Processos projetuais para a criação em Design de Moda: pesquisas ...
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<strong>Processos</strong> <strong>projetuais</strong> <strong>para</strong> a <strong>criação</strong> <strong>em</strong> <strong>Design</strong> <strong>de</strong> <strong>Moda</strong>: <strong>pesquisas</strong> teóricas e referenciais<br />
e quantitativos, cujos movimentos reais, substituídos na ca<strong>de</strong>ia casual, permitam<br />
observações e previsões” (CALDAS, p. 49).<br />
Para se proteger <strong>de</strong>ssa impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> previsão, a indústria da moda adotou a idéia<br />
<strong>de</strong> tendências como ditames auto-realizáveis a fim <strong>de</strong> diminuir os riscos <strong>de</strong><br />
investimentos ao longo da ca<strong>de</strong>ia produtiva têxtil.<br />
É claro que aqui se encontra o trabalho <strong>de</strong> levar o sujeito a sentir necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> obter<br />
aquele objeto/produto e <strong>para</strong> que isto aconteça há uma soma <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s profissionais<br />
confluindo <strong>para</strong> este fim. Uma <strong>de</strong>las é conhecer melhor aquele se quer atingir e perceber<br />
não só o que ele <strong>de</strong>seja, mas o que po<strong>de</strong> vir a <strong>de</strong>sejar. Mais do que acreditar que basta<br />
uma campanha massiva <strong>de</strong> marketing <strong>para</strong> convencer o indivíduo cont<strong>em</strong>porâneo a<br />
adquirir os produtos por questões estéticas, sensoriais e funcionais; hoje, torna-se cada<br />
vez mais evi<strong>de</strong>nte que <strong>para</strong> além da imposição <strong>de</strong> gostos e mo<strong>de</strong>los, estamos diante <strong>de</strong><br />
uma maior varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> ofertas e, portanto, um leque mais diversificado <strong>de</strong> escolhas.<br />
Não dá mais <strong>para</strong> pensar que estamos diante <strong>de</strong> um consumidor passivo ou<br />
simplesmente alienado, o que leva a uma necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecer as subjetivida<strong>de</strong>s <strong>em</strong><br />
questão. Por isto, os estudos <strong>de</strong> comportamento <strong>de</strong> consumo inclu<strong>em</strong> profissionais das<br />
áreas sociais e humanas, que ao investigar<strong>em</strong> modos e modas, i<strong>de</strong>ntificam e analisam<br />
tendências comportamentais diversas.<br />
É preciso levar, mais do que nunca, tais análises <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração, pois a moda e o<br />
consumidor <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser pensados <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> concepções mais abrangentes. Erner (2009,<br />
p. 219) expõe<br />
Espera-se <strong>de</strong>sses profissionais da moda que, por meio <strong>de</strong> suas escolhas,<br />
prevejam as roupas que a maioria <strong>de</strong>sejará usar alguns meses <strong>de</strong>pois.<br />
Contudo, essas sondagens estão longe <strong>de</strong> ser satisfatórias... As modas não<br />
obe<strong>de</strong>c<strong>em</strong> (ou não mais obe<strong>de</strong>c<strong>em</strong>) ao esqu<strong>em</strong>a simplista da difusão vertical<br />
dos gostos.<br />
A expressão tendência <strong>de</strong> moda vai surgir <strong>em</strong> 1949 juntamente com o termo prêt-àporter,<br />
oriundo <strong>de</strong> ready to wear, que v<strong>em</strong> da indústria <strong>de</strong> confecção americana. Esta<br />
por possuir uma imag<strong>em</strong> <strong>de</strong> baixa qualida<strong>de</strong> <strong>em</strong> seus produtos e nenhuma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
marca, procurou referências <strong>de</strong> moda na Alta-Costura. O objetivo era o <strong>de</strong> continuar a<br />
produzir industrialmente roupas acessíveis a todos, <strong>em</strong> termos financeiros, mas com<br />
características <strong>de</strong> renovação e lançamento <strong>de</strong> coleções como apresentado nos <strong>de</strong>sfiles <strong>de</strong><br />
Paris (BRAGA, 2004). O conceito <strong>de</strong> prêt-à-porter quer colocar o estilo, a <strong>criação</strong> dos<br />
gran<strong>de</strong>s nomes da moda daquele momento, nas ruas <strong>para</strong> um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong><br />
compradores. Essa indústria vai perceber a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> associar-se a profissionais<br />
especialistas: os estilistas industriais (assim <strong>de</strong>nominados naquela época) a fim <strong>de</strong><br />
oferecer um vestuário com qualida<strong>de</strong>, adicionando os conceitos <strong>de</strong> moda e novida<strong>de</strong> <strong>em</strong><br />
seus produtos. Ao contrário dos gran<strong>de</strong>s criadores <strong>de</strong> moda, esse profissional não assina<br />
suas criações, mas adapta o que foi proposto na Alta-Costura ao estilo da <strong>em</strong>presa <strong>para</strong> a<br />
qual trabalha.<br />
Até o final dos anos <strong>de</strong> 1950 o prêt-à-porter, seguiu, <strong>em</strong> termos formais, a lógica da alta<br />
costura. No início dos anos 1960, surgiram os primeiros escritórios <strong>de</strong> estilo, os birôs:<br />
9º Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Pesquisa e Desenvolvimento <strong>em</strong> <strong>Design</strong>