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Processos projetuais para a criação em Design de Moda: pesquisas ...

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<strong>Processos</strong> <strong>projetuais</strong> <strong>para</strong> a <strong>criação</strong> <strong>em</strong> <strong>Design</strong> <strong>de</strong> <strong>Moda</strong>: <strong>pesquisas</strong> teóricas e referenciais<br />

Segundo CALDAS (2004), a orig<strong>em</strong> da palavra do latim ten<strong>de</strong>ntia migrou <strong>para</strong> o<br />

francês e <strong>de</strong>le <strong>para</strong> o português. Já no século XIII esse vocábulo era registrado com o<br />

sentido <strong>de</strong> inclinação, porém <strong>em</strong>pregado num contexto <strong>de</strong> inclinação amorosa por<br />

alguém, b<strong>em</strong> diferente do que conhec<strong>em</strong>os. A etimologia também relata que essa<br />

palavra permaneceu com uso raro até o século XVIII, quando foi retomada pela<br />

linguag<strong>em</strong> científica – a mesma do Século das Luzes e da Revolução Francesa,<br />

significando força e dirigindo-se <strong>para</strong> um sentido <strong>de</strong>terminado, ten<strong>de</strong>ndo <strong>para</strong> um fim.<br />

T<strong>em</strong>os então um conceito e uma <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> tendência que permanece até hoje: a idéia<br />

<strong>de</strong> movimento, <strong>de</strong> fim, <strong>de</strong> esgotamento <strong>em</strong> si mesmo. Mesmo assim, a palavra continua<br />

a ser raramente utilizada até o século XIX, quando adquire o sentido <strong>de</strong> “aquilo que leva<br />

a agir <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada maneira, uma predisposição, propensão” (CALDAS, p. 24 e<br />

25).<br />

O autor aponta, também, que foi o <strong>de</strong>senvolvimento da psicologia como área do<br />

conhecimento que vinculou à palavra tendência, o significado particular <strong>de</strong> modalida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sejo, <strong>de</strong> orientação das necessida<strong>de</strong>s pessoais <strong>em</strong> direção a um ou vários objetos<br />

que possam satisfazê-las.<br />

O enfoque trouxe outra característica ao termo: uma tendência po<strong>de</strong> apontar uma<br />

direção, mas essa po<strong>de</strong> não ser atingida. A idéia <strong>de</strong> incerteza quanto ao resultado a ser<br />

alcançado, ajuda-nos a compreen<strong>de</strong>r o uso cont<strong>em</strong>porâneo do termo tendência.<br />

O século XIX acrescentou o significado <strong>de</strong> “evolução necessária” <strong>para</strong> essa mesma idéia<br />

que está presente até os dias <strong>de</strong> hoje e, que foi essencial <strong>para</strong> resolver o caráter <strong>de</strong><br />

imprevisibilida<strong>de</strong> que uma tendência s<strong>em</strong>pre carrega consigo. A somatória <strong>de</strong>sses<br />

significados vai contribuir <strong>para</strong> a construção <strong>de</strong> um conceito muito <strong>em</strong> voga atualmente:<br />

a <strong>de</strong> que é possível prever o futuro por meio do estudo <strong>de</strong> tendências.<br />

Para CALDAS (2004, p. 35):<br />

A tendência – <strong>em</strong> qualquer campo, fala-se da indústria da moda ou dos gurus<br />

<strong>de</strong> marketing, <strong>de</strong> um salão profissional <strong>de</strong> móveis ou das formas mutantes do<br />

comportamento humano – passa a ser representada como o <strong>de</strong>sdobramento<br />

“natural” do presente (...) É um tipo <strong>de</strong> discurso que <strong>de</strong>creta coisas, que não<br />

<strong>de</strong>ixa nenhuma pista aparente sobre seu modo <strong>de</strong> produção : “O mundo é<br />

assim por que é”, “Eu sou você amanhã”, “O verão será <strong>em</strong> preto e branco”.<br />

Guillaume Erner (2008, p. 217) apresenta <strong>de</strong> forma bastante objetiva a armadilha <strong>de</strong> se<br />

pensar que os “<strong>de</strong>terminismos sociais <strong>de</strong> algumas tendências são óbvios”.<br />

O uso mais generalizado do conceito <strong>de</strong> pesquisa <strong>de</strong> tendência está ligado à idéia <strong>de</strong><br />

futuro e <strong>de</strong> como prevê-lo. Dessa forma, o conceito <strong>de</strong> tendências passa a ser usado por<br />

futurologistas e por estudos prospectivos, <strong>para</strong> tentar dar conta <strong>de</strong> todo tipo <strong>de</strong> assunto,<br />

daí as expressões fort<strong>em</strong>ente adotadas atualmente como Macro-Tendências.<br />

Mas, como prever quais as formas ou as cores que serão utilizadas pelos <strong>de</strong>signers e<br />

adotadas – e transformadas <strong>em</strong> moda - pelos consumidores comuns? A impossibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> previsão da moda v<strong>em</strong> do fato <strong>de</strong> que <strong>para</strong> “<strong>para</strong> prever um fenômeno, é necessário<br />

um corpo teórico, uma ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> casualida<strong>de</strong>s e uma bateria <strong>de</strong> indicadores qualitativos<br />

9º Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Pesquisa e Desenvolvimento <strong>em</strong> <strong>Design</strong>

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