muito elevado” ii .<br />

Para os <strong>de</strong>signers que trabalham <strong>em</strong> pequenas e médias <strong>em</strong>presas, assim como aqueles<br />

que <strong>de</strong>senvolv<strong>em</strong> seus projetos <strong>para</strong> suas próprias marcas, realizar <strong>pesquisas</strong> sobre<br />

i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> perfis <strong>de</strong> usuários, acaba sendo um trabalho cotidiano, consultando<br />

todas as fontes <strong>de</strong> <strong>pesquisas</strong> possíveis – jornais, revistas, internet, literatura, etc. – <strong>para</strong><br />

se obter as informações necessárias sobre eles. O mesmo acontece com as <strong>pesquisas</strong><br />

sobre o mercado produtor:<br />

9º Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Pesquisa e Desenvolvimento <strong>em</strong> <strong>Design</strong>

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