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tatiana ribeiro velloso - Programa de Pós-Graduação em Extensão ...

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seca, correspon<strong>de</strong>ndo a 0,8% da receita tributária nacional (SILVA NETO,<br />

1976).<br />

Na segunda meta<strong>de</strong> da década <strong>de</strong> 50, o <strong>de</strong>senvolvimentismo do<br />

governo <strong>de</strong> Juscelino Kubistschek foi simbolizado pela elaboração do Plano <strong>de</strong><br />

Metas e pela criação da SUDENE, além da construção <strong>de</strong> Brasília – que<br />

passou a concentrar as se<strong>de</strong>s das instituições públicas, incluindo o DNOCS. O<br />

Plano <strong>de</strong> Metas previa projeção <strong>de</strong>senvolvimentista <strong>em</strong> infra-estrutura básica<br />

pelo Estado como meio <strong>de</strong> alavancar o <strong>de</strong>senvolvimento industrial e diminuir as<br />

disparida<strong>de</strong>s regionais. A SUDENE foi criada numa época <strong>em</strong> que as<br />

<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s econômicas e sociais no s<strong>em</strong>i-árido brasileiro adquiriram<br />

conotações políticas <strong>de</strong> cunho revolucionário, tratando-se, assim, <strong>de</strong> controlar e<br />

dominar as tensões agrárias crescentes na região. Segundo MARTINS<br />

(1994:59), este governo<br />

... não suprimiu arcaicas agências <strong>de</strong> clientelismo político como o DNOCS.<br />

Com isso podia assegurar apoio político para o seu projeto <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

econômico e <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnização da socieda<strong>de</strong> brasileira, supondo que as elites<br />

regionais e oligárquicas, beneficiárias do atraso e por ele responsáveis,<br />

legitimariam seu projeto mo<strong>de</strong>rnizante.<br />

As gran<strong>de</strong>s obras coor<strong>de</strong>nadas por agências estatais promoviam o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento a partir <strong>de</strong> interesses nacionais e regionais, conciliando os<br />

interesses dos grupos clientelísticos e os objetivos mo<strong>de</strong>rnizantes (IANNI,<br />

1986). Nesse contexto, o Governo Fe<strong>de</strong>ral continuou atuando diretamente na<br />

região s<strong>em</strong>i-árida nor<strong>de</strong>stina, através <strong>de</strong> investimentos <strong>em</strong> obras necessárias<br />

para a impl<strong>em</strong>entação <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s projetos mo<strong>de</strong>rnos, sendo responsáveis pela<br />

execução e pelo monitoramento o DNOCS e a CVSF, com as suas respectivas<br />

áreas <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> no polígono das secas.<br />

A CVSF transformou-se <strong>em</strong> SUVALE - Superintendência do Vale do<br />

São Francisco 14 , com metas direcionadas apenas para a bacia do São<br />

Francisco. O DNOCS também passa por outra reformulação institucional,<br />

consolidando-se como agência especializada <strong>em</strong> Engenharia <strong>de</strong> Recursos<br />

Hídricos no polígono da seca, com papel <strong>de</strong> controladora do uso da água,<br />

restringindo-se efetivamente às obras <strong>de</strong> engenharia.<br />

14 Após concluído o I Plano Nacional <strong>de</strong> Desenvolvimento, no período <strong>de</strong> 1971/74, a SUVALE<br />

foi substituída pela CODEVASF – Companhia <strong>de</strong> Desenvolvimento do Vale do São<br />

Francisco (BRASIL, 1980a).<br />

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