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tatiana ribeiro velloso - Programa de Pós-Graduação em Extensão ...

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não atendia às necessida<strong>de</strong>s das populações atingidas pelos efeitos da seca<br />

(VIEIRA, 1979).<br />

O DNOCS passou então por uma nova reestruturação interna,<br />

reformulando suas funções e ativida<strong>de</strong>s, voltado principalmente para os<br />

sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> irrigação no s<strong>em</strong>i-árido do Nor<strong>de</strong>ste, passando à fase<br />

hidroagrícola (a partir <strong>de</strong> 1970), <strong>de</strong>senvolvendo mais sist<strong>em</strong>aticamente também<br />

o programa <strong>de</strong> pesca e piscicultura. Essa fase foi <strong>de</strong>senvolvida por intermédio<br />

<strong>de</strong> programas <strong>de</strong> aproveitamento das águas acumuladas nas obras <strong>de</strong><br />

engenharia, concebidas principalmente para a exploração agrícola mediante o<br />

uso do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> irrigação. CARVALHO (1988:233) argumenta que o governo<br />

fe<strong>de</strong>ral reorientou as políticas <strong>de</strong> combate dos efeitos da seca, mas garantiu<br />

paralelamente “legitimida<strong>de</strong> e po<strong>de</strong>r... mediante a concessão <strong>de</strong> privilégios<br />

extraordinários” à elite política regional.<br />

A reformulação da política <strong>de</strong> atuação da agência não implicou o<br />

abandono das suas ativida<strong>de</strong>s tradicionais, pois o programa <strong>de</strong> recursos<br />

hídricos subdividiu-se na açudag<strong>em</strong> e na construção <strong>de</strong> poços tubulares<br />

(ARAÚJO, 1982). Conforme a Tabela 3, a construção <strong>de</strong> açu<strong>de</strong>s 15 , <strong>em</strong><br />

cooperação e públicos, <strong>de</strong>caiu com o passar dos anos, mas continuaram<br />

prevalecendo os açu<strong>de</strong>s <strong>em</strong> cooperação quando comparados com as unida<strong>de</strong>s<br />

públicas, principalmente no Ceará, no Rio Gran<strong>de</strong> do Norte e na Paraíba. A<br />

construção <strong>de</strong> poços tubulares aproveitados segue essa mesma tendência,<br />

conforme indica a Tabela 4.<br />

A concentração <strong>de</strong> açu<strong>de</strong>s e <strong>de</strong> poços tubulares no Nor<strong>de</strong>ste,<br />

principalmente no Ceará, é explicada oficialmente por ser este estado a<br />

principal vítima, não só do ponto <strong>de</strong> vista econômico e financeiro dos efeitos<br />

das secas, mas também do social, <strong>de</strong>vido aos gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>slocamentos sofridos<br />

por sua população. Este argumento, entretanto, não explica a <strong>de</strong>sproporção na<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s (açu<strong>de</strong>s e poços) públicas e <strong>em</strong> cooperação (privados)<br />

no próprio estado, como po<strong>de</strong> ser observado na trajetória <strong>de</strong> atuação da<br />

agência.<br />

15 Segundo ARAÚJO (1982), por <strong>de</strong>terminações governamentais, alguns açu<strong>de</strong>s tiveram seus<br />

nomes modificados, atribuindo-lhes nomes <strong>de</strong> personalida<strong>de</strong>s técnicas e políticas ligadas ao<br />

DNOCS e à região nor<strong>de</strong>stina.<br />

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