Resumo: Aos Homens do meu Tempo A Universidade - Centro ...
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devem ser comunica<strong>do</strong>s corretamente e de forma<br />
atraente para o cliente potencial (publicidade); noutra,<br />
é muito importante a possibilidade de o cliente entrar<br />
em contato com o prove<strong>do</strong>r. A Internet é a campeã<br />
histórica destes <strong>do</strong>is aspectos: nunca até agora, um<br />
instrumento de poder e envergadura semelhante<br />
esteve à disposição da humanidade e portanto não é<br />
surpreendente comprovar que a Internet seja<br />
considerada pelas empresas como o principal meio<br />
de difusão de seus produtos e serviços tanto de<br />
retorno quanto de suporte. A Internet aumentou pois,<br />
consideravelmente, as oportunidades de mercantilização,<br />
de poder e extensão das empresas e isto<br />
também é váli<strong>do</strong> para os produtos e manifestações<br />
da cultura.<br />
Todavia, isto é apenas um aspecto da questão.<br />
Pode-se perceber que na atualidade há desenvolvimentos<br />
importantes basea<strong>do</strong>s na Internet que têm<br />
como objetivo chegar a uma descomercialização da<br />
cultura, assim como a uma cultura de descomercialização.<br />
Para ilustrar este ponto, tomemos um<br />
exemplo real <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> acadêmico. No interior <strong>do</strong><br />
mun<strong>do</strong> acadêmico surgiu o “movimento de livre<br />
acesso” que propugna que a humanidade tenha livre<br />
acesso às publicações acadêmicas. Os princípios<br />
básicos e regras fundamentais foram elabora<strong>do</strong>s no<br />
que se chamou de Declaração de Berlim sobre o livre<br />
acesso ao conhecimento nas Ciências e Humanidades<br />
elabora<strong>do</strong> em outubro de 2003 por iniciativa da Max<br />
Planck Gesellschaft.<br />
O movimento de livre acesso é um bom exemplo<br />
<strong>do</strong> que se poderia chamar de uma correção ética, graças<br />
às TIC, de uma forma excessiva de mercantilização<br />
de cultura. Há outros exemplos, como a revolução<br />
MP3, o livre compartilhamento da música graças à<br />
Internet para to<strong>do</strong>s os usuários no mun<strong>do</strong>. São uma<br />
reação não comercial contra a excessiva mercantilização<br />
de produtos culturais.<br />
2.<br />
As TIC conduzem a uma<br />
globalização ou homogeneização<br />
da cultura?<br />
A Internet foi acusada de ter provoca<strong>do</strong> um tsunami<br />
da cultura liberal ocidental em todas as partes <strong>do</strong><br />
mun<strong>do</strong>, ameaçan<strong>do</strong> e até destruin<strong>do</strong> as culturas locais<br />
e regionais.<br />
As cifras parecem reforçar esta tese; cerca de 85%<br />
das páginas da WEB disponíveis na Internet estão em<br />
inglês e a grande maioria delas se encontra na Europa<br />
e Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s.<br />
Mas a realidade é um pouco mais complexa e é<br />
necessário situar as coisas numa perspectiva real, o que<br />
amiúde é esqueci<strong>do</strong> pelos detratores das Novas<br />
Tecnologias que parecem temer que no futuro só<br />
subsistirão como objetos culturais os logotipos das<br />
companhias comerciais ocidentais e que as tradições<br />
boas antigas e ricas da criatividade cultural e da<br />
sabe<strong>do</strong>ria indígena serão eliminadas pelas ondas<br />
desumanizantes da globalização ativada pela Internet.<br />
Em primeiro lugar: somente 10% da população<br />
mundial está conectada à Internet. Quer dizer que<br />
numerosas culturas nem são afetadas pelo tsunami<br />
ocidental. Na África, continente de numerosas culturas<br />
indígenas apenas 1 % a 2% da população está<br />
conectada.<br />
Segun<strong>do</strong>: ao mesmo tempo que é um veículo da<br />
cultura ocidental, a Internet representa um instrumento<br />
fácil de manobrar, para que outras culturas possam<br />
difundir-se e fazer-se conhecer no mun<strong>do</strong>.<br />
Grande quantidade de grupos e culturas antes<br />
quase desconhecidas torna-se conhecida hoje pela<br />
Internet. O reino de Buganda, na Uganda central, por<br />
exemplo, que existe há séculos com suas próprias<br />
identidades e tradições culturais e sociais tem hoje um<br />
belo site na WEB cheio de informações à disposição de<br />
to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong> (http://www.buganda.com/buganda.htm).<br />
TECNOLOGIA<br />
DA<br />
INFORMAÇÃO<br />
E EDUCAÇÃO<br />
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